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Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Anormalidade do sistema circulatório que resulta em perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas; Diagnóstico: achados clínicos e exames laboratoriais; nenhum sinal vital ou teste laboratorial isolado é capaz de diagnosticar; O segundo passo na abordagem do choque é identificar a sua provável causa; Traumatizados → maioria apresentam hipovolemia associada ao choque; podem apresentar também choque cardiogênico, obstrutivo, neurogênico e/ou, raramente, séptico; Pneumotórax hipertensivo → ↓ retorno venoso → choque obstrutivo; Tamponamento cardíaco → choque obstrutivo → presença de sangue no interior do saco pericárdico inibe a contratilidade miocárdica e o débito cardíaco; Choque neurogênico → resulta de lesão extensa da medula cervical ou torácica alta, causado pela perda do tônus simpático e pela vasodilatação subsequente; o Não resulta de trauma de crânio isolado, a menos que o tronco cerebral esteja envolvido; o Vítimas de lesão medular podem apresentar, inicialmente, choque por vasodilatação e hipovolemia; Choque séptico → infrequente; deve ser considerado em paciente com demora de chegada à sala de emergência; Idosos → causa precipitante da lesão traumática pode ser uma infecção não reconhecida (ITU); Hemorragia → causa mais comum de choque nos traumatizados; Hemodinamicamente estável: perdeu sangue, mas está com os sinais vitais normais; Qual o melhor índice para monitorar se um paciente está saindo do choque? Débito urinário Respostas circulatórias iniciais à perda sanguínea são compensatórias → progressiva vasoconstrição das circulações cutânea, muscular e visceral para preservar o fluxo sanguíneo para rins, coração e cérebro; Resposta à perda aguda de volume circulante → ↑ FC e FR → tentativa de preservar DC; Taquicardia → sinal circulatório mais precoce do choque; Liberação de catecolaminas endógenas → ↑resistência vascular periférica → ↑ PAD e ↓ pressão de pulso; Fases iniciais do choque hemorrágico → retorno venoso é preservado até certo limite → mecanismo compensatório da contração do volume sanguíneo no sistema venoso; Maneira mais efetiva de restaurar o débito cardíaco, perfusão aos órgãos alvo e oxigenação tecidual, é o restabelecimento do retorno venoso ao normal → identificação e interrupção do sangramento; Reposição volêmica permite a recuperação do estado de choque somente se o sangramento estiver controlado; Células inadequadamente perfundidas e oxigenadas → compensação ocorre através da mudança para o metabolismo anaeróbico → formação de ácido lático → acidose metabólica; o TTO: administração de soluções eletrolíticas isotônicas, sangue e hemoderivados; Controle definitivo da hemorragia e a restauração do adequado volume circulante são os objetivos do tratamento do choque hemorrágico!!! → Vasopressores são contraindicados como 1ª linha de TTO do choque hemorrágico → pioram perfusão tecidual; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 DC: volume de sangue bombeado/min; Pré carga: volume de retorno venoso; Contratilidade miocárdica: volume de ejeção; Pós carga: resistência vascular periférica (é sistêmica); DC = FC x volume de ejeção Deve-se reconhecer o estado de choque durante a avaliação inicial; Antes de buscar sinais de choque, assegurar via aérea pérvia e adequada ventilação; Manifestações iniciais do choque → taquicardia e vasoconstrição periférica; Todo traumatizado que apresentar pele fria e taquicardia deve ser considerado em estado de choque, até provar o contrário. Não confiar exclusivamente na pressão sistólica como indicador de choque → mecanismos compensatórios podem prevenir a queda da PAS até que ocorra uma perda de 30% da volemia; ↓ PAS É UM INDICADOR TARDIO!!! Avaliar: FC, qualidade do pulso, FR, perfusão periférica e pressão de pulso (diferença entre PAS e