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TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS ANATOMIA E HISTOLOGIA DAS GÔNADAS (VASCULARIZAÇÃO, SUSTENTAÇÃO). SISTEMA GENITAL MASCULINO: Os órgãos incluem os testículos, um sistema de ductos (eferente, epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra), glândulas sexuais acessórias (glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais) e estruturas de apoio, como o escroto e pênis. Os testículos (gônadas masculinas) produzem espermatozoides e secretam hormônios, como a testosterona (participa da espermatogênese, diferenciação sexual durante o desenvolvimento embrionário e fetal e controle da secreção de gonadotropinas) e o seu metabólito, a di-hidrotestosterona (age em órgãos e tecidos do corpo durante a puberdade e vida adulta). O sistema de ductos transporta e armazena os espermatozoides, auxilia na maturação e libera-os para o meio externo. O sêmen contém espermatozoides + as secreções produzidas pelas glândulas sexuais acessórias. O pênis entrega os espermatozoides no aparelho reprodutivo feminino e o escroto contém os testículos. O epidídimo (conjunto que canalículos) dá origem ao ducto deferente, que caminha em direção à região interna da pelve indo para a parte posterior da bexiga em direção à próstata, une-se dentro da próstata com a glândula seminal e desemboca na URETRA PROSTÁTICA (local de união do sistema urinário com o reprodutor) e segue a uretra peniana. A genitália externa tem a região do púbis (na região dos ossos púbicos), juntamente com os pelos pubianos, a bolsa escrotal (contém testículo, epidídimo e ducto deferente), o corpo e a glande do pênis e o óstio externo da uretra. ESCROTO: Estrutura que contém os testículos, consiste em pele solta e tela subcutânea subjacente. Fica pendurado na raiz (parte anexa) do pênis. Externamente é uma bolsa de pele ímpar separada em porções laterais por uma crista mediana, a rafe do escroto. Internamente, o septo do escroto divide o escroto em 2 sacos, cada um contendo um testículo – o septo é constituído por uma tela subcutânea e tecido muscular (músculo dartos, também encontrado na tela subcutânea do escroto), composto por feixes de fibras de músculo liso. Associado a cada testículo fica o músculo cremaster, composto por pequenas bandas de músculo esquelético que descem como uma extensão do músculo oblíquo interno do abdome por meio do funículo espermático para circundar os testículos – músculo responsável pelo movimento de retração do testículo (reflexo cremastérico, por trauma ou estímulo da região medial da coxa) em direção superior. CAMADAS DO ESCROTO: pele do escroto tela subcutânea do escroto (túnica dartos) fáscia espermática externa músculo cremaster e fáscia cremastérica fáscia espermática interna estruturas internas dos funículo espermático (vasos, nervos e ducto deferente) lamina parietal da túnica vaginal (envolve a parede da bolsa escrotal) espaço virtual com líquido que permite o deslizamento no testículo lâmina visceral da túnica vaginal (envolve o testículo, a túnica albugínea) epidídimo e testículo. A localização e contração das fibras musculares do escroto regulam a temperatura dos testículos. A produção normal de espermatozoides demanda uma temperatura de 2 a 3 graus abaixo da temperatura corporal central – temperatura reduzida mantida pelo escroto estar fora da cavidade pélvica. Em resposta a temperaturas frias, os músculos cremaster e dartos se contraem – a contração do cremaster move os testículos para mais perto do corpo, onde eles podem absorver o calor do corpo; já o do dartos reduz o volume do escroto (aspecto enrugado), que reduz a perda de calor. A exposição ao calor inverte essas ações. Na parte mais externa do testículo e do epidídimo fica túnica albugínea, abaixo da lâmina visceral da túnica vaginal, a estrutura já propriamente dita do testículo, que dá a proteção externa. Em sequência, há a formação dos lóbulos do testículo a partir do séptulos que fazem essa divisão. O testículo se une ao epidídimo a partir do dúctulos eferentes. TESTÍCULOS: São um par de glândulas ovais no escroto com cerca de 5cm de comprimento e 2,5 de diâmetro. Cada testículo pesa de 10 a 15g. Desenvolvem-se perto dos rins, na parte posterior do abdome e TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS começam sua descida para o escroto por meio dos canais inguinais (passagem na parede anteroinferior do abdome) durante a 2ª metade do sétimo mês de desenvolvimento fetal. A túnica vaginal (serosa) é derivada do peritônio e se forma durante a descida dos testículos, recobrindo-os parcialmente – o hidrocelo, líquido seroso nessa parte, pode ser causado por lesões nos testículos ou inflamação do epidídimo. Internamente à túnica, o testículo é circundado por uma cápsula fibrosa branca de tecido conjuntivo irregular, a túnica albugínea, que se estende internamente formando septos que dividem o testículo em lóbulos. Cada um dos 200 a 300 lóbulos dos testículos contêm de 1 a 3 túbulos bem enrolados, os túbulos seminíferos contorcidos, onde os espermatozoides são produzidos. Os vasos que nutrem o epidídimo e o testículo partem de veias que se unem formando o plexo pampiniforme e na parte mais central fica a artéria testicular, que vem da aorta, perto dos rins, justarenal, descendo no retroperitônio até entrar no funículo espermático através do canal inguinal e ganhar a bolsa escrotal. Os lóbulos (regiões produtoras de espermatozoides) caminham em direção ao hilo, parte central que recebe a rede do testículo com pequenos dúctulos. VASCULARIZAÇÃO: ARTERIAL: As artérias direita e esquerda testiculares surgem da aorta, logo abaixo das artérias renais, descendo no retroperitônio por toda a região lombar, entrando no canal inguinal junto com o nervos e ducto deferente, formando as estruturas internas do funículo espermático – estrutura envolvida pelo músculo cremastérico e sua fáscia. Essas artérias emitem ramos que vão diretamente para o testículo e para a cabeça, corpo e cauda do epidídimo. VENOSA: A veia testicular direita drena diretamente para a veia cava e a esquerda para a veia renal esquerda. Eventualmente a esquerda pode drenar para cava. O feixe vascular é formado por 1 artéria e 2 veias, com as veias se ramificando e com diversas anastomoses entre si, formando o plexo pampiniforme. Ao longo do funículo espermático existem ramos que saíram dos vasos superiores, formando a artéria e veia cremastérica e as do ducto deferente. LINFÁTICA: Os canalículos linfáticos drenam, ao longo do funículo, saindo para os linfonodos inguinais superficiais (caminha para o linfonodo inguinal externo) e profundo (para o interno), indo tudo para os ilíacos comuns. O linfonodo pré-sinifisal recebe a drenagem direta do pênis, mas pode receber também da bolsa escrotal, assim como pelas vias linfáticas dos testículos ao longo dos vasos testiculares, drenando para a cadeia linfática perirenal no retroperitônio. NERVOSA: A inervação sacral e vesical na parte inferior, junto com o nervo pudendo, faz a inervação do pênis e do escroto. Há também por meio do plexo testicular, pelo funículo na parte interna (estímulo para a produção de espermatozoides), originário do plexo sacral; na parte externa existem 2 ramos importantes: genital do nervo genitofemoral e escrotal anterior do nervo ilioinguinal. DUCTOS DO SISTEMA GENITAL NOS HOMENS: Ducto dos testículos: a pressão produzida pelo líquido que é secretado pelas células sustentaculares empurra os espermatozoides e o líquido ao longo do lúmen dos túbulos seminíferos e, em seguida, por uma série de ductos muito curtos, os túbulos seminíferos retos, que levam a uma rede de ductos nos testículos (rede do testículo). Dessa rede, os espermatozoides se movem por uma série de ductos eferentes enrolados no epidídimo, que se esvaziamem um tubo único, o ducto do epidídimo. EPIDÍDIMO (EPDD): Fica dentro da bolsa escrotal com o testículo. Órgão em forma de vírgula de, aproximadamente, 4cm de comprimento e fica ao longo da margem posterior de cada testículo. Consiste principalmente em ductos do epidídimo bem enrolados que dão origem ao ducto deferente. Os ductos eferentes do testículo se unem aos ductos do epidídimo na parte maior e superior do epidídimo, chamado de “cabeça do EPDD”. O corpo do EPDD é a parte média estreita e a cauda, a parte inferior menor. Na sua extremidade distal, a cauda continua como o ducto deferente e possui o dúctulo aberrante inferior, que não serve para nada, é mais uma projeção. Seus ductos medem 6m de comprimento quando desenrolados, sendo revestidos por epitélio pseudoestratificado e circundados por camadas de músculo liso. As superfícies livres das células cilíndricas contêm estereocílios, microvilosidades longas e ramificadas (não são cílios), que aumentam a área de superfície para a reabsorção de espermatozoides degenerados. O tecido conjuntivo em torno da túnica muscular se insere nas alças do ducto do epidídimo e transporta os vasos sanguíneos e nervos. Funcionalmente, é o local de maturação dos espermatozoides, processo pelo qual adquire motilidade e capacidade de fertilizar um óvulo, o que ocorre ao longo de 14 dias. Também ajuda a impulsionar os espermatozoides pelos ductos deferentes durante a excitação sexual, pela contração peristáltica do seu músculo liso. Além disso, o epidídimo armazena espermatozoides que permanecem viáveis até por vários meses – qualquer um que não foi ejaculado durante esse período de tempo é reabsorvido. DUCTO DEFERENTE: No interior da cauda do epidídimo, o ducto do epidídimo torna-se menos enrolado e seu diâmetro aumenta. Além deste ponto, o ducto é conhecido como ducto deferente, medindo 45cm de comprimento, ascendendo ao longo da margem posterior do epidídimo através do funículo espermático e, em seguida, entra na cavidade pélvica. Ele contorna o ureter e passa lateralmente, descendo pela face posterior da bexiga urinária. A parte terminal dilatada do ducto deferente é a ampola. Sua túnica mucosa é composta por epitélio pseudoestratificado e lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). A túnica muscular é composta por 3 camadas de músculo liso: as camadas interna e externa são longitudinais e a do meio é circular. Funcionalmente, transporta os espermatozoides, durante a excitação, do epidídimo em direção à uretra por contrações peristálticas de seu revestimento muscular. Como o epidídimo, o ducto também pode armazenar espermatozoides durante vários meses e depois também é reabsorvido. É um prolongamento que sai do epidídimo, na porção mais inferior e posterior do escroto, fletindo e subindo cranialmente através do funículo espermático (na parte interna dele), passando pelo canal inguinal, indo para a região posterior inferior em relação à bexiga, entrando na próstata para desaguar na uretra prostática (a próstata fica na parte de baixo da bexiga, no trígono vesical) – é uma estrutura completamente extraperitoneal. O ducto deferente passa entre o ureter e a bexiga – a porção mais final desse ducto é chamada de ampola, para fazer um armazenamento de espermatozoides. HISTOLOGIA – SISTEMA GENITAL MASCULINO: Os testículos