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Instrumentos endodônticos 1. Histórico dos instrumentos O conhecimento da morfologia e da composição dos instrumentos irá auxiliar no maior aproveitamento do mesmo na técnica. A endodontia começa 3500 A.c com a teoria de Gusano, o qual seria esse o mal do dente, um ser que vive dentro do dente e o come. Seguido disso houve outros autores: ➢ Pierre Fouchard (1728): introduziu o primeiro instrumento no dente, considerado o pai da odontologia. ➢ Maynard (1838): fez o primeiro instrumento endodôntico a partir de uma mola de relógio; conseguiu extirpar um nervo e alargar o canal de forma cônica. Em 1875 começa a fabricação industrial, porém sem um padrão, cada empresa fazia de um jeito. ➢ August Maillefer (1889): Criou o extirpa nervos. Porém não eram instrumentos muito bons, tinham baixa resistência a fratura, removia somente a polpa e não alargavam os canais. ➢ Industria Keer Manufacturing Co. (1915): é criada a primeira lima que se torna útil para remoção de dentina. ➢ Ingle (1955): publica um estudo que mostra a discrepância do tamanho das limas e dos cones de guta percha e padroniza os instrumentos. Em 1961 ele publica o primeiro trabalho sobre os instrumentos padronizados. ➢ 1958 e 1959 o comitê de ética de endodontia padroniza os instrumentos e contata os fabricantes, as regras para padronização incluem: I. Padronização do diâmetro e conicidade dos instrumentos. II. Padronização do aumento gradual dos instrumentos III. Um novo sistema de classificação dos instrumentos a partir de seus diâmetros. Ingle mostra que a instrumentação inadequada dos canais pode estar associada a falta de uniformidade dos instrumentos. Essas regras são usadas até hoje. 2. Limas endodônticas As limas são compostas por cabo, ponta ativa, parte ativa (enroscada, sempre constante 16mm), cursor (medir o quanto você quer entrar com a lima) e intermediário (medindo 5, 9, ou 15 mm; responsável por dar tamanhos diferentes as limas). A cor das limas também é padronizada. As limas de série especial (06, 08 e 10) não possuem uma cor específica, somente a 10 é padronizada com a cor roxa. Já as limas de 1ª série, 2ª série e 3º série variam de acordo com o tamanho em branco, amarelo, vermelho, azul, verde e preto. A numeração segue a regra de 5 em 5 da 10 até a 60 e de 10 em 10 da 60 até a 140. O comprimento das limas varia em 21 mm, 25 mm e 31 mm. Tanto 1º série (15 a 40), 2º série (45 a 80), 3º série (90 a 140) e série especial possuem esses tamanhos. A conicidade do instrumento varia de acordo com seu tamanho inicial (D0) e final (D16). Para entender a conicidade dos instrumentos é importante entender o que é TIP e TAPER. TIP: diâmetro (largura) da ponta do instrumento. O valor do TIP está correlacionado ao número da lima, por exemplo: Lima 30 = TIP 0,30 Lima 45 = TIP 0,45 Resumindo, o número do cabo representa em centésimos de milímetros o tamanho do diâmetro inicial da lima (D0). TAPER: conicidade do instrumento. A cada mm (D0 a D16) você ganha conicidade, que é o TAPER. Essa conicidade é padronizada em 0,02mm, ou seja, a cada TAPER (ex: D0 a D1) aumenta-se 0,02mm de diâmetro. Seguindo o exemplo anterior: Lima 30 = Tem o D1 com valor de 0,32mm. Lima 45 = Tem o D1 com valor de 0,47 mm. Portanto o D16 de cada lima vai variar de acordo com sua numeração, dessa forma, o diâmetro de cada lima varia de acordo com seu número. A variação do diâmetro e característica cônica das limas são assim definidas porque a anatomia do canal é cônica, assim como sua largura varia de dente para dente, e pessoa para pessoa. O cálculo do diâmetro de uma lima é feito a partir da fórmula: DX: Comprimento x conicidade (=0,02) + ponta TIP Por exemplo: D16 de uma lima 30 = 16 x 0,02 + 0,30 = 0,62 D14 de uma lima 40 = 14 x 0,02 + 0,40 = 0,68 IPC: Outros instrumentos possuem taper 4% e 6%. Quanto ao tipo de material elas são do tipo aço inoxidável e Níquel titânio. Aço inoxidável: são compostas por ferro e teores de cromo acima de 12%; elas não oxidam e são mais resistentes à fraturas, possuem grande dureza, com pouca elasticidade e flexibilidade. Níquel titânio (NiTi): não oxida, possuem boa compatibilidade biológica, super elasticidade, memoria elástica e muita flexibilidade. Quanto ao tipo de uso elas são manuais ou mecanizadas. Instrumentos manuais: Extirpa nervos, Hedstroem, Lima K, Flexofile, K de Niti e C+. Intrumentos mecânicos: Gattes Gliden, largo, espirais lentulho, NiTi rotatórios ou reciprocrantes. Limas tipo K (keer) São limas que foram fabricadas pela indústria Keer. As limas kerr são de aço inoxidável, com um quadrado vazio no cabo, podem ser de 1º, 2º, 3ª série ISO e série especial. São usadas para exploração, alargamento e limagem. A secção transversal é quadrangular e a instrumentação é feita com ¼ de volta. Limas tipo K Flexofile Possuem só a primeira série ISO, são feitas também de aço inoxidável, a secção transversal é triangular, aumentando a sua flexibilidade e sua capacidade de corte; somente um terço de volta é necessário para o corte da dentina. São usadas em canais mais atrésicos, duros, que possuem uma deposição contínua de dentina terciária as quais comprimem a poupa. São identificadas por um quadrado cheio na ponta; muito usadas para limagem e alargamento. O corte da lima K Flexofile é maior devido a sua secção transversal, que permite que o ângulo de torção seja maior, promovendo um corte maior. Limas tipo Hedstrõem As limas hedstrõem também são de aço inoxidável de 1º. 2º e 3º série ISO, sua secção tem formato circular (em formato de virgula), possuem um circulo no cabo para identificação. Possuem alto poder de corte e são usadas apenas para limagem, a qual consiste apenas em penetrar e tracionar removendo dentina, tal característica é facilitada por sua secção transversal ser um pinheiro. Limas C+ São limas mais resistentes, usadas para canais calcificados. São de número 6 a 15, de tamanho 21 e 25 mm. Limas C Pilot São para canais mais atrésicos, de aço inoxidável, comprimento de 19, 21 e 25 mm. Número 6 a 15 (incluindo o número 12,5). Limas Niti Flex É um exemplo de limas manuais de Níquel titânio, usada para instrumentação de canais com curvatura moderadas e acentuadas. Instrumentos mecanizados ➢ Gattes glidden Prepara o terço médio e cervical do dente Remove material restaurador Pode ser de aço inoxidável ou NITI Tem uma ponta inativa (cuidado com dentes