PAD); Idosos → podem não apresentar taquicardia devido à limitada resposta cardíaca ao estímulo das catecolaminas ou ao uso de medicamentos (bloqueadores beta-adrenérgicos); Marcapasso → pode limitar a capacidade de aumentar a frequência cardíaca; Redução da pressão de pulso → sugere perda sanguínea significativa e ativação de mecanismos de compensação; Perda sanguínea maciça pode produzir decréscimos mínimos nos valores iniciais de hematócrito e na concentração de hemoglobina → nível muito baixo de hematócrito, precocemente após o trauma, sugere perda sanguínea significativa ou uma anemia pré-existente; mas, valor normal de hematócrito não descarta perda sanguínea significativa; Choque hemorrágico ou não hemorrágico; Determinação da causa do choque depende de uma história clínica apropriada e de um minucioso exame físico; Exames diagnósticos complementares → radiografias de tórax ou de pelve; FAST; o Confirmam a causa do choque, mas não devem retardar a reanimação; Armadilhas: o Não diagnosticar pneumotórax hipertensivo; o Assumir que há apenas uma causa de choque; o Reserva fisiológica em jovem e com deterioração abrupta; Choque cardiogênico, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, choque neurogênico e choque séptico. Apesar da ausência de perda sanguínea, a maior parte dos casos de choque não hemorrágico respondem de forma transitória à reanimação volêmica; TAQUICARDIA Lactente >160 Pré-escolar >140 Escolar >120 Adulto >100 Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Disfunção miocárdica causada por contusão cardíaca, tamponamento cardíaco, embolia gasosa, ou IAM; Suspeitar de contusão cardíaca quando o mecanismo de lesão torácica envolve uma rápida desaceleração; Trauma torácico contuso → monitorar eletrocardiograficamente de forma contínua → buscar presença de padrões de lesão ou de arritmias; Níveis de marcadores de necrose miocárdica → investigação de choque secundário a IAM → pacientes idosos ou cardiopatas; Taquicardia, abafamento de bulhas cardíacas, e veias do pescoço dilatadas e engurgitadas (turgência jugular) com hipotensão e resposta insuficiente à reposição volêmica; Pneumotórax hipertensivo pode simular tamponamento cardíaco → possuem achados q comuns (turgência jugular e desvio de traqueia); o Ausência de murmúrio vesicular e o timpanismo à percussão não estão presentes no tamponamento cardíaco; FAST → identifica derrame pericárdico → sugere tamponamento cardíaco como causa do choque; TTO: intervenção cirúrgica formal (toracotomia); o Pericardiocentese é manobra temporária, quando a realização de cirurgia imediata não for possível; Emergência cirúrgica que requer diagnóstico e tratamento imediatos; Descompressão torácica imediata; Se desenvolve através de um mecanismo de válvula, que permite a entrada de ar no espaço pleural, mas não a sua saída; Pressão intrapleural aumenta progressivamente → colapso total do pulmão e desvio do mediastino para o lado oposto → redução do retorno venoso e do débito cardíaco; Doentes ventilando espontaneamente manifestam extrema taquipneia e “fome de ar”; Doentes em ventilação mecânica apresentam colapso hemodinâmico; Outros sinais que auxiliam o diagnóstico: insuficiência respiratória aguda; enfisema subcutâneo; ausência de murmúrio vesicular, de timpanismo à percussão e de desvio da traqueia; Descompressão por agulha ou toracocentese resolve temporariamente; o Na sequência, deve ser realizada a inserção de um dreno de tórax; Lesões intracranianas isoladas não causam choque, a menos que haja envolvimento do tronco cerebral; Lesões na medula espinhal cervical ou torácica alta podem produzir hipotensão através da perda do tônus simpático → agravaos efeitos da hipovolemia → hipovolemia acentua denervação simpática; Apresentação clássica: hipotensão com ausência de taquicardia ou de vasoconstrição cutânea. Falha no restabelecimento da perfusão orgânica e da