possuem uma cápsula de tecido conjuntivo denso, a TÚNICA ALBUGÍNEA, espessada na superfície dorsal do testículo e esse espessamento forma o mediastino, que emite septos fibrosos, dividindo o parênquima testicular em cerca de 240 lóbulos testiculares piramidais – são divisões incompletas e, por conta disso, há comunicações entre os lóbulos. Os lóbulos são compostos por: 1-4 túbulos seminíferos, tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS linfáticos, nervos e células de Leydig (intersticiais). Os testículos se desenvolvem dentro da cavidade abdominal no período embrionário em uma posição retroperitoneal na porção dorsal da parede, migrando e se alojando na bolsa escrotal e ficam suspensos na exterminada do cordão espermático – nessa migração, levam consigo um folheto de peritônio visceral que, junto com o parietal, forma a túnica vaginal do testículo, recobrindo as porções laterais e anterior do testículo. Os túbulos seminíferos produzem células reprodutoras masculinas (espermatozoides) e as células intersticiais secretam o andrógeno testicular. Os túbulos seminíferos (cada testículo tem de 250 a 1000 túbulo seminíferos que medem 150 a 250mm de diâmetro e 30 a 70cm de comprimento cada) são compostos por um epitélio germinativo que são várias camadas de células envoltas por uma lâmina basal e um tecido conjuntivo com fibroblastos, células mióides (na camada mais interna bem aderida à lamina basal, com características de células musculares lisas, achatadas e contráteis) e de Leydig (células intersticiais, ficam no tecido conjuntivo e ocupam a maior parte do espaço entre os túbulos seminíferos, produzem testosterona). No espaço entre os túbulos fica o tecido intersticial (setas). O epitélio germinativo/seminífero é composto por 2 tipos de células com diferenças na morfologia e função: Células de Sertoli: piramidais, com superfície basal em contato com a lâmina basal do túbulo seminífero, de núcleo basal claro (vesicular, triangular e com nucléolo evidente), a extremidade apical dessas células é a luz dos túbulos seminíferos e possui diversos recessos (servem para alojar as células da linhagem espermatogênica), dificultando sua determinação (limites) histológica. Serve para: (1) suporte, proteção e suprimento nutricional aos espermatozoides, como há o isolamento pela barreira hematotesticular, os espermatozoides dependem das células de Sertoli para a troca de nutrientes e metabólitos; (2) fagocitose do excesso de citoplasma que se origina com a formação dos espermatozoides; (3) secreção do fluido testicular, com esteroides, proteínas, íons e uma proteína que é ligante da testosterona, concentrando-a nos túbulos seminíferos, onde ela age estimulando a espermatogênese. A secreção da proteínas ligante é controlada pelo FSH e pela testosterona – as Sertoli também podem converter a testosterona em estradiol e secretar o peptídeo inibina, que suprime a síntese e liberação do FSH; (4) produção do hormônio antimulleriano, age no desenvolvimento embrionário, promovendo a regressão dos ductos de Muller (ductos paramesonéfricos) e induzindo o desenvolvimento dos ductos de Wolff (ductos mesonéfricos); (5) barreira hematotesticular, por meio de junções ocludentes entre uma célula de Sertoli e a outra, protegendo a espermatogênese de substâncias que sejam potencialmente nocivas e protege também do reconhecimento imunológico por linfócitos. As espermatogônias têm livre acesso às substâncias encontradas no sangue, as etapas avançadas não. Células da linhagem espermatogênica: si dispõem de 4 a 8 camadas, com função de produzir espermatozoides. Originam- se do saco vitelínico. Onde acontece a espermatogênese e a diferenciação em espermatozoides (espermiogênese). Possui 4- 8 camadas. TECIDO INTERSTICIAL: importante para a nutrição das células dos túbulos seminíferos, transporte de hormônios e produção de andrógenos. Os espaços entre os túbulos seminíferos são preenchidos com tecido conjuntivo (com fibroblastos, células conjuntivas indiferenciadas, mastócitos e macrófagos), nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Os capilares sanguíneos dos testículos são fenestrados e possibilitam a passagem livre de macromoléculas, como as proteínas do sangue. É onde ficam as células intersticiais do testículo (Leydig) produtoras de esteroides – dependem de estímulo hormonal (LH). Ductos intratesticulares: os túbulos seminíferos vão estardispostos em alças e a extremidades desses túbulos seminíferos vão continuar como túbulos retos, que se conectam à rede testicular na região do mediastino (canais anastomosados, composta por epitélio simples pavimentoso ou cúbico simples). Saindo da rede, ficam os ductos eferentes (de 10-20, com uma camada fina de células musculares lisas concêntricas), compostos por células epiteliais cuboides não ciliados, com células ciliadas alternado com os cuboides – os cílios servem para conduzir o fluido no sentido do ducto epididimário, que constitui o epidídimo. Epitélio com característico aspecto com saliências e reentrâncias e ductos eferentes gradualmente se fundem para formar o ducto do epidídimo. TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS Ductos genitais extratesticulares: têm como função o transporte de espermatozoides para o meato do pênis. O DUCTO EPIDIDIMÁRIO (esticado tem de 4 a 6m) é um tubo único e enovelado, formando o corpo e a cauda do epidídimo, recoberto por uma cápsula de tecido conjuntivo – epitélio colunar estratificado, células basais arredondadas, células colunares com estereocílios (longos e ramificados, parecidos com microvilos irregulares), lâmina basal, células musculares lisas (contração ajuda a mover o líquido ao longo do ducto) e tecido conjuntivo frouxo que se liga às estruturas adjacentes. O epitélio do ducto epididimário participa da absorção e digestão dos corpos residuais das espermátides, eliminado durante a espermatogênese. A extremidade do ducto epididimário dá origem ao DUCTO DEFERENTE, que termina na uretra prostática, com uma luz estreita e uma camada mucosa que forma pregas/dobras longitudinais (composta por epitélio colunar pseudoestratificado com esterocílios), têm uma lâmina própria formada por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas e uma espessa camada de músculo liso (3 partes: longitudinal externa, circular média e longitudinal interna), que contrai para a eliminação do sêmen durante a ejaculação. O ducto deferente faz parte do cordão espermático, juntamente com o plexo pampiniforme, artéria testicular e nervos – antes de entrar na próstata o ducto deferente forma uma ampola (epitélio mais espesso e muito pregueado), onde desembocam as vesículas seminais. Ao penetrar na próstata ganha o nome de ducto ejaculatório, com a mucosa igual, mas não é envolvida por músculo liso e em seguida abre na uretra prostática. SISTEMA GENITAL FEMININO - ANATOMIA: Os órgãos incluem os ovários (gônadas), as tubas uterinas, o útero, a vagina e órgãos externo (pudendo feminino, vulva). As glândulas mamárias são consideradas parte do tegumento e do sistema genital feminino. O monte do púbis é a região onde ficam os pelos, os grandes lábios são a parte mais externa da vulva e mais internamente, os pequenos lábios. Cranialmente fica o clitóris com o prepúcio fazendo sua cobertura. Possui o introito da cavidade vaginal, o orifício externo da uretra, o períneo e a região anal. Na genitália interna fica o canal vaginal, útero, tubas uterinas e ovários. Tem como função a produção de gametas femininos (ovócitos), manter um ovócito fertilizado durante seu desenvolvimento completo ao longo das fases embrionária e fetal até o nascimento e produz hormônios sexuais que controlam órgãos do sistema genital e têm influência sobre outros órgãos no corpo. OVÁRIOS: Relações anatômicas de anterior para posterior: bexiga, útero e reto. Lateralmente ao útero fica as tubas uterinas e os ovários. Os vasos ilíacos relacionam-se bastante com os ovários: a aorta e a veia cava vão se bifurcar em vasos ilíacos comuns que vão caminhar em direção à perna, passando pela pelve, emitindo os vasos ilíacos internos e externos que depois viram vasos femorais. O ovário esquerdo tem relação com o colo sigmoide e o direito com o ceco, apêndice e colo ascendente. O “fundo de saco de Douglas” é uma reflexão do peritônio, que vem entre o reto e o útero, descendo pelo útero e subindo pelo reto, formando a região da escavação retouterina (é o peritônio descendo por uma estrutura, refletindo na sua porção mais inferior, onde termina o espaço intraperitoneal e depois ele volta subindo), um espaço entre os 2 órgãos, que são revestidos pelo peritônio. Tanto o ovário, como a tuba uterina (o útero também possui uma porção) são estruturas intraperitoneais. São um par de glândulas semelhantes a amêndoas, homólogas aos testículos (mesma origem embrionária), com cerca de 3 a 4cm, exposto em uma posição mais oblíqua, quase vertical. O ovário é sustentado por 2 ligamentos: o suspensor do ovário (derivado do músculo psoas da fáscia), que os insere na parede pélvica e na parte medial, pelo ligamento útero-ovárico (faz a sustentação e ligação medial do útero com o ovário). Há também o ligamento largo do útero, que faz uma grande sustentação e manutenção do útero na sua posição – é uma prega de peritônio parietal, que se insere nos ovários por uma dobra de 2 camadas do peritônio (mesovário), que faz a nutrição do ovário (o ovário recebe vasos que caminham juntos ao ligamento suspensor e depois eles se ramificam para fazer a drenagem arterial e venosa). Cada ovário contém um hilo, o ponto de entrada e saída para os vasos sanguíneos e nervos com os quais o mesovário está ligado. Acima do ovário fica o mesossalpinge, uma prega lateral do mesovário que passa sobre a tuba uterina (trompa), participando do sistema suspensor e fixador do ovário e principalmente das tubas, constituindo-se de membrana peritoneal – é análogo ao mesentério, faz a nutrição para a tuba uterina. O ovário tem uma extremidade superior (tubal), relacionada com a tuba uterina, onde há a liberação pelo folículo do óvulo e a captação pela tuba; uma extremidade uterina (ínfero-medial), uma extremidade livre sem estruturas e a do mesovário. Produzem TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS gametas, os oocítos secundários que se desenvolvem em óvulos maduros após a fertilização e hormônios, incluindo a progesterona e os estrogênios (hormônios sexuais femininos), a inibina e a relaxina. Ficam um em cada lado do útero, descendo até a margem da parte superior da cavidade pélvica durante o 3º mês de desenvolvimento. VASCULARIZAÇÃO: ARTERIAL: Diretamente da aorta partem as artérias ováricas direita e esquerda, que vão se juntar com o ligamento superior, caminhando em direção ao mesovário, fazendo a nutrição. VENOSA: A veia ovárica direita drena diretamente para a VCI e a esquerda drena para a veia renal esquerda. LINFÁTICA: A parte mais inferior da pelve drena para os plexos dos linfonodos ilíacos internos, acompanhando os vasos ilíacos internos e também para os linfonodos ilíacos comuns, em direção ao ducto torácico. Existem também uma drenagem que acompanha os