Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FUNÇÕES PRIMÁRIAS DAS GLÂNDULAS • Secreção de enzimas digestivas. • Secreção de muco. PRINCÍPIOS GERAIS MECANISMOS DE ESTIMULAÇÃO GLANDULAR - CONTATO DO ALIMENTO COM O EPITÉLIO • A presença do alimento estimula a secreção glandular. • O contato do alimento com o epitélio faz com que o SN entérico seja ativado, por estimulação tátil, irritação química e / ou distensão da parede do TGI. - ESTIMULAÇÃO AUTÔNOMA • A estimulação parassimpática aumenta a taxa de secreção glandular. • A estimulação simpática causa um aumento brando / moderado da secreção glandular. Contudo, essa estimulação também pode promover a constrição dos vasos que suprem as glândulas, o que resulta em redução da secreção glandular. Assim, a estimulação simpática tem efeito duplo. SECREÇÃO PELAS CÉLULAS GLANDULARES - SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS 1 – Os nutrientes necessários para a secreção chegam à base das células glandulares pela circulação. 2 – As Mitocôndrias presentes na região basal utilizam os nutrientes para a síntese de ATP. 3 – ATP e substratos dos nutrientes são utilizados na síntese das substâncias orgânicas a serem secretadas no RE e no CG. Os ribossomos do RER são utilizados na síntese de proteínas a serem secretadas, as quais, juntamente com outras substâncias produzidas pelo RE, vão para o CG, onde são modificadas e liberadas no citoplasma em vesículas secretoras. Essas vesículas se concentram na região apical da célula. 4 – Estímulos nervosos e / ou hormonais estimulam a secreção do conteúdo presente nas vesículas pela superfície celular. No caso de uma estimulação hormonal, o hormônio interage com seu receptor e mecanismos de sinalização celular aumentam a permeabilidade da MP aos íons cálcio, que entram na célula e fazem com que as vesículas se fundam com a membrana apical, havendo liberação da secreção por exocitose. - SECREÇÃO DE ÁGUA E DE ELETRÓLITOS • Água e eletrólitos são secretados para acompanharem a secreção orgânica SECREÇÃO DE SALIVA • A saliva tem uma secreção serosa e uma mucosa. A serosa é composta por ptialina, que é uma α – amilase, para a digestão de amido. A mucosa, por outro lado, é composta por mucina, que lubrifica a protege superfícies. - Parótidas: secreção serosa. - Sublinguais e submandibulares: serosa e mucosa. - Orais: muco. - pH da língua está ente 6 e 7, o que é favorável à ação da ptialina. • A secreção da saliva ocorre em dois estágios. Primeiramente, os ácinos produzem a FUNÇÕES SECRETORAS DO TGI secreção primária, com ptialina e / ou mucinas, que à medida que flui pelos ductos salivares tem os seus íons Na reabsorvidos e os íons K secretados por troca com o Na, fazendo com que a [ Na ] diminua e a de K aumente. Esse processo faz com que seja criado uma eletronegatividade que resulta em reabsorção dos íons Cl-, que têm sua [ ] diminuída. Segundamente, íons bicarbonato são secretados nos ductos salivares, por troca com os íons Cl- e por transporte ativo. • A saliva também auxilia na higiene oral, dado a presença se íons tiocianato, de enzimas proteolítica, como a lisozima e anticorpos em sua composição. Esses compostos atacam bactérias patogênicas presentes na boca. - REGULAÇÃO NERVOSA DA SECREÇÃO SALIVAR • As glândulas salivares são controladas principalmente sinais nervosos parassimpáticos originados nos núcleos salivatórios superior e inferior presentes no tronco cerebral. Esses núcleos são excitados por estímulos gustativos e táteis. • A salivação também pode ser estimulada ou inibida por sinais nervosos provenientes da área do apetite, em resposta a sinais provenientes das áreas do paladar e do olfato do córtex cerebral ou da amígdala. • A salivação também pode ser estimulada por reflexos de irritação no estômago e no intestino, visto que, ao ser engolida, a saliva ajuda na remoção do fator irritativo, por meio de diluição ou neutralização. • A estimulação simpática aumenta pouco a salivação. • Além de fatores nervosos, o suprimento sanguíneo também afeta a salivação, pois a saliva requer em sua composição nutrientes presentes no sangue. Os sinais nervosos que aumentam a salivação, também dilata os vasos sanguíneos, bem como a própria saliva, o que proporciona a adequada nutrição das glândulas salivares. A maior parte desse efeito dilatador ocorre