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Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1 Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO INTRODUÇÃO CONCEITO GERAL Grave ruptura no funcionamento de uma comunidade ou sociedade que causa perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais disseminadas, as quais excedem a capacidade da comunidade ou sociedade CONCEITO MÉDICO Situação em que o nº de pacientes que se apresentam para assistência medica, excede a capacidade de profissionais de saúde com os recursos habituais disponíveis e, assim, exige assistência adicional e as vezes, externa MÚLTIPLAS VÍTIMAS (EVM) O nº de doentes e a gravidade das lesões não excedem a capacidade do hospital. Além disso, os doentes com risco de morte iminente e os doentes com traumatismos multissistêmicos são atendidos primeiro VÍTIMAS EM MASSA (IVM) O nº de doentes e a gravidade das lesões excedem a capacidade de atendimento da instituição e da equipe. Além disso, serão atendidos primeiro os doentes com maior possibilidade de sobrevida, cujo atendimento implica em menor gasto de tempo, equipamentos, recursos e pessoal DESASTRE CICLO DO DESASTRE PERÍODO QUIESCENTE OU INTERDESASTRES Representa o momento entre desastres ou IVMs durante o qual a avaliação de riscos e as atividades de mitigação devem ser realizadas e os planos para a resposta a potenciais eventos são desenvolvidos, testados e implementados FASE PRODRÔMICA OU DE ALERTA Representa o período em que um evento específico foi identificado como iminente ou com grande chance de ocorrer, sendo realizadas manobras para mitigar o evento que se aproxima Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2 FASE DE IMPACTO Ocorrência do próprio evento, ou seja, não há como prevenir o impacto ou o desfecho FASE DE RESGATE, EMERGÊNCIA OU ALÍVIO Período imediatamente seguinte ao impacto durante o qual ocorre a resposta e em que o gerenciamento e as intervenções apropriadas podem salvar vidas FASE DE RECUPERAÇÃO OU RECONSTRUÇÃO Fase em que os recursos da comunidade são reunidos para suportar, emergir e reconstruir após os efeitos do desastre por meio de esforços coordenados da infraestrutura médica, de saúde pública e da comunidade EVOLUÇÃO SÚBITOS OU AGUDOS Caracterizados pela rapidez com que evoluem e, normalmente, pela violência dos fenômenos que os causam CRÔNICO Evoluem progressivamente ao longo do tempo, como por exemplo no caso das secas e estiagens SOMAÇÃO DE EFEITOS PARCIAIS Caracterizados pelo acúmulo de eventos semelhantes, cujos danos, quando somados ao término de um determinado período, representam também um desastre muito importante, como por exemplo, no caso dos acidentes de trânsito INTENSIDADE I Pequeno porte, com danos facilmente suportáveis e superáveis pelas próprias comunidades afetadas II Médio porte com danos e prejuízos que podem ser superados com recursos da própria comunidade, desde que haja uma mobilização para tal III Grande porte e exigem ações complementares e auxílio externo IV Muito grande porte e, nesses casos, os danos e prejuízos não são superáveis e suportáveis pelas comunidades sem ajuda de fora da área afetada ORIGEM NATURAIS Provocados por fenômenos e desequilíbrios da própria natureza HUMANOS Caracterizam-se por serem provocados por ações ou omissões humanas MISTOS Caracterizam-se por ocorrerem quando as ações ou omissões humanas contribuem para intensificar, complicar e/ou agravar desastres naturais Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3 RESPOSTA MÉDICA AO DESASTRE ETAPAS BÁSICAS 1. Notificação e ativação do APH 2. Resposta inicial 3. Resposta do APH a cena 4. Avaliação da situação da cena