vasos ováricos de ambos os lados, fazendo uma drenagem para a parte mais superior, dos linfonodos renais e do tronco celíaco. NERVOSA: O plexo aórtico e os hipogástricos superior e inferior vão emitir ramos para formar o plexo ovárico. Na região há também os plexos vesical e renal. Fazem a inervação simpática (T10-T11) e parassimpática (S2-S4) do órgão. HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR FEMININO: É divido em órgãos internos (ovários, tubas uterinas, útero e vagina) e externos (vulva, monte pubiano, clitóris, uretra, vagina, lábios maiores e menores, vestíbulo e orifício das glândulas vestibulares maiores). O monte pubiano é composto por pele (com os pelos pubianos protegendo) e tecido adiposo subcutâneo. Os lábios maiores formam os limites laterais vulva, com uma superfície externa mais pigmentada e coberta por pelos e uma interna mais rosada e lisa com glândulas sebáceas (lubrificada) – possuem músculo liso, tecido adiposo, nervos, vasos e outras glândulas entre as superfícies e são revestidos por epitélio estratificadopavimentoso queratinizado. Os lábios menores estão internamente aos lábios maiores, localizados entre eles, partindo do clitóris até a região posterior e são desprovidos de gordura (estrutura mais fina, praticamente sem músculo liso, mas ainda possui nervoso e vasos) – unem-se na região próxima ao clitóris, formando o prepúcio, região que cobre o clitóris. O clitóris é responsável pela sensitividade, por ser uma região extremamente inervada, externamente parece pequeno, mas internamente é muito maior do que o que se consegue ver. É análogo ao pênis (por possuir órgãos cavernosos, possui 2 corpos cavernosos), revestido por epitélio estratificado pavimentoso, possui raiz, corpo e glande (região mais externa) e é um epitélio com alta sensibilidade cutânea (muitas terminações nervosas). OVÁRIOS: São as gônadas femininas, formam os ovócitos e produzem os hormônios (estrógeno e progesterona). É formado por EPITÉLIO GERMINATIVO pavimento ou cúbico simples, coberto por uma camada de tecido conjuntivo denso que dá a coloração esbranquiçada do ovário (túnica albugínea), dividido em uma região CORTICAL (mais externa, onde ficam os folículos ovarianos e o estroma de tecido conjuntivo, onde os folículos ficam com fibroblastos em um arranjo de redemoinho) e uma MEDULAR (composta por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado por vasos e tecido linfático). GAMETOGÊNESE MASCULINA (ESPERMATOGÊNESE) E FEMININA (OVULUGÊNESE) O desenvolvimento humano inicia-se na fecundação, quando um espermatozoide se une ao oócito, para formar o ZIGOTO, altamente especializado, totipotente (capaz de diferencia-se em qualquer tipo celular) e contém cromossomos e os genes derivados da mãe e do pai. Ele se divide muitas vezes e transforma-se progressivamente em um ser humano multicelular. A GAMETOGÊNESE é a formação dos gametas, processo de desenvolvimento de células germinativas especializadas (oócitos e espermatozoides) a partir de células precursoras bipotentes. É um processo que envolve cromossomos e o citoplasma dos gametas, preparando-as para fecundação. Durante a gametogênese, o número de cromossomos é reduzido pela metade e a forma das células é alterada. Um cromossomo é definido pela presença de um centrômero, constrição de uma porção do cromossomo. Antes da replicação do DNA na fase S do ciclo celular, os cromossomos existem com uma cromátide única. Uma cromátide consiste em filamentos paralelos de DNA. Após a replicação do DNA, os cromossomos tornam-se cromossomos de cromátides duplas. O espermatozoide e o oócito (gametas masculino e feminino) são células sexuais altamente especializadas. Cada uma dessas células contém metade do número de cromossomos (haploide) presentes nas células somáticas – esse número é reduzido durante a meiose, divisão celular que ocorre somente durante a gametogênese. MEIOSE: Envolve duas divisões mitóticas; as células germinativas diploides dão origem aos gametas haploides. A 1ª DIVISÃO MEIÓTICA é uma divisão reducional, pois o número de cromossomos é reduzido de diploide para haploide por conta do pareamento dos cromossomos homólogos na prófase (1º estágio da meiose) e pela segregação deles na anáfase (estágio no qual os C se movem da placa equatorial). Os cromossomos homólogos (pai e mãe) formar um par durante a prófase e se separam durante a anáfase, com um representante de cada par indo, aleatoriamente, para cada polo do fuso meiótico. O fuso se conecta ao cromossomo no centrômero (a parte mais condensada). Nessa fase, são C de cromátides duplas. Os cromossomos X e Y não são homólogos, mas possuem segmentos homólogos na extremidade dos braços curtos. Eles se emparelham somente nessas regiões. Ao final da 1º divisão meiótica, cada nova célula formada (espermatócito ou oocíto secundários) tem um número cromossômico haploide. Essa separação dos C homólogos pareadas constitui a base física da segregação, separação dos alelos (podem ocupar o mesmo locus em um cromossomo específico) durante a meiose. TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS A 2ª DIVISÃO MEIÓTICA vem sem uma interfase normal, etapa de replicação do DNA. Cada cromossomo de cromátide dupla se divide e cada metade (cromátide) é direcionada para um polo diferente da célula. Assim, o número haploide de cromossomos (23) é mantido e cada células filha formada por meiose tem um representante de cada par cromossômico (C com cromátide única). A 2ª divisão é uma mitose normal, exceto que o número de cromossomos que entra na meiótica é haploide. A meiose possibilita: A constância do número cromossômico de geração a geração pela redução do número cromossômico de diploide para haploide, produzindo gametas haploides. O arranjo aleatório dos cromossomos materno e paterno entre os gametas. Reposiciona os segmentos dos cromossomos materno e paterno, por meio do cruzamento de segmentos cromossômicos, que embaralham os genes, produzindo a recombinação do material genético. ESPERMATOGÊNESE: As ESPERMATOGÔNIAS ficam próximas à lâmina basal e são originadas do saco vitelínico do embrião, no 5º mês fetal. São células germinativas primordiais que migram para a gônada em desenvolvimento, onde aparecem como espermatogônias – elas começam a se diferenciar e na puberdade é quando se dá o início da mitose. Existem espermatogônias do tipo A (células tronco, permanecem indiferenciadas, reservatório de células para a divisão celular futura e subsequente produção de espermatozoides) e do tipo B (dão origem aos espermatócitos primários, cuja mitose começa na puberdade). Os 2 ESPERMATÓCITOS PRIMÁRIOS continuam próximos à lâmina basal e possuem um DNA duplicado, com 46 cromossomos. Na meiose I, pares de cromossomos homólogos se alinham na placa metafásica, e ocorre o crossing-over. Em seguida, o fuso meiótico puxa um cromossomo (duplicado) de cada par para um polo oposto da célula em divisão e dão origem aos 2 ESPERMATÓCITOS SECUNDÁRIOS (não ocorre a duplicação do DNA) com 23 cromossomos (diploides, DNA ainda duplicados, cada cromossomo com 2 cromátides), momento da anáfase da 1ª divisão meiótica (reducional), quando os cromossomos homólogos se separam. Quando entra na 2ª divisão meiótica, os cromossomos se alinham em fila indiana ao longo da placa metafásica, e as duas cromátides de cada cromossomo se separam são originadas as 4 ESPERMÁTIDES com 23 cromossomos (haploides, metade da quantidade regular de DNA) – quando estão mais maduras têm um núcleo claro, oval e elíptico; quando começam a ir para os estágios finais de maturação, a cromatina fica mais densa e alongada e as extremidades afiladas. Portanto, um único espermatócito primário produz quatro espermátides por meio de dois episódios de divisão celular (meiose I e meiose II). Conforme as células espermatogênicas proliferam, elas não conseguem completar a separação citoplasmática (citocinese). As células permanecem em contato por meio de pontes citoplasmáticas ao longo de todo o seu desenvolvimento Observação: as células-filhas resultantes das divisões das espermatogônias tipo B não se separam completamente e permanecem unidas por pontes citoplasmáticas intercelulares que tornam possível a comunicação entre os espermatócitos primários, secundários e espermátides derivados de uma única espermatogônias, contribuindo para o sincronismo dos eventos da espermatogênese. ESPERMIOGÊNESE: As espermátides viram espermatozoides na espermiogênese (células especializadas na transferência do DNA masculina até o ovócito que contém o DNA feminino), a fase final de produção sem nenhuma divisão celular durante essa transformação. Há a formação do espermatozoide se dá a partir: Desenvolvimento do acromossomo, na cabeça do espermatozoide, com enzimas hidrolíticas que sejam para digerir as célulasda corona radiata e da zona pelúcida. Condensação e alongamento do núcleo. Desenvolvimento do flagelo, grande concentração de mitocôndrias na parte proximal (peça intermediária) para permitir a movimentação desse flagelo. O movimento flagelar é resultado da interação de microtúbulos, ATP e dineína, uma proteína com atividade de ATPase. Perda da maior parte do citoplasma (corpo residual), sendo posteriormente fagocitado pelas células de Sertoli. O espermatozoide maduro é liberado na luz do túbulo seminífero. A espermiogênese pode ser dividida em 3 etapas: do complexo de Golgi, do acrossomo e de maturação (nessa ordem). A 1ª etapa consiste em: o citoplasma das espermátides contém um complexo de Golgi desenvolvido, com grânulos PAS-positivos (proacrossômicos), que acumulam no complexo e fundem para formar um único grânulo acrossômico no interior da vesícula acrossômica. Os centríolos migram para perto da superfície das células e iniciam a formação do axonema (conjunto de microtúbulos que formam o eixo central do flagelo). A 2ª etapa: a vesícula e o granulo acrossômico se estendem sobre a metade anterior do núcleo como um capuz e vira o ACROSSOMO (contém enzimas hidrolíticas, como a hialuronidase, neuraminidase, fosfatase ácida e protease parecida com a tripsina). A etapa de maturação acontece quando grande parte do citoplasma forma os corpos residuais. São liberados de suas conexões com as células sustentaculares (ESPERMIAÇÃO). Os espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminífero para o epidídimo, onde são armazenados e tornam-se funcionalmente maduros durante a puberdade. Em seguida vem o ducto deferente, que transporta os espermatozoides para a uretra. Os espermatozoides maduros são células ativamente móveis, que nadam livremente, constituídos por uma cabeça e uma cauda. O colo é a junção entre a cabeça e a cauda. A cabeça forma a maior parte dele, onde se localiza o núcleo. Os dois terços anteriores da cabeça são cobertos pelo acrossoma. A cauda tem TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS três segmentos: a peça intermediária, principal e terminal. A cauda fornece motilidade que auxilia o seu deslocamento até o local da fecundação. A peça intermediária contém mitocôndrias que fornecem o ATP, fornecendo energia para a motilidade do espermatozoide. Uma vez ejaculados, a maior parte dos espermatozoides