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HAS DEFINIÇÃO É UMA doença crônica não transmissível definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou medicamentoso) superam os riscos. TRATA-SE DE UMA condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/ epigenéticos, ambientais e sociais. CARACTERIZADA POR elevação PERSISTENTE da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. CLASSIFICAÇÃO VIII DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO DA SBC DE 2020 VII DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO DA SBC • NORMOTENSÃO VERDADEIRA (NV): medidas da PA no consultório e fora do consultório normais. • HA SUSTENTADA (HS): quando ambas são anormais • EFEITO DO AVENTAL BRANCO: diferença de pressão entre as medidas obtidas no consultório e fora dele, desde que a diferença seja ≥ 20 mmHg na PAS e/ou ≥ 10 mmHg na PAD. • HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO: valores anormais de PA no consultório, porém com valores normais pelo MAPA ou MRPA • HIPERTENSÃO MASCARADA: valores normais de PA no consultório, porém com PA elevada pelo MAPA ou MRPA • HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA: PAS aumentada e PAD normal. • CRISE HIPERTENSIVA: PA que leva a sintomas. o URGÊNCIA HIPERTENSIVA: assintomática, sem lesão de órgão alvo. o EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA: com lesão de órgão alvo e risco iminente de morte. • PSEUDOCRISE HIPERTENSIVA: é a presença de sintomas inespecíficos associados a discreto PA. HIPERTENSÃO PRIMÁRIA X HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA HIPERTENSÃO PRIMÁRIA OU HIPERTENSÃO ESSENCIAL: 95% dos casos, a HAS é de causa desconhecida, não se consegue evidenciar uma causa envolvida. HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: 5% dos casos, a causa da hipertensão arterial pode ser conhecida. CAUSAS MAIS COMUNS: doença parenquimatosa renal e a estenose de artéria renal (hipertensão renovascular). OUTRAS CAUSAS: coartação da aorta, síndrome de Cushing, feocromocitoma, hiperaldosteronismo primário, hiperparatireoidismo primário, hipo e hipertireoidismo, acromegalia, policitemia vera, uso de drogas ilícitas (cocaína), ciclosporina. EPIDEMIOLOGIA • Maior incidência com da idade. • Maior prevalência em ♂ e após menopausa a incidência em ♀. • 30% da população. • 5% HAS secundária. • da prevalência em lugares frios e área urbana. FATORES DE RISCO IDADE: envelhecimento (enrijecimento e perda de complacência dos vasos sanguíneos) SEXO: há uma relação entre ♀ pós-menopausa, pois há a perda do estrógeno (fator protetor) ETNIA: alta prevalência na população negra, pois há um fator genético envolvido, o gene APOL-1 (confere proteção contra infecções tripanossômicas, tendo como efeito colateral um maior predisposição à HAS e suas complicações), relacionado ao SRAA, pois há lesão renal e associação com a hipertensão. Por esse motivo deve-se evitar IECA e BRA em pacientes negros!! EXCESSO DE PESO E OBESIDADE: A presença de mais gordura faz com que o organismo necessite de mais volume → dos vasos para aguentar → ↑ RVP, ↑DC e ↑ PA Associação com resistência a insulina, hiperatividade adrenérgica, ateroma, liberação de substâncias pró-inflamatórias pelos adipócitos INGESTA DE SAL: o consumo excessivo de sal é um dos principais fatores de risco para HAS e associa-se a eventos cardiovasculares e renais Consumo máximo recomendado: 2 g/dia O consumo excessivo de sal acumula no espaço extracelular (retenção de sódio) → chama H20 por osmose (↑ retenção de H20) = ↑ volume extracelular e ↑ PA INGESTA DE ÁLCOOL: em homens, o risco aumentado de HAS tornou- se consistente a partir de 31 g de álcool por dia Ocorre ativação adrenérgica central 