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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Asma E DPOC PROBLEMA 1M2 - FÔLEGO CURTO Iracema, 67 anos, foi encaminhada de um Centro de Saúde para o ambulatório de Pneumologia do Hospital Municipal de Goiânia por apresentar há 4 anos quadro de tosse produtiva diária com expectoração em pequena quantidade e de coloração mucóide, pigarro, além de dispnéia progressiva aos esforços, chegando a mMRC:4, tendo, inclusive, parado de trabalhar em decorrência da dispnéia. Refere que nos últimos 5 dias vem apresentando piora da tosse com aumento da sua frequência e do volume da expectoração, além de mudança da coloração da expectoração para amarelada e piora da dispnéia. Dna Iracema é fumante desde os 15 anos de idade, com uma média de 30 cigarros por dia (78 anos- maço), e até os 18 anos de idade residiu em casa com fogão de lenha. Sempre trabalhou com serviços gerais e faxina. Refere 3 internações hospitalares no último ano por apresentar “pneumonias”, com catarro bastante amarelado e abundante, além de piora da dispnéia, sendo tratada com antibióticos, embora não lembra quais. No exame físico, há evidência de dispnéia mesmo em repouso, com ausência de cianose de extremidades. SpO2: 88% em ar ambiente. Tórax com aumento do diâmetro ântero-posterior, expansibilidade diminuída, hipersonoridade à percussão global e murmúrio respiratório diminuído difusamente, com alguns roncos bilaterais. FR=20 rpm. Hiposonoridade das bulhas cardíacas. Perda da massa muscular em membros superiores e inferiores. Peso 52kg, e altura de 1,72m (IMC: 17,57). Veio com os resultados dos seguintes exames já solicitados pelo clínico geral e realizados há aproximadamente 20 dias: radiografia de tórax, espirometria, teste de caminhada dos 6 minutos e gasometria arterial em repouso. Teste de Caminhada de 6 minutos: SpO2 inicial em repouso: 88% SpO2 após 6 minutos de caminhada: 82% Distância percorrida: 176 metros Gasometria arterial em repouso e em ar ambiente:PaO2: 50mmHg; PaCO2: 38 mmHg e SaO2: 86% Os alunos acharam interessante, porque pouco tempo depois, chegou um caso que apresentava importantes semelhanças e diferenças do quadro de Dona Iracema. Thiago, estudante, 14 anos, foi trazido por sua mãe ao ambulatório de Pneumologia da UniRV por apresentar desde a infância crises de dispnéia, tosse seca, sibilância e aperto no peito, relacionadas à poeira, mofo, cheiros fortes, fumaça de cigarro e 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA mudança climática. Relata melhora dos sintomas após o uso de broncodilatadores de curta duração. Refere também ficar assintomático nos períodos intercrise. Nega uso de qualquer medicação inalatória de manutenção para tratamento, mas relata uso frequente de corticoide oral e de aerolin spray. Apresenta crises frequentes, cerca de 7 ou 8 por ano, com necessidade de idas ao Pronto Socorro (última ida há cerca de 10 dias), mas nega internações prévias. Nos últimos 6 meses, refere piora do quadro com sintomas diários, necessidade de uso de aerolin spray cerca de 3 a 4 vezes ao dia, despertares noturnos frequentes (cerca de 4 vezes por semana), e faltas frequentes à escola. Gosta de jogar bola, mas ultimamente não está conseguindo direito em decorrência de piora da dispnéia e chieira no peito durante as partidas. A mãe relata que ele apresenta ainda sintomas frequentes de obstrução nasal, rinorréia anterior mucóide e espirros, principalmente se tiver contato com alérgenos e irritantes. Nega epigastralgia em queimação e pirose. Mora com os pais, e mais 3 irmãos em casa forrada e com mofos em paredes da sala e quartos. Tem 2 cachorros em casa e pai é fumante. Refere que uma tia tem asma e que 2 de seus 3 irmãos apresentam sintomas semelhantes aos seus. Ao exame físico: BEG, eupnéico, acianótico. AR: MVF com sibilos esparsos e bilateralmente. FR: 16 ipm. ACV: RCR, 2T, BNF sem sopros. Trouxe espirometria solicitada pelo clínico geral que o encaminhou. Instrução: Compreender a Asma e a importância do controle ambiental como forma de controle da doença e entender a principal doença pulmonar obstrutiva relacionada ao tabagismo e à combustão de lenha – DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: O1: ESTUDAR SOBRE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) – DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO; A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma limitação do fluxo aéreo das vias aéreas inferiores, não reversível, provocada por uma resposta inflamatória a toxinas inalatórias, principalmente a fumaça de cigarro. No entanto, diversas outras toxinas também podem desencadear este processo. O processo inflamatório crônico pode provocar alterações nos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). Pacientes com asma que apresentam obstrução reversível do fluxo de ar nas vias aéreas inferiores NÃO tem DPOC. A asma só pode ser considerada um subtipo de DPOC quando causa obstrução não reversível com uso de broncodilatadores, ou seja, quando mesmo após o uso de broncodilatadores, a relação VEF1/CVF < 0,7. Essa relação entre o volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) e capacidade vital forçada (CVF), indica existência de obstrução, que é uma redução da capacidade expiratória. Cerca de 15% dos tabagistas desenvolvem DPOC no decorrer da vida. Além disso, a DPOC tem uma relação comprovada com atividades laborais específicas, como exposição nas indústrias de borracha, plásticos, couro, têxtil, moagem de grãos, produtos alimentícios, etc. Entre os fatores genéticos que podem causar esta doença, um dos principais é a deficiência de alfa-1-antitripsina, que é uma causa importante de enfisema em não tabagistas. Em 2003, a DPOC foi a quinta maior causa de internamento no sistema público de saúde no Brasil em maiores de 40 anos. Esta doença ocupou, nos últimos anos, entre a 4ª e 7ª posição entre as principais causas de morte em território nacional. SE LIGA! É notório que o tabagismo é a principal etiologia da DPOC, no entanto, cerca de 20% dos pacientes com DPOC nunca fumaram. É preciso realizar uma boa investigação e avaliar exposições ocupacionais, ambientais e fatores familiares para não deixar de suspeitar de DPOC em pacientes com quadro clínico compatível, apenas pela ausência de história de tabagismo. Fisiopatologia: 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA A exposição inalatória provoca uma resposta inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos. O processo é mediado pelo aumento da atividade da protease, liberadas pelos neutrófilos e outras células inflamatórias, e pela diminuição da atividade da anti-protease. As proteases pulmonares provocam a lise da elastina e do tecido conjuntivo no processo normal de reparação tecidual. A atividade dessas proteases costuma ser balanceada por antiproteases, como alfa- 1 antitripsina. Esse desbalanço entre as proteases e as antiproteases é o principal mecanismo do componente enfisematoso da doença, uma vez que causa hiperinsuflação e dificuldade de expiração. A inflamação causa estreitamento e obstrução das vias respiratórias, além de hipersecreção de muco, espasmo brônquico, fibrose peribrônquica e destruição das pequenas vias respiratórias. Isso normalmente costuma ocorrer devido a exposição crônica a substâncias inalatórias irritantes (tabagismo sendo a causa mais comum), que induzem a uma reação inflamatória crônica nas pequenas vias aéreas, com presença de linfócitos CD8+, macrófagos e neutrófilos. Essa inflamação crônica resulta na proliferação das células caliciais e hipertrofia das glândulas submucosas, causando hipersecretividade de muco e estreitamento das pequenas vias aéreas. A maior resistência das vias respiratórias aumenta o trabalho de respiração. A hiperinsuflação pulmonar, emboradiminua a resistência das vias respiratórias, também aumenta o esforço respiratório. A força expiratória depende, em grande parte, da elasticidade pulmonar, que está diminuída na DPOC. Trata-se do fenômeno do aprisionamento de ar, que promove um aumento do volume residual, da capacidade residual funcional e da capacidade pulmonar total. Este aprisionamento ocorre por causa da degradação da elastina alveolar por proteases, como foi dito anteriormente. A elastina é um componente responsável por resistir à insuflação, auxiliando o esforço expiratório, algo semelhante ao que observamos em uma bola inflável, em que o componente elástico resiste à distensão e busca retornar ao seu estado de repouso. Os espaços alveolares dilatados às vezes se fundem em bolhas, definidas como espaços aéreos ≥ 1 cm de diâmetro. As bolhas podem estar totalmente vazias ou ter filamentos de tecido pulmonar que as atravessam em áreas de enfisema localmente e, ocasionalmente, ocupam todo o hemitórax. Sinais e sintomas: A DPOC leva anos para se desenvolver e progredir. A maioria dos pacientes fumou ≥ 20 cigarros/dia durante mais de 20 anos. Habitualmente, a tosse produtiva é o sintoma inicial em pacientes tabagistas com 40 a 50 anos de idade. A dispneia que é progressiva, persistente, relacionada com o esforço ou que piora na vigência de infecção respiratória surge eventualmente no momento em que o paciente está entre os 50 e os 60 anos de idade. Em geral, os sintomas progridem rapidamente em pacientes que continuam a fumar e têm exposição mais elevada ao tabaco durante a vida toda. A cefaleia matinal desenvolve-se na doença mais avançada e sinaliza hipercapnia ou hipoxemia noturnas. Os sinais de doença pulmonar obstrutiva crônica incluem sibilos, uma fase expiratória prolongada da respiração; hiperinsuflação pulmonar que se manifesta pela atenuação dos sons cardíacos e pulmonares; e aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (tórax em barril). Pacientes com enfisema avançado perdem peso e desenvolvem perda muscular decorrente da imobilidade; hipóxia; ou da liberação de mediadores inflamatórios sistêmicos, como FNT-alfa. Os sinais da doença avançada envolvem respiração com lábios cerrados, uso de músculos respiratórios acessórios, movimento paradoxal da caixa torácica inferior para dentro durante a inspiração (sinal de Hoover) e cianose. Os sinais de cor pulmonale incluem distensão da veia do pescoço; desdobramento da 2ª bulha cardíaca, com hiperfonese do componente pulmonar; sopro da insuficiência tricúspide; e edema periférico. Os impulsos do ventrículo direito são incomuns na doença pulmonar obstrutiva crônica, em virtude da hiperinsuflação pulmonar. O pneumotórax espontâneo pode ocorrer (possivelmente relacionado com ruptura das bolhas) e deve-se suspeitar dele em qualquer paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica cujo estado pulmonar piora de maneira abrupta. Os sintomas podem ser classificados de acordo com as atividades que causam dispneia. Exacerbações agudas As agudizações ocorrem de forma esporádica durante a evolução da doença pulmonar obstrutiva crônica e são anunciadas pelo aumento da gravidade dos sintomas. A causa específica de qualquer 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA exacerbação é quase sempre impossível de ser determinada, mas as exacerbações são frequentemente atribuídas à infecção da via respiratória superior de etiologia viral, bronquite bacteriana aguda ou exposição a irritantes respiratórios. À medida que a doença pulmonar obstrutiva crônica progride, as agudizações tendem a se tornar mais frequentes, chegando a cerca de 1 a 3 episódios/ano. Diagnóstico da DPOC: • Exames de imagem do tórax • Testes de função pulmonar Sugere-se o diagnóstico pela história clínica, exame físico e achados de exames de imagem do tórax e é confirmado por testes de função pulmonar. Sintomas semelhantes podem ser causados por asma, insuficiência cardíaca e bronquiectasia (ver tabela Diagnóstico diferencial da doença pulmonar obstrutiva crônica). Doença pulmonar obstrutiva crônica e asma são, às vezes, facilmente confundidas e podem se sobrepor (chamada sobreposição de doença pulmonar obstrutiva crônica e asma). As doenças sistêmicas que podem ter um componente de limitação do fluxo aéreo podem ser sugestivas de doença pulmonar obstrutiva crônica e incluem a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), sarcoidose, síndrome de Sjögren, bronquiolite obliterante, linfangioliomiomatose e granuloma eosinofílico. Pode-se diferenciar a doença pulmonar obstrutiva crônica das doenças pulmonares intersticiais por exames de imagem do tórax, que mostram aumento das marcações intersticiais nas doenças pulmonares intersticiais, e testes de função pulmonar, que revelam um defeito ventilatório restritivo em vez de um defeito obstrutivo. Em alguns pacientes, a doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças pulmonares intersticiais coexistem [fibrose pulmonar e enfisema combinados (FPEC)]. Nesse caso, os volumes pulmonares estão relativamente preservados, mas as trocas gasosas estão gravemente comprometidas. Testes de função pulmonar: Pacientes com suspeita de doença pulmonar obstrutiva crônica devem ser submetidos a testes de função pulmonar para confirmar a limitação do fluxo aéreo e quantificar a sua gravidade e reversibilidade e para distinguir a doença pulmonar obstrutiva crônica de outros distúrbios. (Alguns especialistas recomendam rastreamento com testes de função pulmonar a todos os pacientes com história de tabagismo.) Os testes de função pulmonar também são úteis para o acompanhamento da progressão da doença e o monitoramento da resposta ao tratamento. Os principais testes diagnósticos são • VEF1: o volume de ar expirado vigorosamente durante o primeiro segundo depois de fazer uma inspiração completa • Capacidade vital forçada (CVF): o volume total de ar expirado com força máxima • Curvas de fluxo-volume: registros espirométricos simultâneos do volume e fluxo aéreos durante expiração e inspiração máximas A redução do VEF1, da CVF e da razão VEF1/CVF é um aspecto característico da obstrução das vias respiratórias. As curvas de fluxo-volume revelam padrão côncavo do traçado expiratório. 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Há 2 vias básicas pelas quais a doença pulmonar obstrutiva crônica pode se desenvolver e se manifestar com sintomas mais tarde na vida: • Na primeira via, os pacientes podem ter função pulmonar normal no início da idade adulta, o que é seguido por um declínio mais rápido do VEF1 (cerca de ≥ 60 mL/ano). • Com a segunda via, os pacientes têm função pulmonar prejudicada no início da idade adulta, frequentemente associada à asma ou a outras doenças respiratórias da infância. Nesses pacientes, a doença pulmonar obstrutiva crônica pode apresentar-se com um declínio normal relacionado com a idade no VEF1 (cerca de 30 mL/ano). Embora esse modelo de 2ª via seja conceitualmente útil, é possível uma ampla variedade de trajetórias individuais (1). Quando o VEF1 cai abaixo de 1 L, os pacientes desenvolvem dispneia durante as atividades cotidianas [embora a dispneia esteja mais relacionada ao grau de hiperinsuflação dinâmica (hiperinsuflação progressiva devido à exalação incompleta) do que ao grau de limitação ao fluxo aéreo]. Quando o VEF1 cai abaixo de cerca de 0,8 L, os pacientes têm risco de hipoxemia, hipercapnia e cor pulmonale. VEF1 e CVF são facilmente medidos com espirometria no consultório. Os valores normais de referência são determinados por idade, sexo e altura do paciente. É controverso se deve-se ajustar os valores de acordo com a raça e/ou etnia. Pode-se classificar a gravidade da limitação das vias respiratórias em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e VEF1/CVF < 0,70 com base no VEF1 pós-broncodilatador (2): • Leve: ≥80% do previsto • Moderada: 50% a 79% do previsto • Grave: 30% a 49% do previsto • Muito grave: < 30% do previsto Testes adicionais da função pulmonar só são necessários em circunstâncias específicas, como antes de procedimentos de redução do volume pulmonar. Outras anormalidades nos testes podem incluir • Aumento total da capacidade pulmonar • Aumento da capacidade residual funcional • Aumento do volume residual • Diminuição da capacidade vital • Diminuição da capacidade de difusão de monóxido de carbono em respiração única (DLCO) Achados de aumento da capacidade pulmonar total, capacidade residual funcional e volume residual podem ajudar a diferenciar doença pulmonar obstrutiva crônica de pneumopatia restritiva, em que essas medições estão reduzidas. A diminuição de DLCO é inespecífica, estando reduzida em outras enfermidades que comprometem o leito vascular pulmonar, como acontece na pneumopatia intersticial, mas pode ajudar a distinguir a DPOC da asma, em que a DLCO está normal ou elevada. Exames de imagem: Radiografia do tórax pode revelar achados característicos. Nos pacientes com enfisema, as alterações podem incluir hiperinsuflação pulmonar manifestada pela retificação do diafragma (aumento do ângulo formado pelo esterno e diafragma anterior do valor normal de 45° para > 90°, na incidência lateral), rápida atenuação dos vasos hilares e bolhas (isto é, radiolucências > 1 cm circundadas por sombras lineares delgadas e arqueadas). Outros achados típicos incluem aumento do espaço aéreo retroesternal e uma sombra cardíaca estreita. Alterações enfisematosas localizadas predominantemente nas bases pulmonares indicam deficiência de alfa-1 antitripsina. Os pulmões podem ter aspecto normal ou revelar aumento da transparência secundária à perda de parênquima. A radiografia de tórax de pacientes com bronquite obstrutiva crônica pode ser normal ou demonstrar acentuação da trama broncovascular em ambas as bases, decorrente do espessamento da parede brônquica. A proeminência dos hilos pode sugerir o aumento das artérias pulmonares centrais, observado na vigência de hipertensão pulmonar. A dilatação