não sobrevive por mais de 48 h no sistema genital feminino. Fatores que influenciam a espermatogênese: substâncias nocivas, temperatura, hormônios, desnutrição, alcoolismo. O hormônio FSH nas células de Sertoli leva a síntese da proteína ligante de testosterona, que serve para manter a testosterona em altos níveis no túbulo seminífero, onde é importante para estimular a espermatogênese. Há também o LH nas células de Leydig, levando a produção da testosterona. A espermatogênese acontece apenas em temperaturas menores que 37 graus e o testículo mantém uma temperatura de 35 graus, mantida com o auxílio do: plexo pampiniforme (plexo venoso que faz a troca de calor), evaporação do suor na bolsa escrotal na tentativa de perder calor e contração dos músculos cremastérico (aproxima o testículo do canal inguinal, aumentando a temperatura em situações de frio). Os espermatozoides liberados no lúmen dos túbulos são transportados ao epidídimo pelo fluido testicular, produzido pelas células de Sertoli e as da rede testicular. OOGÊNESE: Todas as oogônias se desenvolvem em oócitos primários antes do nascimento; nenhuma desenvolve após o nascimento. Durante a vida fetal inicial, as oogônias proliferam por mitose (duplicação). Desenvolvimento e crescimento folicular: A formação dos ovócitos começa desde a vida embrionária: a mulher já nasce com uma quantidade pré-determinada de folículo ovariano que será desenvolvido até o fim do seu período fértil. Os ovócitos têm origem a partir de CÉLULAS GERMINATIVAS. No 1º mês de vida embrionária, há a migração das células germinativas (provenientes do saco vitelínico) primordiais até os primórdios gonodais. Na 3ª semana de gestação já existem as células germinativas primitivas, que sofrem um processo de diferenciação, formando, na 5ª semana, alguns milhões de OVOGÔNIAS. No 3º mês de gestação, as ovogônias se dividem, realizando a prófase da 1ª divisão meiótica e param de evoluir na fase de diplóteno (na 1ª fase da meiose), dando origem aos OVÓCITOS PRIMÁRIOS (antes do 7º mês de gestação as ovogônias já viraram OP). Os ovócitos primários (de núcleo esférico e nucléolo bem evidente), na 12ª semana, são envoltos por células foliculares, gerando de 5 a 7 milhões de FOLÍCULOS PRIMORDIAIS, ficam próximos a túnica albugínea, na periferia do ovário e são separados do estroma por uma membrana basal delimitadora que envolve os folículos. O crescimento dos folículos primordiais acontece a partir da puberdade e eles permanecem inativos até essa fase, quando começa a produção e liberação dos hormônios hipofisários LH e FSH, que estimulam o desenvolvimento dos folículos, dando início aos ciclos sexuais mensais – inicialmente, um grupo de folículos sofre um rápido crescimento, dando origem aos FOLÍCULOS PRIMÁRIOS. No folículo primário há um aumento do número de mitocôndrias e RE, os complexos de Golgi migram para próximo da superfície celular e há um aumento do volume nuclear e das células foliculares, que deixam de ser pavimentosas e passam a ser cuboides. De início, há apenas uma camada das células cuboides (unilaminar), mas com o desenvolvimento, torna-se um epitélio multilaminar estratificado, a CAMADA GRANULOSA – o folículo é denominado folículo primário multilaminar ou pré-antral. Há também a ZONA PELÚCIDA, uma camada de glicoproteína que envolve o ovócito, secretada pelo ovócito e pelas células foliculares. À medida que os folículos crescem, principalmente em virtude do aumento (em tamanho e número) das células da granulosa, eles ocupam as áreas mais profundas da região cortical. As células foliculares que envolvem secretam o inibidor da maturação do oócito, que mantém parado a meiose do oócito. Em seguida há o FOLÍCULO SECUNDÁRIO OU ANTRAL: começa a se acumular líquido entre os ovócitos e as células foliculares, fazendo com que as células granulosas da multilaminar se organizem para dar espaço para o ANTRO FOLICULAR que contém o liquido folicular (com TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS componentes do plasma e produtos secretados pelas células foliculares, como glicosaminoglicanos, proteínas, esteroides, andrógenos e estrógeno). Quando há a reorganização das células da granulosa, elas formam o CUMULUS OOPHORUS, que serve de apoio para o ovócito que passa a boiar e organização da estrutura da CORONA RADIATA, quando as células granulares envolvem o ovócito. Durante essas modificações que ocorrem no folículo, também vão acontecendo modificações no estroma ovariano ao redor, com a formação das TECAS FOLICULARES: Teca interna: células poliédricas, núcleos arredondados, citoplasma acidófilo e produção de esteroides, a androstenediona, que é transportada até a granulosa e sob a influência do FSH vai produzir a enzima AROMATASE que transforma a androstenediona em estradiol. Pequenos vasos sanguíneos do estroma percorrem a teca interna e formam um rico plexo capilar ao redor das células secretoras. Teca externa: é semelhante ao estroma, mas se organiza ao redor do folículo secundário de forma concêntrica. O FOLÍCULO PRÉ-OVULATÓRIO/DE GRAAF/MADURO, é o folículo dominante (2,5cm diâmetro), sendo o único que amadurece no ciclo menstrual. Nele há um grande acúmulo de líquido, a camada granulosa fica mais delgada e as tecas muito espessas. É tão grande que faz uma saliência na superfície do ovário, podendo ser identificada no ultrassom,usado para saber se a mulher está ou não no período ovulatório. O processo total de crescimento do folículo primordial até o pré-ovulatório (maduro) é de 90 dias. É esse folículo que prossegue até a ovulação, os demais sofrem atresia. ATRESIA FOLICULAR: Alguns desses folículos sofrem ATRESIA (morte celular), pois um grupo de folículos primordiais é recrutado, mas apenas 1 desses FP se transforma no folículo maduro/de Graaf e é eliminado a cada ovulação e o resto sofre atresia e são eliminados por células fagocíticas. O processo de atresia consiste em: (1) morte celular granulosa (aparecimento de núcleos picnóticos, bem pequenos); (2) separação das células da granulosa (soltas boiando no líquido folicular); (3) morte do ovócito (por alterações do núcleo e citoplasma); e (4) pregueamento da zona pelúcida e fagocitose dessas estruturas por macrófagos. O que sobra é uma cicatriz de colágeno, pois o que sobra é uma ocupação por fibroblastos. Por conta disso, ao nascimento, existem cerca de 600-800 mil folículos primordiais. Até a puberdade, vão sofrendo mais atresia, havendo cerca de 400 mil quando é dado início à vida fértil. Durante a MENACME (período fértil), vários folículos vão sofrendo atresia, fazendo com que o ciclo reprodutivo da mulher seja limitado e, quando chega na menopausa, existem menos de 1000 folículos. Como geralmente só um ovócito é liberado pelos ovários em cada ciclo menstrual (duração mais comum de 28 dias) e a vida reprodutiva dura de 30 a 40 anos, são liberados por uma mulher cerca de 450 ovócitos, todos os outros degeneram por atresia. TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS OVULAÇÃO: Com o folículo de Graaf. Há um pico de secreção de LH, com altos níveis de estrógeno que aumentam o fluxo sanguíneo com ovário e, com a chegada de prostaglandinas (histamina, vasopressina e colagenase) que enfraquecem a parede e geram uma ruptura de parte da parede do folículo maduro, há a liberação do ovócito (junto com ele vai a zona pelúcida, corona radiata e fluido folicular) – as células da granulosa produzem ácido hialurônico para se soltarem da camada, juntamente com a contração de células musculares lisas. Processo que acontece em torno da metade do ciclo menstrual. Caso o ovócito não seja fertilizado nas primeiras 24 horas após a ovulação, ele degenera e é fagocitado. Esse ovócito eliminado é captado pela parte dilatada (ampola) da tuba uterina, começando sua migração até o útero. A 1ª divisão da meiose que está parada desde o período fetal é completada um pouco antes da ovulação. Os cromossomos são divididos igualmente entre as células-filhas, mas um dos ovócitos secundários retém quase todo o citoplasma; enquanto o outro se torna o 1º CORPÚSCULO POLAR, uma célula muito pequena que contém um pequeno núcleo e uma quantidade mínima de citoplasma (divisão desigual). Imediatamente após a expulsão do 1º corpo polar, o núcleo do ovócito inicia a 2ª divisão da meiose e estaciona em metáfase até que haja a fertilização. Se um espermatozoide penetra o ovócito secundário, a 2º divisão meiótica é completada e a maior parte do citoplasma é novamente mantida em uma célula: o FOLÍCULO FECUNDADO. O 2º CORPO POLAR é formado e degenera. Assim que os corpos polares são expelidos, a maturação do oócito está completa. Geralmente há um ovócito eliminado por vez, mas pode ter ciclo que elimina mais de um ou que não elimina (anovulatórios). O que sobra do folículo depois da ovulação dá origem ao CORPO LÚTEO, formado depois da ovulação por uma reorganização das células da granulosa e da teca interna que ficaram, células essas que sofrem estímulo do LH. A perda do fluido folicular após a ovulação resulta em colapso da parede do funículo, que se torna pregueada. Devido à ruptura da parede do folículo, um pouco de sangue pode fluir para a cavidade do antro folicular, onde coagula e é invadido por tecido conjuntivo, que constitui a parte mais central do corpo lúteo. O corpo lúteo é composto basicamente por: tecido conjuntivo, coágulos sanguíneos, células granulosa-luteínicas (secreção de esteroides, compõe 80% do total), células teca-luteínicas (semelhante às granulosas, porém menores e acumulam-se nas pregas da parede do corpo lúteo), vasos sanguíneos e linfáticos. O corpo lúteo é uma glândula temporária e sob o estímulo de LH, secreta progesterona e estrógenos, funcionando por 10 a 12 dias quando não tem gravidez. Quando a mulher menstrua, ele degenera por apoptose e no lugar, o que sobra é fagocitado por macrófagos e substituído pelos fibroblastos por uma cicatriz de colágeno, o CORPO ALBICANS – a menstruação é uma consequência da secreção decrescente de progesterona (por falta de estímulo do LH), levando a descamação do endométrio. Altas taxas de estrógeno circulante inibem a liberação de FSH pela hipófise; em contrapartida, depois da degeneração do corpo lúteo, a concentração de esteroides do sangue diminui e o FSH é liberado em quantidades maiores, estimulando o crescimento rápido de alguns folículos e iniciando o ciclo menstrual seguinte. Caso aconteça a gestação, há o estímulo de HCG produzido pelo embrião e isso estimula a secreção e produção de progesterona (mantém a mucosa do útero e estimula a secreção das glândulas uterinas, importante para a nutrição do embrião antes da placenta se tornar funcional) pelo menos até metade da gestação pelo corpo lúteo (4º-5º mês). Depois disso ele degenera, sofre apoptose e é substituído pelo corpo albicans IMENSO, porque ficou funcionando por muito tempo. SECREÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DAS GÔNADAS (TESTÍCULOS E OVÁRIOS). Síntese dos hormônios: As células de Leydig são esteroidogênicas, sintetizam colesterol novo, e adquirem através de receptores para lipoproteínas de baixa (LDL) e alta densidade (HDL), já