curvos) Ponta ativa com formato de pêra Secção transversal em tríplice U Números de 1 a 6 (correspondente ao número de ranhuras da haste, gattes com 2 ranhuras e gattes 2) Comprimento de 28 a 32 mm Cinemática de penetração e retrocesso (enfia e tira) As gattes não provocam desvios no canal, mas podem perfurar o canal (hiatregenia), dependendo da anatomia dele e do diâmetro da broca. Todas têm um tip que corresponde a uma lima. Como por exemplo: Gattes 1 corresponde a lima 50, Gattes 2 corresponde a lima 70, e assim por diante. Começa sempre da maior para a menor, porque o canal afina em sentido apical. Em molares e pré-molares começa com a quatro até a dois, em anteriores começa com a 6 e a 5. ➢ Largo Correponde a gattes e a lima partindo da dois. Comparando a gattes com a largo a largo tem a ponta ativa maior que a gattes. Preparo do terço cervical, é de aço inoxidável ou NITI, tem ponta inativa, forma cilíndrica, secção transversal em tríplice U, nº de a 1 a 6 (ranhuras na haste), tem comprimento de 28 a 32 mm, tem cinemática de penetração e retrocesso (entra e sai). ➢ Lentullo Gattes 1 2 3 4 5 6 Largo --- 1 2 3 4 5 Lima 50 70 90 110 130 150 Diâmetro 0,50 0,70 0,90 0,110 0,130 0,150 3. Cirurgia de acesso endodôntico A cirurgia de acesso endodôntico visa encontrara poupa, “cair no vazio”. Contudo, quando a poupa sofre reação e produz dentina, não cai no vazio. O acesso é feito a partir da abertura coronária. Quando cair no vazio usa a sonda Heim, se não cair tenta encontrar com ela. Depois de cair no vazio, faz a remoção do teto salientando a forma de contorno e conveniência. Passo a passo para o acesso: I. Anestesia: um tubete de infiltrativa ou mentoniana. II. Exame radiográfico: a tomada radiográfica é vertical para incisivos e caninos e horizontal para pré-molares e molares. III. Ponto de eleição: o ponto de eleição é feito com uma broca esférica 1012 ou 1014, consiste em entrar com a broca em linha reta até ter uma profundidade igual a sua ponta ativa. O objetivo do ponto de eleição é facilitar o acesso a câmara pulpar. É importante preservar o cíngulo e as cristas marginais e as bordas marginais, pois, se as retirar ele perde a função do dente de apreender os alimentos. IV. Direção de trepanação: com uma broca 1014, 1016 faz uma janela no esmalte em direção a vestibular isso em dentes anteriores (a posição da broca é 45º) e em posteriores vai em direção a raiz. V. Remoção do teto: quando encontrar a câmara pulpar, vai varrendo o teto com a broca esférica ou a endo Z, de modo que seja facilitado a visualização do canal. VI. Forma de contorno: depois de fazer o teto delimita a forma de contorno que varia de dente para dente. O passo a passo a ser seguido é o mesmo em todos os dentes, contudo varia as formas de contorno e a forma de acesso. Grupo I: Incisivos centrais superiores I. Exame radiográfico: tomada radiográfica vertical II. Ponto de eleição: acima do cíngulo palatino e entre as cristas marginais. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, inclina-se a broca a 45º até cair no vazio. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z. V. Forma de contorno: triangular com base voltada para incisal. Grupo I: Incisivos laterais superiores I. Exame radiográfico: tomada radiográfica vertical II. Ponto de eleição: acima do cíngulo palatino e entre as cristas marginais. Mais mesializado devido a anatomia do dente. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, inclina-se a broca a 45º até cair no vazio. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z. V. Forma de contorno: triangular com base voltada para incisal. Grupo I: Caninos superiores I. Exame radiográfico: tomada radiográfica vertical II. Ponto de eleição: acima do cíngulo palatino e entre as cristas marginais. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, inclina-se a broca a 45º até cair no vazio. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z. V. Forma de contorno: oval no sentido cervico- incisal por conta de sua anatomia. Grupo II: 1º Pré-molar superior I. Exame radiográfico: tomada radiográfica horizontal II. Ponto de eleição: no centro do sulco central. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, segue com a broca reta em direção ao corno pulpar. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z, até ver os dois canais que esse dente pode ter. V. Forma de contorno: oval no sentido vestíbulo-lingual por conta de sua anatomia de ter duas raízes, um vestibular e uma palatina. Cada cúspide possui um corno pulpar, os cornos pulpares são extensões da polpa em direção às cúspides. Grupo II: 2º Pré-molar superior I. Exame radiográfico: tomada radiográfica horizontal II. Ponto de eleição: no centro do sulco central. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, segue com a broca reta em direção ao corno pulpar. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z, até ver o canal. Esse dente possui apenas um canal. V. Forma de contorno: oval no sentido vestíbulo-lingual por conta de sua anatomia. Cada cúspide possui um corno pulpar, os cornos pulpares são extensões da polpa em direção às cúspides. Grupo III: Molares superiores I. Exame radiográfico: tomada radiográfica horizontal II. Ponto de eleição: no centro do sulco central, mais para a mesial. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, segue com a broca reta em direção ao corno pulpar. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z, até ver os três canais do dente, podem ter até cinco canais devido a variação anatômica. V. Forma de contorno: triangular com vértice voltado para vestibular por conta de sua anatomia tendo duas raízes na vestibular e uma na lingual. Pode ter formato oval quando houver os canais MV1 e Mv2 e for segundo molares. Cada cúspide possui um corno pulpar, os cornos pulpares são extensões da polpa em direção às cúspides. Anatomia de primeiros molares superiores Anatomia de segundos molares superiores Grupo IV: Incisivos centrais e laterais inferiores I. Exame radiográfico: tomada radiográfica vertical II. Ponto de eleição: acima do cíngulo palatino e entre as cristas marginais. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, inclina-se a broca a 45º até cair no vazio. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z. V. Forma de contorno: triangular pequena com base voltada para incisal. Pode haver dois condutos abaixo do cíngulo. Grupo IV: Caninos inferiores I. Exame radiográfico: tomada radiográfica vertical II. Ponto de eleição: acima do cíngulo palatino e entre as cristas marginais. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, inclina-se a broca a 45º até cair no vazio. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z. V. Forma de contorno: oval no sentido cervico-incisal por conta de sua anatomia. Grupo V: 1º Pré-molar inferior I. Exame radiográfico: tomada radiográfica horizontal II. Ponto de eleição: no centro do sulco central. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, segue com a broca reta em direção ao corno pulpar. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z, até ver os dois canais que esse dente pode ter. V. Forma de contorno: oval no sentido vestíbulo-lingual por conta de sua anatomia, podendo ter dois condutos, um vestibular e um palatino. Cada cúspide possui um corno pulpar, os cornos pulpares são extensões da polpa em direção às cúspides. Grupo V: 2º Pré-molar inferior I. Exame radiográfico: tomada radiográfica horizontal II. Ponto de eleição: no centro do sulco central. III. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, segue com a broca reta em direção ao corno pulpar. IV. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z, até ver os dois canais que esse dente pode ter. V. Forma de contorno: oval no sentido vestíbulo-lingual por conta de sua anatomia, podendo ter dois condutos, um vestibular e um palatino. Cada cúspide possui um corno pulpar, os cornos pulpares são extensões da polpa em direção às cúspides. Grupo VI: Molares inferiores VI. Exame radiográfico: tomada radiográfica horizontal VII. Ponto de eleição: no centro do sulco central, “poço”. VIII. Direção de trepanação: após o ponto de eleição, segue com a broca reta em direção ao corno pulpar. IX. Remoção do teto: remove o teto com a broca esférica ou a endo Z, até ver os três canais do dente, podem ter até cinco canais devido a variação anatômica. X. Forma de contorno: triangular com vértice voltado para distal quando tiver somente três condutos, e quadrado quando tiver até quatro condutos. O segundo molar inferior geralmente é menor por isso a forma de contorno também será menor. Cada cúspide possui um corno pulpar, os cornos pulpares são extensões da polpa em direçãoàs cúspides. Primeiro molar inferior Segundo molar inferior 4. Anatomia interna dos dentes Existe uma rede de canais dentro do dente, mas usamos o canal principal para acessar, pois é o mais largo e o que acessa a polpa. 1- Canal principal: canal que acessamos 2- Canal colateral: é o canal adjacente ao canal principal que é ligado ao canal principal por um interconduto; tem acesso direto com o ápice. 3- Canal lateral: Canal ligado ao canal principal na horizontal. 4- Canal secundário: é o que dá origem ao acessório, tem contato direto com o principal. 5- Canal acessório: tem contato direto com o ápice, tem origem no secundário. 6- Interconduto: liga um canal a outro 7- Canal recorrente: sai do principal e retorna ao mesmo. 8- Canais reticulares: rede de canais que se encontram próximo ao ápice. 9- Canal delta apical: é o canal principal que tem contato direto com o ápice. Preparo bem-feito e ampliamento dos canais auxilia na irrigação efetiva de outros canais, uma vez que aumenta a embocadura do canal. PUE é uma ponta de ultrassom, usada endodontia para irrigar os canais O termo correto não é canal radicular e sim sistemas de canais. Incisivo central superior Possui um ombro palatino na altura do cíngulo que deve ser removido para realizar o acesso. Tem um canal principal um lateral (as vezes). Incisivo lateral superior Pode ter uma curvatura para distovestibular, assim, para acessar essa curvatura deve ser feito um alivio para mesial para conseguir alcançar o ápice. Geralmente é menor que o incisivo central superior. Tem também um ombro palatino que deve ser removido. São comuns canais acessórios e anomalias. Canino superior Tem uma raiz e um canal de comprimento aproximado de 27,2 mm. Pode apresentar desvio para distal ou para vestibular. E necessário um cuidado maior para acessar esses dentes pois estão bem próximos do canal nasal. Incisivos inferiores São os menores dentes da boca. Devido a formação de dentina o canal pode ser mais achatado e até mesmo formar dois condutos a partir de um, isso ocorre porque a deposição de dentina o faz virar dois. Como pode ser visto na imagem acima a secção transversal é achatada. É mais comum ter dois canais em incisivos laterais inferiores. Caninos inferiores É menor que o canino superior. Pode ter uma ou duas raízes no sentido vestíbulo-lingual, pode ter também um ou dois condutos seguindo a anatomia radicular. Geralmente tem 25 mm de comprimento. 1º pré-molar superior Possui duas raízes, um vestibular e uma lingual, dessa forma, apresenta dois condutos radiculares também. Tem comprimento aproximado de 21,4 mm. O CAD para esses dentes é um só pois a radiografia apresenta uma só raiz. As raízes podem estar fusionadas, porém os canais estarem bifurcados no terço médio, formando dois canais, pode ocorrer também das raízes se interconectarem por istmos (porção estreita que liga uma ou mais estruturas) no terço apical. Além disso, pode haver bifurcações das raízes e canais no terço médio, havendo uma variação de 1 a 3 canais e raízes no 1º pré- molar superior. Nesses casos são duas vestibulares e uma lingual. 2º pré-molar superior Possui uma raiz e uma canal, tem comprimento aproximado de 21,8 mm. Em 30% dos casos, pode haver dois condutos no terço médio unidos por istmos, geralmente quando há dois condutos o palatino é o que tem acesso direto a polpa. A presença de curvatura apical é comum, além disso, pode ter canais acessórios, porém é menos que em incisivos. 1º pré-molar inferior Tem comprimento aproximado de 21,6mm, é mais comum ter uma raiz e um canal radicular, contudo, pode haver variações e ter dois condutos e dois canais. É mais comum a variação de canais, ficando mais difícil o acesso pois se tornam mais atrésicos. 2º pré-molar inferior Tem comprimento aproximado de 22,1 mm, com uma raiz e um conduto radicular. Possui menos variações que o 1º pré inferior, porém pode apresentar duas raízes e dois canais no sentido vestíbulo-lingual. Apresenta inclinação coroa/raiz. 1º molar superior Apresenta comprimento aproximado de 21,5mm, possui três raízes e quatro canais. É internamente mais complexo. Pode sofrer variações e ter até 5 canais, isso ocorre porque a raiz mesio vestibular é achatada e com isso gerar a deposição de dentina e a divisão dela até três canais, MV, MV1 e MV2. Os três canais mais comuns são mesio vestibular, disto vestibular e palatino, sendo o palatino o maior deles. 