a. Causa b. Nº de vítimas c. Recursos adicionais i. Médicos ii. Outros 5. Comunicação da situação e das necessidades 6. Ativação da comunidade medica 7. Busca e resgate a. População local b. Sobreviventes, se forem capazes 8. Triagem a. Desobstrução de vias aéreas b. Tratamento de hemorragias exsanguinantes 9. Coleta de vitimas 10. Tratamento 11. Transporte 12. Retriagem TRIAGEM CONCEITO Processo de classificação das vítimas por gravidade OBJETIVO FORA DO DESASTRE Fazer o maior bem para o paciente individualmente OBJETIVO NO DESASTRE Fazer o maior bem para o maior nº de pessoas HISTÓRICO As primeiras aplicações da triagem nos campos de batalha de Napoleão Bonaparte, em 1800, na tentativa de tratar primordialmente os soldados que poderiam voltar para a linha de frente NO DESASTRE Utilizado para classificar e categorizar as vítimas de acordo com a gravidade, utilizando a lógica da “maior chance de sobrevivência” QUANDO IGNORAR A TRIAGEM 1. Riscos, como em condições climáticas adversas 2. Possibilidade de escuridão iminente sem a capacidade de recursos de iluminação Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4 3. Risco continuado de lesão como resultado de eventos naturais ou não naturais 4. Ausência de instalação para triagem ou de oficial de triagem imediatamente disponível 5. Qualquer situação tática em cenário policial em que as vítimas são rapidamente retiradas do local de impacto até o ponto de coleta para o transporte TRIAGEM START DEFINIÇÃO Triagem Simples e Tratamento Rápido OBJETIVO Esse método de triagem de vítimas não preconiza o diagnóstico médico e, sim, a classificação das pessoas acidentadas com base nas necessidades de cuidados e chance de sobrevivência CLASSIFICAÇÃO A classificação se dá pelo estado de gravidade VERMELHO Vítimas com ferimentos graves porém com chances de sobreviver se receberem tratamento rápido, por isso possuem prioridade elevada para atendimento, retirada da cena e transporte AMARELO Vítimas com ferimentos moderados, que podem aguardar até 1 hora para receberem tratamento VERDE Vítimas com ferimentos mínimos, com capacidade de deambulação preservada e que podem até ajudar no manejo de outras vítimas PRETO OU CINZA Vítimas em parada cardiorrespiratória. Inviáveis 30-2-PODE FAZER OU 30-2-OBEDECE A COMANDOS 30 = capacidade respiratória em 1 minuto 2 = qualidade da perfusão periférica Pode fazer ou obedece a comandos = nível de consciência da vítima para obedecer os comandos dos socorristas Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5 OUTROS MÉTODOS DE TRIAGEM M.A.S.S Mover, avaliar, classificar e enviar SALT Classificar, avaliar, intervir para salvar vidas, tratar/transportar PROTOCOLO DE MANCHESTER Classificação de risco utilizada no meio intra-hospitalar, objetivando assegurar que a atenção médica ocorra segundo o tempo resposta determinado pela gravidade clínica do paciente COLETA DE VÍTIMAS PONTOS DE COLETA Suficientemente perto do local do desastre para que a vítima possa ser facilmente carregada até eles e o tratamento seja rapidamente fornecido, mas suficientemente longe do local de impacto para serem seguros em relação a qualquer ameaça continuada CONSIDERAR 1. Proximidade do local do desastre 2. Segurança em relação a ameaças morro acima e contra o vento em relação a ambientes contaminados 3. Proteção em relação a condições climáticas, quando possível 4. Fácil visibilidade para vítimas de desastre e equipes designadas 5. Rotas convenientes para entrada e saída em caso de evacuação por terra, ar e água 6. Distância segura em relação à fumaça de escapamento das ambulâncias estacionadas TRANSPORTE Cada movimento e destinação do paciente deve ser acuradamente registrado no diário de acompanhamento do paciente ou por meio de sistemas de busca comercialmente disponíveis Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 6 QUESTÕES NORTEADORAS 1. DIFERENCIE INCIDENTES DE MÚLTIPLAS VÍTIMAS E VÍTIMAS EM MASSA. 