oxigenação tecidual com a reposição volêmica sugere a presença de hemorragia contínua ou de choque neurogênico. Portadores de traumatismo medular frequentemente apresentam lesões concomitantes no tronco; portanto, doentes com suspeita ou diagnóstico de choque neurogênico devem ser tratados como portadores de hipovolemia; Causado por infecção, imediatamente após o trauma; é incomum; Ocorre caso a chegada do doente ao serviço de emergência demore algumas horas; Comum em vítimas de ferimentos penetrantes no abdome com contaminação peritoneal por conteúdo entérico; Doentes sépticos hipotensos e afebris são de difícil diferenciação daqueles em choque hipovolêmico, pois ambos os grupos podem apresentar taquicardia, vasoconstrição cutânea, diminuição do débito urinário, diminuição da pressão sistólica e diminuição da pressão de pulso; Fase inicial: volume circulante normal, discreta taquicardia, pele aquecida, pressão sistólica próxima da normalidade e ampla pressão de pulso; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Causa mais comum de choque devido ao trauma; Acompanha hipovolemia → se sinais de choque estiverem presentes, o TTO é instituído como se o doente estivesse hipovolêmico; Fontes potenciais de perda sanguínea → tórax, abdome, bacia/pelve, retroperitônio, extremidades e sangramentos externos; Radiografias de tórax e de pelve, avaliação abdominal através do FAST ou do lavado peritoneal diagnóstico (LPD) e sondagem vesical de demora podem ser necessários para determinar a fonte do sangramento; Perda sanguínea estimula a transferência de fluidos entre os diferentes compartimentos do organismo, particularmente no compartimento extracelular; Hemorragia: perda aguda de volume sanguíneo; o Adulto → volume sanguíneo é 7% do peso; Efeitos imediatos da hemorragia: hipóxia tecidual → morte celular; Os efeitos fisiológicos da hemorragia são divididos em quatro classes baseadas em sinais clínicos; Ao doador de sangue; Perda <750 mL; Sintomas mínimos; taquicardia leve; não ocorrem alterações mensuráveis na pressão arterial, na pressão de pulso ou na frequência respiratória; Em doentes saudáveis, essa perda volêmica não exige reposição → reenchimento capilar e outros mecanismos de compensação restauram o volume sanguíneo dentro de 24 horas, geralmente sem necessidade de transfusão sanguínea. 15 a 30% de perda do volume sanguíneo; 750-1500 mL; Hemorragia não complicada; Sinais clínicos: taquicardia, taquipneia e redução da pressão de pulso (relacionado com um aumento da PAD devido ao aumento das catecolaminas → aumento do tônus e da resistência vasculares periféricos); Alterações na PAS são mínimas → avaliar pressão de pulso ao invés da PAS; Mudanças sutis no nível de consciência → ansiedade, medo e hostilidade; Débito urinário → levemente afetado; 20 a 30 mL/h em um adulto; Alguns doentes podem necessitar de transfusão sanguínea, mas a maior parte consegue ser estabilizada inicialmente com soluções cristaloides; 31 a 40% de perda do volume sanguíneo; 1500-2000mL; Hemorragia mais complicada; Sinais clássicos de perfusão inadequada: taquicardia e taquipneia pronunciadas, alterações significativas do estado mental e queda mensurável da PAS; Abordagem inicial → interrupção da hemorragia por intervenção cirúrgica ou embolização; Maioria dos doentes necessita de transfusão de concentrado de hemácias e de outros hemoderivados; >40% de perda do volume sanguíneo; >2000mL; Evento pré-terminal; Sintomas: taquicardia acentuada, redução significativa da pressão sistólica e presença de pressão de pulso muito estreita ou de PAD não mensurável (bradicardia pode se desenvolver nos doentes pré-terminais); o Débito urinário é desprezível e o estado de consciência está notadamente deprimido; pele encontra-se fria e pálida; Transfusão sanguínea rápida e de intervenção cirúrgica imediata; → Fatores que alteram a resposta hemodinâmica à perda aguda de