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Cadu – 3°β / TIII ALTERAÇÕES DA MOTRICIDADE • Podem ser da voluntária, do tônus ou dos reflexos. Paresia: diminuição da força muscular. Paralisia ou plegia: ausência total de forca, impossibilitando o movimento. Hemiplegia ou hemiparesia: quando esses sintomas atingem somente um lado do corpo. Tônus: estado de relativa contração em que se encontra permanentemente um músculo normal em repouso. As alterações desse podem ser de aumento > hipertonia, diminuição (hipotonia) ou ausência completa (atonia) • Nas alterações da motricidade decorrentes de lesões do SN, pode ter ausência (arreflexia), diminuição (hiporreflexia) e aumento (hiperreflexia) dos reflexos musculotendinosos, pode ainda ter o aparecimento de reflexos patológicos. • Quando estimula-se a pele da região plantar a resposta reflexa normal consiste na flexão plantar do hálux, mas em casos de lesão dos tratos corticoespinais, há flexão dorsal ou tensão do hálux (Sinal de Babinski) Paralisias flácidas: são as paralisias com hiporreflexia e hipotonia, caracterizam a síndrome do neurônio motor inferior, que resulta de lesão dos neurônios motores da coluna anterior da medula ou dos núcleos motores dos nervos cranianos, ocorrendo também em pouco tempo atrofia da musculatura inervada por perda da ação trófica dos nervos sobre os músculos. Paralisias espásticas: com hiperreflexia e hipertonia, ocorrem na síndrome do neurônio motor superior ou central, onde a lesão está nas áreas motoras do córtex cerebral ou nas vias motoras descendentes, em especial no trato corticoespinal, a atrofia é muito discreta, pois os músculos continuam sendo inervados pelos neurônios motores inferiores e o sinal de Babinski é positivo. ALTERAÇÕES DA SENSIBILIDADE Anestesia: desaparecimento total de uma ou mais modalidades de sensibilidade após estimulação adequada: perda da sensibilidade tátil. Analgesia: perda de sensibilidade dolorosa. Hipoestesia: diminuição da sensibilidade. Hiperestesia: aumento da sensibilidade. Parestesia: aparecimento sem estimulação de sensações espontâneas e mal definidas como: formigamento. Algias: dores. LESÕES DA MEDULA • Geram incapacidade permanentes, sensorial e motora, assim como perda do controle voluntário das funções vesical e intestinal. • Quando a lesão ocorre nas raízes ventrais, os sinais motores incluem fraqueza, atrofia e perda de reflexos nos músculos inervados pela raiz. • Quando são nas raízes dorsais há perda total da sensibilidade no dermátomo correspondente a raiz lesada. CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DA MEDULA E DO TRONCO ENCEFÁLICO Cadu – 3°β / TIII • Identificação dos locais das lesões radiculares: mapas de dermátomos e de território de inervação radicular. TABES DORSALIS • Consequência da neurossífilis. • Ocorre lesão das raízes dorsais, da divisão medial dessas, e como nessa região contém as fibras que formam os fascículos grácil e cuneiforme estes são destruídos. • Perda da cinestesia, sentido de posição e movimento, do tato epicrítico: discriminação tátil, e da sensibilidade vibratória e da estereognosia. SIRINGOMIELIA • Doença em que se forma uma cavidade no canal central da medula, levando a destruição da substância cinzenta intermedia central e da comissura branca, que interrompe as fibras que formam os 2 tratos espinotalâmicos laterais, quando eles cruzam ventralmente este canal central. • Há perda da sensibilidade térmica e dolorosa nos dois lados, na área dos dermátomos relacionados com as fibras lesadas. Porém, nessas áreas não há perturbação da propriocepção, sendo mínima a deficiência tátil. Dissociação sensitiva: perda da sensibilidade térmica e