que a maior parte do colesterol utilizado como substrato é transportado por essas proteínas; posteriormente são armazenados na forma de éster de colesterol. Dentro da célula, colesterol livre é gerado pela enzima hidrolase do éster de colesterol. Quando há estímulos para a produção de hormônios esteroides, o colesterol livre é transferido para a membrana mitocondrial externa e depois para a interna, o que depende da proteína reguladora aguda esteroidogênica (StAR), caracterizando a etapa limitadora de velocidade. Na mitocôndria sofre a ação de uma enzima chamada COLESTEROL DESMOLASE (enzima P450scc/CYP11A1), formando um produto chamado de PREGNENOLONA, que é transportada até o RE liso. Os produtos produzidos que sofrem uma CONVERSÃO PERIFÉRICA. Esses hormônios começam a produção em um período chamado de ADRENARCA, na puberdade, quando começa a produção de hormônios sexuais. A célula de Leydig se assemelha à célula da zona reticular do córtex da adrenal (também responsável pela produção de hormônios esteroides), mas expressa um nível maior de 3β-HSD, de forma que a via Δ4 é essencialmente favorecida. Outra grande diferença é a expressão de uma isoforma da 17b-hidroxiesteroide desidrogenase (17b-HSD tipo 3) específica pela célula de Leydig. Zona reticular do córtex da adrenal: a pregnenolona sofre a ação da CYP17 (P-450c17) e vira a 17(OH)-pregnenolona. A partir da hidroxi- pregnenolona é transformada em DHEA (desidroepiandrosterona) e sofre a ação onde é colocado um radical sulfeto nela, virando a DHEA sulfatada. A partir desse ponto há produção por vias paralelas, com a produção final de ANDROTENEDIONA que é convertida perifericamente nos hormônios andrógenos e estrógenos. Pode ter uma produção pequena de glicocorticoides. Via biossintética da testosterona: o colesterol sofre a ação da enzima colesterol desmolase estimulada pelo LH o colesterol vira TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS pregnenolona pela CYP11A1 depois vira a progesterona através da 3 beta hidroxiesteroidedesidrogenase (3B-HSD) vira 17-OH progesterona através da 17-alfa-hidroxilase irá virar androstenediona através da 17-20 e 3β-hidroxiesteroide desidrogenase (3b-HSD), por fim, vira a testosterona a partir da ação da enzima 17B-HSD tipo 3 (essa última enzima só está presente nas células de Leydig, não existe na zona reticular). A CYP17 é uma enzima bifuncional com atividade 17-hidroxilase e atividade 17,20-liase. A testosterona pode virar estradiol (17B-estradiol) nos tecidos periféricos através da ação da aromatase (sofre aromatização), enzima CYP19 expressada pelas células de Sertoli. Precisam de proteínas plasmáticas transportadoras para circular na corrente sanguínea. A importância dos androgênios na produção global dos hormônios esteroides sexuais é de cerca de 50% dos androgênios totais na próstata do adulto. Os valores de DHEA E DHEAS diminuem conforme o aumento da idade, resultando em uma drástica redução na formação de androgênios e estrogênios. Nas mulheres, os androgênios suprarrenais contribuem na libido. Devido à proximidade das células de Leydig com os túbulos seminíferos, quantidades significativas de testosterona se difundem para os mesmos e são concentradas no compartimento adluminal pela ABP. Os níveis de testosterona nos túbulos seminíferos são mais de 100 vezes maiores que os circulantes, necessários para a espermatogênese normal. As células espermáticas humanas expressam pelo menos uma isoforma do receptor de estrogênio – em diversos tecidos, especialmente o adiposo, a testosterona é convertida em estrógeno, que desempenha um papel na maturação e biologia dos ossos do homem. SECREÇÃO DO FSH E LH: As gonadotrofinas são importantes na estimulação dos esteroides sexuais (progesterona, estrógeno nas mulheres e testosterona nos homens), constituindo os eixos hipotalâmico-pituitário-testicular e ovariano – o FSH também aumenta a secreção de um hormônio proteico relacionado ao fator de crescimento transformador beta (TGF-B), a inibina em ambos sexos. O FSH e o LH são acondicionado em grânulos secretores distintos e não são conssecretados em quantidades equimolares, são secretados independentemente. Sua secreção é regulada pelo pró-hormônio GNRH (LHRH – liberado de gonadotrofinas) hipotalâmico liberado em pulsos. O GNRH é liberado de maneira pulsátil chega no receptor da hipófise estimulou Ca++ e PKC se houver pulsos de GNRH com uma frequência LENTA (3 horas), é estimulado preferencialmente a síntese e secreção de FSH caso sejam pulsos com frequência ALTA (1 hora), síntese e secreção de LH FSH e LH agem nos seus respectivos receptores ativa a PKA estimula a esteroidogênese e gametogênese esteroides sexuais fazem a alça de retroalimentação. A testosterona e a DHT atuam pelo um mesmo receptor androgênico (AR). Na ausência de ligante, o AR encontra-se no citoplasma, acoplado a proteínas chaperonas. A ligação testosterona-AR ou DHT- AR causa dissociação das proteínas chaperonas, seguida de translocação nuclear do complexo andrógeno-AR, dimerização, ligação a um elemento de resposta ao andrógeno (ARE), e recrutamento de proteínas co-ativadoras e fatores gerais de transcrição para a vizinhança de um promotor gênico específico. Quando a testosterona entra na circulação periférica, ela se liga a proteínas séricas, rapidamente atingindo um equilíbrio. Cerca de 60% da testosterona circulante está ligada à globulina ligadora de hormônio sexual (SHBG), 38% estão ligados à albumina, e cerca de 2% permanece como hormônio “livre”. A testosterona e seus metabólitos são essencialmente excretados pela urina. Quase 50% dos andrógenos excretados são encontrados como 17-cetosteroides urinários, com grande parte dos remanescentes sendo andrógenos conjugados ou derivados diol ou triol. Apenas cerca de 30% dos 17- cetosteroides urinários são provenientes dos testículos, o restante é produzido de andrógenos adrenais. Os andrógenos são conjugados com glicuronato ou sulfato no fígado e os esteroides conjugados são excretados na urina. CONTROLE DA FUNÇÃO HORMONAL DA FUNÇÃO TESTICULAR: Embora os fatores de iniciação sejam desconhecidos, na puberdade, determinadas células neurosecretoras do hipotálamo aumentam a sua secreção de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). Este hormônio estimula, por sua vez, os gonadotrofos na adeno-hipófise a aumentar sua secreção de duas gonadotropina, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio foliculoestimulante (FSH). O LH estimula as células intersticiais que estão localizadas entre os túbulos seminíferos a secretar o hormônio testosterona. Este hormônio esteroide é sintetizado a partir do colesterol nos testículos e é o principal androgênio. É lipossolúvel e se difunde facilmente das células intersticiais para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue. A testosterona, via feedback negativo, suprime a secreção de LH pelos gonadotrofos da adeno-hipófise e suprime a secreção de GnRH pelas células neurossecretoras do hipotálamo. Em algumas células-alvo, como aquelas dos órgãos genitais externos e da próstata, a enzima 5-alfarredutase converte a testosterona em outro androgênio, chamado di-hidrotestosterona (DHT). Existem duas isoformas da 5α-redutase, tipo 1 e tipo 2. Os principais locais de expressão da 2 são o trato urogenital masculino, a pele genital, os folículos pilosos e o fígado. A 5α−redutase 2 gera DHT, o qual é necessário para a masculinização da genitália externa in útero e para muitas das mudanças associadas à puberdade (crescimento e atividade da próstata, crescimento do pênis, escurecimento e pregueamento do escroto, crescimento de pelos pubianos e axilares, crescimento de pelos faciais e corporais e aumento da massa muscular). O início da expressão da 5α-redutase 1 ocorre na puberdade, expressa essencialmente na pele e contribui para a atividade das glândulas sebáceas e a acne associada à puberdade. O FSH atua indiretamente ao estimular a espermatogênese. O FSH e a testosterona atuam sinergicamente nas células sustentaculares estimulando a secreção da proteína de ligação a androgênios (ABP) no lúmen dos túbulos seminíferos e no líquido intersticial em torno das células espermatogênicas. A ABP se liga à testosterona, mantendo a sua concentração elevada. A testosterona estimula as etapas finais da espermatogênese nos túbulos seminíferos. Uma vez alcançado o grau de espermatogênese necessário para as funções reprodutivas masculinas, as células sustentaculares liberam inibina, um hormônio proteico assim chamado por inibir a secreção de FSH (exclusivamente) pela adeno-hipófise. Se a espermatogênese ocorrer TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS muito lentamente, menos inibina é liberada, o que possibilita maior secreção de FSH e aumento da espermatogênese. A testosterona e a di-hidrotestosterona se ligam aos mesmos receptores de androgênios, que se encontram no interior dos núcleos das células-alvo. O complexo hormônio-receptor regula a expressão do gene, ativando alguns genes e desativando outros. Em decorrência dessas alterações, os androgênios produzem vários efeitos: Desenvolvimento pré-natal: antes do nascimento, a testosterona estimula o padrão masculino de desenvolvimento dos ductos do sistema genital e a descida dos testículos para o escroto. A di- hidrotestosterona estimula o desenvolvimento dos genitais externos. A testosterona também é convertida no encéfalo em estrogênios (hormônios feminilizantes), atuando no desenvolvimento de regiões do encéfalo em homens. Desenvolvimento das características sexuais masculinas: na puberdade, a testosterona e a di-hidrotestosterona realizam o desenvolvimento e o alargamento dos órgãos sexuais masculinos e o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas, que distinguem os homens das mulheres, mas não têm um papel direto na reprodução. Estes incluem o crescimento muscular e esquelético que resulta em ombroslargos e quadris estreitos; os pelos faciais e torácicos (dentro dos limites da hereditariedade) e a presença de mais pelos em outras partes do corpo; o espessamento da pele; o aumento da secreção das glândulas sebáceas e o aumento da laringe e consequente engrossamento da voz Desenvolvimento da função sexual: os androgênios contribuem para o comportamento sexual masculino e espermatogênese e para o desejo sexual (libido) em homens e mulheres. Lembre-se de que o córtex da glândula suprarrenal é a principal fonte de androgênios nas mulheres. O LH estimula as células de Leydig a secretar testosterona, participa da espermatogênese do homem. O FSH estimula as células de Sertoli (expressam receptores para o hormônio e não os espermatozoides em desenvolvimento) a converterem as espermátides em espermatozoides Estimulação do anabolismo: os androgênios são hormônios anabólicos; isto é, estimulam a síntese de proteínas. Este efeito é evidente no maior peso dos músculos e massa óssea que é observado na maior parte dos homens em comparação às mulheres. Efeitos metabólicos: aumento das lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e LDL, enquanto reduz a HDL; promove a deposição do tecido adiposo abdominal; aumenta a