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Conceitos A hipertensão arterial é a condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos >=140 e/ou 90 mmHg. ⇨ Hipotensão ortostática o Redução da PAS >20 ou PAD >10 ⇨ Pré-hipertensão o >120/80 o >120 e/ou <80 (AHA – não é PH, mas pressão arterial elevada) ⇨ HAS 1 o >140/90 o >130/80 (AHA) ⇨ HAS 2 o >160/100 ⇨ HAS 3 o >180/110 ⇨ MAPA (registro intermitente por 24h ou mais; permite ver as alterações circadianas da PA) o Vigília ▪ >135/85 o Sono ▪ >120/70 o 24h ▪ >130/80 ⇨ MRPA (3 medições pela manhã e 3 à noite, por 5 dias) o >135/85 ⇨ Efeito do avental branco o Diferença de pressão entre as medidas obtidas no consultório e fora dele, desde que >20 e/ou >10. ⇨ Hipertensão mascarada o Valores normais no consultório, porém elevados no MAPA ou MRPA. ⇨ Hipertensão sistólica isolada o PAS aumentada com PAD normal. Epidemiologia ⇨ No Brasil, atinge 32,5% dos indivíduos adultos; sendo mais de 60% dos idosos. ⇨ Mais comum e mais grave em negros. ⇨ Antes da menopausa, menor prevalência em mulheres. Fatores de risco ⇨ Idade ⇨ Etnia ⇨ Excesso de peso/obesidade ⇨ Ingestão de sal e álcool ⇨ Sedentarismo ⇨ Genética Etiologia e fisiopatologia Muitos estudos sugerem que a base fisiológica para a hipertensão é um defeito na excreção renal de sódio. Hipertensão sensível ao sódio ⇨ Pessoas hipertensas têm uma resposta exagerada (elevação da PA) à ingestão de sal. Hipótese genética ⇨ Polimorfismos genéticos que favorecem a retenção de sódio pelo rim, quando associados à alta ingestão de sódio, possuem papel crucial na patogênese. Hipótese congênita (número de néfrons diminuído) ⇨ Estresses ambientais durante a gravidez podem levar a alterações epigenéticas que afetem o feto ao mais tardar (programação fetal). ⇨ Estudos com bebês prematuros demonstra relação entre termo e desenvolvimento de má formações renais, levando a um baixo número de néfrons. Hipótese imunológica ⇨ Dietas com alta ingesta de sódio induzem à ativação do sistema imune a nível renal. ⇨ Biópsias de pacientes hipertensos demonstraram inflamação com participação de células T e macrófagos em 90% dos pacientes. o Inflamação causando remodelamento ▪ Microvascular ▪ Alterações da regulação dos vasos, induzindo uma vasoconstricção renal persistente. ▪ Aumenta AT2 e diminui NO, diminuindo a excreção renal de sódio. ▪ Isquemia a médio-longo prazo Sódio modulando a hipertensão ⇨ O sódio induz tanto ao aumento da volemia quanto ao aumento da osmolaridade. ⇨ Osmolaridade o Ativa o SNA e induz à liberação de vasopressina, aumentando a PA; Vasos renais ⇨ A hipertensão primária é caracterizada por alterações patológicas das artérias pré-glomerulares; ⇨ Em 90% dos casos, a lesão é uma arteriosclerose. o Substituição do tecido muscular da média por tecido conectivo/fibroso. SRAA ⇨ A renina está no centro de várias investigações acerca da origem da hipertensão primária; o Os hipertensos possuem nível de renina normal; o Porém, deveria ser diminuído, visto que esta é contrarregulada pela PA e volemia. o Ou seja, é produzida em quantidades acima do esperado. ⇨ A AT2 possui efeito trófico remodelador; Diagnóstico ⇨ Indicações para MAPA ou MRPA o Suspeita de HAB ou HM o Grandes variações da PA no consultório o Suspeita de pré-eclâmpsia o Confirmação de hipertensão resistente ⇨ Indicações específicas para MAPA o Discordância entre os valores em casa e no consultório o Avaliação das alterações durante o sono o Avaliação da variabilidade da PA ⇨ Hipertensão no consultório o Confirmada por 2 medições ou mais (ou MRPA/MAPA) Exames iniciais de rotina para o paciente hipertenso 1. Análise de urina (EAS) 2. Ácido úrico plasmático 3. Ritmo de filtração glomerular estimado 4. Creatinina plasmática 5. Potássio plasmático 6. Glicemia de jejum 7. Lipidograma 8. ECG Estratificação de risco cardiovascular O risco cardiovascular deve ser avaliado em todos os indivíduos hipertensos, pois auxilia na decisão terapêutica e permite uma análise prognóstica. Fatores de risco cardiovascular 1. Sexo masculino 2. Idade a. H55yo/M65yo 3. História de DCV prematura em parentes de primeiro grau 4. Tabagismo 5. Dislipidemia 6. Resistência à insulina a. Glicemia de jejum, TOTG ou Hb1Ac de pré-diabético 7. Obesidade a. IMC>30 b. CA>102/88cm Lesão de órgão-alvo 1. HVE 2. Espessura mediointimal da carótida >0,9mm ou placa carotídea 3. VOP carótido-femoral >10m/s 4. ITB <0,9 5. DRC estágio 3 6. Albuminúria ou relação albumina-creatinina Doença cardiovascular 1. Cerebrovascular a. AVE b. Hemorragia c. AIT 2. DAC a. Angina instável ou estável b. IAM c. Revascularização d. IC e. Doença arterial periférica sintomática