por causa da calicreína, secretada pelas células salivares ativadas, que age como enzima, clivando proteínas sanguíneas para formar a bradicinina, que é vasodilatador. SECREÇÃO GÁSTRICA - Glândula pilórica: muco e gastrina. GLÂNDULA OXÍNTICA / GÁSTRICA - SECREÇÕES • HCl. • Pepsinogênio. • Fator intrínseco. • Muco. - LOCALIZAÇÃO • Superfície interna do corpo e do fundo gástricos. - CÉLULAS • Mucosas do cólon. • Pépticas / principais. • Parietais / oxínticas - SECREÇÃO DE HCl • Ao mesmo tempo em que íons H+ são secretados para formar a solução ácida, íons bicarbonato difundem para o sangue, de modo que o sangue venoso gástrico tenha um pH mais alto que o do sangue arterial. • O HCl é formado nos canalículos das células oxínticas e conduzido por eles até a porção secretora da célula. 1 – A água presente na célula oxíntica dissocia em H+ e OH- por um processo catalisado pela H+ - K+ - ATPase. Além disso, a bomba de Na+ - K+ - ATPase transporta íons K+ para a célula, que tendem a ir par ao lúmen do canalículo, mas são levados novamente para o citoplasma por meio da H+ - K+ - ATPase, e reduz o Na+ intracelular, promovendo a absorção desse íon no lúmen do canalículo. Assim, a reabsorção de K+ e de Na+ do canalículo permite a concentração de H+ nesse local. 2 – A ida de H+ para os canalículos permite o acúmulo de OH- na forma de íon bicarbonato, a partir do CO2, por um processo catalisado pela anidrase carbônica. O íon bicarbonato é, então, encaminhado para o LEC em troca da entrada de íons Cl- no meio intracelular, e posteriormente para o canalículo. Assim, os íons Cl- interagem com os íons H+ e o HCl é formado e secretado pela abertura do canalículo. 3 – A secreção de íons extras pelo canalículo permite a entrada neles de água, por osmose. Assim, a secreção final do canalículo é formada por água, HCl, cloreto de potássio e cloreto de sódio. • A formação de uma secreção gástrica muito ácida é contribuída pela presença da barreira gástrica, pela formação de muco alcalino e pelas junções estreitas entre as células do epitélio estomacal, fatores que impedem o vazamento de ácido. • A secreção gástrica é estimulada pela acetilcolina, pela gastrina e pela histamina. A primeira, ainda estimula a secreção de pepsinogênio também. - SECREÇÃO E ATIVAÇÃO DE PEPSINOGÊNIO • O pepsinogênio, quando secretado, não possui atividade digestiva, mas ao entrar em contato com o HCl, é clivado para formar pepsina. • A pepsina age como enzima proteolítica, em meio ácido. - SECREÇÃO DE FATOR INTRÍNSECO • O fator intrínseco é de extrema importância para a absorção de vitamina B12 no íleo. GLÂNDULA PILÓRICA - SECREÇÕES • Muco. • Gastrina. - LOCALIZAÇÃO • Antro. CÉLULAS MUCOSAS DA SUPERFÍCIE - LOCALIZAÇÃO • Em toda a superfície da mucosa gástrica, entre as glândulas. - SECREÇÃO • Muco viscoso. - FUNÇÕES DO MUCO • Formar uma barreira de proteção para a parede gástrica. • Lubrificação, auxiliando no transporte de alimento. - CARACTERÍSTICA DO MUCO • Alcalino. ESTIMULAÇAÕ DA SECREÇÃO DE ÁCIDO • A secreção de ácido tem controle nervoso, hormonal e pelas células semelhantes às enterocromafins / ECL (secreta histamina). A quantidade de HCl secretado pelas células parietais é diretamente proporcional à quantidade de histamina que ascélulas ECL secretam, que são estimuladas pela gastrina e por hormônios do SN entérico • A estimulação da secreção de ácido pela gastrina ocorre quando alimentos proteicos atingem o antro, pois as células G são estimuladas com esse processo. Assim, a gastrina atinge as células ECL, causando a liberação de histamina que age nas glândulas oxínticas, estimulando a secreção de HCl. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE PEPSINOGÊNIO • A estimulação da secreção de pepsinogênio ocorre pela acetilcolina liberada pelo plexo mioentérico e pelo ácido no estômago. FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA - CEFÁLICA • Antes de o alimento entrar no estômago, enquanto ainda está sendo digerido. • Resulta da visão, do odor, da lembrança do alimento ou de seu sabor. • Diretamente proporcional ao apetite. • Sinais originados no córtex cerebral e nos centros do apetite na amígdala e no hipotálamo são transmitidos até o estômago. - GÁSTRICA • A entrada de alimento no estômago excita os reflexos longos vasovagais do estômago para o cérebro e de