do ventrículo direito evidenciada no cor pulmonale pode ser mascarada pela hiperinsuflação pulmonar ou se manifestar por meio da invasão do espaço retroesternal pela imagem cardíaca ou por meio do alargamento da imagem cardíaca transversa, em comparação com radiografias de tórax pregressas. TC do tórax pode revelar anormalidades que não são aparentes na radiografia de tórax, sugestivas de doenças coexistentes ou complicações, como pneumonia, pneumoconiose ou câncer pulmonar. A TC ajuda a avaliar a extensão e a distribuição do enfisema, estimadas por quantificação visual ou por análise da distribuição da densidade pulmonar. Indicações para a realização de TC em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica são avaliação para cirurgia de redução do volume pulmonar, suspeita de doenças coexistentes ou complicadoras que não são claramente evidentes ou não foram detectadas pela radiografia de tórax, suspeita de 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA câncer de pulmão e triagem para câncer de pulmão. O aumento do diâmetro da artéria pulmonar acima do diâmetro da aorta ascendente sugere hipertensão pulmonar (3). Exames adjuntivos Devem-se avaliar os níveis de alfa1-antitripsina em pacientes com < 50 anos e doença pulmonar obstrutiva crônica sintomática, bem como em não fumantes de qualquer idade com doença pulmonar obstrutiva crônica para detectar a deficiência de alfa- 1 antitripsina. Outras indicações de possível deficiência de alfa-1 antitripsina incluem história familiar de doença pulmonar obstrutiva crônica precoce ou doença hepática inexplicável, distribuição do enfisema no lobo inferior e doença pulmonar obstrutiva crônica associada à vasculite positiva para anticorpo citoplasmático antineutrófilo (ANCA). Se os níveis de alfa-1 antitripsina forem baixos, o diagnóstico deverá ser confirmado por exame genético para estabelecer o fenótipo da alfa-1 antitripsina. ECG, muitas vezes realizado para excluir causas cardíacas de dispneia, caracteristicamente revela a diminuição difusa da voltagem de QRS, com eixo cardíaco vertical decorrente da hiperinsuflação pulmonar, e o aumento da voltagem da onda P ou o desvio para a direita do vetor da onda P, em razão da sobrecarga atrial direita, em pacientes com enfisema avançado. Os achados de sobrecarga ventricular direita envolvem a onda R ou R’, com amplitude maior ou igual à onda S na derivação V1; a onda R menor que a onda S na derivação V6; o desvio do eixo para a direita > 110° sem bloqueio do ramo direito; ou alguma combinação destes. A taquicardia atrial multifocal, arritmia que pode acompanhar a doença pulmonar obstrutiva crônica, manifesta-se por taquiarritmia com ondas P polimórficas e intervalos PR variáveis. Ocasionalmente, a ecocardiografia é útil para a avaliação da função ventricular direita e da hipertensão pulmonar, embora seja tecnicamente difícil em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Com frequência, está indicada quando há presunção da coexistência de doença ventricular esquerda ou valvopatia. A hemoglobina e o hematócrito tem baixo valor diagnóstico na avaliação da doença pulmonar obstrutiva crônica, mas pode revelar eritrocitemia (hematócrito > 48%) como um reflexo da hipoxemia crônica. Pacientes com anemia (por outros moti-vos que doença pulmonar obstrutiva crônica) têm dispneia desproporcionalmente grave. A contagem diferencial de leucócitos pode ser útil. Um crescente corpo de evidências indica que a eosinofilia prediz responsividade a corticoides inaláveis. Os eletrólitos séricos são de pouco valor, mas podem mostrar um nível elevado de bicarbonato se os pacientes tiverem hipercapnia crônica. Gasometria venosa é útil para o diagnóstico da hipercapnia aguda ou crônica. https://www.sanarmed.com/doenca-pulmonar- obstrutiva-cronica-dpoc https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva- cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as- relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva- cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt O2: CLASSIFICAR DPOC CONFORME A GRAVIDADE (GOLD), ESTABELECER CRITÉRIOS PARA USO DE OXIGENIOTERAPIA DOMICILIAR PROLONGADA NA DPOC E DISCUTIR SOBRE TRATAMENTO DE DPOC (CRÔNICO E NA EXACERBAÇÃO) Critérios da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD): Classificação da gravidade da limitação do fluxo aéreo na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): Nos testes de função pulmonar, uma razão de VEF1/CVF (volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada) pós- broncodilatador <0.70 é geralmente considerada diagnóstica para DPOC. O sistema Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) categoriza a limitação do fluxo aéreo em estágios. Em pacientes com VEF1/CVF <0.70: • GOLD 1 - leve: VEF1 ≥80% do predito • GOLD 2 - moderada: 50% ≤ VEF1 <80% do predito • GOLD 3 - grave: 30% ≤ VEF1 <50% do predito • GOLD 4 - grave: VEF1 <30% do predito As diretrizes GOLD usam uma abordagem de avaliação da DPOC combinada para agrupar pacientes de acordo com os sintomas e história pregressa de exacerbações. Os sintomas são avaliados usando a escala do Modified British Medical Research Council (mMRC) ou do Teste de Avaliação da DPOC. Estes podem ser encontrados nas diretrizes da GOLD. Precauções da GOLD contra o uso da escala de dispneia mMRC isoladamente para avaliar os pacientes, pois os sintomas da DPOC vão além de apenas dispneia. Por esse motivo, o CAT é preferível. No entanto, a GOLD reconhece que o uso da escala mMRC é disseminado; dessa forma, um limite de um grau ≥2 na mMRC ainda é incluído para se definirem os pacientes com "mais falta de ar" em comparação com os pacientes com "menos falta de ar" em seus critérios de avaliação. •Grupo A: baixo risco (0-1 exacerbação por ano, sem necessidade de hospitalização) e menos sintomas (mMRC 0-1 ou CAT <10) • Grupo B: baixo risco (0-1 exacerbação por ano, sem necessidade de hospitalização) e mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10) • Grupo C: alto risco (≥2 exacerbações por ano, ou uma ou mais exacerbações com necessidade de https://www.sanarmed.com/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc https://www.sanarmed.com/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#v48768995_pt 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA hospitalização) e menos sintomas (mMRC 0-1 ou CAT <10) • Grupo D: alto risco (≥2 exacerbações por ano, ou uma ou mais exacerbações com necessidade de hospitalização) e mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10). https://bestpractice.bmj.com/topics/pt- br/7/criteria#:~:text=GOLD%201%20%2D%20leve% 3A%20VEF1%20%E2%89%A5,%3A%20VEF1%20%3 C30%25%20do%20predito Oxigênio: O oxigênio é essencial à vida, mas em algumas doenças é preciso que se faça sua suplementação para enriquecer o ar para seu melhor aproveitamento pelo corpo. Ele está presente na proporção de vinte e um por cento no ar que respiramos. Por volta dos anos 80 houve a confirmação, através dos estudos clássicos The UK Medical Research Council - MRC (na Inglaterra) e The US Nocturnal Oxigen Therapy Trial - NOTT (EUA), de que o uso do oxigênio de forma prolongada melhorava a qualidade de vida e aumentava a expectativa de vida de pacientes com DPOC. Nos dias atuais a oxigenoterapia domiciliar por tempo prolongado é o tratamento mais eficaz para pacientes com insuficiência respiratória crônica e hipoxemia. A insuficiência respiratória crônica (IRC) costuma ser a fase final de várias doenças respiratórias e é a expressão clínica da incapacidade prolongada e progressiva da manutenção das pressões normais de oxigênio e gás carbônico no sangue. É geralmente secundária a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou, menos frequentemente a outras doenças, como por exemplo, as fibroses pulmonares, as bronquiectasias, as sequelas de tuberculose, a fibrose cística, doenças da circulação pulmonar ou outras doenças que acometam a caixa torácica ou outros sistemas orgânicos (músculos, nervos, colágeno, etc.), sendo definida por meio de exame de gasometria arterial com achado de valores permanentemente baixos de oxigênio e, em algumas circunstâncias, de elevação na concentração de gás carbônico. Os pacientes portadores de hipoxemia crônica apresentam comprometimento físico, psíquico e social importante com deterioração da qualidade de vida e necessitam frequentemente de internação hospitalar, principalmente pelos períodos de exacerbação, mas também pela própria condição da hipoxemia. A suplementação de oxigênio é fundamentada no conceito de que é imprescindível para uma homeostase orgânica adequada a manutenção de um nível estável e mínimo de oxigênio no sangue, que é uma PaO2 ≥60mmHg. A maior parte dos países desenvolvidos adotou a oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP) como agenda de governo, visando preservar a vida dos portadores de hipoxemia crônica, e reduzir