Buscar

Psoríase: Doença Inflamatória Crônica

Prévia do material em texto

Psoríase 
 Doença inflamatória de curso crônico. 
 Patogênese envolve fatores genéticos, imunológicos 
e ambientais. 
 Lesões cutâneas localizadas ou disseminadas – 
maioria placas localizadas. Associadas ou não a 
quadro articular e comorbidades – doenças 
autoimunes, HAS, Diabetes, hiperlipidemia, 
obesidade e depressão – síndrome metabólica 
(articulações distais; pessoas mais velhas – 
articulações proximais) **psoríase iniciada na 
infância, psoríase ungueal → maiores chances de 
quadro articular. 
 Acomete cerca de 1% da população brasileira. 
 Qualquer idade. 
 Mais comum é o início entre a segunda e quarta 
décadas da vida. 
 Ambos os gêneros (adultos e crianças). 
 Na raça branca é mais prevalente. 
 Produz impacto negativo significativo na qualidade 
de vida dos doentes! 
• Formas clínicas 
➢ Em placas (mais comum, 80 a 90% dos pacientes) - 
(P. vulgar); 
➢ Em gotas – adultos jovens; infecção viral; 
➢ Palmo-plantar; 
➢ Invertida (dobras) – quadro sistêmico – axilar, região 
genital e inguinal; 
➢ Pustulosa (localizada ou generalizada) – difícil 
tratamento; 
➢ Eritrodérmica – generalizada (eritema e descamação 
generalizados); 
➢ Ungueal; 
➢ Artropática – até 42% dos pacientes vão evoluir para 
essa forma. 
• Psoríase ungueal 
 