2. DESCREVA ETAPAS BÁSICAS NA RESPOSTA MÉDICA A DESASTRES; 3. O QUE É O MÉTODO START ? DESCREVA. EXEMPLOS CENÁRIO 1 Você é avisado de que em uma área segura de um shopping center 6 pessoas são feridas em um tiroteioem massa. O atirador matou-se. Você rapidamente examina a situação e determina que as condições são as seguintes: 1. DOENTE A- Um homem jovem andando e gritando. "Por favor ajude-me, minha perna está me matando" 2. DOENTE B- Uma mulher jovem com cianose e taquipneia (FR: 33IRPM/ ENCHIMENTO CAPILAR 3seg) 3. DOENTE C- Um homem idoso deitado em uma poça de sangue com a perna esquerda da calça encharcada em sangue (FR: 25IRPM/ ENCHIMENTO 3seg) 4. DOENTE D- Um homem jovem está deitado de bruços e imóvel, sem resposta respiratória 5. DOENTE E- Um homem jovem está xingando e gritando que alguém deveria ajudá-lo ou ele chamará seu advogado (FR: 28IRPM/ ENCHIMENTO CAP: 1seg/ obedece comandos. 6. DOENTE F- Uma adolescente deitada no chão chorando e segurando o abdome (FC: 120 bom e obedece comandos). 7. DOENTE G- Homem jovem com arma de fogo mão direita e sem resposta CENÁRIO 2 Você tinha acabado de atender uma ocorrência pelo 192 e no retorno para base se depara com acidente envolvendo um van com 10 passageiros. A van aparentemente perdeu controle, saiu da rodovia, o capotou diversas vezes. Foi reportado que a velocidade antes do acidenta era de 100km/h. Não há mais informações além de que dois dos passageiros de ônibus morreram na cena. Você e sua equipe para pra iniciar atendimento: 1. DOENTE A: Homem de 57 anos, motorista do ônibus. Aparentemente sofreu um trauma torácica. Com a impacto, foi jogado contra o para-brisa. Os sinais vitais são: FC=150 bpm, FR:40 rpm e Enchimento capilar = 4seg 2. DOENTE B: Mulher de 45 anos, passageira, aparentemente não estava usando cinto de segurança. No impacto ela foi ejetada do ônibus Lesões: (1) trauma maxilofacial grave com hemorragia do nariz e da boca. (2) fratura de antebraço esquerdo, com desvio e (3) múltiplas escoriações na face anterior do tórax. FR: 33 e FC 120. 3. DOENTE C: Homem de 48 anos, passageiro, achado debaixo do ônibus. Dizem-lhe que chegou confuso, respondendo com lentidão a estímulos verbais. Tem múltiplas escoriações de face, tórax e abdome. O murmúrio vesicular está abolido à esquerda e tem muita dor à palpação do abdome. Os sinais vitais são: FR=28 irpm Enchimento capilar 3 segundos 4. DOENTE D :Mulher de 25 anos, deambulando próximo ao acidentes sinals vitais: FR=30 irpm/ Enchimento capilar 1s 5. DOENTE E Homem de 26 anos. Retirado dos bancos traseiros do ônibus. No local estava acordado e falando. Apresenta ainda sangue seco ao redor de nariz e da boca. FC 180 e FR 33 6. DOENTE F e G: Pacientes sem evidências de padrão respiratório, sendo realizado manobras de desobstrução de vias aéreas. DOENTE F volta respirar e DOENTE G sem retorno da respiração Atendimento a Desastres - Triagem START - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 7 7. DOENTE H: tentando ajudar retirar o DOENTE | das ferragens, que encontra-se respirando FR: 26 irpm e enchimento capilar 2s e obedece a comandos simples. 8. DOENTE J sem sinais respiratórios, mesmo após medidas de desobstrução de vias aéreas. VISTO A FALTA DE RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NESSE MOMENTO, COMO VC DEVE PROCEDER COM O ATENDIMENTO. PRIORIZE OS PACIENTES.
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