produção de eritrócitos; promove o crescimento e higidez dos ossos; e exerce um efeito anabolizante proteico nos músculos. Um sistema de feedback negativo regula a produção de testosterona. Quando a concentração de testosterona no sangue aumenta até um determinado nível, isso inibe a liberação de GnRH pelas células hipotalâmicas. Os gonadotropos na adeno-hipófise então liberam menos LH, de modo que a concentração de LH no sangue sistêmico cai. Com menos estimulação pelo LH, as células intersticiais dos testículos secretam menos testosterona e há um retorno à homeostasia. Se a concentração de testosterona no sangue cai muito, o GnRH é novamente liberado pelo hipotálamo e estimula a secreção de LH pela adeno-hipófise. O LH, por sua vez, estimula a produção de testosterona pelos testículos. O LH e FSH, nas mulheres, se relacionam com a origem da ovulação e fabricação do corpo lúteo, além de estimularem a secreção de estrogênio e progesterona pelos ovários. As Sertoli também expressam a enzima CYP19, a qual converte a testosterona em um potente estrógeno, o 17B-estradiol; produz a proteínas de ligação a andrógeno (ABP), a inibina e o hormônio antimulleriano (AMH – substância inibitória mulleriana), que induz a regressão dos ductos mullerianos embrionários, programados para originar o trato reprodutor feminino. REGULAÇÃO HORMONAL DO CICLO REPRODUTIVO FEMININO: O GnRH secretado pelo hipotálamo controla os ciclos ovariano e uterina, estimulando a liberação do FSH e do LH pela adeno-hipófise. O FSH inicia o crescimento folicular e o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Além disso, o FSH e o LH estimulam os folículos ovarianos a secretar estrogênio. O LH estimula as células da teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. Sob influência do FSH, os androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e, em seguida, convertidos em estrogênios. No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação e promove a formação do corpo lúteo, a razão para o nome hormônio luteinizante. Estimulado pela LH, o corpo lúteo produz e secreta estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. Existem 3 principais estrogênios no plasma das mulheres: beta(β)-estradiol, estrona e estriol. Em uma mulher não grávida, o estrogênio é o estradiol mais abundante, que é sintetizado a partir do colesterol nos ovários. Os estrogênios secretados pelos folículos ovarianos têm várias funções importantes: Promove o desenvolvimento e manutenção das estruturas reprodutivas femininas, características sexuais secundárias (a distribuição do tecido adiposo nas mamas, no abdome, no monte do púbis e nos quadris; tom da voz; uma pelve ampla; e o padrão de crescimento de pelos no corpo) e mamas. Aumenta o anabolismo proteico, incluindo a formação de ossos fortes. Em relação a isso, os estrogênios são sinérgicos com o hormônio do crescimento (hGH) Baixar o nível sanguíneo de colesterol, que provavelmente é o motivo de as mulheres com menos de 50 anos correrem risco muito menor de doença da artéria coronária (DAC) do que os homens de idade semelhante. Níveis sanguíneos moderados inibem tanto a liberação de GnRH pelo hipotálamo quanto a secreção de LH e de FSH pela adeno-hipófise. A progesterona, secretada principalmente pelas células do corpo lúteo, coopera com os estrogênios para preparar e manter o endométrio para a implantação de um óvulo fertilizado e preparar as glândulas mamárias para a secreção de leite. Altos níveis de progesterona também inibem a secreção de LH e GnRH. A pequena quantidade de relaxina produzida pelo corpo lúteo durante cada ciclo mensal relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio. A implantação de um óvulo fertilizado ocorre mais facilmente em um útero “tranquilo”. Durante a gestação, a placenta produz muito mais relaxina e isso continua relaxando o músculo liso do útero. No final da gestação, a relaxina também aumenta a flexibilidade da sínfise púbica e pode ajudar a dilatar o colo do útero, que facilitam a saída do bebê. TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS A inibina é secretada pelas células granulosas dos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo após a ovulação. Ela inibe a secreção de FSH e, em menor grau, de LH. Nas mulheres, a progesterona e a testosterona exercem uma retroalimentação negativa sobre a função gonadotrófica hipotalâmica e pituitária. Em doses baixas, o estrógeno também exerce uma retroalimentação negativa sobre a secreção do FSH e LH – níveis altos de estrógeno mantidos por 3 dias produzem um pico na secreção de LH e em menor grau, do FSH – retroalimentação positiva: no hipotálamo a amplitude e frequência dos pulsos de GNRH aumenta e na pituitária é elevada a sensibilidade dos gonadotrofos ao GNRH pelo aumento dos níveis de receptores e dos componentes da via de sinalização pós-receptor. PROCESSO DE DETERMINAÇÃO SEXUAL. O material genético do pai e da mãe se unem quando um espermatozoide se fundem a um oócito secundário para formar um zigoto. Os filhos se assemelham aos pais porque herdam características transmitidas pelos dois genitores. A herança é a transmissão de características hereditárias de uma geração para a seguinte – processo pelo qual adquire-se as características dos pais. Os núcleos de todas as células humanas, exceto os gametas, contêm 23 pares de cromossomos – diploide (2n). Um cromossomo de cada par veio da mãe e o outro do pai. Cada um destes dois homólogos contém genes que controlam as mesmas características. Por exemplo, se um cromossomo do par contém um gene que controla os pelos corporais, seu homólogo conterá um gene que controla os pelos corporais na mesma posição. As formas alternativas de um gene que codificam a mesma característica e estão na mesma localização em cromossomos homólogos são chamadas de alelos. Um alelo do gene que controla os pelos corporais mencionado anteriormente pode codificar pelos grossos e outro pelos finos. Uma mutação consiste em uma alteração hereditária permanente em um alelo que produz uma variante diferente da mesma característica. A relação entre os genes e a hereditariedade é ilustrada pela análise dos alelos envolvidos em um distúrbio chamado fenilcetonúria (PKU). As pessoas com PKU não conseguem produzir a enzima fenilalanina hidroxilase. O alelo que codifica a fenilalanina hidroxilase é simbolizado por P; o alelo mutante que não consegue produzir uma enzima funcional é representado por p (quadro de Punnett). Na construção do quadro, os possíveis alelos paternos no espermatozoide são escritos no lado esquerdo e os maternos na parte superior do quadro. Os quatro espaços no quadro mostram como os alelospodem ser combinados em zigotos formados pela união destes espermatozoides e óvulos para produzir as três combinações diferentes de genes, os genótipos: PP, Pp ou pp. Observe no quadro de Punnett que 25% dos descendentes terão o genótipo PP, 50% Pp e 25% pp – são probabilidades; os pais que têm quatro filhos não necessariamente terão um com PKU.) As pessoas que herdam genótipos PP ou Pp não têm PKU e aqueles de genótico pp sofrem do distúrbio. Embora as pessoas com um genótipo Pp tenham um alelo PKU (p), o alelo que codifica para a característica normal (P) mascara o alelo PKU. Um alelo que domina ou mascara outro alelo o alelo dominante e a característica que expressa é o traço dominante. O alelo cuja presença é completamente mascarada é o alelo recessivo, e a característica que ele controla é o traço recessivo. Um indivíduo com os mesmos alelos em cromossomos homólogos (PP ou pp) é homozigoto para a característica – PP é homozigoto dominante e pp é recessivo. Um indivíduo com alelos diferentes em cromossomos homólogos (Pp) é heterozigoto para a característica. Fenótipo se refere ao modo como a composição genética é expressa no corpo; é a expressão física ou externa de um gene. Uma pessoa Pp (um heterozigoto) tem um genótipo diferente de uma pessoa PP (um homozigoto), mas ambas têm o mesmo fenótipo – produção normal de hidroxilase-fenilalanina. Os indivíduos heterozigotos que carregam um gene recessivo, mas não o expressam (Pp), podem passar o gene aos seus descendentes. Estes indivíduos são denominados portadores do gene recessivo. A maior parte dos genes dá origem ao mesmo fenótipo, independentemente de serem herdados da mãe ou do pai. Em alguns casos, no entanto, o fenótipo é drasticamente diferente, dependendo da origem parental (imprinting genômico). Os alelos que codificam características normais nem sempre dominam sobre aqueles que codificam as anormais, mas os alelos dominantes para distúrbios graves geralmente são letais e causam a morte do embrião ou do feto. Ocasionalmente, um erro na divisão celular chamado não disjunção genética resulta em número anormal de cromossomos. Nesta situação, cromossomos homólogos (durante a meiose I) ou cromátides-irmãs (durante a anáfase da mitose ou meiose II) não se separam corretamente. Uma célula a partir da qual um ou mais cromossomos foi adicionado ou suprimido é chamada de uma aneuploidia. Em uma célula monossômica (2n – 1) está faltando um cromossomo; em uma célula trissômica (2n + 1) há um cromossomo extra. A síndrome de Down é um distúrbio de aneuploidia em que há trissomia do cromossomo 21. A não disjunção genética geralmente ocorre durante a gametogênese (meiose), mas raramente podem resultar da não disjunção nas divisões mitóticas. Outro erro que ocorre na meiose é a translocação. Neste caso, dois cromossomos que não são homólogos se quebram e trocam porções. O indivíduo que tem uma translocação pode ser perfeitamente normal, se não houver perda de material genético quando o rearranjo ocorreu. No entanto, alguns dos gametas da pessoa podem não conter a quantidade e o tipo de material genético correto. O indivíduo que tem essa translocação é normal e nem sequer sabe que é um “portador”. No entanto, quando este portador produz gametas, alguns gametas acabam com um cromossomo X inteiro mais outro cromossomo com o fragmento translocado do cromossomo X. Na fertilização, o zigoto então tem três, em vez de duas, cópias de parte do cromossomo X. A expressão fenotípica de um gene especifico pode ser influenciada não só pelos alelos presentes, mas também por outros genes e pelo ambiente. A maior parte das características hereditárias são influenciadas por mais e um gene e a maior parte dos genes pode influenciar mais do que uma característica. DETERMINAÇÃO DO SEXO: Todo um conjunto de cromossomos disposta em ordem decrescente de tamanho e de acordo com a posição do centrômero é chamado do cariótipo. Em 22 pares, os cromossomos homólogos são parecidos e têm a mesma aparência em ambos os sexos (autossomas). Os dois membros do par 23 são os cromossomos sexuais e são diferentes em TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS homens e mulheres. Nas mulheres, o par consiste em XX e nos homens, XY. Quando um espermatócito sofre meiose para reduzir o seu número de cromossomos, ele dá origem a 2 espermatozoides que contêm um cromossomo X e dois que contêm um Y. Os oócitos não têm cromossomos Y e produzem gametas com X. Se o oócito secundário for fertilizado por