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A TRADUÇÃO DE NOMES PRÓPRIOS Uma tradução é a conversão de um texto escrito ou falado de um idioma para outro idioma, enquanto uma transliteração é a conversão de um texto escrito em um sistema de escrita para outro sistema de escrita, na transliteração, o objetivo é representar as palavras de um idioma em um sistema de escrita diferente, enquanto preserva-se a pronúncia original das palavras. Por exemplo, a transliteração da palavra russa "Москва" para o alfabeto latino seria "Moskva", mantendo a pronúncia original em russo. Em outras palavras, na tradução, o significado das palavras e frases é adaptado para uma língua diferente, enquanto na transliteração, as palavras são escritas em outro alfabeto ou sistema de escrita sem mudar seu significado. Por exemplo, a tradução do inglês para o português de "hello" é "olá", enquanto a transliteração de "hello" em caracteres russos seria "хеллоу". Muitas pessoas sem o devido profundo estudo acadêmico, argumentam que nome próprio não pode ser traduzido, mas isso não é bem assim, um nome próprio pode sim ter uma tradução, principalmente se tratando de nomes antigos. Um nome próprio pode possuir transliteração ou tradução, um exemplo disso é a raiz saxônica que deu origem ao alemão e ao inglês, o nome antigo Wilhelm, pertencente a raiz saxônia, nos mostra claramente isso, esse nome alemã Wilhelm quando passou para o inglês virou Willians porque no inglês, eles tinham a dificuldade de pronunciar o som do V e o som de V do Dábliu, também chamado de vê-duplo, foi utilizado como U no inglês, tanto é que no inglês eles não falam Nova Iorque e sim New York, por isso Wilhelm virou Willians no inglês, já quando veio para a língua latina ou latim que é uma antiga língua indo-europeia do ramo itálico, originalmente falada no Lácio, a região em volta da cidade de Roma, que deu origem ao nosso português, eles tinham dificuldade com o som do Dábliu, e passou para G, então Willians pela semântica foi traduzindo para o português como Guilherme, outro exemplo é o nome hebraico Yakov que em inglês é James, e em português é tanto Tiago como Jacó e em espanhol é Santiago, há inúmeros nomes que foram transliterados ou traduzidos, principalmente nomes mais antigos, como por exemplo, Tavyta em hebraico que é a mesma Dorcas em grego, descrita no livro de Atos capítulo 9 versículo 36. Alguns nomes permanecem inalteráveis em outras línguas, mas não são todos, nome próprio geralmente não se traduz; mas às vezes, SIM, principalmente se tratando de nomes antigos. E o nosso maior exemplo vem justamente da Bíblia Sagrada. Foi o que aconteceu com Shymon (Simão), a quem Yeshua (Jesus) disse: "O seu nome é Simão... de agora em diante o seu nome será Keyfa - Cefas (que quer dizer Petros) = Pedro" (João 1.42). Keyfa é palavra aramaica que quer dizer "pedra". Pedro é em grego Petros, que quer dizer "pedra". E esse nome, é resultado de tradução e não de transliteração, foi o que se tornou mais comum, e baseado nele, foi que Yeshua construiu o trocadilho registrado em Mateus 16.18. (Sobre esta pedra edificarei a minha congregação). Exemplos clássicos: João em hebraico é Yochanan, em grego é Ioannes, em inglês é John, em francês é Jean, em italiano é Giovani, em espanhol é Juan, e em alemão é Johannes. Jacó em hebraico é Yaaqov, em grego é Iakobos, em francês é Jacques, em italiano é Giácomo, em inglês é Jacob, e em português é tanto Jacó como Tiago. Todavia, há nomes que mudam substancialmente de uma língua para outra. El’azar em hebraico é Lázaro em grego. Elisheva é a forma hebraica do nome grego Isabel. O argumento, portanto, de que todo nome deve ser preservado na forma original, em todas as línguas é inconsistente e não tem nenhum respaldo acadêmico. Existem vários estudos acadêmicos e especialistas no assunto, especialistas em línguas antigas, principalmente línguas semíticas, que com seus estudos de nomes próprios defendem a sua tradução em certos contextos. Abaixo estão alguns exemplos de estudos que apoiam a tradução de nomes próprios: 1. "Nomes próprios e sua tradução" (Raffaela Merlini, 2013): Este estudo argumenta que a tradução de nomes próprios pode ser necessária em certos contextos, como na tradução de literatura, para tornar a obra acessível a um público que não fala a língua original. O estudo também discute a importância de considerar as características culturais e linguísticas do nome ao decidir sobre a tradução. 2. "Tradução de nomes próprios em textos jornalísticos: um estudo de caso" (Carla Candelária, 2015): Este estudo examina a tradução de nomes próprios em textos jornalísticos e conclui que a tradução pode ser útil para tornar as informações mais claras para o público-alvo, o estudo também destaca a importância de manter a consistência na tradução de nomes próprios. 3. "A tradução de nomes próprios em romances" (Maria João Brilhante, 2007): Este estudo analisa a tradução de nomes próprios em romances e argumenta que a tradução pode ser necessária para manter a coerência do texto em relação à cultura e à língua do público-alvo, o estudo também destaca a importância de considerar o significado e a sonoridade do nome ao decidir sobre a tradução. Em resumo, esses estudos acadêmicos afirmam que a tradução de nomes próprios pode ser necessária em certos contextos para tornar as informações acessíveis e coerentes para o público-alvo. No entanto, é importante considerar cuidadosamente o contexto e as características do nome ao decidir pela tradução ou transliteração. Diversas universidades no mundo compartilham o mesmo pensamento sobre a tradução de nomes próprios, é possível encontrar cursos e departamentos que ensinam sobre esse assunto. Existe uma grande variedade de pesquisas acadêmicas em diferentes universidades do mundo que defendem a tradução de nomes próprios, entre elas estão: Universidade Hebraica de Jerusalém em Israel, University Taipei em Taiwan na China, Universidade de Leicester no Reino Unido, Universidade de Hong Kong na China, Universidade de São Paulo, Brasil. 1 A Universidade de Leicester, no Reino Unido, oferece um curso de pós-graduação em tradução que inclui um módulo sobre a tradução de nomes próprios. 2 A Universidade de São Paulo, no Brasil, oferece um curso de graduação em tradução que inclui a tradução de nomes próprios. 3 A Universidade de Hong Kong, em Hong Kong, oferece um curso de graduação em tradução e interpretação que inclui a tradução de nomes próprios em diferentes línguas. REFERÊNCIAS Questôes Culturais na Tradução Autor(es): Anna Ginter Assunto(s): Literatura Russa, Pesquisa de avaliação, Sociologia da Cultura, Estudos da Tradução, Publicado por: Kauno Technologijos Universitetas. Nomes próprios na tradução: uma tentativa explicativa Autor: Albert Péter Vermes, Eszterházy Károly College Egészségház u. 4, H-3300 Eger, Hungria. Proper names in translation, Hsin-Hsi Chen, Sheng-Jie Huang, Yung-Wei Ding, and Shih-Cbung Tsai Department of Computer Science and Information Engineering National Taiwan University Taipei, TAIWAN, R.O.C. hh_chen@csie.ntu.edu.tw Técnicas de tradução revisitadas: a aplicabilidade das soluções existentes na tradução literária e não literária, Autor(es): Jasmina Đorđević, Assunto(s): Estudos da Tradução, Publicado por: Универзитет у Нишу. Professor e historiador Cássio Cleiton Moraes