volta para o estômago, os reflexos entéricos locais e o mecanismo da gastrina. Assim, a secreção de suco gástrico permanece enquanto houver alimento no estômago. - INTESTINAL • A presença de alimento na porção superior do intestino delgado promove a continuação de pequena quantidade de secreção gástrica. SECREÇÃO PANCREÁTICA ENZIMAS DIGESTIVAS PANCREÁTICAS • Tripsina e quimotripsina - Hidrolisam proteínas sem haver a formação de aa individuais. • Carboxilopeptidase - Cliva peptídeos até aa individuais. • Amilase pancreática - Hidrolisa amido, glicogênio e outros carboidratos, exceto a celulose, formando dissacarídeos e trissacarídeos. • Lipase pancreática - Hidrolisa gorduras neutras a AG e monoglicerídeos. • Colesterol esterase - Hidrolisa ésteres de colesterol. • Fosfolipase - Cliva o AG dos fosfolipídeos. • As enzimas proteolíticas do suco pancreático apenas são ativadas ao atingirem o intestino, pois podem digerir o pâncreas. Assim, no pâncreas estão como tripsinogênio, quimotripsinogênio e procarboxipolipeptidase. O tripsinogênio é ativado pela esterocinase, secretada pela mucosa intestinal quando ela tem contato com o quimo, e também por tripsinas já ativadas. O quimiotripsinogênio e a procarboxipolipeptidase são ativados pela tripsina, sendo formadas quimotripsina e carboxilopeptidase. No pâncreas, as mesmas células que secretam as enzimas proteolíticas também secretam o inibidor de tripsina. Assim, a tripsina é inativada e as outras enzimas não podem ser ativadas. SECREÇÃO DE ÍONS BICARBONATO E ÁGUA 1 – CO2 difunde do sangue para as células pancreáticas e por ação da anidrase carbônica combina com a água, sendo formado ácido carbônico. Esse ácido carbônico, dissocia em íons bicarbonato e H+ e íons bicarbonato adicionais entram nas células por um cotransporte com íons sódio. Depois, os íons bicarbonato são trocados por cloreto por meio de um transporte ativo secundário para o lúmen do ducto pancreático. 2 – Os H+ formados a partir do ácido carbônico são trocados por íons sódio, os quais são transportados para o ducto pancreático. 3 – O movimento de íons sódio e bicarbonato para o lúmen do ducto pancreático cria um gradiente de pressão osmótica que causa fluxo de água para o ducto pancreático, sendo formada uma solução de bicarbonato quase isosmótica. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA - ESTÍMULOS QUE CAUSAM A SECREÇÃO PANCREÁTICA • Acetilcolina liberada pelo nervo vago parassimpático e por outros nervos colinérgicos. • CCK secretada pela mucosa duodenal e do jejuno, quando o alimento entra no intestino delgado. • Secretina secretada pelas mucosas duodenal e jejunal, quando alimento muito ácido entra no intestino delgado. • Acetilcolina e CCK estimulam as células acinares do pâncreas a produzirem grande quantidade de enzimas digestivas pancreáticas, mas pouca água e eletrólitos são secretados com essas enzimas. • A secretina estimula a secreção de grande quantidade de solução aquosa de bicarbonato de sódio. • Quando todos os estímulos de secreção pancreática se combinam, a secreção total é bem maior do que a soma da secreção individual que cada um estimula. Assim, a combinação potencializa o processo. FASES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA - CEFÁLICA • Na cefálica, os mesmos sinais nervosos do cérebro que causam a secreção do estômago também causam a liberação de acetilcolina. - GÁSTRICA • Na gástrica, a estimulação nervosa da secreção enzimática continua após a refeição. - INTESTINAL • Quando o quimo chega ao intestino delgado, a secreção pancreática fica abundante, devido à secretina. • A secretina estimula a abundante secreção de íons bicarbonato, os quais neutralizam o quimo gástrico ácido. Quando o quimo entra no duodeno, a liberação de secretina é ativada, dado a sua acidez. A secretina causa, então, a elevada secreção de solução de bicarbonato. Assim, o HCl reage com o bicarbonato de sódio, tendo como produtos o cloreto de sódio e o ácido carbônico. O ácido formado se dissocia em CO2 e em água, o gás vai para a circulação e é excretado pelos pulmões, ficando apenas a solução neutra de cloreto de sódio no duodeno. Essa neutralização é importante dado a não adaptação da mucosa intestinal ao pH ácido. • A CCK também auxilia no controle da secreção enzimática do pâncreas. Isso ocorre pelo fato de