2º molar superior Tem comprimento aproximado de 21 mm, possui três raízes e até quatro canais, é um molar menor e a chance maior é de ter três canais, seu acesso é mais oval. Um canal mesio vestibular, um disto vestibular (mais abaixo do MV por isso é mais oval) e um palatino. Tem mais chance das raízes se fusionarem e por esse motivo os canais estrem dispostos em linha reta com MV e DV mais próximos. 1º molar inferior Tem comprimento aproximado de 21,6mm, com duas raízes, uma mesial e outra distal, com três canais (2 mesiais e 1 distal). Pode ocorrer variação de até quatro canais (dois mesiais e dois distais, determinando a forma de contorno quadrada. Pode ocorrer um terceiro canal na mesial, o mesio mesial, totalizando cinco canais. Os dois canais mesiais podem convergir e apresentar forame único no terço apical. 2º molar inferior Sua morfologia é extremamente parecida com a do 1º molar inferior, porém tem raízes mais curtas e mais curvas com comprimento aproximado de 21,6 mm, com duas raízes mesio distal, podendo estar fusionadas, é comum de dois a quatro canais, sendo mais comum três canais. 5. Limpeza e modelagem dos sistemas de canais Técnica de acesso se difere da técnica de instrumentação. Limpeza e modelagem: remover o teto para tirar o que está sujo e contaminado. Técnica instrumental: preparar o canal para receber o material obturador. Obturação: Selar o canal Restauração: devolver função e estética para o dente. Depois de realizar o acesso (cirurgia que visa acessar o canal radicular) faz-se a limpeza da cavidade com hipoclorito de sódio. A irrigação com hipoclorito visa retirar os debris (restos de dentina infectada) que são deixados pela broca no acesso e promover a desinfecção do canal, matar todos as células bacterianas presentes. A. Preparo químico mecânico: o preparo químico mecânico inicia com solução irrigadora de hipoclorito de sódio e EDTA. Nesse processo é feita a desinfecção com hipoclorito que mata as bactérias e remoção dos debris, por conseguinte faz-se a dissolução de tecidos com EDTA que dissolve tecido inorgânico, a lima também pode dissolver, e com hipoclorito que dissolve tecido inorgânico da polpa e da dentina. Por fim, outra ação do preparo químico mecânico é a lubrificação com hipoclorito que tem efeito detergente, facilitando a entrada dos instrumentos endodônticos. O hipoclorito também sessa sangramento e clareia a cavidade melhorando a visualização do canal. Esse preparo é feito com injeção e aspiração consecutivas que auxiliam na remoção de debris. B. Preparo químico mecânico – Modelagem: consiste no preparo do interior do canal com limas e brocas. Tem como função fazer a limpeza do canal trazendo conicidade ele e preparando o para receber o material obturador. Na polpa a quantidade de microrganismos é maior que a imunidade do organismo, não sendo possível que o sistema imune os combata, assim, a modelagem é o procedimento que visa diminuir a infecção, abrindo os canais e removendo o máximo de microrganismos possível para que o sistema imune consiga combater. 6. Técnicas de instrumentação: Técnica de instrumentação seriada de Ingle: os instrumentos endodônticos são usados em ordem crescente em toda a extensão do canal, sempre antes de cada lima é feito a lavagem do canal. Técnicasescalonadas: Existem dois tipos de técnicas escalonadas a ápice-coroa que começa com uma lima de maior comprimento e vai diminuindo, começa com a de 31mm, vai para a de 25mm e finaliza com a 21mm. A segunda técnica é a técnica coroa-ápice que vai da coroa até o ápice. Essa técnica foi proposta por Schilder em 1974, ele propôs o conceito de limpeza e modelagem. Limpeza e modelagem de Schilder: visa desenvolver uma forma cônica-progressiva do canal; manter o canal mais estreito apicalmente para não extravasar hipoclorito no meio externo e obter o preparo cônico em múltiplos planos. Schilder fala que é importante manter a anatomia do canal e manter o forame o mais fino e limpo possível para não extravasar hipoclorito. O conceito de limpeza e modelagem de Schilder visa usar o sistema de irrigação como ação química e os instrumentos como ação mecânica. Vantagens da técnica coroa-apice (CROWN- DOWN): ▪ Favorece o sistema de irrigação porque trabalha primeiro o terço cervical e depois o terço médio e por difusão o terço médio vai sendo descontaminado pelo hipoclorito. ▪ Permite liberar os instrumentos apicalmente, vai alargando os canais aos poucos. ▪ Melhor condição de obturação do canal radicular. ▪ Menor formação de degrau, perfuração e fratura do instrumento. ▪ Maior facilidade de colocação de medicação (mesma coisa do hipoclorito e a guta) ▪ Menor dor pós-operatória, pois há um menor risco de extravasamento (do ápice para o meio externo) de restos necróticos e microrganismo. ▪ Oferece maior exatidão para estabelecer o calibre na região apical, pois permite melhor acesso ao ápice. Passo a passo da técnica escalonada CROWN- DOWN: 1) Radiografia inicial e planejamento 2) Anestesia 3) Descontaminação coronária e acesso (remoção do teto juntamente a remoção de tecido cariado) 4) Isolamento absoluto (um canal não tem sucesso sem o isolamento absoluto) 5) Com a radiografia inicial você vai determinar o CAD, que é o comprimento aparente do dente e selecionar a limpa para fazer o cateterismo. O CAD é medido usando uma régua que terá seu ponto zero na cúspide mais alta da radiografia após medi-la irá tirar 1mm do valor encontrado, visto que a radiografia não é precisa quanto ao tamanho. Pós isso, irá selecionar a lima que vai usar se é de 31mm. 25mm ou de 21mm. 6) Com o acesso feito e removido todo tecido cariado presente, realiza-se a lavagem e aspiração com hipoclorito que vai fazer a desinfecção, dissolução dos tecidos e lubrificação do canal. 7) Pós isso, é feito o CATETERISMO com a lima 10, o cateterismo é feito visando o reconhecimento do canal, saber se ele amplo ou atrésico, curvo ou reto. Lavagem e aspiração com hipoclorito para promover desinfecção, dissolução dos tecidos e lubrificação. 