os custos do sistema, imaginando-se que a terapia domiciliar pode reduzir de modo importante as internações, muito mais onerosas que o tratamento domiciliar. Contudo em auditorias feitas em alguns países mostrou-se que os gastos podem se elevar muito acima do esperado, principalmente por dois motivos: não há observância das indicações corretas do uso da oxigenoterapia e não há controle de sua evolução ao longo do tempo (por exemplo, um paciente, que por uma exacerbação do quadro, precisou de ODP por certo período, continuava fazendo uso, após sua melhora, por falta de controle). DEFINIÇÃO DA INDICAÇÃO: Hipoxêmico crônico é todo o paciente portador de condição pulmonar que leve a níveis de dessaturação da hemoglobina que correspondam a uma pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2) de 55mmHg ou menos, estando esses enfermos em fase de estabilidade clínica, ou seja, na ausência de fatores de exacerbação como infecção, broncoespasmo ou insuficiência cardíaca associada, e com o uso regular das medidas terapêuticas habitualmente recomendadas, em doses adequadas. INDICAÇÃO DE TRATAMENTO: Segundo normas elaboradas pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, que segue consensos internacionais sobre o assunto, a American Thoracic Society (ATS) e a European Respiratory Society (ERS), as indicações de oxigenioterapia domiciliar prolongada são: a) PaO2 igual ou inferior a 55mmHg ou SaO2 igual ou inferior a 88%, ou b) PaO2 entre 56-59mmHg ou SaO2 igual ou inferior a 89%, associado a 1)Edema por insuficiência cardíaca; 2)Evidência de cor pulmonale: clínica e ecocardiograma; 3)Hematócrito superior a 56%. https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P% C3%BAblica/Oxigenoterapia/PROTOCOLO%20DO% 20PROGRAMA%20DE%20OXIGENOTERAPIA%20D OMICILIAR%20PROLONGADA%2001%202017.pdf Tratamento de DPOC (crônico e na exacerbação) • Cessação do tabagismo • Broncodilatadores inalatórios, corticoides, ou ambos • Tratamento de suporte (p. ex. suplementação de oxigênio, reabilitação pulmonar) O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica engloba o tratamento da doença crônica estável e prevenção e tratamento de exacerbações. Parar de fumar é fundamental no tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica. O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica estável visa prevenir as exacerbações e melhorar as funções pulmonar e física. Aliviar os sintomas rapidamente, sobretudo com fármacos beta- adrenérgicos de ação rápida e diminuir as exacerbações com corticoides inalatórios, fármacos beta-adrenérgicos de ação prolongada, https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/7/criteria#:~:text=GOLD%201%20%2D%20leve%3A%20VEF1%20%E2%89%A5,%3A%20VEF1%20%3C30%25%20do%20predito https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/7/criteria#:~:text=GOLD%201%20%2D%20leve%3A%20VEF1%20%E2%89%A5,%3A%20VEF1%20%3C30%25%20do%20predito https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/7/criteria#:~:text=GOLD%201%20%2D%20leve%3A%20VEF1%20%E2%89%A5,%3A%20VEF1%20%3C30%25%20do%20predito https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/7/criteria#:~:text=GOLD%201%20%2D%20leve%3A%20VEF1%20%E2%89%A5,%3A%20VEF1%20%3C30%25%20do%20predito https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Oxigenoterapia/PROTOCOLO%20DO%20PROGRAMA%20DE%20OXIGENOTERAPIA%20DOMICILIAR%20PROLONGADA%2001%202017.pdf https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Oxigenoterapia/PROTOCOLO%20DO%20PROGRAMA%20DE%20OXIGENOTERAPIA%20DOMICILIAR%20PROLONGADA%2001%202017.pdf https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Oxigenoterapia/PROTOCOLO%20DO%20PROGRAMA%20DE%20OXIGENOTERAPIA%20DOMICILIAR%20PROLONGADA%2001%202017.pdfhttps://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Oxigenoterapia/PROTOCOLO%20DO%20PROGRAMA%20DE%20OXIGENOTERAPIA%20DOMICILIAR%20PROLONGADA%2001%202017.pdf 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA anticolinérgicos de ação prolongada, ou uma combinação. A reabilitação pulmonar prevê o treinamento com exercícios estruturados e supervisionados, orientação nutricional e instruções sobre como se cuidar. Indica-se oxigenioterapia para pacientes selecionados. O tratamento das exacerbações assegura oxigenação adequada e pH sanguíneo próximo do normal, reverte a obstrução das vias respiratórias e trata qualquer causa. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva- cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as- relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva- cr%C3%B4nica- dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20co m%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%A Ancia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva- cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as- relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a- pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica- est%C3%A1vel#v67113409_pt O3: ESTUDAR ASMA – DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO; A asma brônquica é uma doença caracterizada por inflamação difusa das vias respiratórias, desencadeada por diversos estímulos deflagradores, que resulta em broncoconstrição parcial ou completamente reversível. Epidemiologia: Asma é uma das doenças crônicas mais comuns da infância, afetando cerca de 6 milhões de crianças nos EUA. Também ocorre com mais frequência em negros não hispânicos e porto-riquenhos. A asma está entre as principais causas de hospitalização em crianças e é a principal causa de absenteísmo escolar. Estima-se que asma custe US$ 56 bilhões/ano em cuidados médicos e perda de produtividade. A maior prevalência de asma brônquica foi associada ao aumento da obesidade. Por causa dessa associação, agora considera-se a obesidade um importante fator de risco modificável para asma brônquica. A obesidade muitas vezes precede o diagnóstico da asma brônquica. Os principais mediadores envolvidos em estudos observacionais e transversais são a leptina, adipocinas e a IL-6 sérica. Entretanto, os mecanismos subjacentes ainda não são conhecidos. Vários estudos mostraram diminuição da gravidade e exacerbações da asma brônquica após perda ponderal. Etiologia: O desenvolvimento de asma tem múltiplos fatores e depende de interações entre múltiplos genes suscetíveis e fatores ambientais. Mais de 100 genes de susceptibilidade à asma foram descritos. Acredita-se que muitos pertençam à ampla categoria de células T-helper tipo 2 (TH2) e podem desempenhar um papel em inflamações. Os fatores ambientais do risco de asma podem ser: • Exposição a alergênios • Dieta • Fatores perinatais As evidências implicam claramente alérgenos domésticos (p. ex., pó oriundo de ácaros, baratas e animais de estimação) e outros alérgenos ambientais no desenvolvimento da doença em crianças mais velhas e adultos. Alimentação com baixo teor de vitaminas C, E e ácidos graxos ômega 3 foi relacionada à asma; mas vários estudos que corroboram a influência da dieta são limitados pelo tamanho da amostra ou não levaram em conta as diferenças de fatores socioeconômicos, ambientais e demográficos. A suplementação dietética com essas substâncias não parece prevenir a asma brônquica. A asma também é relacionada com fatores perinatais, como baixa idade materna, nutrição materna precária, prematuridade, baixo peso ao nascer e ausência de aleitamento materno. Componentes genéticos e ambientais podem interagir. Lactentes podem nascer com predisposição para respostas imunitárias pró-alérgicas e pró- inflamatórias do tipo 2 (T2) (respostas imunitárias relacionadas com as células T-helper 2). A resposta pró-inflamatória T2 caracteriza-se pelo crescimento e ativação de eosinófilos e produção de IgE. A asma brônquica com esse padrão de inflamação era frequentemente chamada de asma eosinofílica. No início da infância, a exposição a endotoxinas e infecções bacterianas e virais conduzem o corpo a respostas das células T-helper tipo 1 (TH1), o que suprime as TH2 e induz tolerância. As respostas do tipo 1 (T1) são caracterizadas pela proliferação das células T-helper tipo 1. A tendência a famílias menores com menos filhos, ambientes internos mais limpos e uso precoce de vacinas e antibióticos podem privar as crianças dessa supressão de TH2 e das exposições indutoras de tolerância e explicar parcialmente o aumento contínuo da prevalência da asma nos países desenvolvidos (hipótese da higiene). Fisiopatologia: A asma envolve • Broncoconstrição • Edema e inflamação das vias respiratórias • Hiper-reatividade das vias respiratórias • Remodelamento das vias respiratórias Em asmáticos, as células TH2 e outros tipos celulares — notavelmente, eosinófilos e mastócitos, mas também outros subtipos CD4+ e neutrófilos — formam um infiltrado inflamatório extenso, no epitélio e na musculatura lisa das vias respiratórias, levando ao remodelamento desta última (isto é, descamação, fibrose