➢ Desafio terapêutico 
➢ Piting 
➢ Ocorre em cerca de 50% dos pacientes 
➢ Lesões do leito: hiperqueratose subungueal, 
onicólise, lesões hemorrágicas subungueais, 
descoloração em “gota de óleo” ou “mancha 
salmão”. 
➢ Lesões da matriz: pitting (mais comum), 
leuconíquia, distrofia (fragmentação) e eritema da 
lúnula. 
➢ Cerca de 80% dos pacientes com APso têm lesão 
ungueal. 
➢ NAPSI: 0 a 8 por unha. 
• Psoríase na infância e adolescência 
➢ Pouco relatada na infância. 
➢ Forma em placas é a mais comum (34-84% dos 
casos). 
➢ Primeira infância: glúteos, genitália, região 
periumbilical. 
➢ Acometimento facial e do couro cabeludo 
frequentes*. 
➢ Acometimento de mãos, pés e áreas flexurais – mais 
comum (crianças a partir dos 8 anos). 
➢ Forma gotada (gutata): é rara na primeira infância – 
antes dos 5 anos. 
➢ Forma pustulosa rara. 
➢ Forma eritrodérmica e artrite psoriásica (APso) 
menos frequentes (quando comparadas aos 
adultos). 
➢ Artrite: pico de incidência entre os 9 e 12 anos, > 
 . 
➢ Uveíte psoriásica ocorre em 14-17% das crianças 
com APso. 
➢ Quanto mais precoce a instalação do quadro, pior a 
evolução. 
• Psoríase 
 Diagnóstico é eminentemente clínico! 
➢ Sinal da vela (estratificação das escamas). 
➢ Sinal do orvalho sangrante ou de Auspitz (pequenos 
pontos de sangramento quando as escamas são 
removidas). 
✓ Fenômeno de Köebner (lesões aparecem após 
trauma local). 
• Artropatia – APso 
➢ Artropatia inflamatória associada com psoríase. 
➢ Ocorre em 6-11 a 42% dos pacientes com psoríase. 
→Usualmente soronegativa para o fator reumatoide!!! 
➢ Média etária de início: 30-55 anos (em adultos = 
 ). 
➢ Geralmente manifesta-se após o início da psoríase: 
✓ 65% casos: psoríase antecede Artropatia 
✓ 16% casos: as duas iniciam-se juntas 
✓ 19% casos: artropatia precede a psoríase 
➢ Uveíte psoriásica ocorre em 7-16% dos adultos com 
APso. 
➢ Não há correlação entre a extensão do quadro 
cutâneo e articular. Mas, 40% dos casos graves de 
Pso cursam com APso. 
➢ É característico o acometimento das articulações 
IFDs (comumente associada a dactilite e distrofia 
ungueal). 
➢ Envolvimento mono/oligoarticular (mais comum no 
início do quadro). 
➢ Envolvimento poliarticular (mais comum com a 
evolução do quadro). 
➢ Envolvimento axial. 
➢ Artrite mutilante. 
➢ Dactilite (inflamação das bainhas tendões e 
articulações). 
➢ Entesite inflamação das inserções dos ligamentos, 
tendões e cápsulas articulares nos ossos). 
Highlight
➢ HLA: Cw6, B27, B38 e B39. 
• Psoríase – qualidade de vida 
➢ DLQI (Day Life Quality Index): 10 questões; 
pontuação de 0 a 30; utilizado para qualquer 
dermatose. 
 Psoríase grave: DLQI >10. 
➢ Superfície corpórea: 
✓ BSA (Body Surface Area): mão do paciente fechada 
= 1% da superfície corpórea. 
 Psoríase grave: BSA > 10. 
• Superfície corpórea: 
 PASI (Psoriasis Area Severity Index): 
➢ Avalia 4 variáveis clínicas: área envolvida, eritema, 
infiltração e descamação. 
➢ Eritema, infiltração e descamação: nenhum (0), leve 
(1), moderado (2), grave (3), muito grave (4). 
➢ Divide-se o corpo em 4 áreas: Cabeça (e pescoço), 
Membros inferiores (e nádegas), Tronco (axilas e 
virilhas), Membros superiores. Avalia-se a % da área 
acometida: zero (0); <10% (1); 10-30% (2); 30-50% 
(3); 50-70% (4); 70-90% (5); 90-100% (6). 
➢ Pontuação: 0 a 72. 
➢ Psoríase grave: PASI > 10. 
➢ Utilizado na maioria dos estudos clínicos – Pso em 
placas! 
• Psoríase – Eficácia terapêutica 
➢ Sucesso clinicamente significativo = PASI 75 
➢ PASI 75 = Melhora de 75% no escore do PASI 
➢ PASI 75 de 80% = 80% dos pacientes obtiveram pelo 
menos 75% de melhora no seu escore do PASI. 
➢ PASI 50: também considerado boa resposta clínica. 
• Psoríase – classificação 
 Leve: 
➢ menos que 2% da superfície corpórea acometida. 
➢ Sem comprometimento da QdV. 
 Moderada: 
➢ 2 a 10% da superfície corpórea acometida. 
➢ Comprometimento da QdV. 
 Grave: 
➢ >10% da superfície corpórea acometida. 
➢ Comprometimento significativo da QdV. 
➢ Doente disposto a correr riscos para melhorar sua 
QdV, aceitando tratamento com efeitos colaterais 
importantes. 
• Psoríase, doenças autoimunes e neoplasias 
malignas 
 Maior incidência nos doentes com psoríase: 
➢ Doença de Crohn. 
➢ Colite ulcerativa. 
➢ Esclerose múltipla. 
➢ Linfomas (Linfomas de células T e Hodgkin). 
• Psoríase e comorbidades 
 Maior prevalência de: 
➢ Distúrbios do humor: depressão (prevalência de 
60%). 
➢ Baixa autoestima, ansiedade, disfunção sexual. 
➢ Impacto emocional nem sempre se correlaciona 
com a gravidade da doença! 
• Psoríase e doença cardiovascular 
➢ Vários estudos demonstram maior risco de doença 
CV pacientes com psoríase. 
➢ Risco aparentemente maior se psoríase grave. 
➢ Fatores de risco em comum. 
➢ Psoríase modifica hábitos de vida. 
 Imunopatogênese da psoríase e da aterosclerose 
são semelhantes! 
 Fatores de risco em comum: 
➢ Obesidade 
➢ Dislipidemia 
➢ Diabetes tipo 2 
➢ HAS 
➢ Tabagismo 
➢ Alcoolismo 
➢ Vida sedentária 
 Medicamentos administrados no tratamento: 
➢ MTX (hiperhomocisteinemia) 
➢ Ciclosporina (HAS, dislipidemia) 
➢ Acitretina (dislipidemia) 
 Fatores psicossociais: 
➢ Depressão 
 Doenças inflamatórias crônicas (artrite reumatoide, 
psoríase, doença de Crohn); obesidade (adipócitos). 
 