8) Feito o cateterismo dá-se início a LIMPEZA PASSIVA. A limpeza passiva consiste em entrar com a lima 15 com 2/3 do CAD, por exemplo se o CAD deu 21 vai entrar com a lima medida em 14 mm. Lavagem e aspiração com hipoclorito para promover desinfecção, dissolução dos tecidos e lubrificação. 9) Feito a limpeza passiva acha-se a PATÊNCIA, que é a lima até o ápice livre e desimpedida. Na lima 15 vai ser medido o CAD e delimitado com o cursor e vai com ela até o ápice. 10) RADIOGRAFIA para descobrir se é comprimento real (CR). Se na radiografia a lima 15 estiver atingindo o ápice o CAD será igual ao CR. Lavagem e aspiração com hipoclorito para promover desinfecção, dissolução dos tecidos e lubrificação. 11) Descoberto o comprimento real realiza-se o ALARGAMENTO DO ÁPICE, para não perder a patência, durante a instrumentação. O alargamento é feito com até a lima 25mm, que é o máximo que pode alargar o ápice. Atingido a patência com a lima 15 e lavado e aspirado com hipoclorito, vai com a lima 20, lava e aspira com o hipoclorito e vai com a lima 15 novamente para não perder a patência e entra com a lima 25 a última lima usada para alargar o ápice. Lavagem e aspiração com hipoclorito para promover desinfecção, dissolução dos tecidos e lubrificação e patência com a lima 15. 12) O PREPARO DO CORPO DO CANAL é feito com a Gates Glidden em um avanço decrescente crown down. Em pré-molares e molares segue-se a sequência de gates 4, 3, 2 e quando são anteriores segue a sequência 6,5,4,3,2 (até a curvatura em canais curvos). A gates 4 vai ficar restrita ao terço cervical, a gates 3 fica restrita ao terço médio e a gates 2 vai até o terço apical onde começa a instrumentação. O movimento da gates é de entrada e saída e cada gates é feita a lavagem e aspiração com hipoclorito e a patência com a lima 15. 13) A DETERMINAÇÃO DO CT (COMPRIMENTO DE TRABALHO) é feita a partir do comprimento real e ele auxilia, de acordo com Schilder, a não perfurar o forame. CT é o comprimento real menos 1mm, que seria a distância mínima para não perfurar o ápice. 𝐶𝑇 = 𝐶𝑅𝐷 − 1𝑚𝑚 14) Pós determinação do CT começa a instrumentação com a lima 60, uma vez que a gates 2 corresponde a lima 70, vai diminuído as limas de até conseguir atingir o comprimento de trabalho, a lima que atingir o comprimento de trabalho é a LIMA DO DIÂMETRO ANATÔMICO (geralmente é a lima 40). A cada lima lavar e aspirar com hipoclorito e fazer patência com a lima 15. RADIOGRAFIA DA LIMA DO DIÂMETRO ANATÔMICO. 15) Achado a lima do diâmetro anatômico é necessário alargar o canal para que a guta entre facilmente, tirando o máximo de dentina infectada e ajudando que a guta chegue até 70. Para alargar o canal uso duas limas acima da lima do diâmetro anatômico, por exemplo se a lima for a 40 vou alargar com a 45 e a 50, e a lima 50 será minha LIMA DE MEMÓRIA. A lima de memória é a última lima a atingir o CT. Se a lima do diâmetro anatômico for a 50 não alargar mais, alargar no máximo ate 55. 16) RADIOGRAFIA DA LIMA DE MEMÓRIA, pós ter encontrado a lima de memória é feito radiografia dela no canal. 17) Se eu alarguei até a 50 eu preciso devolver a conicidade ao canal em um movimento determinado RECUO ESCALONADO, no qual eu vou recuando um milímetro a partir do CT com limas maiores. O recuo é feito com três limas acima da lima de memória, por exemplo, a lima de memória é 50 recuo com 60, 65 e 70. A cada lima lava e aspira com o hipoclorito e faz patência com a lima 15. Istmo = porção estreita que liga uma coisa a outra. Carreamento = levar. Largar (lançar) mão: unir alguma coisa 2º etapa 7. Alterações da Polpa: Existem três formas de alterações do tecido pulpar: Física: Restaurações, caneta mal refrigerada etc. Química: adesivo, ácido, gel clareador (prova pulpite), são tóxicos e agridem o dente. Bacteriológica: bactéria que agridem o dente, nesse caso é chamado de grangrena. Já em algumas restaurações o fato de você fazer o preparo (mecânico) e restaurar aquele dente, com adesivos, ácidos e outros materiais restauradores você vai afetar a polpa, pois, existe comunicação dos túbulos dentinários com a polpa. Sendo assim, quanto maior for a cárie ou a injuria (fratura) mais fácil será de acometer a polpa. A dor a noite indica que existe uma alteração da polpa, já que a polpa se manifesta com alterações de temperatura, por exemplo, em que a temperatura está mais baixa. Quando se tem dor exacerbada ao frio e faz o teste térmico e ele da um pulo da cadeira, tem uma inflamação ali, que com um estímulo de gelado e quente ela vai doer. Quando essa pulpite é inicial ele vai sentir dor ao frio, quando ela está mais avançada vai sentir dor ao quente e alívio ao frio. O aumento das células de defesa na presença de uma injuria aumenta o volume sanguíneo dentro da polpa, consequentemente, aumenta o volume da polpa. Uma hiperemia é o aumento de volume sanguíneo em uma região do corpo, com objetivo de combater uma injúria. Pulpite reversívelA inflamação provoca aumento de volume sanguíneo (hiperemia) que pode regredir sem deixar estigmas (cicatrizes, rastros, feridas). Quando ainda não rompeu o feixe vásculo nervoso, consigo curá-la só removendo a causa. Pulpite irreversível Nessa pulpite rompe-se o feixe vásculo nervoso e pode haver relatos de dor, quando ela ainda é aguda. Nesses casos o tratamento é a realização do canal. Na tentativa de eliminar uma injuria, aumenta-se o número de células de defesa, logo, de sangue naquela região, isso, provoca uma pressão no interior da polpa, provocando dor e a tornando sensível a qualquer estímulo. Quando a pressão aumenta muito, ocorre o rompimento do feixe vásculo - nervoso (característica de uma pulpite irreversível), ocorrendo isso, a pessoa para de sentir dor, contudo, quando isso ocorre existem regiões sem sangue ficam sem oxigênio e tem morte celular. Em crianças que a polpa é mais ampla, a resposta a estímulos, quando isso ocorre, é mais comum, porque tem como o sangue circular dentro da polpa, entretanto, em pessoas mais velhas que a polpa é estreita, a circulação sanguínea fica mais dificultada. Ainda, é importante dizer que em canais finos o rompimento do feixe vásculo - nervoso provoca uma necrose mais rápida, ocasionando também, aumento de bactérias naquele local. As células que combatem a agressão são os neutrófilos, células polimorfonucleares, elas, por apoptose, agem combatendo e matando tudo que estiver causando injuria. Assim, corpos necróticos vão se acumulando no forame e extravasando para a região externa, causando um espessamento