subepitelial e hipertrofia da musculatura lisa). https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc#:~:text=O%20tratamento%20%C3%A9%20com%20broncodilatadores,com%20a%20frequ%C3%AAncia%20das%20exacerba%C3%A7%C3%B5eshttps://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/tratamento-da-doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-est%C3%A1vel#v67113409_pt 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA A hipertrofia da musculatura lisa obstrui as vias respiratórias e aumenta a reatividade a alergênios, infecções, irritantes, estimulação parassimpática (o que provoca a liberação de neuropeptídeos pró- inflamatórios, como substância P, neurocinina A e peptídeo relacionado geneticamente à calcitonina) e outros deflagradores broncoconstritivos. Contribuintes adicionais à hiper-reatividade da via respiratória envolvem a perda de inibidores da broncoconstrição (fator relaxante derivado do epitélio e prostaglandina E2) e de outras substâncias que metabolizam broncoconstritores endógenos (endopeptidases), em virtude da descamação do epitélio e do edema da mucosa. O tamponamento mucoso e a eosinofilia sanguínea periférica constituem achados adicionais clássicos na asma e podem ser um epifenômeno da inflamação da via respiratória. Entretanto, nem todos os pacientes com asma têm eosinofilia. Gatilhos da asma • Os gatilhos comuns da exacerbação da asma incluem • Alergênios ambientais e ocupacionais • Ar frio e seco • Infecções • Exercício • Inalação de agentes irritantes • Emoção • Ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) • Doença do refluxo gastresofágico (DRGE) Os desencadeadores de infecção em crianças pequenas incluem vírus sincicial respiratório, rinovírus e infecção pelo vírus parainfluenza. Em crianças maiores e adultos, as infecções do trato respiratório superior (particularmente por rinovírus) e pneumonia são desencadeadores infecciosos comuns. Exercícios podem ser um gatilho, principalmente em ambientes frios ou secos, e ar frio por si só também pode desencadear os sintomas. Irritantes inalados, como poluição do ar, fumaça de cigarro, perfumes e produtos de limpeza também podem desencadear os sintomas nos pacientes com asma. (Irritantes inalados que desencadeiam exacerbações da asma brônquica atuam induzindo uma resposta T2, em contraste com o que acontece na síndrome de disfunção reativa das vias respiratórias e na asma crônica induzida por irritantes.) Emoções como ansiedade, raiva e agitação algumas vezes desencadeiam exarcerbações. O ácido acetilsalicílico é o deflagrador em até 30% dos pacientes com asma grave e em até 10% de todos os asmáticos. A asma sensível ao ácido acetilsalicílico é tipicamente acompanhada de pólipos nasais com congestão nasal e dos seios da face, que é um quadro conhecido como tríade de Samter (asma, pólipos nasais e sensibilidade ao ácido acetilsalicílico e AINEs). A doença do refluxo gastresofágico é um gatilho entre alguns pacientes com asma, possivelmente por broncoconstrição reflexa induzida por ácido esofágico ou por microaspiração do ácido. Contudo, o tratamento da doença do refluxo gastresofágico assintomática (p. ex., com inibidores da bomba de prótons) não parece melhorar o controle da asma. A rinite alérgica frequentemente coexiste com a asma, porém, não está estabelecido se as duas são manifestações diferentes do mesmo processo alérgico ou se a rinite é um deflagrador distinto de asma. Resposta Na presença de deflagradores, há estreitamento reversível das vias respiratórias e ventilação pulmonar desigual. Nas regiões pulmonares distais ao estreitamento das vias respiratórias, a perfusão relativa excede a ventilação relativa; por isso, a tensão alveolar de oxigênio cai e a tensão alveolar de dióxido de carbono aumenta. Geralmente, essa hipóxia com hipercarbia regional causa vasoconstrição pulmonar compensatória a fim de compatibilizar a relação entre a ventilação e a perfusão local; entretanto, esses mecanismos compensatórios falham durante a crise de asma por causa dos efeitos vasodilatadores das prostaglandinas que sofrem modulação positiva durante a crise. A maioria dos pacientes pode compensar pela hiperventilação, mas em exacerbações graves, a broncoconstrição difusa provoca aprisionamento intenso de gás, coloca os músculos respiratórios em uma desvantagem mecânica profunda, de modo que o trabalho respiratório aumenta. Sob essas condições, ocorre agravamento da hipoxemia e do esforço excessivo e eleva-se a PaCO2. Podem ocorrer acidose respiratória e acidose metabólica que, se não tratadas, causam parada respiratória e cardíaca. Sinais e sintomas da asma: Os pacientes com asma leve intermitente ou leve persistente normalmente são assintomáticos entre as exacerbações. Aqueles com doença mais grave ou exacerbações desenvolvem dispneia, aperto no tórax, ausculta de sibilos e tosse. A tosse pode ser o único sintoma em alguns pacientes (tosse como variante de asma). Os sintomas podem seguir um ritmo circadiano e piorar durante o sono, frequentemente em torno das 4 horas da manhã. Muitos pacientes com doença mais grave desenvolvem despertares noturnos (asma noturna). Os sinais incluem sibilos, pulso paradoxal [isto é, queda da pressão arterial (PA) sistólica > 10 mmHg durante a inspiração], taquipneia, taquicardia e esforço visível para respirar [uso dos músculos do pescoço e supraesternais (acessórios), postura ereta, lábios cerrados, fala limitada por dispneia]. Quando grave, a fase expiratória da respiração é prolongada, com proporção inspiratória:expiratória de pelo menos 1:3. Podem existir sibilos no decorrer de ambas as fases ou apenas na expiração, mas o paciente com broncoconstrição grave pode não ter sibilos audíveis, em decorrência da intensa limitação do fluxo aéreo. 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Pacientes com exacerbação grave e insuficiência respiratória iminente classicamente têm alguma combinação de alteração da consciência, cianose, pulso paradoxal > 15 mmHg, saturação de oxigênio < 90% e PaCO2 > 45 mmHg. A radiografia de tórax revela hiperinsuflação e pneumotórax ou, raramente, pneumomediastino. Os sinais e sintomas desaparecem entre as exacerbações, embora seja possível auscultar sibilos suaves durante a expiração forçada, após esforço e em repouso, em alguns pacientes assintomáticos. A hiperinsuflação dos pulmões pode alterar a parede torácica de pacientes com asma descontrolada e de ação prolongada, acarretando tórax em forma de barril. Todos os sinais e sintomas são inespecíficos, reversíveis com o tratamento em período apropriado e, caracteristicamente, desencadeados pela exposiçãoa um ou mais deflagradores. Diagnóstico da asma: • Avaliação clínica • Testes de função pulmonar O diagnóstico baseia-se na história e no exame físico, sendo confirmado pelos testes de função pulmonar. E importante o diagnóstico de causas subjacentes e a exclusão de doenças que provocam sibilos. Algumas vezes confunde-se asma com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) pois esses distúrbios causam sintomas parecidos e produzem resultados semelhantes nos testes de função pulmonar, mas diferem em aspectos biológicos importantes que nem sempre são clinicamente evidentes. O tipo T2, ou inflamação alérgica, é mais comumente caracterizado por elevação na fração de óxido nítrico exalado (FeNO), na contagem sérica de eosinófilos e nos níveis séricos de IgE; é o subgrupo de asma brônquica mais comumente encontrado. A imunidade mediada por células T helper tipo 1 está associada a elevação nos níveis de interferon-gama, no fator de necrose tumoral e na inflamação neutrofílica que tradicionalmente foram associados à DPOC, mas pode ocorrer em subgrupos da asma não induzidos pela inflamação do tipo T2. Esses mecanismos biológicos não são exclusivos a nenhuma das doenças e podem se sobrepor entre a asma brônquica e a DPOC. A síndrome de sobreposição asma brônquica-DPOC (ACOS) é cada vez mais reconhecida como uma entidade única que se manifesta por obstrução persistente das vias respiratórias e várias características tanto da asma quanto da DPOC. As principais características são obstrução fixa das vias respiratórias não responsiva a broncodilatadores, exposição significativa a tabagismo ou poluentes e características tradicionais da asma, incluindo eosinofilia no sangue ou escarro e obstrução reversível do fluxo aéreo. A ACOS representa um subconjunto importante de pacientes com asma brônquica (15 a 35%) e DPOC (10 a 40%) que podem responder a fármacos que não costumam ser indicados para a doença correspondente ao diagnóstico principal do paciente (p. ex., prescrição de roflimulaste/azitromicina a um paciente diagnosticado com asma brônquica ou terapias biológicas T2 a um paciente diagnosticado com DPOC. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial da asma de difícil controle ou refratária a terapias de controle comumente usadas buscando as causas alternativas de sibilância episódica, tosse e dispneia como aspergilose broncopulmonar alérgica, bronquiectasia, sobreposição de asma-DPOC, deficiência de alfa-1 antitripsina, fibrose cística ou disfunção das pregas vocais. Testes de função pulmonar Os pacientes presumidamente com asma devem ser submetidos a testes de função pulmonar, para confirmar e quantificar a gravidade e a reversibilidade da obstrução das vias respiratórias. A qualidade dos dados da função pulmonar depende de esforço e requer a orientação do paciente antes do teste. Se for um procedimento seguro, deve-se interromper os broncodilatadores antes do teste: 8 horas para beta-2 agonistas de curta duração, como albuterol; 24 horas para ipratrópio; 12 a 48 horas para teofilina; 48 horas para os beta 2-agonistas de ação prolongada como salmeterol e formoterol; e 1 semana para tiotrópio. Deve-se fazer espirometria antes e depois da inalação de broncodilatador de curta duração. Sinais de obstrução das vias respiratórias antes da inalação de broncodilatador incluem FEV1 reduzido e menor proporção entre FEV1/CVF. A CVF também pode estar diminuída e a avaliação dos volumes pulmonares pode revelar aumento do volume residual e/ou da capacidade residual funcional, em virtude do aprisionamento de ar. A melhora no FEV1 de > 12% ou um aumento ≥ 10% do FEV1 previsto em resposta ao tratamento com broncodilatador confirma a obstrução reversível da via respiratória, embora a ausência deste achado não deva impedir o teste terapêutico dos broncodilatadores de longa duração. Deve-se rever as alças de volume de fluxo para diagnosticar ou excluir disfunção de corda vocal, uma causa comum de obstrução das vias respiratórias superiores que mimetiza a asma. No entanto, é necessário observar que a disfunção das pregas vocais é intermitente e as curvas fluxo-volume normais não excluem essa doença. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma- e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma?query=Asma O4: COMPREENDER O TRATAMENTO BASEADO NOS NÍVEIS DE CONTROLE E DEFINIR A GRAVIDADE DA ASMA. Classificação da asma: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma?query=Asma https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma?query=Asma https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma?query=Asma 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA A asma provoca uma série de alterações clínicas e nos exames complementares. As manifestações de asma geralmente aumentam ou diminuem. Assim, o monitoramento da asma exige uma terminologia consistente e um modelo definido. O termo estado asmático descreve o espasmo brônquico grave, intenso e prolongado que é resistente ao tratamento. Gravidade: É a intensidade intrínseca do processo patológico (grau de gravidade da asma). Normalmente pode ser avaliada diretamente apenas antes do início do tratamento, porque os pacientes que responderam bem ao tratamento, por definição, têm poucos sintomas. A gravidade da asma é classificada como: • Intermitente • Persistente leve • Persistente moderada • Persistente grave É importante lembrar que a categoria gravidade não prevê quão grave pode ser a exacerbação de um paciente. Por exemplo, um paciente com asma leve com longos períodos assintomáticos ou com sintomas leves e função pulmonar normal pode ter uma exacerbação grave com risco de vida. Controle: É o grau em que os sintomas, a incapacidade e os riscos são minimizados por meio do tratamento. O controle é o parâmetro avaliado em pacientes que recebem tratamento. O objetivo é controlar bem a asma em todos os pacientes, independentemente da gravidade da doença. O controle é classificado como: • Bem controlada • Não bem controlada • Muito mal controlada A gravidade e o controle são avaliados em termos do risco e do comprometimento do paciente. 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Deficiência: Comprometimento diz respeito à frequência e à intensidade dos sinais e sintomas dos pacientes e às limitações funcionais. O comprometimento é avaliado usando-se critérios semelhantes à gravidade, mas difere da gravidade pela ênfase nos sintomas e limitações funcionais, em vez da intensidade intrínseca do processo da doença. Pode-se medir a função pulmonar ou o comprometimento fisiológico objetivo por espirometria, principalmente volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a relação VEF1 com capacidade vital forçada (CVF), que se correlacionam fortemente com os componentes subjetivos do controle da asma que incluem sintomas e características clínicas como • A frequência dos sintomas • Com que frequência o paciente acorda durante a noite • Com que frequência o paciente usa um beta2- agonista de curta duração para alívio dos sintomas • Com que frequência a asma interfere nas atividades normais Risco: O risco refere-se à probabilidade de futuras exacerbações ou declínio da função pulmonar e o risco de efeitos adversos. O risco é avaliado por tendências a longo prazo na espirometria e características clínicas como: • Frequência da necessidade de corticoides orais • Necessidade de internação • Necessidade de admissão em unidade de terapia intensiva (UTI) • Necessidade de entubação https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma- e-doen%C3%A7as- relacionadas/asma#v31726177_pt O5: DISCUTIR MEDIDAS PREVENTIVAS,COM ÊNFASE NO CONTROLE AMBIENTAL E VACINAÇÃO. Como prevenir a asma? A asma é uma inflamação dos brônquios sem uma causa aparente, mas é possível controlar as crises e até prevenir que elas aconteçam com algumas medidas simples. • Mantenha o ambiente limpo. • Evite acúmulo de sujeira ou poeira. • Tome sol. A vitamina D está relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico, como a asma. • Evite cheiros fortes. • Tome a vacina da gripe. • Não fume. • Se agasalhe, principalmente na época de frio. • Pratique atividades físicas regularmente. • Tenha alimentação saudável. • Beba bastante líquido (água). • Mantenha o peso ideal. https://conceicaodorioverde.mg.gov.br/asma- causas-sintomas-tratamento-diagnostico-e- prevencao/ Os fatores de risco podem ser divididos em ambientais e próprios do paciente, como é o caso dos aspectos genéticos, obesidade e sexo masculino (durante a infância). Os fatores ambientais são representados pela exposição à poeira, infecções virais, alérgenos como ácaros, pólen, pelo de animais, fumaça de cigarro, irritantes químicos e poluição ambiental, mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos, estresse emocional e até mesmo alguns tipos de medicamentos. Quando não houver como evitar a exposição, o paciente pode seguir alguns cuidados, como: • Evitar atividades físicas ao ar livre, especialmente em dias frios; • Evitar baixa umidade ou exposição em dias com muita poluição; • Não fumar e evitar ambientes fechados com pessoas fumando. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de- a-a- z/a/asma#:~:text=Evitar%20atividades%20f%C3%AD sicas%20ao%20ar,ambientes%20fechados%20com% 20pessoas%20fumando. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma#v31726177_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma#v31726177_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma#v31726177_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/asma-e-doen%C3%A7as-relacionadas/asma#v31726177_pt https://conceicaodorioverde.mg.gov.br/asma-causas-sintomas-tratamento-diagnostico-e-prevencao/ https://conceicaodorioverde.mg.gov.br/asma-causas-sintomas-tratamento-diagnostico-e-prevencao/ https://conceicaodorioverde.mg.gov.br/asma-causas-sintomas-tratamento-diagnostico-e-prevencao/ https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/asma#:~:text=Evitar%20atividades%20f%C3%ADsicas%20ao%20ar,ambientes%20fechados%20com%20pessoas%20fumando https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/asma#:~:text=Evitar%20atividades%20f%C3%ADsicas%20ao%20ar,ambientes%20fechados%20com%20pessoas%20fumando https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/asma#:~:text=Evitar%20atividades%20f%C3%ADsicas%20ao%20ar,ambientes%20fechados%20com%20pessoas%20fumando https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/asma#:~:text=Evitar%20atividades%20f%C3%ADsicas%20ao%20ar,ambientes%20fechados%20com%20pessoas%20fumando https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/asma#:~:text=Evitar%20atividades%20f%C3%ADsicas%20ao%20ar,ambientes%20fechados%20com%20pessoas%20fumando 13 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA VACINAÇÃO: Outras abordagens no manejo da asma No Brasil, a vacinação contra influenza está indicada para pacientes com asma, uma vez que o vírus está associado a maior morbidade nesses pacientes. Além disso, as vacinas antipneumocócicas (polissacarídica 23-valente e conjugada 10-valente) estão disponíveis no SUS para indivíduos com asma persistente moderada e grave, pois eles são mais susceptíveis à infecção pneumocócica. A imunoterapia é administrada por via subcutânea ou sublingual, sendo uma opção naqueles asmáticos com um componente alérgico proeminente. O benefício é menor nos indivíduos com asma grave e polissensibilizados. https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o- manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de- pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas DISPARADORES: https://www.youtube.com/watch?v=4Oaih2WfZRs https://www.youtube.com/watch?v=NEX8lQ4pw5w Referências Bibliográficas: ·II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica– DPOC – 2004 ·Diretrizes Brasileiras para o Manejo de DPOC- 2016 ·GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease), 2019Report. ·Fernandes F. L. A. e col. Recomendações para o tratamento farmacológico da DPOC: perguntas e respostas. J Bras Pneumol. 