f. DRC estágio 4 ou albuminúria g. Retinopatia Decisão de tratamento e metas terapêuticas ⇨ Pré-hipertensos o Sem risco CV e sem história prévia de DCV ▪ TNM o Com risco ou histórico (RISCO ALTO) ▪ Decisão individualizada (pode ser instituido tto medicamentoso) ⇨ HAS 1 o Risco baixo-moderado ▪ Tentativa com TNM ▪ TM caso TNM falhe; o Alto risco ▪ TM+TNM sempre ⇨ HAS 2 e 3 o TNM+TM sempre ⇨ Em idosos (>60/65) o Sempre que >140 o Nos muito idosos (>80) ▪ >160 Metas ⇨ 140/90 h. HAS 1 e 2 de risco baixo/moderado i. HAS 3 ⇨ 130/80 j. HAS 1 e 2 de alto risco Tratamento não medicamentoso 1. Controle ponderal 2. Medidas nutricionais a. Dietas i. DASH ii. Mediterrâneo iii. Vegetarianas b. Sódio c. Álcool 3. Atividade física 4. Tabagismo 5. Estresse Tratamento medicamentoso O tratamento medicamentoso visa, principalmente, a redução da morbimortalidade CV. As evidências mostram benefícios com o uso de: 1. Diuréticos tiazídicos 2. Bloqueadores de canal de cálcio 3. Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina 2 4. Inibidores da enzima conversora de angiotensina 5. Beta-bloqueadores 1. Diuréticos a. De alça (furosemida) aos casos de IR ou edema; b. Hidroclorotiazida, indapamida, clortalidona c. Mecanismo de ação i. Possui efeito natriurético, diminuindo o volume extracelular e, consequentemente, a RVP. ii. Reduzem a PA. d. Efeitos colaterais (4 hipo e 3 hiper) i. Hipovolemia ii. Hiponatremia iii. Hipocalemia iv. Hipomagnesemia v. Hiperglicemia vi. Hiperuricemia vii. Hiperlipidemia 2. Bloqueadores de canal de cálcio a. Di-idropiridínicos (anlodipino e nifedipino) i. Efeito vasodilatador, com pouca interferência na FC e função sistólica b. Não di-idropiridínicos (verapamil) i. Usado como bradicardizante e antiarrítmico c. Mecanismo i. Bloqueia canais de cálcio da membrana de células das arteríolas ii. Diminui a RVP d. Efeitos colaterais i. Edema maleolar ii. Dermatite ocre iii. Rubor facial iv. Cefaleia e tonturas v. Hipertrofia gengival 3. Bloqueadores AT1 (BRA) a. Losartana b. Mecanismo i. Antagonizam a ação da AT2 por meio do bloqueio específico dos receptores AT1 (responsáveis pela ação vasoconstritora) c. Colaterais i. Contraindicado na gravidez ii. Extremamente raros; entre eles, o exantema. 4. IECA a. Captopril e enalapril b. Mecanismo i. Inibe a conversão de AT1 em AT2 (que é vasoconstritora) c. Uteis em ICFER, anti-remodelamento cardíaco pós-IAM, retarda o declínio da função renal. d. Colaterais i. Tosse seca ii. Edema angioneurótico iii. Queda transitória da função renal iv. Contraindicadona gravidez e estenose renal bilateral. 5. Betabloqueadores a. 3ªg i. Seletivos para beta-1 1. Nebivolol ii. Não-seletivos 1. Carvedilol b. Mecanismo i. Diminuição do débito cardíaco ii. Diminuição da secreção de renina iii. Diminuição das catecolaminas iv. Os fármacos de 3ª geração também exercem efeito vasodilatador por outros mecanismos; 1. Carvedilol: bloqueio alfa-1 adrenérgico 2. Nebivolol: aumenta a síntese de NO. c. Colaterais i. Broncoespamo ii. Bradicardia iii. Distúrbios da condução atrioventricular iv. Insônia v. Pesadelos vi. Contraindicados em pacientes com asma, DPOC e bloqueio AV Complicações (lesões de órgãos-alvo) A HAS afeta basicamente dois elementos: os vasos e o coração. Estes estarão por trás de todas as complicações. A HAS inicia ou acelera o processo de remodelamento vascular, causando aumento progressivo e permanente da RVP (ciclo de hipertensão gerando hipertensão). As consequências deste processo é a arterioloesclerose, em suas variadas formas, e a aterosclerose. 1. Cardiopatias a. HVE i. Aumento crônico da pós-carga impondo uma resposta fisiológica ao miocárdio, que se hipertrofia. ii. Ação da AT2 como substância trófica. iii. Aumenta a mortalidade de eventos CV. b. Disfunções diastólica e sistólica c. Doença coronariana i. Isquemia silenciosa, angina, IAM e morte súbita; ii. A HAS é o principal fator de risco para o desenvolvimento; 1. A DAC é a principal causa de óbito no BR. 2. Cerebrovasculares a. Segunda maior causa de morte no BR; b. AIT, AVE, hemorragias c. Relação entre aterosclerose, HAS, etc 3. Nefropatia hipertensiva a. A HA causa alterações da histopatologia e disfunção renal; i. Verificadas pela medida do clearence de creatinina. b. A arterioloesclerose hialina é uma lesão típica. c. O primeiro sinal de comprometimento renal é a presença de microalbuminúria. 4. Retinopatia hipertensiva a. Consequência do remodelamento vascular; b. É um marco da hipertensão. c. Pode ser avaliada pela fundoscopia. 5. Como identificar a. ECG b. Espessura MI de carótida c. ITB d. TFG e. Microalbuminúria
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