volume sanguíneo circulante; Idade do doente; Gravidade da lesão, particularmente o tipo de trauma e a localização anatômica da lesão; Reposição volêmica no pré-hospitalar; Tempo decorrido entre a lesão e o início do tratamento; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Medicamentos utilizados para doenças crônicas; Lesões extensas de partes moles e fraturas comprometem o estado hemodinâmico; Perda sanguínea no local lesado: o Obesos → risco para perdas sanguíneas extensas em lesões de partes moles, mesmo na ausência de fraturas; o Idosos → risco devido à fragilidade da pele e do tecido subcutâneo, que são lesados mais rapidamente e são menos eficazmente tamponados; paredes inelásticas dos vasos sanguíneos que não sofrem espasmo ou trombose quando traumatizados ou seccionados; Edema → fonte de perda de fluidos; o Extensão dessa perda adicional de fluidos é proporcional à magnitude da lesão de partes moles; o Lesão tecidual → resposta inflamatória sistêmica → produção e liberação de citocinas → aumento da permeabilidade. o Edema tecidual → resulta da transferência de líquidos (plasma) para o espaço extravascular, ou extracelular, como resultado das alterações na permeabilidade do endotélio; Interromper o sangramento e repor as perdas volêmicas; Diagnóstico e TTO se possível quase simultâneos; Monitorar a resposta → sinais vitais e débito urinário; Oxigenoterapia por via aérea pérvia; Acesso venoso calibroso periférico; Exame neurológico/nível de consciência; Exposição e manobra de rolamento; Descompressão do estômago com SNG → prevenção de arritmais; Sondagem vesical → monitorização de débito urinário; Exame físico Inclui a avaliação dos ABCDE; Avaliações repetidas dos sinais vitais, débito urinário e nível de consciência; Via Aérea e Respiração Estabelecimento de uma via aérea pérvia com ventilação e oxigenação adequadas; Deve-se fornecer oxigênio suplementar → manter SaO2 >95%; Circulação: Controle da Hemorragia Controle de hemorragias evidentes, obtenção de acesso venoso adequado e avaliação da perfusão tecidual; Sangramento por ferimentos externos nas extremidades → controlado por compressão direta do local; perdas sanguíneas maciças provenientes podem necessitar de torniquetes; Lençol ou uma cinta pélvica → controle de sangramento proveniente de fraturas pélvicas; Hemorragias internas → intervenção cirúrgica ou angioembolização; A prioridade é a interrupção do sangramento, e não o cálculo de perdas volêmicas; Disfunção Neurológica: Exame Neurológico Nível de consciência → avaliação da perfusão cerebral; Modificações na função do SNC em pacientes em choque hipovolêmico não sugerem necessariamente lesões intracranianas diretas, mas podem refletir a perfusão inadequada do cérebro; Exame neurológico deve ser repetido após a perfusão e a oxigenação terem sido restauradas; Exposição: Exame Completo Doente deve ser completamente despido e e cuidadosamente examinado “da cabeça aos pés”; Prevenção da hipotermia → fluidos aquecidos, técnicas de reaquecimento externo passivo e ativo; Dilatação Gástrica: Descompressão Dilatação gástrica → comum no trauma, especialmente em crianças; o Pode ser causa de hipotensão inexplicada ou de arritmias cardíacas (bradicardia), em decorrência do estímulo vagal; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Em doentes inconscientes, a distensão gástrica aumenta orisco de broncoaspiração de conteúdo gástrico; Sonda naso ou orogástrica e e aspiração; Sondagem Vesical Permite a avaliação da presença de hematúria → sistema genitourinário como fonte de sangramento; Monitoração constante do débito urinário → avaliação contínua da perfusão renal; Contraindicação: sangue no meato uretral ou de hematomas/lacerações perineais → pode indicar uma lesão de uretra; Acesso vascular Deve ser obtido rapidamente; dois cateteres intravenosos periféricos (calibre mínimo de 18); Cateteres IV periféricos