2017;43(4):290-301. ·Doenças Pulmonares– Tarantino – Quinta Edição ·SPPT – Série Atualização e Reciclagem em Pneumologia – Volume 7 – Insuficiência Respiratória Crônica – Capítulo 5 ·Pneumologia - Atualização e Reciclagem– Volume II – Capítulo 25 ·Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada– SBPT – 2000 ·Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012 ·GINA (GLOBAL STRATEGY FOR ASTHMA MANAGEMENT AND PREVENTION) 2017 IRAT: 1) Assinale a alternativa correta em relação ao manejo terapêutico da criança com asma. a. O tratamento deve ser ajustado em um ciclo contínuo de avaliação, tratamento e revisão da resposta do paciente, tanto para o controle dos sintomas quanto para o risco futuro. b. A asma deve ser tratada com base nos episódios de exacerbações. F – o tratamento é para evitar exacerbações. c. O controle das limitações atuais deve ser avaliado em relação aos últimos 60 dias. F – a avaliação do controle, em geral, é feita em relação às últimas 4 semanas. d. O tratamento para crianças acima de 6 anos é definido somente com 4 etapas terapêuticas F – 5 etapas A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por: ◦ hiper responsividade das vias aéreas inferiores ◦ limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. São indicativos de asma um ou mais dos seguintes sintomas: ◦ dispneia, tosse crônica, sibilância, aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã; ◦ sintomas episódicos; ◦ melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma (broncodilatadores, anti- inflamatórios esteroides); ◦ com diagnósticos alternativos excluídos. Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental, e outros fatores específicos. São objetivos do tratamento da asma na inter-crise: ◦ controlar sintomas, prevenir exacerbações agudas, manter provas de função pulmonar a prática de exercícios, evitar os efeitos colaterais dos https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.youtube.com/watch?v=4Oaih2WfZRs https://www.youtube.com/watch?v=NEX8lQ4pw5w 14 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA medicamentos utilizados para o seu tratamento, prevenir o desenvolvimento de obstrução irreversível das vias aéreas e prevenir a mortalidade por asma. Forma: ◦ Educação do paciente de modo a desenvolver um padrão para o manejo da asma ◦ acesso e monitorização de gravidade da asma com medidas objetivas da função pulmonar ◦ evitar ou controlar desencadeantes e estabelecer planos para o manuseio crônico da terapêutica instituída ◦ avaliar continuamente a resposta ao tratamento. Controle da asma: Diferença entre controle e gravidade da asma O conceito de controle da asma compreende dois domínios distintos: o controle das limitações clínicas atuais, como sintomas mínimos durante o dia e ausência de sintomas à noite, necessidade reduzida de medicação de alívio dos sintomas; ausência delimitação das atividades físicas; e redução de riscos futuros, como exacerbações, perda acelerada da função pulmonar e efeitos adversos do tratamento.(1,24) Com base nesses parâmetros, a asma pode ser classificada em controlada, parcialmente controlada e não controlada (Quadro 1).(1,25,26) A avaliação do controle, em geral, é feita em relação às últimas 4 semanas. https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/31 18/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma- da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e- tisiologia---2020 Manejo da asma em crianças de 6-11 anos: A linha central do tratamento medicamentoso de pacientes com asma em idade escolar (6-11 anos) é semelhante à de pacientes adolescentes e adultos, sendo que nos último anos o omalizumabe (anti-IgE), o tiotrópio (anticolinérgico) e o mepolizumabe (anti- IL-5) tornaram-se alternativas de tratamento para essa faixa etária. Entretanto, existem algumas particularidades para esse tratamento farmacológico, de acordo com as etapas de tratamento da GINA: • Etapa I: sempre que for necessário, usar SABA e associar CI durante o período de sintomas. • Etapa II: o tratamento preferencial é com CI contínuo em doses baixas. • Etapa III: tratamento com CI em doses moderadas ou CI em doses baixas associado a LABA. • Etapa IV: pacientes sem controle da doença na etapa III devem manter o tratamento de controle e ser encaminhados para um especialista, o qual irá avaliar a necessidade de aumentar a dose do CI e/ou associar tiotrópio. • Etapa V: tiotrópio, omalizumabe e mepolizumabe são opções para essa faixa etária, conforme a avaliação fenotípica da asma e a experiência clínica do especialista. O uso de corticoide oral (CO) em doses baixas tornou-se a última opção para associação nessa etapa do tratamento. https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o- manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de- pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2013/as ma8periodo_21_08_2013.pdf https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2013/asma8periodo_21_08_2013.pdf https://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2013/asma8periodo_21_08_2013.pdf 15 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA http://aaai-asbai.org.br/detalhe_artigo.asp?id=741 2) A frequência de uso de SABA short-acting B2 agonist (SABA, B2-agonista de curta duração), é um dos parâmetros que definem qual tratamento de manutenção é o mais apropriado, e a redução do seu uso é uma das metas do tratamento da asma. Sendo adequado o item: a. O uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano não está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior risco de morte por asma. b. O uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano está associado a um menor risco de exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior risco de morte por asma. c. O uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso de › 1 canister/mês não está associado a um maior risco de morte por asma. d. O uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior risco de morte por asma. Em paciente sem uso de corticoide inalatório (CI) ou CI + LABA (B2-agonistade longa duração) em dose fixa, o SABA (B2-agonista de curta duração) é indicado como opção de medicação de resgate em todas as etapas do tratamento da asma. O uso de SABA por demanda (sempre associado a CI) é eficaz no alívio imediato dos sintomas e na prevenção em curto prazo dos sintomas induzidos por exercício. A frequência de uso de SABA é um dos parâmetros que definem qual tratamento de manutenção é o mais apropriado, e a redução do seu uso é uma das metas do tratamento da asma. O uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano) está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior risco de morte por asma. Steps da Asma > 12 anos Steps da Asma 6 – 12 anos: Alterações 2022: O Tezepelumab, um anti-TSLP, conhecido como alarminas, que apresenta boa eficácia e segurança, já foi incluído no novo consenso, e pode ser utilizado para pacientes com resposta T2 ou não T2, sobretudo no paciente com asma grave. A preocupação com biomarcadores como eosinófilos e o FeNO (fração exalada do óxido nítrico) não parece ser tão importante no manejo da droga. Assim como o tezepelumab, o dupilumab, um anti-IL4 e anti-IL13, foi aprovado para crianças na faixa etária a partir de seis anos pelas agências de regulação americanas. O uso de corticoides inalatórios ainda permanece como a principal forma de tratamento e deve estar presente desde a etapa 1, mesmo sob demanda, até a etapa 5. O GINA ainda coloca a expansão com melhoria e acesso do tratamento em pacientes de baixa e média renda, reforçando que o beta agonista isolado como o salbutamol pode ser utilizado em associação com algum corticoide inalatório, não apenas a combinação formoterol-budesonida. http://aaai-asbai.org.br/detalhe_artigo.asp?id=741 16 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Ainda sobre a combinação budesonida-formoterol, é interessante lembrar que ela não é aprovada para a idade escolar entre seis a onze anos. ◦ Nessa faixa etária o