um espermatozoide X, o descendente é do sexo feminino e ser for Y, masculino. O sexo do indivíduo é determinado pelos cromossomos do pai. Os embriões femininos e masculinos se desenvolvem de modo idêntico até 7 semanas após a fertilização. Depois, um ou mais genes acionam uma cascata de eventos que leva ao desenvolvimento de um homem; na ausência de expressão normal, ocorre o padrão de desenvolvimento feminino. O principal gene que determina o sexo masculino é o SRY (região de determinação do sexo do cromossomo Y) e apenas se ela existir e for funcional em um óvulo fertilizado que o feto desenvolverá testículos e será do sexo masculino. Se não houver SRY, o feto desenvolverá ovários e se diferenciará para o feminino. Pode-se encontrar mulheres fenotípicas com um genótipo XY com mutações no gene SRY. Estes indivíduos não conseguiram se desenvolver normalmente como homens porque o gene SRY era defeituoso. Encontra-se também homens fenotípicos com um genótipo XX com um pequeno fragmento do cromossomo Y, incluindo o gene SRY, inserido em um dos cromossomos X. Além de determinar o sexo dos descendentes, os cromossomos sexuais são responsáveis pela transmissão de várias características não sexuais. Muitos dos genes para tais características são encontrados no cromossomo X, mas não existem no Y. A característica produz um padrão de hereditariedade, a herança ligada ao sexo. O sexo genético é definido pelos cromossomos sexuais, XY nos homens e XX nas mulheres. O sexo gonádico é definido pela presença dos testículos nos homens e dos ovários nas mulheres. O sexo fenotípico é definido pelas características do trato genital interno e genitália externa. FENÓTIPO MASCULINO: os testículos dos indivíduos com sexo gonádico masculino secretam hormônio antimulleriano e testosterona. A testosterona estimula o crescimento e a diferenciação dos ductos de Wolff, que se desenvolvem e formam o trato genital interno masculino e o hormônio antimulleriano provoca a atrofia dos ductos de Muller, que formariam o trato genital feminino. FENÓTIPO FEMININO: os ovários dos indivíduos com sexo gonádico feminino secretam estrogênio, mas não secretam hormônio antimulleriano nem testosterona. Na ausência da testosterona, os ductos de Wolff não se diferenciam e na ausência do antimulleriano, os ductos de Muller não são suprimidos e desenvolvem-se no trato genital interno feminino. REPRODUÇÃO MASCULINA: A testosterona é o principal androgênio sintetizado e secretado pelas células de Leydig, que contêm 21B-hidroxilase nem 11B-hidroxilase, ao contrário do córtex suprarrenal, não podendo sintetizar glicocorticoides e mineralocorticoides. O LH (em ação paralela à do ACTH no córtex suprarrenal) aumenta a síntese de testosterona por meio do estímulo da colesterol desmolase, a 1ª etapa da vida. Os órgãos sexuais acessórios (próstata) contêm a 5A-redutase, que converte a testosterona em sua forma ativa, a di-hidrotestosterona (DHT). Os núcleos arqueados do hipotálamo secretam GnRH no sangue do sistema porta hipotalâmico-hipofisário. O GnRH estimula a adeno-hipófise a secretar FSH e LH. O FSH atua sobre as células de Sertoli mantendo a espermatogênese. As células de Sertoli também secretam inibina, que está envolvida no feedback negativo da secreção de FSH. O LH atua sobre as células de Leydig, promovendo a síntese de testosterona. A testosterona atua por meio de ummecanismo parácrino intratesticular, reforçando os efeitos espermatogênicos do FSH sobre as células de Sertoli. A testosterona inibe a secreção de LH por inibição da liberação de GnRH pelo hipotálamo e inibição direta da liberação de LH da adeno- hipófise A inibina (produzida pelas células de Sertoli) inibe a secreção de FSH pela adeno-hipófise. Ações da testosterona: diferenciação do epidídimo, ducto deferente e vesículas seminais; estirão do crescimento da puberdade; interrupção do estirão (fechamento das epífises); libido; espermatogênese nas células de Sertoli (efeito parácrino); mudança na voz, que se torna mais grave; aumento da massa muscular; crescimento do pênis e das vesículas seminais; feedback negativo sobre a adeno-hipófise. Ações da di-hidrotestosterona (DHT): diferenciação do pênis, bolsa escrotal e próstata; padrão do cabelo masculino; calvície do padrão masculino; atividade das glândulas sebáceas e crescimento da próstata. A puberdade masculina e feminina é iniciada pela liberação pulsátil de GnRH (suprarregula o seu receptor na adeno-hipófise) do hipotálamo, igual ao FSH e LH. Na infância, os níveis de hormônios são mínimos e FSH > LH. Na puberdade e durante os anos férteis aumenta e LH > FSH. Na senescência, são mais elevados e FSH > LH. REPRODUÇÃO FEMININA: Nos ovários, as células da teca produzem testosterona (estimuladas na primeira etapa pelo LH). A androstenediona difunde-se para as células da granulosa adjacentes, que contêm 17β-hidroxiesteroide desidrogenase, que converte a androstenediona em testosterona, e aromatase, que converte a testosterona em 17β-estradiol (estimuladas pelo FSH). Como nos homens, o GnRH secretado de modo pulsátil estimula a adeno-hipófise a secretar FSH e LH. O FSH e o LH estimulam processos nos ovários: (1) esteroidogênese no folículo ovariano e no corpo lúteo; (2) desenvolvimento folicular além do estágio antral; (3) ovulação; e (4) luteinização. TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS O estrogênio apresenta feedback tanto negativo quanto positivo sobre a secreção de FSH e LH; produz maturação e manutenção das tubas uterinas, do útero, do colo do útero e da vagina; produz o desenvolvimento das características sexuais secundários femininas na puberdade; causa o desenvolvimento das mamas; suprarregula os receptores de estrogênio, LH e progesterona; causa a proliferação e desenvolvimento das células da granular dos ovários; mantém a gravidez; reduz o limiar uterina para estímulos contráteis durante a gravidez; estimula a secreção de prolactina (porém, em seguida, bloqueia a sua ação nas mamas). A progesterona apresenta efeitos de feedback negativo sobre a secreção de FSH e LH durante a fase lútea; mantém a atividade secretora do útero durante a fase lútea; mantém a gravidez; eleva o limiar uterina para estímulos contráteis durante a gravidez; e participa do desenvolvimento das mamas. CICLO MENSTRUAL: Fase folicular (1ª fase, dias 1 a 14): o folículo primordial desenvolve até o estágio de Graaf, com atresia dos folículos adjacentes. Os receptores de LH e FSH são suprarregulados nas células da teca e granulosa. Os níveis de estradiol aumentam e causam proliferação do útero; enquanto os níveis de FSH e LH são suprimidos pelo efeito de feedback negativo do estradiol sobre a adeno-hipófise e os níveis de progesterona estão baixos. Ovulação (dia 14): acontece 14 dias antes da menstruação subsequente, independentemente da duração do ciclo – assim, em um ciclo de 28 dias a ovulação ocorre no dia 14 e em um de 35 dias, no dia 22. Um pico na síntese de estradiol no final da fase folicular exerce um efeito de feedback positivo sobre a secreção de FSH e LH, com pico de LH. Ocorre ovulação em consequência do pico de LH induzido pelo estrogênio. Os níveis de estrogênio diminuem logo após a ovulação, porém aumentam novamente durante a fase lútea. A quantidade de muco cervical aumenta e ele se torna menos viscoso e mais penetrável pelos espermatozoides. Fase lútea (dias 14 a 28): o corpo lúteo começa a se desenvolver e sintetiza estrogênio e progesterona. A vascularização e a atividade secretora do endométrio aumentam, preparando-o para receber um ovo fertilizado. A temperatura corporal basal aumenta, em virtude do efeito da progesterona sobre o centro termorregulador do hipotálamo e se não houver fertilização, o corpo lúteo regride no final da fase. Em consequência, os níveis de estradiol e progesterona diminuem de maneira abrupta. Menstruação (dias 1 a 4): o endométrio descama, por causa da suspensão abrupta do estradiol e progesterona. PROCESSO DA FECUNDAÇÃO CICLO SEXUAL FEMININO: Em relação ao ciclo menstrual, a cada 28 dias aproximadamente, hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior (FSH e LH) fazem com que cerca de 8 a 12 folículos comecem a crescer nos ovários, com 1 deles se desenvolvem até o estágio final e ovulando. Durante o crescimento dos folículos é secretado principalmente estrogênio. Depois da ovulação, as células secreções dos folículos residuais de desenvolvem em corpo lúteo que secreta grande quantidade dos principais hormônios femininos, estrogênio e progesterona. No período endometrial há uma fase proliferativa (estimulo maior do endométrio pelo estrogênio) e uma secretória. No 14º dia do ciclo ovariano de 28 dias há a OVULAÇÃO, com um pico de LH e o folículo liberando o ovócito, que depois transforma-se em óvulo. A partir do momento que se dá início à ovulação, começa a fase secretória, com maior participação da progesterona, responsável pela secreção das células do endométrio importantes para a nutrição de um embrião que poderá ou não ser formado. Caso haja a fecundação do óvulo, o corpo lúteo formado irá persistir produzindo progesterona, o que mantém a gestação nas primeiras semanas. Caso não tenha a fecundação, o corpo lúteo degenera formando o corpo albicans, com a descamação do endométrio (menstruação). O período embrionário se estende desde a fecundação até a oitava semana de gestação. A 1ª semana de desenvolvimento é caracterizada pela fertilização, clivagem do zigoto, formação do blastocisto e implantação. Dos 200 milhões de espermatozoides introduzidos na vagina, menos de 2 milhões alcançam o colo do útero e apenas cerca de 200 alcançam o oócito secundário. A fertilização acontece na tuba 12 a 24 horas após a ovulação. O espermatozoide permanece viável até 48h após a deposição na vagina e o oócito cerca de 24h após a ovulação. Os espermatozoides que alcançam a vizinhança do oócito minutos após a ejaculação não conseguem fertilizá-lo até 7h depois. Durante este tempo passam pela capacitação, uma série de alterações funcionais que fazem com que a cauda do espermatozoide se mova ainda mais vigorosamente e prepare a sua membrana plasmática para se fundir com a do oócito. Durante a capacitação, os espermatozoides são influenciados por secreções do sistema genital feminino que resultam na remoção do colesterol, das glicoproteínas e das proteínas da membrana plasmática em torno da cabeça do espermatozoide. Apenas os espermatozoides capacitados conseguem ser atraídos e responder aos fatores químicos das células circundantes do oócito ovulado. GESTAÇÃO – PROCESSOS: FECUNDAÇÃO: UNIÃO DO ÓVULO E ESPERMATOZOIDE. Nos ovários há a produção dos folículos até o maduro que promove a ovulação no 14º dia – no ovário o óvulo se encontra no estágio de oócito primário. Pouco antes de ser liberado do folículo ovariano, seu núcleo se divide por meiose e o 1º corpo polar é expelido do núcleo do oócito, que passa a ser o oócito secundário. Nesse processo, cada um dos 23 pares de cromossomos perde um de seus componentes, que se incorpora no corpo polar expelido, deixando 23 cromossomos sem par. Há a liberação do ovócito na cavidade peritoneal, sendo apanhado