curtos e calibrosos são preferíveis para a rápida infusão de fluidos; Hemorragias maciças e hipotensão severa → utilizar fluidos aquecidos e bombas de infusão rápida; Locais mais adequados → veias do antebraço ou antecubitais; Impossibilidade de acesso venoso periférico → considerar punção e a introdução de acesso intraósseo; cateterização de um acesso venoso central (veia femoral, jugular ou subclávia); Coletar tipagem sanguínea e provas cruzadas → estudos toxicológicos; teste de gravidez em todas as mulheres em idade fértil; Gasometria arterial; Radiografia de tórax deve ser obtida após tentativa de cateterismo venoso central em veias jugulares ou subclávias, para documentar o posicionamento do cateter e avaliar a presença de complicações, como pneumotórax ou hemotórax; Reposição Volêmica Inicial Começar administrando um bolus inicial de solução isotônica aquecida → 1 litro para adultos e de 20mL/kg para crianças < 40 kg; Volume total de fluidos de reanimação deve ser baseado na resposta do doente à reposição; A quantidade de fluido inicial inclui o volume administrado durante o atendimento pré-hospitalar; Avaliar resposta à reposição volêmica e identificar evidências de perfusão de órgãos-alvo e de oxigenação tecidual adequadas; A infusão contínua de grandes volumes de fluidos e de sangue, na tentativa de atingir uma pressão arterial normal, não substitui o controle definitivo da hemorragia. Se a pressão arterial do doente aumentar rapidamente antes que a hemorragia tenha sido definitivamente controlada, pode ocorrer mais sangramento → a administração excessiva de solução cristaloide pode ser prejudicial. Reposição precoce de sangue e hemoderivados → hemorragias classes III e IV; Administração precoce de hemoderivados (em uma baixa proporção entre concentrado de hemácias, plasma e plaquetas) → previne desenvolvimento de coagulopatia e trombocitopenia; Avaliação da resposta à reposição volêmica Avaliar sinais e sintomas de perfusão inadequada; Normalização da PA, da pressão de pulso e da FC → sinais de que a perfusão está retornando ao normal; Melhora do estado do volume intravascular → evidência de ↑ da perfusão; Volume do débito urinário → indicador sensível da perfusão renal; o Diurese normal (não influenciada pela administração de diuréticos, lesões renais ou acentuada hiperglicemia) → fluxo sanguíneo renal satisfatório; o Reposição adequada de volume deve restabelecer um valor de débito urinário de aproximadamente 0,5 mL/kg/h no adulto; doentes pediátricos - 1 mL/ kg/h; < 1 ano - 2 ml/kg/h; Choque hipovolêmico inicial → alcalose respiratória devido à taquipneia, seguida frequentemente por acidose metabólica leve, não requerendo tratamento; o Acidose metabólica grave → choque severo ou prolongado; o Acidose metabólica decorre do metabolismo anaeróbio devido à perfusão tecidual inadequada e à produção de ácido láctico; TTO: reposição de fluidos e sangue e controle da hemorragia; Bicarbonato de sódio NÃO deve ser utilizado para TTO da acidose metabólica em choque hipovolêmico; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Respondem rapidamente à reposição volêmica inicial e se tornam hemodinamicamente normais, não apresentando mais sinais de perfusão e oxigenação teciduais inadequadas; Apresentam perda < 15% do seu volume sanguíneo (hemorragia classe I); o Não é indicada reposição adicional de fluidos em bolus ou de transfusão sanguínea; Respondem bem, mas não mantêm níveis de perfusão decidual quando se reduz a infusão de líquidos; Pode indicar reposição volêmica inadequada ou a presença de sangramento ativo persistente; Apresentam perda sanguínea entre 15% a 40% (hemorragias classes II ou III); Transfusão de sangue e de hemoderivados está indicada; Necessitam de controle cirúrgico ou angiográfico da hemorragia; Resposta transitória à administração de sangue significa persistência de sangramento ativo!!! Exanguinação; intervenção