dolorosa, com persistência da sensibilidade tátil e proprioceptiva. TRANSECÇÃO DA MEDULA • Após um traumatismo que faça secção completa dessa, entra-se em estado de choque espinal: perda total da sensibilidade, dos movimentos e do tônus nos músculos inervados pelos segmentos medulares abaixo da lesão, há ainda retenção de urina e de fezes, bem como perda da função erétil. • Após um período variável, reaparecem os movimentos reflexos, que se tornam exagerados e o Sinal de Babinski. • A eliminação de urina e fezes é feita reflexamente, sem controle voluntario, e a ereção só com estimulação manual. COMPRESSÃO DA MEDULA • Em casos de câncer, um tumor no canal vertebral pode comprimir a medula de fora pra dentro, resultando uma sintomatologia variável a depender do local do tumor. • Podem aparecer dores em dermátomos das raízes dorsais comprometidas, com a progressão, aparece sintomas do comprometimento de tratos medulares. • Um tumor que se desenvolve dentro da medula comprime-a de dentro para fora, causando perturbações motoras por lesão do trato corticoespinal lateral, perda da sensibilidade térmica e dolorosa por compressão do trato espinotalâmico lateral, aparecendo inicialmente nos dermátomos mais próximos do nível da lesão, progredindo para os mais baixos e usualmente poupando os dermátomos sacrais: preservação sacral. • Devido as fibras originadas nos segmentos sacrais da medula se dispor lateralmente no trato espinotalâmico lateral, enquanto as originadas em segmentos mais altos ocupar a posição medial neste trato. SECÇÃO CIRÚRGICA DOS TRATOS ESPINOTALAMICOS LATERAIS (CORDOTOMIAS) • Em casos de dor resistente aos medicamentos, resultante principalmente de tumores malignos, pode-se realizar a cordotomia, seccionando o trato espinotalâmico lateral, acima e do lado oposto da dor. Ocorrendo, a perda da dor e de temperatura do lado oposto, a partir de um dermátomo abaixo do nível da secção. • Em dores viscerais, a cirurgia deve ser bilateral, pelo grande número de fibras não cruzadas, relacionadas com a transmissão desse tipo de dor MIELOTOMIA DA LINHA MÉDIA • Tratamento de dores viscerais, consiste na lesão das fibras da dor visceral de origem pélvica e abdominal, localizadas em um pequeno fascículo medial ao fascículo grácil e pode ser feito pelo sulco mediano posterior da medula. Cadu – 3°β / TIII LESÕES DA COLUNA ANTERIOR - POLIOMIELITE • O vírus destrói os neurônios motores da coluna anterior, ocorrendo a síndrome do neurônio motor inferior. • Paralisia flácida nos músculos da área da medula que foi lesada, seguida de hipotrofia desses. • Podem ocorrer grandes deformidades por ação de grupos musculares cujos antagonistas foram paralisados, e quando a lesão se dá nos neurônios responsáveis pelos movimentos respiratórios, pode levar a morte por insuficiência respiratória. - ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA • Perde-se progressivamente toda a motricidade voluntaria por lesão dos neurônios motores alfa, mantendo-se a sensibilidade. HEMISSECÇÃO DA MEDULA • Produz a síndrome de Brown-Séquard. • Os sintomas resultam da interrupção dos principais tratos que percorrem uma metade da medula, e os sintomas resultantes da secção dos tratos que não se cruzam na medula aparecem do mesmo lado da lesão. • Os sintomas resultantes da lesão de tratos que se cruzam manifestam se no lado oposto ao lesado. • Todos os sintomas aparecem somente abaixo do nível da lesão. Sintomas que se manifestam do mesmo lado da lesão: tratos não cruzados na medula: Síndrome do neurônio motor superior, paralisia espástica, com Sinal de Babinski, interrupção das fibras do trato corticoespinal lateral. Perda da propriocepção consciente