do ligamento periodontal. Anacorese é o movimento de entrada das bactérias na polpa devido a uma injuria externa, pela circulação sanguínea elas encontram na polpa já inflamada um ambiente favorável para progressão. Outra forma de infecção é pela porta de entrada que é a boca, a partir de uma carie as bactérias que estão na boca invadem a polpa. Também é comum por janelas, que é quando uma injuria no periodonto progride até afetar a polpa. Diante dessas três formas de infecção fica claro que não é necessário ter cárie para ter canal, atentar-se a essas outras formas de infecção. As bactérias que atingem a polpa, depois de consumir toda a polpa orgânica, tornam-se anaeróbias pelo chip microbiano. Nesse estágio, as células que vão agir são os macrófagos, que vão fagocitar essas células mortas, aumentando o volume de células necróticas e formando mais exsudato, esse exsudato vai enraizando para o tecido periodontal até formar uma fistula (sinaliza uma inflamação) e/ou um abcesso (a drenagem ocorre de forma espontânea). Quando um exsudato não sai ele fica causando patologias no osso, tais como um cisto, um granuloma etc. Tipos de pulpite irreversível ❖ Pulpite Irreversível Aguda Sintomatologia muito alta, característica exacerbada, processo de cicatrização lento porque tem muito tecido pulpar, o processo inflamatório é gritante. Geralmente, o dente se encontra fechado. Tem um ligeiro espessamento do ligamento periodontal, sendo uma desorganização óssea, dado que a tendencia do osso na presença de uma bactéria, uma inflamação, é se afastar dessa agressão, caracterizando uma reabsorção óssea, ocorrendo o esse espessamento. ❖ Pulpite Irreversível Crônica É uma inflamação que persiste por um período longo, com morte tecidual maior, no qual os fenômenos inflamatórios ocorrem em lentidão. Tais características são mais vistas em dentes que se encontram abertos, podendo também ocorrer em dentes fechados. Pode haver resposta do dente ao teste de vitalidade, dado que, ainda pode existir vida dentro da polpa. BIZU: Na Pulpite não é possível ver nada na polpa, ela é vista e diagnosticada clinicamente, apenas o espessamento do ligamento periodontal pode ser visto. A polpa em contato com o meio externo ela sofre uma reação. Com relação a pulpite crônica esse tipo de reação a subdivide em duas: ➢ Pulpite crônica Ulcerativa Tecido branco em volta do dente, formado por células de defesa (glóbulos brancos), que tem dor quando mexe, porque o exsudato pode extravasar, uma vez que ele usa a coroa como uma via de drenagem, sangra facilmente. É uma úlcera tópica de aspecto granuloso, com uma barreira abaixo dela leucocitária. ➢ Pulpite crônica Hiperplásica Mesmo que pólipo pulpar. É característico o crescimento exacerbado de tecido conjuntivo (tecido pulpar cresce para fora da coroa). É mais comum em pacientes jovens com ampla abertura coronária, pois, esse tem uma polpa mais espessa. E é mais comum em molares que tem mais tecido pulpar. A polpa exposta apresenta-se com pólipo avermelhado ou rósea. É esperado ter um teste de percussão positivo, porque a região de Periápice está inflamada. Diagnóstico Paciente chega deve ser perguntado como é a dor, ela dói sozinha ou dói quando mastiga. Quanto ao aparecimento da dor: Provocada: quando mastiga, quando faz a percussão com o cabo do espelho, quando dói a noite – a polpa é formativa, nutritiva e sensorial, por isso, a noite que é mais frio ela pode doer - e na presença de endo ice. Espontânea: quando ela dói a qualquer momento. Se provoca a dor e a pessoa sente e para na hora a polpa está saldável. Duração da dor: Declínio rápido: a dor provocada passa rápido, pois a polpa está viva. Lento: a dor provocada é exacerbada e indica que a polpa está inflamada. Nesse caso tem que tratar canal. Frequência da dor: Intermitente: é intermitente quando sofre um estímulo como, doer a noite ou quando bebe algo gelado. Continua: quando dói o dia todo, sendo uma dor espontânea. Sede da dor: Localizada: é característico de uma pulpite reversível, dói um dente só. Difusa: dói mais de um dente, característica de uma pulpite irreversível porque a dor é muito exacerbada. Testes clínicos Teste térmico: frio (endo ice), polpa viva e inflamada vai reagir, a necrosada não, algo sério da acontecendo com ela/calor Teste elétrico: pulpo teste (não usa mais) Percussão: com cabo de espelho, se doer é inflamação. Palpação: pressiona o dedo na ponta das raízes. Características da Hiperemia Hiperemia é o aumento do fluxo sanguíneo que de início tem uma dor controlável que consegue ser tratada removendo a causa da agressão (pulpite reversível), contudo, quando ela é agravada a dor torna-se mais intensa e espontâneas o tratamento deve ser endodôntico (pulpite irreversível). Tem dor provocada por um doce, teste de percussão, alimentos ácidos, caracterizando uma pulpite reversível. Os dentes hiperêmicos, ainda que restaurados, são sensíveis às mudanças súbitas de temperatura, por algum tempo. A dor é deflagrada pelo frio e sessa assim que se estabelece o equilíbrio térmico. BIZU: A pulpite irreversível dói ao quente e melhora com o gelado, se intensificando com o calor. BIZU: Formar crista óssea apical tem que fazer reposição de hidróxido de cálcio. 8. Protocolos farmacológicos para procedimentos eletivos e de urgência endodôntico Medicação é um conforto paliativo, não resolve, só tira a dor do paciente, o que resolve é extração e tratamento de canal. Paciente com dor, sabe-se que tem uma inflamação ou uma infecção. Fazem parte de procedimentos eletivos, (podem ser marcados, tem um pré agendamento) os pacientes assintomáticos. Nas urgências estão os pacientes que sentem dor, que são sintomáticos, e exigem o pronto atendimento. Nas urgências faz-se a abertura coronária e uma cirurgia de acesso aos canais radiculares. O objetivo do acesso é esvaziar o canal, com uma lima 15 entra 2/3, irriga e aspira e vai com toda a lima, pode alargar o canal com lima 20 e 25. Antibioticoterapia não é indicado quando o paciente tem dor ou abcesso. O antibiótico inibe ou mata os microrganismos da infecção local, para que seja mais fácil o sistema imunológico combater a infecção.Contudo, nas infecções intracanais o sistema imunológico não consegue combater e nem os antibióticos, por isso, tem o momento certo de receitá-los. Se o paciente chega com dor é preciso tornar ele assintomático para que seja possível agendar uma