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CLÍNICA MÉDICA AVANÇADA – ONCO CÂNCER DE PÂNCREAS 1 Câncer de pâncreas · Não é um câncer muito comum, mas é muito letal. 1. ANATOMIA · O pâncreas está muito relacionado com os órgãos adjacentes. · Artéria e veia mesentérica superior intimamente ao processo ucinado (cabeça do pâncreas). · Tronco celíaco – passam nervos do plexo celíaco e artérias → comprometimento nessa área pode causar muita dor. Se acomete a mesentérica superior e tiver mais de 180º é um tumor irressecável · Segmento duodenal intimamente ligado com a cabeça do pâncreas. · TU cabeça do pâncreas é o mais comum → gastroduodenopancreatectomia 2. FUNÇÃO · Endócrino (células de langerhans) – insulina, glucagon e somatostatina · Exócrino (ácinos) – enzimas digestivas – lipase, amilase, tripsina 3. CÂNCER DE PÂNCREAS 3.1 Epidemiologia · 7° causa de morte por CA no mundo; · Maior prevalência nos países desenvolvidos (EUA e Europa Central); · Brasil corresponde a 2% das neoplasias diagnosticadas e 4% das mortes por CA; · 20 % das doenças são ressecáveis no diagnostico (80% não consegue fazer um tratamento eficaz) · 40% doenças metastáticas e 40% localmente avançados “irressecáveis”. 3.2 Fatores de risco · Idade entre 60 e 80 anos – segundo a (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10 para cada 100.000 hab. entre 40 e 50 anos para 116 para cada 100.000 hab. entre 80 e 85 anos; · Tabagismo (1,5x);Sd. Peutz-jeghers - maculas melanocísticas · Negros; · Dieta rica em carnes e gorduras; · Pancreatite crônica (familiar gene PRSS1) · Homens 1,3:1,0 · Obesidade – IMC > 40 · DM 3.3 Fatores genéticos Inativação de genes supressores · Mutação BRCA2 (ovário-mama); · Mutação STK11 (Síndrome de Peutz-Jeghers: formação de vários pólipos intestinais); · MLH1, MSH2, MHH6 (envolvidos principalmente com desenvolvimento de câncer colorretal, porém também tem uma relação com CA de pâncreas- Lynch); · Tp53 (gene mais envolvido com o câncer); · DPC4 e P16 Ativação mutacional de oncogenes – K-ras (90%) 3.4 Classificação · Pâncreas exócrino – neoplasias sólidas e neoplasias císticas · Pâncreas endócrino – neoplasias neuroendócrinas 3.4.1 Pâncreas exócrino · Neoplasias sólidas, com tipo histológico de adenocarcinoma ductal – 85 a 90% - células em anel de sinete, adenoescamoso, anaplásico, coloide e indiferenciado de células gigantes · Carcinoma de células acinares – 5% · Pancreatoblastoma < 1% (2/3 em crianças) · Carcinoma pseudopapilar < 1% (mulheres jovens) · Neoplasias císticas com risco de malignização 2-3%: · Neoplasia serosa cística ou mucinosa ductais; · Neoplasia pancreática intraductal mucinosa (IPMN); · Cistoadenoma acinar; 3.4.2 Pâncreas endócrino – neoplasias neuroendócrinas: 3.5 Apresentação clinica · Perda de peso acentuada; · Dor abdominal; · Icterícia – fase inicial obstrui o colédoco, na fase avançada pode ter metástase para o fígado, então pode ter nos dois momentos; · Saciedade precoce; · Anorexia; · Pancreatite; · Alteração do hábito intestinal – principalmente nos carcinoides · Aparecimento de diabetes. 3.6 Exame físico · Abdome ascitico – casos avançados, com metástase para fígado e peritônio; · Hepatomegalia; · Adenomegalia supraclavicular esquerda (nódulo de Virchow); · Nódulos periumbilicais – irmã Maria José; · Nódulos pélvicos – prateleira de Blummer; Linfonodomegalia supraclavicular esquerda (Virchow) e implantação tumoral na cicatriz umbilical (irmã Maria José) 4. ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS 4.1 Diagnóstico · TC de abdome: exame de escolha, 90% de acurácia. Possível visualizar a relação do TU com estruturas vasculares adjacentes (tronco celíaco, vasos mesentéricos, veia porta, confluência mesentérico-portal) · RNM – acurácia semelhante; melhor para avaliar lesões complexas com componentes císticos e as lesões hepáticas. · Eco EDA – diagnóstico diferencial de lesões pequenas (<2cm) e icterícia obstrutiva sem lesões hipodensas na TC · PET CT – não é indicado rotineiramente; diagnóstico diferencial de lesões suspeitas de metástases; · Biópsia – geralmente não é necessária quando as imagens radiológicas da lesão são altamente suspeitas ou típicas. Pode fazer de 2 formas: · Eco EDA – apenas citológico – não dá para confirmar o tipo específico de câncer · Biopsia guiada por TC – amostras maiores · CA 19-9 – usado para seguimento (recidiva). Não é específico, está relacionado a insuficiência hepática, colangite, pancreatite severa e câncer de ovário/pulmão. · >90UmL associado a TC, apresenta valor preditivo positivo de 99 a 100% - vai direto para cirurgia se for possível · >200U/mL – preditor de doença peritoneal e pior sobrevida → pode fazer a laparoscopia para olhar a cavidade e ver se realmente tem a doença peritoneal. 4.1.1 Classificação TNM · Precisa fazer a classificação e estadiamento para começar o tratamento. · Dependendo a classificação, já é possível saber se a cirurgia é possível inicialmente ou não. 4.1.2 Estadiamento Estágio TNM classificação Classificação clínica 0 Tis, N0, M0 Ressecável IA T1, N0, M0 Ressecável IB T2, N0, M0 Ressecável IIA T3, N0, M0 Ressecável IIB T1-2-3, N1, M0 Localmente avançado, potencialmente ressecável III T4, N0-1, M0 Localmente avançado; duvida em ser ressecável ou não (contato com estruturas importantes)- T4 para alguns pacientes, considera como TU Bordelina (começa com RTX para tentar diminuí-lo antes da cirurgia) IV T1-2-3, N0-1, M1 Metastático (QTX paliativa) 4.2 Tratamento · Critérios de ressecabilidade: · Tumores ressecáveis: ausência de metástases; plano nítido de clivagem com AMS, VMS, tronco celíaco e veia porta · Tumores borderline: envolvimento < 180º da AMS, tronco celíaco; trombose ou envolvimento da VMS e veia porta que permita reconstrução vascular. É melhor fazer quimioradio antes de operar. · Ressecção cirúrgica (R0) é o objeto · Duodenopancreatectomia · GDP – Whipple – tira o final do estomago, duodeno, cabeça do pâncreas e colédoco distal · Pancreatectomia corpo caudal · Reconstrução · Alça única ou Y de Roux · Stent no ducto de Wirsung · “Quanto mais padronizado, melhor o resultado” · Linfadenectomia – melhor controle local; estadiamento adequado; pode ser standard ou extendida. · Sobrevida em 5 anos: 25 a 30% LFN- e 10% LFN+. STANDARD EXTENDIDA Lig. Hepatoduodenal Hilo renal A. Hepática Inter cavo-aórtico LFN Infrapilóricos Tronco celíaco LFN retropancreático AMS · Drenagem biliar pré-operatória: evita colangite, indicada para paciente sem performance para cirurgias e evita neoadjuvância e obstrução das VB · QT/RXT neoadjuvante – tumores borderline · QT adjuvante – para todos os tumores ressecados 0 recidiva local alta (até 70%) · RXT/QT adjuvantes – linfonodos + e/ou margens cirúrgicas comprometidas Na dúvida, com envolvimento de vasos faz a QT/RXT antes, senão parte direto para a cirurgia
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