e do tato epicrítico pela interrupção das fibras dos fascículos grácil e cuneiforme. Sintomas que se manifestam do lado oposto ao lesado: tratos cruzados: Perda da sensibilidade térmica e dolorosa: a partir de um ou dois dermátomos abaixo do nível da lesão, pela interrupção das fibras do trato espinotalamico lateral. Ligeira diminuição do tato protopático e da pressão:comprometimento do trato espinotalâmico anterior, pequeno, porque as fibras da raiz dorsal que levam essa sensibilidade, são ramos ascendentes muito grandes, que emitem colaterais em várias alturas antes de fazer sinapse na coluna posterior e cruzar para o lado oposto. LESÕES DO BULBO LESÃO DA BASE DO BULBO • Comprometem a pirâmide e o nervo hipoglosso. • A lesão da pirâmide compromete o trato corticoespinal e como este se cruza abaixo do nível da lesão, causa hemiparesia do lado oposto ao lesado. Quando a lesão se estende dorsalmente, atingindo outros tratos motores descendentes, causa a hemiplegia. • A lesão do hipoglosso causa paralisia dos músculos da metade da língua situada do lado lesado, com sinais de síndrome de neurônio motor inferior, que se manifesta pela atrofia desses músculos. Quando o doente faz a protusão da língua, a musculatura do lado normal desvia a língua para o lado lesado. SÍNDROME DA ARTÉRIA CEREBELAR INFERIOR POSTERIOR • Síndrome de Wallemberg. • Essa artéria, ramo da vertebral, irriga a parte dorsolateral do bulbo. • Tromboses dessa artéria comprometem várias estruturas: Lesão do pedúnculo cerebelar inferior: incoordenação de movimentos na metade do corpo situada do lado lesado. Lesão do trato espinhal do trigêmio e seu núcleo: perda da sensibilidade térmica e dolorosa na metade da face situada do lado da lesão. Lesão do trato espinotalâmico lateral: perda da sensibilidade térmica e dolorosa na metade do corpo situada do lado oposto ao lado da lesão. Cadu – 3°β / TIII Lesão do núcleo ambíguo: perturbações decorrentes da deglutição (disfagia) e da fonação (disfonia) por paralisia dos músculos da faringe e da laringe. Pode aparecer na Síndrome de Horner por lesão das vias descendentes que do hipotálamo dirigem-se aos neurônios pré-ganglionares ligados a inervação da pupila. LESÕES DA PONTE LESÕES DO NERVO FACIAL • Esse nervo origina-se de seu núcleo situado na ponte, emerge da lateral do sulco bulbo- pontino, penetra no osso temporal pelo meato acústico interno e emerge do crânio pelo forame estilomastóideo, para se distribuir aos músculos mímicos. • Acarretam em paralisia total dos mm. da expressão facial na metade lesada, perdem o tônus, tornando-se flácidos e como ocorre com o m. bucinador, há vazamento de saliva pelo ângulo da boca do lado lesado, resulta desvio da comissura labial para o lado normal, paralisia do m. orbicular cuja porção palpebral permite o fechamento da pálpebra, essa permanece aberta porque seu músculo elevador está normal, predispondo o olho a lesões e infecções, uma vez que o reflexo corneano não existe. Porque o doente não consegue soprar, assoviar, pestanejar, e nem enrugar o lado afetado da testa. • Paralisia periférica, diferente das paralisias faciais centrais ou supranucleares que resultam de lesão do trato corticonuclear. • Paralisias periféricas são homolaterais, do mesmo lado da lesão, as centrais ocorrem do lado oposto ao da lesão: contralaterais. • Paralisias periféricas acometem uma metade toda da face, as centrais apenas nos músculos da metade inferior da face. • Paralisias periféricas são totais, nas centrais pode haver contração involuntária da musculatura mimica como manifestação emocional: impulsos que chegam ao núcleo do facial para iniciar movimentos decorrentes de manifestações