ideal permanece sendo o uso de beclometasona e salbutamol para asma leve. Na faixa etária pediátrica também não há indicação de uso apenas de salbutamol, ou seja, broncodilatadores de ação curta (SABA) isoladamente. ◦ O tratamento sempre deve envolver o uso de corticoide inalatório. ◦ Quanto maior o uso do SABA, mesmo na asma leve, maior o risco de exacerbações. Steps da Asma < 6 anos: Tratamento de resgate com SABA Em pacientes em uso de CI ou CI + LABA em dose fixa, o SABA é indicado como opção de medicação de resgate em todas as etapas do tratamento da asma. O uso de SABA por demanda, sempre associado a CI, é eficaz para o alívio imediato dos sintomas e na prevenção em curto prazo de sintomas induzidos por exercício. O uso excessivo de SABA (> 3 canisters no ano) está associado a um maior risco de exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior risco de morte por asma. Por isso, a redução do seu uso é umas das metas do tratamento da asma. https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o- manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de- pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/31 18/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma- da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e- tisiologia---2020 Atualmente, o tratamento farmacológico indicado pelas principais diretrizes nacionais e internacionais baseia-se na prescrição de corticosteroides inalatórios, combinados ou não com broncodilatadores de longa duração. O uso de broncodilatadores de curta duração fica indicado para o alívio dos sintomas duranteas crises, sempre associado a um corticoide inalatório. Vale ressaltar que o sucesso do tratamento farmacológico depende da combinação de adesão ao tratamento prescrito e técnica inalatória correta. Historicamente, a introdução dos corticosteroides inalatórios como terapia preventiva da asma demonstrou-se um fator de grande impacto na redução das taxas de hospitalização e na mortalidade pela doença. Além disso, foi demonstrado que o uso excessivo de broncodilatadores de curta duração (3 ou mais dispositivos de SABA/ano) está associado ao mau controle da asma (exacerbação) e ao aumento do risco de morte por asma (12 ou mais dispositivos de SABA/ano). Contudo, o uso do tratamento de controle não é realidade para todos os pacientes e ainda há muitas pessoas que fazem apenas o uso de SABA, por dificuldade de acesso ao tratamento completo ou por falta de informação acerca de sua importância. https://www.fundacaoproar.org.br/noticia?post=uso- excessivo-de-saba-como-identificar 3) Considerando a alta prevalência de asma na população brasileira, sobretudo jovem, considere as seguintes condutas para seu manejo: I. Todos devem fazer controle ambiental. II. Paciente no uso de corticóide inalatório + formoterol por demanda, sem controle satisfatório, muda preferencialmente para corticóide inalatório diário com o beta agonista de ação curta por demanda. III. Na adição de tiotrópio ao esquema, avaliar fenotipagem com dosagem de Anti-IgE ou anti- IL5 ou anti-IL4R. IV. O montelucaste tem ação não inferior ao corticóide inalado no controle da asma, embora tenha ação menor na redução das exacerbações. Pode ser uma alternativa nos casos que não respondem ao corticóide inalado com formoterol sob demanda. As alternativas corretas são: a. I e II b. I, II e III c. I e III d. Todas estão corretas A Asma é uma das doenças crônicas mais comuns que afeta tanto crianças quanto adultos ◦ Problema mundial de saúde e acomete cerca de 300 milhões de pessoas ◦ Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. Existem inúmeras medidas não farmacológicas e farmacológicas para controle sintomático, dentre elas: ◦ o controle ambiental que objetiva eliminar agentes que exacerbem os sintomas irritativos. Sobre a ação medicamentosa, introdução precoce do tratamento anti-inflamatório com corticosteroides inalatórios (CI) resulta em melhor controle de sintomas ◦ preservar a função pulmonar em longo prazo ◦ prevenir ou atenuar o remodelamento das vias aéreas ◦ OBS: em caso de não efeito esperado em uso por demanda o corticoide deverá ter indicação diária, devendo se atentar aos possíveis efeitos colaterais. https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.sanarmed.com/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia-2020-ligas https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3118/pt-BR/recomendacoes-para-o-manejo-da-asma-da-sociedade-brasileira-de-pneumologia-e-tisiologia---2020 https://www.fundacaoproar.org.br/noticia?post=uso-excessivo-de-saba-como-identificar https://www.fundacaoproar.org.br/noticia?post=uso-excessivo-de-saba-como-identificar 17 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA O Tiotrópio é um broncodilatador anticolinérgico de longa duração (LAMA) ◦ tem sido utilizado com eficácia em doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) há mais de uma década ◦ recentemente teve sua utilização aprovada para asmáticos ◦ É indicada geralmente na etapa 5 de tratamento, quando a asma não foi controlada com etapa 4 (pacientes com quase uso diário ou com despertar noturno ≥ 1x semana ou com baixa função pulmonar, CI média dose + LABA [beta agonista de longa duração], como alternativa, Cl alta dose), sendo indicado nessa etapa CI alta dose + LABA. ◦ Referendar ao especialista para fenotipagem e adicionar tiotrópio, anti-IgE, anti-IL5/R, anti-IL4, como alternativa pode ser indicado corticoide oral baixa dose. O Montelucaste é utilizado para prevenção e manejo a longo prazo dos sintomas da asma, sendo de fato alternativa nos casos que não respondem ao corticóide inalado com formoterol sob demanda. I - O controle ambiental para reduzir a exposição a alérgenos domiciliares é um elemento importante no tratamento das doenças alérgicas. Portanto, uma vez tendo ocorrido a sensibilização, são apropriadas recomendações para diminuir a exposição alergênica no ambiente ao(s) alérgeno(s) específico(s). https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/Hmmv4tMdXRSY4x 9zSZ9dH7v/?format=pdf&lang=pt#:~:text=Em%20co nclus%C3%A3o%2C%20o%20controle%20ambiental ,s)%20espec%C3%ADfico(s). II e III - Tratamento preferencial de controle da asma: A base do tratamento medicamentoso da asma é constituída pelo uso de CI associado ou não a um long-acting β2 agonist (LABA, β2-agonista de longa duração). Esses medicamentos estão disponíveis para uso no Brasil em diversas dosagens e dispositivos inalatórios. Na prática clínica, a escolha da droga, do dispositivo inalatório e da respectiva dosagem deve ser baseada na avaliação do controle dos sintomas, nas características do paciente (fatores de risco, capacidade de usar o dispositivo de forma correta e custo), na preferência do paciente pelo dispositivo inalatório, no julgamento clínico e na disponibilidade do medicamento. Portanto, não existe uma droga, dose ou dispositivo inalatório que se aplique indistintamente a todos os asmáticos. O tratamento de controle da asma é dividido em etapas de I a V,(1) nas quais a dose de CI é aumentada progressivamente e/ou outros tratamentos de controle são adicionados. https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/Hmmv4tMdXRSY4x9zSZ9dH7v/?format=pdf&lang=pt#:~:text=Em%20conclus%C3%A3o%2C%20o%20controle%20ambiental,s)%20espec%C3%ADfico(s https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/Hmmv4tMdXRSY4x9zSZ9dH7v/?format=pdf&lang=pt#:~:text=Em%20conclus%C3%A3o%2C%20o%20controle%20ambiental,s)%20espec%C3%ADfico(s https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/Hmmv4tMdXRSY4x9zSZ9dH7v/?format=pdf&lang=pt#:~:text=Em%20conclus%C3%A3o%2C%20o%20controle%20ambiental,s)%20espec%C3%ADfico(s https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/Hmmv4tMdXRSY4x9zSZ9dH7v/?format=pdf&lang=pt#:~:text=Em%20conclus%C3%A3o%2C%20o%20controle%20ambiental,s)%20espec%C3%ADfico(s 18 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/jbyyhBv98bWq3Wk svBqnDBn/?format=pdf&lang=pt IV – Montelucaste: O montelucaste é um antagonista de receptores de leucotrienos que atua bloqueando a broncoconstrição e reduzindo a inflamação da via aérea. Tem efeito não inferior ao CI no controle da asma, porém seu efeito na redução das exacerbações é menor. O montelucaste associado ao CI está incluído como outra opção de tratamento nas etapas II a IV da GINA. O montelucaste também pode ser adicionado à associação CI + LABA na tentativa de melhorar o controle da asma (etapa IV) e pode ser uma opção ao uso de SABA na asma induzida por exercício, sendo usado diariamente ou de forma intermitente. A dose recomendada para asmáticos de 2 a 5 anos de idade é de 4 mg; de 6 a 14 anos é de 5 mg; e ≥ 15 anos é de 10 mg, uma vez ao dia. 4) Mulher de 66 anos tem diagnóstico de asma desde a infância. Alega que, durante a infância e adolescência, tinha várias crises
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