1 taça de vinho por dia é benéfico = vasodilatador SEDENTARISMO: os indivíduos insuficientemente ativos são os que não atingiram pelo menos 150 min semanais de atividade física (considerando lazer, trabalho e deslocamento) FATORES SOCIOECONÔMICOS: menor nível de escolaridade TABAGISMO: a nicotina é vasoconstritora MEDICAMENTOS E DROGAS ILÍCITAS FISIOPATOLOGIA Pressão arterial = força por unidade de área exercida pelo sangue contra a parede vascular. Essa força promove o deslocamento da coluna de sangue dentro do circuito vascular até retornar ao coração. “Sabemos que a pressão arterial é dada pela fórmula” PA = DC x RVP • Para haver HAS, um dos dois componentes da fórmula (ou os dois) tem que estar aumentado. • Através de mecanismos vasculares autorregulatórios, a RVP pode elevar-se em resposta a um DC aumentado ou a uma PA elevada • HAS ocorre pelos fatores de risco + alteração da fisiologia normal de regulação da PA $$ acesso à saúde MECANISMOS NEUROGÊNICOS FISIOLOGICAMENTE: PA → estimula os barorreceptores → feedback pelo SNA → sinais chegam ao bulbo → onde enviam → sinais secundários de da vasoconstrição e do estímulo parassimpático vagal → tal ativação leva a bradicardia, vasodilatação, da força de contratilidade miocárdica → PA FISIOPATOLOGIA DA HIPERTENSÃO SUSTENTADA: esses mecanorreceptores sofrem adaptação, deslocando sua faixa de funcionamento para os novos níveis de PA INFLUÊNCIA DO DC NA RVP AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO ORGÂNICO: o tônus arteriolar dos órgãos é regulado de forma a manter mais ou menos constante o seu fluxo sanguíneo. DC → estimula a vasodilatação arteriolar DC → estimula a vasoconstrição arteriolar DC → por induzir vasoconstrição → pode RVP → DC → fazendo- o voltar ao normal. principais teorias patogênicas da HAS primária explicam o inicial de PA através do do DC, geralmente por retenção de sal e água pelo organismo. MECANISMO RENAL “CONTROLE A LONGO PRAZO” FISIOLOGICAMENTE: PA → perfusão renal → secreção de renina → conversão de angiotensinogênio em angiotensina I → conversão da angiotensina I em angiotensina II pela ECA nos rins e pulmões → síntese e secreção de aldosterona (age nos canis de Ca) → a reabsorção de Na+. FISIOPATOLOGIA DA HAS: ausência na modulação da angiotensina II → a sensibilidade ao sódio → a vasoconstrição → PA RETENÇÃO DE SÓDIO E ÁGUA PELOS RINS INDIVÍDUOS NORMOTENSOS: os rins respondem ao PA com uma maior natriurese (natriurese pressórica). INDIVÍDUOS HIPERTENSOS: a natriurese só aumenta em níveis proporcionalmente maiores de PA. Retenção de Na+ e água → volemia → DC → PA PAPEL DO SRAA A maioria dos hipertensos tem renina plasmática normal (60%) ou baixa (30%). Será que isso afasta o papel da renina na gênese da HAS? A resposta é não. Na verdade, se pararmos para pensar, todo hipertenso deveria ter renina plasmática baixa, já que este hormônio é regulado pela volemia e pela pressão arterial. O fato de encontrarmos renina plasmática na faixa normal → indica que ela está sendo produzida em quantidades acima do esperado REMODELAMENTO VASCULAR (ALTERAÇÃO DO CALIBRE) O aumento crônico da PA tem importantes efeitos nos vasos sanguíneos, tanto nos de condutância (artérias), quanto os de resistência (arteríolas), através de um processo chamado “REMODELAMENTO VASCULAR” Desbalanço entre vasoconstritor e vasodilatador, alterando a biodisponibilidade de NO → PA → estimula a → liberação local de substâncias tróficas → que promovem a → proliferação e o desarranjo celular da parede dos vasos (hipertrofia da camada muscular) → do lúmen COM O PASSAR DOS ANOS → a RVP vai aumentando, servindo como o principal fator de manutenção (ou progressão) da hipertensão arterial. EM OUTRAS