-Produção de citocinas (TNF-α, IL-6, IL-17) associadas à 
aterosclerose. 
-Psoríase grave ↔ síndrome metabólica e doença 
cardiovascular 
• Psoríase – patogênese 
➢ Fatores genéticos: incidência familiar; grau de 
concordância de 70% em gêmeos monozigóticos; 10 
loci cromossômicos (PSORS) nos cromossomos 6p, 
17q, 4q e 1q; maior susceptibilidade associada ao 
PSORS 1 (HLA-Cw6). 
➢ Fatores ambientais: infecções (estreptococo 
hemolítico, HIV), traumas, fatores 
psicogênicos/emocionais, medicamentos (lítio, β 
bloqueadores, anti-inflamatórios não hormonais, 
cloroquina, interferon, interrupção de 
corticoterapia), variações climáticas, tabagismo, 
abuso de álcool. 
➢ Fatores imunológicos. 
• Resumo 
➢ Psoríase está associada a comorbidades. 
➢ Sistema imune inato induz ativação do sistema 
adquirido. 
➢ Principal citocina na imunopatogênese: TNF-α. 
➢ Principais células produtoras de TNF-α na psoríase: 
CD, macrófagos e LT. 
-Palmoplantares – medicações sistêmicas. 
• Diagnóstico 
➢ Clínico 
➢ Anatomopatológico 
➢ Exames de rotina para diagnóstico das 
comorbidades e de imagem para a Artropatia 
-Papilomatose 
 Diagnóstico diferencial 
• Tratamento 
➢ Fototerapia: tratamento padrão – UVBNB, PUVA 
➢ Excimer Laser – UVB 308nm 
➢ Tópicos: 
✓ Hidratação 
✓ Corticoides tópicos (P. Clobetazol, Betametazona)✓ Imunomoduladores tópicos – Tacrolimus, 
pimecrolimus 
✓ Calcipotriol 
✓ Derivados do Coaltar – Liquor Carbonis Detergens, 
Ictiol, associado à exposição solar (método de 
Goeckrman) 
✓ Queratolíticos – AAS 
➢ Tratamento sistêmico 
✓ Sintomáticos – anti-histamínicos, AINH, Omega3 
✓ Específicos: 
✓ Imunossupressores: Metotrexato oral ou injetável, 
ciclosporinas 
✓ Retinóides: Acitretina – não usa em mulheres em 
idade fértil 
✓ Imunobiológicos 
➢ Imunobiológicos – indicações: 
✓ Psoríase moderada a grave. 
✓ Pacientes que não responderam ou não podem 
utilizar outras medicações sistêmicas (PUVA, MTX, 
Acitretin, CsA) por efeitos adversos ou 
comorbidades. 
✓ Formas de localização especial, sem resposta ao 
tratamento e com alteração da QdV. 
▪ Proteínas extraídas de tecido animal ou 
produzidas por técnicas de DNA recombinante. 
▪ Imunomoduladores seletivos, agem em etapas 
ou alvos específicos da “cascata inflamatória”. 
▪ Auxiliam a compreensão da imunopatogênese.

Continue navegando