cirúrgica imediata; campleamento da aorta torácica; Falta de resposta à administração de cristaloide e de sangue indica a necessidade de intervenção definitiva imediata (cirurgia ou angioembolização); Choque não hemorrágico deve ser sempre considerado no diagnóstico diferencial nesse grupo (hemorragia classe IV); Protocolo de transfusão maciça deve ser iniciado; Respondedores transitórios ou não-respondedores; 1L de cristaloide (Ringer Lactato) → 1 unidade de plasma; 1 unidade de concentrado de hemácias; 1 unidade de concentrado de plaquetas; Restabelecer a capacidade de transporte de oxigênio do volume intravascular; Sangue com todas as provas cruzadas é preferível, porém esse processo de cruzamento demora cerca de 1 hora; Doentes que estabilizam rapidamente → deve ser obtido e estar disponível sangue com todas as provas cruzadas para transfusão; Não disponibilidade de sangue com provas cruzadas → usar sangue tipo para hemorragias exsanguinantes; Plasma tipo AB → utilizado quando plasma sem provas cruzadas for necessário; Mulheres em idade fértil → sangue tipo O negativo; Aquecimento dos cristaloides a 39 ºC antes da infusão; Sangue e hemoderivados NÃO podem ser armazenados em estufas aquecidas, mas podem ser aquecidos através da passagem por aquecedores de fluidos intravenosos; Dispositivos ajustáveis aos tubos de drenagem de tórax que permitem a coleta estéril, a anticoagulação (com solução de citrato de sódio e não de heparina) e a retransfusão do sangue drenado; Indicação: hemotórax maciço → sangue possui pequenos níveis de fatores de coagulação (transfusão de plasma e de plaquetas pode ser necessária); Transfusão de mais de 10 unidades de concentrado de hemácias dentro das primeiras 24 horas da 1:1:1 → AQUECIDOS Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 admissão hospitalar, ou mais de 4 unidades dentro da primeira hora; Reanimação “balanceada”, “hemostática” ou “de controle de danos” → administração precoce de concentrado de hemácias, de plasma e de plaquetas, em uma proporção balanceada para evitar a administração excessiva de cristaloides; Traumatismos e hemorragias severas consomem os fatores de coagulação, levando à coagulopatia; Presente em até 30% dos traumatizados graves à admissão, na ausência de uso prévio de medicamentos anticoagulantes; Fatores contribuintes: transfusão maciça/reposição maciça de fluidos com a resultante diluição de plaquetas e de fatores de coagulação, efeitos adversos da hipotermia na agregação plaquetária e na cascata de coagulação; Tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial e contagem de plaquetas → coleta na primeira hora (principalmente em pacientes com história de coagulopatia ou uso de medicamentos que alterem a coagulação sanguínea); Tromboelastografia (TEG) e o Tromboelastometria Rotacional (ROTEM) podem auxiliar na determinação da deficiência de fatores de coagulação e dos hemoderivados apropriados; Uso de ácido tranexâmico dentro das primeiras 3 horas do trauma; o 1ª dose → adm dentro de 10 minutos e no ambiente pré-hospitalar; o 2ª dose → 1 grama infundida durante8 horas; Transfusão maciça, uso de plaquetas, crioprecipitado e plasma fresco congelado → guiado por exames laboratoriais + níveis de fibrinogênio; TP, TTPA, RNI e contagem de plaquetas → não detectam anticoagulantes e antiagregantes plaquetários; Vítimas de traumatismo craniano grave → suscetíveis às anormalidades de coagulação; A administração precoce de plasma ou de fatores de coagulação e/ou de plaquetas aumenta a sobrevida dos doentes que estiverem em uso de anticoagulantes ou de antiagregantes plaquetários. Maioria dos doentes que recebem transfusão de sangue NÃO necessita de reposição de cálcio; Se necessária → guiada pela dosagem do cálcio ionizado Suplementação excessiva de cálcio pode ser nociva; Idade avançada: o O envelhecimento produz uma relativa redução da atividade