consulta e realizar o tratamento com calma, tornando os tratamentos favoráveis. Pacientes previamente assintomáticos os tratamentos feitos são favoráveis, espera-se nesses casos apenas o desconforto no período pós-operatório, após o tratamento de canal, nesses casos a sintomatologia é prevenida com a indicação de um analgésico. O analgésico indicado é dipirona 1g de 8 em 8 horas. Se ele for alérgico a dipirona receita-se ibuprofeno 200mg ou paracetamol 700mg de 6 em 6 horas. Posologia: receitar a primeira dose após o atendimento, com os respectivos intervalos, durante três dias, que é o tempo que a dor pode persistir no organismo. Pacientes previamente assintomáticos com tratamento desfavorável são comuns em tratamentos de molares e em casos de retratamento, porque são procedimentos que demandam mais tempo, tem curvatura de raiz, a raiz é mais atrésica, raízes com cálculo pulpar, dificultando o procedimento, sendo necessário mais anestesias. Nesses casos, os mediadores inflamatórios devem manter-se inibidos por um período prolongado, aumentando o tempo de trabalho com o controle da dor, assim, é indicado analgesia perioperatória. Previamente a consulta, 40min antes, receita-se: Dexametasona (decadron) 4mg (1comp) Ou pode ser receitado Betametasona 4mg (2comp/2mg) Pós a consulta é feita a analgesia com: Dipirona sódica 1g de 8 em 8 horas ou de 500mg de 4 em 4 horas por três dias. Em caso de alergia ibuprofeno 200mg ou paracetamol 700mg de 6 em 6 horas por três dias. Pacientes previamente sintomáticos apresentam alguma condição pulpar (pulpite irreversível aguda) ou uma condição periradicular (necrose pulpar que compromete o periapice, como pericementite aguda e abcesso apical agudo). As pulpites irreversíveis remove-se a dor com o tratamento de canal, removendo a causa, por meio de um acesso ou tratamento endodôntico. Assim, após o procedimento de pulpectomia, deve-se receitar um analgésico para controle da dor residual. Pode ser necessário a prescrição de anti- inflamatórios em alguns casos, para realizar o controle da dor e posteriormente o tratamento em uma semana depois ou 3 a 4 dias depois, a literatura afirma que uma hora antes pode ser feito: Betametasona ou trometamina 10mg sublingual por cinco dias. Ou dexametasona (decadron) de 4mg por cinco dias. Bizu: deve ser realizado a checagem do controle da dor 24hrs depois. Dipirona sódica 1g de 4 em 4 horas Ibuprofeno 200mg ou paracetamol 750mg DE 6 em 6 horas. Ambos durante três dias. As necroses pulpares podem apresentar-se sem envolvimento periapical, como periodontites apicais agudas (pericementites) e abcessos apicais agudos. Nesses casos deve ser feito a prescrição de medicamentos perioperatórios: Dexametasona (decadron) 4mg (1comp) 1 hora antes do procedimento. Ou Betametasona 4mg (2comp/2mg) 1 hora antes do procedimento. No pós-operatório: Dipirona 1g de 4 em 4 horas por três dias. Ou ibuprofeno 200mg e paracetamol 700mg de 6 em 6 horas por 3 dias. A anestesia local é infiltrativa, intraóssea ou intraligamentar, optar por lidocaína com epinefrina, mais de um tubete sempre. Se realizar o bloqueio diretamente no nervo não precisa das técnicas complementares como intrapulpar e intraligamentar. Uso de antibiótico como terapia complementar para pacientes portadores de doença sistêmica que induzem alterações metabólicas ou imunossupressão. Bizu: não receita antibiótico para abcesso, pois, esse resseca o ponto de flutuação e pode causar insucessos do tratamento. Em casos de abcessos o correto é realizar a drenagem, para aliviar a dor dele. Se o paciente estiver com abcesso e com trismo manda para o hospital. Quando uma infecção que é local e começa a disseminar deve ser recitado o antibiótico ou encaminha para o médico. 1) Diabetes descompensado 2) Doença renal crônica 3) Lúpus eritomatoso sistêmica 4) Alteração na válvula cardíaca por condição congênita. Nos casos citados acima e em casos de disseminação local, como o trismo, o antibiótico é indicado como complementar a técnica. Os sintomas de disseminação de uma infecção local, é uma celulite, linfadenite, limitação de abertura de boca, febre, taquicardia, falta de apetite, mal-estar geral. E necessário receitar um antibiótico ou encaminhar para o médico. Abcessos apicais em fase inicial Amoxicilina 500 mg de 8 e 8 horas Pacientes com histórico de alergia a penicilina Claritromicina ou Azitromicina 500 mg a cada 8 horas ou 500mg a cada 24 horas Infecções disseminadas (presença de celulite) Amoxilina + metronidazol 500mg a cada 8 horas + 250mg a cada 8 hora Quando amoxicilina+ Metronidazol não dá certo Amoxicilina com clavulanato de potássio (k) 500mg a cada 8 horas Pacientes com história de alergia às penicilinas clindamicina 300 mg a cada 8 horas Paciente que amoxicilina com metronidazol não funcionou já encaminha para o médico. Pacientes com histórico de ansiedade sente dores mais elevadas que o paciente normal, cerca de 10x mais, sem ter como controlar. Para controle, encaminha para o psicólogo ou trata com o ansiolítico. O protocolo farmacológico para controle da dor em paciente com histórico de ansiedade é: Oprazolan, clonazepan, rivotril ou midazolam 7,5mg. O Midazolam é mais forte é melhor indicar os outros. 9. Obturação dos sistemas de canais radiculares É necessário selar todo o preparo feito para que não haja maior disseminação de microrganismos. O cone de guta percha precisa chegar no CT, preenchendo todo o canal radicular por toda extensão do canal. O selamento deve ser hermético e tridimensional (em todas as faces, de forma 3d, sem bolha e sem espaço). O reparo apical também deve ser bem-feito para que o reparo periapical tenha uma resposta efetiva. A obturação é uma junção de todas as etapas e para isso todas as etapas devem ser bem- feitas. No que tange aos objetivos, eles podem ser técnicos biológicos, para que a bactéria não retorne para o canal radicular. Outrossim, ele tem o objetivo de preenchimento e selamentos, bem selado, sem espaços vazios para não haver reinfecção. A irrigação deve ser efetiva e feita constantemente para alcançar regiões de istmos e reentrâncias, de modo que o cimento encontre esses locais e selem esses espaços. A manipulação do cimento é feita em placa de vidro com espátula 24, a proporção é no “olhômetro”, após condicionar o pó ao líquido é importante meche-lo fazendo movimentos em formato de oito, até ele desgrudar da placa fazendo uma linha. Como é feita a obturação – passo a passo da Técnica Hibrida de Tagger: Avaliar o canal e se ainda estiver atrésico alargar até 50 (canais mesiovestibular vai até 40 com a lima de memória). 