PALAVRAS, PODEMOS DIZER: hipertensão arterial gera mais hipertensão arterial! ESTADO INFLAMATÓRIO CRÔNICO citocinas e eNOS: estresse oxidativo, degrada NO, tônus do M. liso vascular → induz proliferação de células musculares na camada média → permeabilidade do endotélio, facilitando a passagem de LDL e proporciona a aterosclerose QUADRO CLÍNICO:A maioria dos pacientes são ASSINTOMÁTICOS. Podem apresentar: • Tontura, zumbido e epistaxe • Cefaleia • Dor torácica • Dispneia • Déficits neurológicos • PICOS HIPERTENSIVOS: dores no peito, visão embasada, cefaleia suboccipital e pulsátil pela manhã • HIPERTENSÃO MALIGNA: evolução acelerada, náuseas, vômitos, LOA, falta de ar e fraqueza LESÃO DE ÓRGÃOS ALVO: (COMPLICAÇÃO DA HAS) • ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA: agitação, delirium, convulsões, alterações visuais, papiledema. • DISSECÇÃO AÓRTICA: dor torácica de forte intensidade e assimetria de tórax • EDEMA AGUDO DE PULMÃO: dispneia, crepitações pulmonares • CARDIOPATIA HIPERTENSIVA: hipertrofia ventricular esquerda, disfunção diastólica, arritmia, insuficiência cardíaca, sopro carotídeo, IAM (doença coronariana) • LESÃO VASCULAR: arteriosclerose hialina; arteriosclerose hiperplásica, microaneurismas de charcot-bouchard • ATEROSCLEROSE • DOENÇA CEREBRO VASCULAR: AVE isquêmico é o mais comum, na maioria das vezes causado por fenômeno tromboembólico relacionado a aterosclerose carotídea. AVE hemorrágico tem seu risco pela HAS. • NEFROPATIA HIPERTENSIVA: primeiro sinal de comprometimento é a presença de microalbuminúria (excreção de albumina em 24 horas entre 30-300 mg). Aumento progressivo da proteinúria (NEFROESCLEROSE HIPERTENSIVA MALIGNA: mais comum em negros, associada a hematúria e proteinúria). • RETINOPATIA HIPERTENSIVA DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Aferição da PA nos 2 MMSS, deitado, sentado e em pé. PA no consultório: Média entre 2 medidas de PA, em pelo menos duas consultas com valores ≥ 140x90 mmHg. (Caso os valores sejam muito altos o diagnóstico é fechado em uma consulta) MRPA: média de várias PA ≥ 135x85, feita corretamente MAPA: Média de aferições automáticas, durante o período de vigília com valores ≥ 130x85; em 24 horas ≥ 130x85 e durante o sono ≥ 120x70 FLUXOGRAMA: para diagnóstico de HAS EXAME FÍSICO: CC, IMC, FC, FR, PA, ausculta cardíaca e pulmonar, palpação de tireoide e carótidas, pulsos, verificar edema, palpar e auscultar abdome, exame neurológico e fundoscopia EXAMES LABORATORIAIS “Avaliação inicial de rotina para o paciente hipertenso” • Análise de urina (EAS, urina tipo 1 ou sumário de urina) • Potássio plasmático e Ureia plasmática • Creatinina plasmática e estimativa da taxa de filtração glomerular • Glicemia de jejum • Lipidograma completo (perfil lipídico) • Ácido úrico plasmático - Eletrocardiograma (ECG) # repetir a cada 1 ano # repetir a cada 6 meses: glicemia em jejum e ácido úrico EXAMES COMPLEMENTARES E INDICAÇÕES ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR (RCV) Uma estimativa do risco cardiovascular (risco de eventos futuros, como IAM e AVC) é essencial para definir a necessidade e a “agressividade” da terapêutica anti-hipertensiva ESTIMATIVA DO RCV DIRETAMENTE RELACIONADO À HAS CONSISTE EM avaliar o risco cardiovascular “adicional”. SOMA-SE o risco atribuível ao grau de hipertensão do paciente com o risco atribuível à presença de outros fatores. METAS PRESSÓRICAS HAS ESTÁGIO 1 E 2 COM RCV ALTO: < 130 x 80 mmHg HAS ESTÁGIO 3, HAS ESTÁGIO 1 E 2 COM RCV BAIXO OU INTERMEDIÁRIO: < 140 x 90 mmHg TRATAMENTO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO *TABELA* TRATAMENTO MEDICAMENTOSO TABELAS DE MEDICAMENTOS
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