simpática → déficit na resposta dos receptores às catecolaminas, ao invés da redução da produção destas; o Complacência cardíaca diminui com a idade → idosos são incapazes de aumentar a FC e a eficiência da contração miocárdica quando submetidos a perda de volume sanguíneo; o Podem apresentar depleção de volume pré- existente, devido ao uso crônico de diuréticos ou a um estado subclínico de desnutrição; o Idoso tolera mal a hipotensão secundária à perda sanguínea!!! o ↓ complacência pulmonar, ↓ capacidade de difusão e fraqueza geral da musculatura respiratória → limitam a resposta do idoso ao aumento da demanda de trocas gasosas; o Envelhecimento glomerular e tubular dos rins reduz a capacidade de preservar o volume como resposta à liberação de hormônios de fase aguda (aldosterona, catecolaminas, vasopressina e cortisol); o TTO iniciado com reanimação precoce e agressiva; Atletas: o Volume sanguíneo pode aumentar de 15 a 20%; DC pode aumentar até 6x; volume de ejeção sistólica pode aumentar em 50%; FC em repouso em torno de 50 bpm; o Atletas altamente treinados → compensam perdas sanguíneas e podem não manifestar as respostas habituais à hipovolemia, mesmo apresentando perdas significativas de sangue; Gestação: hipervolemia fisiológica da gestação → necessária uma perda sanguínea maior para que se manifestem anormalidades de perfusão; Medicamentos: o Bloqueadores dos receptores beta- adrenérgicos e bloqueadores dos canais de Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 cálcio → alteram a resposta hemodinâmica à hemorragia; o Superdosagem de insulina → hipoglicemia → contribui para eventos que resultam no traumatismo; o Uso crônico de diuréticos → hipocalemia inesperada; o Anti-inflamatórios não-hormonais → prejudicam a agregação plaquetária → aumentam o sangramento; Hipotermia: doentes que apresentam hipotermia e choque hemorrágico não respondem bem à administração de sangue e hemoderivados e à reposição de fluidos; o Vítima de trauma, sob influência de álcool e exposto a temperaturas baixas → mais susceptível a apresentar hipotermia em resposta à vasodilatação; Presença de marcapasso ou de cardioversor desfibrilador implantável: pacientes com marcapasso ou CDI são incapazes de responder à perda sanguínea da maneira habitual → DC é diretamente proporcional à FC; o FC permanece na taxa programada do aparelho, independente do estado volêmico do doente; Irresponsividade ao TTO Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo; problemas ventilatórios; perda volêmica não reconhecida; distensão gástrica aguda; IAM; acidose diabética; choque neurogênico; Hemodinamicamente estável: perdeu sangue, mas está com os sinais vitais normais Qual o melhor índice para monitorar se um paciente está saindo do choque? Débito urinário!!!!! Choque é uma anormalidade do sistema circulatório que resulta em perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas; A hemorragia é a causa do choque na maioria dos doentes traumatizados; TTO exige o controle imediato da hemorragia e a reposição de fluidos e de sangue. Interrompa o sangramento; Diagnóstico e tratamento do choque devem ocorrer simultaneamente; A avaliação inicial do doente em estado de choque requer um exame físico cuidadoso à procura de sinais de pneumotórax hipertensivo, de tamponamento cardíaco e de outras causas de choque; O manejo do choque hemorrágico inclui uma hemostasia rápida e uma reanimação balanceada com cristaloides e sangue; As classes de hemorragia e as respostas às intervenções servem para guiar a reanimação; Considerações especiais no diagnóstico e no tratamento do choque incluem diferenças nas respostas ao choque nos extremos de idade, em atletas, na gestação, na hipotermia e na presença de algumas medicações ou de marcapasso/CDI. Evite a armadilha de equiparar a pressão arterial ao débito cardíaco;
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