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Pielonefrite

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A pielonefrite aguda é uma doença inflamatória que 
envolve o parênquima e a pelve renal, caracterizada 
por febre moderada a alta, calafrios, dor lombar e 
sintomas de cistite. A etiologia é a mesma das 
cistites, ou seja, bactérias gram negativas, onde a E. 
coli representa 70 a 90% dos casos, seguida do S. 
saprophyticus (5%) e outras, como o Proteus, 
Klebsiella e Enterococcus, que infectam o rim de 
forma ascendente, principalmente, ou de forma 
hematogênica, a qual é muito rara. 
O quadro clínico se manifesta principalmente por mal 
estar, prostração, náuseas, vômitos, dor lombar 
(unilateral ou bilateral), que ocorrem por conta da 
distensão da cápsula renal, febre e calafrios. 
Ao exame físico, é possível notar a presença de fácies 
toxemiada, febre alta e taquicardia. A manobra de 
Giordano geralmente produz dor. Também é possível 
verificar a presença de distensão abdominal, a qual 
ocorre por um íleo paralítico associado. Além disso, 
muitas vezes, a urina pode estar turva, com grumos e 
odor fétido. 
Nos exames laboratoriais, o hemograma pode 
demonstrar leucocitose com desvio à esquerda, 
assim como pode haver aumento da velocidade de 
hemossedimentação e da PCR. No EQU, a urina pode 
se demonstrar turva, com piúria, podendo ter 
hematúria (micro ou macroscópica) e presença de 
bactérias. Ainda, também pode-se encontrar cilindros 
leucocitários e proteinúria leve. 
A ultrassonografia pode ser solicitada para 
descartar possibilidade de obstrução do trato 
urinário e/ou litíase. Caso não esteja disponível, a 
radiografia de abdome pode auxiliar a afastar a 
litíase associada à infecção. 
O tratamento depende da presença ou não de 
complicações. Basicamente, o tratamento é feito com 
antibioticoterapia, a qual tem como primeira escolha 
as fluorquinolonas (ciprofloxacino, norfloxacino, etc.). 
Para crianças, gestantes e durante a amamentação, 
essa classe é proscrita, devendo-se substituir pelas 
aminopenicilinas (ampicilina ou amoxicilina associada 
a betalactâmicos) ou uma cefalosporina de 2ª ou 3ª 
geração. A duração do tratamento deve ser de 7 a 10 
dias, a depender do antibiótico de escolha. 
A pielonefrite xantogranulomatosa é uma complicação 
da pielonefrite crônica que consiste na destruição 
maciça do rim devido ao tecido granulomatoso que 
contém macrófagos. Sua patogenia não é totalmente 
conhecida, mas pode estar envolvida em pacientes com 
história de cálculos renais, nefropatia obstrutiva, 
diabetes ou cirurgias urológicas. O tratamento 
consiste em nefrectomia. 
A pielonefrite enfisematosa é uma rara e grave 
infecção do parênquima renal causada por 
bactérias que formam gases, os quais podem se 
estender para o espaço perirrenal ou sistema coletor. 
Sua ocorrência se dá sobretudo em pacientes 
diabéticos insulinodependentes não controlados 
(90%), com predileção para o sexo feminino. Em cerca de 
20 a 40% dos casos há obstrução renal, sendo que o 
gás produzido no parênquima se dá por conta da 
fermentação da glicose pela bactéria. O quadro clínico 
é semelhante a pielonefrite clássica, mas não evolui 
bem com o início do tratamento. Já o diagnóstico é 
feito pelos exames de imagem (TC é o melhor exame 
para tal), os quais demonstram gás no parênquima 
renal e retroperitônio. O tratamento deve ser feito 
com o controle da infecção e do diabetes, sendo que 
a nefrectomia é necessária em uma parcela 
significativa dos casos.

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