que a presença de alimento no intestino delgado faz com que a CCK seja liberada, dado a presença de proteoses e peptonas, produtos da digestão de proteínas, e de AG de cadeia longa no quimo. A CCK estimula a secreção de bicarbonato de sódio pelo pâncreas e intensifica a liberação de enzimas pancreáticas. • Diferença entre os efeitos estimuladores pancreáticos da secretina e da CCK. - A intensa secreção de bicarbonato de sódio, em resposta ao ácido no duodeno estimulada pela secretina. - O duplo efeito em resposta à gordura. - A secreção intensa de enzimas digestivas quando peptonas entram no duodeno, pela CCK. SECREÇÃO DE BILE PELO FÍGADO FUNÇÕES DA BILE • Emulsificação das gorduras em partículas menores que sofrerão ação do suco pancreático. • Auxilio na absorção dos produtos finais da digestão de gorduras pela membrana da mucosa intestinal. • Excreção de produtos do sangue, como a bilirrubina (produto da degradação da Hb) e o colesterol em excesso no sangue. ETAPAS DA SECREÇÃO BILIAR 1 – Os hepatócitos liberam uma secreção inicial com ácidos biliares, colesterol e constituintes orgânicos nos canalículos biliares. 2 – Essa bile é encaminhada para os ductos biliares terminais e dele para o ducto hepático e posteriormente para o ducto biliar comum, do qual vai diretamente para o duodeno ou é armazenada na vesícula biliar, na qual chega pelo ducto cístico. No percurso pelos ductos, a bile é acrescida de uma secreção secundária formada por uma solução aquosa de íons sódio e bicarbonato. Assim, a secreção pancreática é suplementada pela bile. ESTIMULAÇÃO DO ESVAZIAMENTO DA VESÍCULA BILIAR • O esvaziamento da vesícula biliar ocorre por contrações de sua parede com simultâneo relaxamento do esfíncter de Oddi, que controla a entrada do ducto biliar comum no duodeno. O estímulo mais potente para a contração da vesícula biliar é desencadeado pela CCK, que é liberada principalmente devido a presença de alimento gorduroso no duodeno. Quando o quimo que chega ao duodeno não é muito gorduroso, o esvaziamento da vesícula biliar é lento. ATUAÇÃO DOS SAIS BILIARES NA DIGESTÃO E NA ABSORÇÃO DE GORDURAS • O precursor dos sais biliares é o colesterol, que é convertido em ácido cólico ou quenodexocólico, quecombinam com a glicina e com a taurina para formar os ácidos biliares glicoconjugados e tauroconjugados, cujos sais são secretados pela bile. - FUNÇÕES DOS SAIS BILIARES • Emulsificação das gorduras, o que permite a diminuição da tensão superficial das partículas de gordura, permitindo a quebra por meio de agitação no trato intestinal. • Auxílio na absorção de AG, monoglicerídeos, colesterol e outros lipídeos, pois proporcionam a formação de micelas, que são transportadas para a mucosa intestinal onde são absorvidas. SECREÇÕES DO INTESTINO DELGADO MUCO • Secretado pelas glândulas de Brunner. • É alcalino. • É secretado em resposta aos estímulos táteis ou irritativos na mucosa duodenal, estimulação vagal e estimulação por hormônios gastrointestinais. • Atua protegendo a parede duodenal da digestão pelo suco gástrico, além de conter íons que ajudam na neutralização do HCl. SUCOS DIGESTIVOS • As criptas de Lieberkuhn estão entre as vilosidades intestinais. Ambas possuem sua superfície coberta por células caliciformes e por enterócitos (secretam água e eletrólitos nas criptas e absorvem água, eletrólitos e produtos finais da digestão nas vilosidades). • A secreção de líquido pelas criptas ocorre por secreção ativa de cloreto e de íons bicarbonato, o que resulta em uma diferença de potencial positiva entre a membrana e o líquido secretado, causando fluxo osmótico de água. • Também é formado por peptidases, sucrase, maltase, isomaltase, lactase e lipase intestinal. SECREÇÃO DE MUCO PELO INTESTINO GROSSO • A mucosa do intestino grosso também possui criptas de Lieberkuhn, mas sem a presença de vilosidades. • A secreção predominante do intestino grosso é muco, que protege contra escoriações, proporciona um meio adesivo para o material fecal, protege da atividade bacteriana e impede que os ácidos formados nas fezes ataquem a parede intestinal, pois tem bicarbonato • As bactérias colônicas degradam carboidratos e proteínas não digeridas pelo processo de fermentação, degradam lipídeos em AG de cadeias curtas e produzem vitaminas absorvíveis, principalmente a K.
Compartilhar