1) Seleção do cone principal – corta o cone com a lâmina de bisturi duas vezes, para que o corte seja reto, uma vez pode ter bisel cortando uma vez só. Medindo com a régua calibradora no tapper anterior ao da lima de memória. O cone deve fechar de forma hermética o canal, havendo mais cone do que cimento, pois o cimento ajuda na adesão e essa adesão acaba, por isso, deve haver sempre MAIS CONE DO QUE CIMENTO. O cone deve estar em contato com todas as paredes do canal. O cone usado geralmente é o M fechado em tapper 40 ou 50. 2) Colocação do cone- passa o cone no cimento e vai pressionando-o dentro do canal, de modo que o cimento se encontre em todas as paredes. Logo, passa o cimento no cone e coloca ele dentro do canal e espera secar. Quando o cimento está seco corta o cone na embocadura do canal com cortador de guta percha aquecido 3) Condensaçãolateral apical - O cone oddus d’ deus M não precisa de cone acessório sempre, os cones acessórios são colocados com o auxílio do espaçador digital, coloca ele e vai colocando o cone acessório, esse movimento é determinado condensação lateral apical. 4) Compactador - Condensa com os condensadores de Paiva (do menor para o maior) em um movimento chamado condensação vertical ou hidráulico. Ter cuidado com para não extravasar a guta percha ou muito cimento, extravasar um pouco de cimento pode. 10. Alterações do periápice Quando se tem uma hiperemia ou uma inflamação da polpa e o feixe vasculo nervoso é rompido, dá-se início a uma pulpite irreversível aguda, nessa fase a polpa começa a sofrer morte celular. Quando a pulpite não e tratada o tecido pulpar entra em estado necrótico, e a infecção passa para o osso, causando alterações do periapice. O espaçamento do ligamento periodontal é característico da pulpite aguda e da periodontite apical aguda, dessa forma, deve ser avaliado a diferença de ambos com o exame clínico. Dor constante, dor ao gelado que demora passar, dor a noite e dor ao quente (clássico de pulpite irreversível) é característico de uma pulpite aguda, em uma periodontite apical aguda o tecido encontra- se necrosado então não há dor constante, nem dor exacerbada ao aplicar o endo-ice. Os fatores etiológicos das alterações perirradiculares, são: Biológicos: microbianos Físicos: Trauma dentário e oclusão; instrumentação extra foraminal e movimentação dentária induzida. Químicos: medicação intracanal; solução irrigadora e materiais obturadores. Periodontite apical aguda: os sinais e sintomas são dor localizada e sensação de dente crescido(o espessamento do ligamento periodontal é maior, por isso, o dente fica mais afastado do alvéolo); o teste pulpar é positivo por conta da inflamação do periapice; teste de percussão é positivo para muita dor; dor ao mastigar e dor ao tocar no dente; a resposta a palpação é normal; nos achados radiográficos existe a ausência de lesão e leve espessamento do ligamento periodontal e o tratamento é a pulpectomia. Periodontite crônica é quando a periodontite apical aguda não é tratada e ela se torna crônica, nesse caso, não há presença de dor, ela é silenciosa. Contudo, ela pode agudizar, tornando-se um abcesso fênix e ter dor. Abcesso dento alveolar agudo: os sinais e sintomas são dor localizada, hiperemia, edema, purulento; positivo para o teste pulpar; positiva para o teste de percussão – muita dor e sensível ao toque -; a palpação é positiva, já que está em uma área que aumentou de volume; os achados radiográficos tem o espessamento do ligamento periodontal e sem lesão e o tratamento é por meio do reconhecimento do ponto de flutuação realizar a drenagem externa, pós isso, fazer o acesso e realizar a drenagem intracanal, fazer a medicação intracanal e quando estiver sequinho faz a pulpectomia. Abcesso dento alveolar crônico: os sinais e sintomas são ausência de dor e fistula, em uma fase silenciosa sem achados clínicos; o teste pulpar é negativo; o teste de percussão depende da morfologia do canal radicular (paciente sem luz do canal ou mais velho não vai sentir nada, um paciente mais novo pode sentir porque tem mais tecido, se o canal for mais amplo pode sentir porque tem bactéria); o teste de palpação não sente nada por que não está inchado, se não tem abcesso não sente dor; o exame radiográfico uma imagem radiolúcida periapical bem delimitada, com lesão na região e o tratamento é verificar se é necessário drenagem do canal (acesso), se tiver bolsa pode fazer pelo suco, se tem fistula tem que fazer a fistolografia, que é um exame que consiste em enfiar uma guta percha na fistula e radiografar, e se ela for para o canal é da polpa e se for pro periodonto é uma doença periodontal, e por fim faz uma pulpectomia. Periodontite apical crônica: os sinais e sintomas consiste em ausência de dor; teste pulpar negativo; teste de percussão é negativo; teste de palpação é negativo; no exame radiográfico tem presença de lesão periapical bem delimitada e o tratamento é a pulpectomia. Granuloma apical: nos sinais e sintomas há ausência de dor, o teste pulpar é negativo; teste de percussão é negativo e o teste de palpação é também negativo; nos achados radiográficos tem uma lesão periapical radiolúcida bem evoluída (maior), acometendo dentes vizinhos, e o tratamento é a pulpectomia. Cisto radicular: os sinais e sintomas tem ausência de dor; o teste pulpar é positivo; teste de percussão positivo; teste de palpação é positivo; nos achados radiográficos tem uma imagem radiolúcida bem delimitada por halo radiopaco e o tratamento é a pulpectomia. Abcesso fênix: é um diagnóstico crônico que agudizou, apresentou todos os sinais de um processo agudo. Os sinais e sintomas dor localizada exacerbada; teste pulpar positivo; teste de percussão positivo (com muita dor, sensível ao toque); teste de palpação positivo; no exame radiográfico tem uma lesão radiolúcida delimitada por halo radiopaco e o tratamento é pulpectomia. Bizu: não há evidências cientificas que provem que a periodontite apical cística pode regredir ou não com o tratamento de canal. O diagnóstico de cisto não é clínico é feito por biopsia ou extração. Bizu: diagnóstico de cisto é feito com exame histopatológico e NUNCA por raio-x. Bizu: se tem fistula é um processo crônico.