emocionais, não seguem pelo trato corticonuclear. • Lesões do nervo facial em seu trajeto no canal facial, antes de sua entrada no forame estilomastóideo, estão associadas a lesões do VIII par e do nervo intermédio. Ocorre perda de sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores da língua, lesão do intermédio, alterações do equilíbrio, enjoo e tontura, decorrentes da lesão da parte vestibular do VIII par e diminuição da audição por comprometimento da parte coclear desse nervo. LESÃO DA BASE DA PONTE • Síndrome de Millard-Gubler. • Compromete o trato corticoespinal e as fibras do nervo abducente, resultando em hemiplegia cruzada, com lesão do abducente. • A lesão do trato resulta em hemiparesia do lado oposto da lesão, a lesão do nervo causa paralisia do musculo reto lateral do mesmo lado da lesão, o que impede o movimento do olho em direção lateral, abdução. Logo, os movimentos dos 2 olhos não são conjugados, os raios incidem em partes não simétricas das retinas, o indivíduo vê 2 imagens no objeto: diplopia. • Além disso, lesão do nervo abducente ocorre o desvio do bulbo ocular em direção medial (estrabismo convergente) por ação do músculo reto medial não contrabalanceada pelo reto lateral. • Quando a lesão da base da ponte se estende lateralmente, compromete as fibras do nervo facial, acrescentando sinais dessa: Síndrome de Millard-Gubler. LESÃO DA PONTE AO NÍVEL DA EMERGÊNCIA DO NERVO TRIGÊMEO • Determina hemiplegia cruzada com lesão do trigêmeo. • A lesão do trato corticoespinal causa hemiplegia do lado oposto, com síndrome do neurônio motor superior. • A lesão do trigêmeo causa perturbações motoras e sensitivas do mesmo lado. Cadu – 3°β / TIII • Perturbações motoras: lesão do componente motor do trigêmeo causa paralisia da musculatura mastigadora do lado da lesão, por ação dos mm. pterigoideos do lado normal, há desvio da mandíbula para o lado paralisado. • Perturbações sensitivas: anestesia da face do mesmo lado da lesão, no território dos 3 ramos do trigêmeo, perda do reflexo corneano. A lesão pode se estender ao lemnisco medial, causando a perda da propriocepção consciente e do tato epicrítico do lado oposto ao lesado. LESÕES DO MESENCÉFALO LESÕES DA BASE DO PEDÚNCULO CEREBRAL • Síndrome de Weber. • Compromete o trato corticoespinal e as fibras do nervo oculomotor. • A lesão do trato causa hemiparesia do lado oposto e a lesão do nervo resulta em: - Impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo ou em direção medial, por paralisia dos mm. retos superior, inferior e medial. - Diplopia; desvio do bulbo ocular em direção lateral, estrabismo divergente por ação do m. reto lateral não contrabalanceada pelo medial. - Ptose palpebral: queda da pálpebra decorrente da paralisia do m. levantador da pálpebra, impossibilitando também sua abertura voluntaria; dilatação da pupila (midríase): pelo m dilatador da pupila (inervado pelo SN simpático) não antagonizada pelo constritor dessa, cuja inervação parassimpática foi lesada LESÃO DO TEGMENTO DO MESENCÉFALO • Síndrome de Benedikt. • Compromete o nervo oculomotor, o núcleo rubro, e os lemniscos medial, espinhal e trigeminal, resultando em: - Lesão do oculomotor. - Lesão dos lemniscos: anestesia da metade oposta do corpo, cabeça (trigeminal). - Lesão do núcleo rubro causando tremores e movimentos anormais do lado oposto à lesão. SÍNDROME DE PARINAUD • Decorrente de tumores da pineal, que comprime o colículo superior, causando paralisia do olhar para cima, a compressão pode causar oclusão do aqueduto, com hidrocefalia e paralisia ocular decorrentes da compressão dos núcleos dos nervos oculomotor e troclear.
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