pelas tubas uterinas e suas fimbrias, projeções no final da trompa, com tentáculos revestidosde epitélio ciliado – os cílios são ativados pelo estrogênio ovariano, que faz com que eles batam na direção da abertura (óstio) da tuba envolvida, permitindo a entrada do óvulo, para que possa ser fecundação pelo espermatozoide. A ação de varredura as fimbrias e a corrente de fluido produzida pelos cílios das células da mucosa das fimbrias “varrem” o oócito secundário para o infundíbulo afunilado da tuba uterina. O espermatozoide é levado até a cavidade uterina por meio de estímulos de hormônios e citocinas até a região da AMPOLA (onde ocorre a fertilização) das tubas uterinas – no líquido seminal há prostaglandinas, substância que promove a contração uterina e das tubas uterinas, estimulando e auxiliando o espermatozoide a chegar TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS na ampola da tuba. No orgasmo feminino há muita liberação de ocitocina, que também promove essas contrações. O óvulo chega na ampola porque no epitélio da tuba uterina existem cílios que promovem movimentos. Quando há a penetração do espermatozoide no óvulo, ele tem que superar as barreiras da corona radiata e zona pelúcida glicoproteíca, por meio da liberação de proteínas que irão promover a lise dessas estruturas (principalmente a HIALURONIDASE que fica na cabeça do espermatozoide). A passagem do espermatozoide através da corona radiata é pela enzima hialuronidase; a penetração da zona pelúcida de células granulosas é pelas enzimas esterase, ACROSINA (principal enzima proteolítica) e neuraminidase parecem causar a dissolução. Uma das glicoproteínas da zona pelúcida, a ZP3, atua como um receptor de espermatozoide – sua ligação às proteínas de membrana específicas da cabeça do espermatozoide desencadeia a reação acrossomal. Uma vez que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ocorre a REAÇÃO ZONAL, uma alteração nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides – a membrana celular do oócito despolariza e desencadeia a liberação intracelular de íons de cálcio, que estimulam a exocitose de vesículas secretoras de oócito, que inativam as moléculas ZP3 e enrijecem toda a zona pelúcida (bloqueio da polispermia). A composição da cobertura glicoproteica extracelular muda após a fecundação. É o resultado da ação de enzimas lisossomais liberadas por grânulos corticais próximos a membrana plasmática do oócito; o conteúdo desses grânulos é liberado no espaço perivitelino. Em seguida, há a fusão das membranas plasmáticas do oócito e dos espermatozoides: elas se fundem e se rompem na região da fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma no oócito, mas a membrana celular espermática (membrana plasmática) e as mitocôndrias não entram. Uma vez que o espermatozoide tenha entrado no óvulo, o oócito se divide mais vez, formando o óvulo maduro e um 2º corpo polar, que é expelido. Se o oócito não for fecundado na ampola, ele passa lentamente pela tuba e chega ao corpo do útero, onde se degenera e é reabsorvido. A fecundação pode acontecer em outras partes da tuba, mas não no corpo do útero. Há o término da 2ª divisão meiótica do oócito e formação do pronúcleo feminino: com 23 cromossomos. Em seguida, os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do oócito maduro se torna o pronúcleo feminino. A formação do pronúcleo masculino: dentro do citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o PM e a cauda do espermatozoide degenera. Morfologicamente os pronúcleo masculino e feminino são indistinguíveis – durante o crescimento deles, eles replicam o DNA-1N (haploide), 2C (2 cromátides). O oócito contendo 2 pronúcleos haploides é um oótide. Quando os pronúcleos se fundem em um único agregado diploide de cromossomos, o oótide se torna um ZIGOTO, com 46 cromossomos. Os cromossomos no zigoto se organizam em um fuso de clivagem, em preparação para as sucessivas divisões do zigoto. O zigoto é geneticamente único, porque metade dos cromossomos é materna e outra paterna (herança biparenteral). A fecundação determina o sexo cromossômico do embrião e inicia a clivagem do zigoto. Depois de ocorrida a fertilização, normalmente são necessários 3 a 5 dias para o transporte do ovo fertilizado pelo restante da trompa de Falópio até a cavidade uterina, principalmente devido ao epitélio rugoso das trompas e seu istmo contraído, que impedem a passagem do óvulo. O transporte é feito pela fraca corrente de líquido na trompa, decorrente da secreção epitelial + ação do epitélio ciliado que reveste que batem na direção do útero. A progesterona secretada cada vez mais rapidamente pelo corpo lúteo ovariano primeiro promove mais receptores de progesterona nas células do músculo liso da trompa e ativa os receptores, exercendo um efeito de relaxamento tubular que permite a entrada do ovo no útero. O transporte lento do ovo fertilizado permite a ocorrência de diversos estágios de divisão celular antes que ele – agora denominado blastocisto – entre no útero. Durante esse tempo, as células secretoras da trompa produzem grande quantidade de secreções usadas para nutrir o blastocisto em desenvolvimento. Depois de atingir o útero, o blastocisto em desenvolvimento, geralmente permanece na cavidade uterina por mais 1 a 3 dias antes de se implantar no endométrio; assim, a implantação normalmente ocorre em torno do 5º ao 7º dia depois da ovulação. Antes da implantação, o blastocisto obtém sua nutrição das secreções endometriais uterinas. A implantação resulta da ação de células trofoblásticas que se desenvolvem na superfície do blastocisto. Essas células secretam enzimas proteolíticas que digerem e liquefazem as células adjacentes do endométrio uterino. Parte do líquido e dos nutrientes liberados é transportada ativamente pelas mesmas células trofoblásticas no blastocisto, dando mais sustento ao crescimento. Uma vez tendo ocorrido a implantação, as células trofoblásticas e outras células adjacentes se proliferam rapidamente, formando a placenta e as diversas membranas da gravidez. DESENVOLVIMENTO DO EMBRIÃO: A divisão (SEGMENTAÇÃO, com muitas mitoses aceleradas) do embrião geralmente começa na tuba uterina, porque a fecundação ocorre na AMPOLA da tuba. Há a 1ª clivagem (começa aproximadamente 24h após a fertilização e é completada aproximadamente 6h mais tarde), onde uma célula vira 2. A CLIVAGEM consiste em divisões mitóticas repetidas, com um aumento rápido do número de células (blastômeros), que tornam-se menores a cada divisão. Durante a clivagem, o zigoto continua dentro da zona pelúcida. No 2º dia após a fertilização, a 2ª clivagem é concluída e existem 4 células. No final do 3º dia, 16 células. Após o estágio de nove células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns com os outros para formar uma bola compacta de células – fenômeno da compactação, que possibilita uma maior interação célula-célula e é um pré-requisito para a separação das células internas que formam o embrioblasto (massa celular interna) do blastocisto. A via de sinalização hippo desempenha um papel essencial na separação do embrioblasto do trofoblasto. Quando existem 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de MÓRULA. As células internas da mórula são circundadas pelas células trofoblásticas. A mórula se forma aproximadamente 3/4 dias após a fecundação e chega ao útero. Ao longo da multiplicação do zigoto em blastômeros, o embrião migra com a ajuda dos movimentos ciliares do epitélio da tuba até a cavidade uterina (mais ou menos no 5º/6ºdia). O ovo/zigoto vai se proliferar formando a MÓRULA no 4º dia e a partir do 5º dia há a formação do blastocisto. Uma secreção rica em glicogênios liberada pelas glândulas do endométrio do útero passa para a cavidade uterina e entra na mórula através da zona pelúcida (leite uterina), rico em nutrientes. Na fase de 32 células, o líquido entra na mórula, acumula-se entre os blastômeros. Surge, então, no interiorda mórula um espaço preenchido por líquido, a cavidade blastocística (blastocele). A massa em desenvolvimento passa a ser chamada de BLASTOCISTO. Conforme o líquido aumenta na cavidade blastocística, ele separa os blastômeros em duas partes: Uma delgada camada celular externa, o TROFOBLASTO, que forma a parte embrionária da placenta. Se desenvolve no TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS saco coriônico externo que circunda o feito e a face fetal da placenta, local de troca de nutrientes e resíduos entre a mãe e o feto. Um grupo de blastômeros localizados centralmente, o EMBRIOBLASTO (massa interna), que formará o embrião. Uma proteína imunossupressora, o fator de gestação inicial, é secretada pelas células trofoblásticas e aparece no soro materno cerca de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator de gestação inicial é a base do teste de gravidez durante os primeiros 10 dias de desenvolvimento. O embrioblasto agora se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto. Depois que o blastocisto flutuou pelas secreções uterinas por aproximadamente 2 dias, a zona pelúcida gradualmente se degenera e desaparece, o que permite o rápido crescimento do blastocisto. Enquanto está flutuando no útero, o blastocisto obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas. Aproximadamente 6 dias após a fecundação (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao epitélio endometrial, normalmente adjacente ao polo embrionário. Logo que o blastocisto adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em duas camadas: Uma camada interna, o citotrofoblasto. Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que consiste em uma massa protoplasmática multinucleada na qual nenhum limite celular pode ser observado. OBJETIVO 2: ENTENDER O PROCESSO DE NIDAÇÃO. Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem pelo epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo. No final da 1ª semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e obtém a sua nutrição dos tecidos maternos erodidos. O sinciciotrofoblasto, altamente invasivo, se expande rapidamente pelo polo embrionário, adjacente ao embrioblasto e produz enzimas que erodem os tecidos maternos, possibilitando ao blastocisto se implantar no endométrio. As células endometriais também participam controlando a profundidade da penetração do sinciciotrofoblasto. Por volta de 7 dias, uma camada de células, o hipoblasto (endoderma primário), aparece na superfície do embrioblasto voltada para a cavidade blastocística. A implantação do blastocisto termina durante a 2ª semana. Ela ocorre durante um período restrito entre 6 e 10 dias após a ovulação e a fecundação. Conforme o blastocisto se implanta, mais o trofoblasto entra em contato com o endométrio e se diferencia em duas camadas: Uma camada interna, o citotrofoblasto, que é mitoticamente ativa e forma novas células que migram para a massa crescente de sinciciotrofoblasto, onde se fundem e perdem as membranas celulares. O sinciciotrofoblasto, uma massa multinucleada que se expande rapidamente, na qual nenhum limite celular é visível. É erosivo e invade o tecido conjuntivo endometrial enquanto o blastocisto vagarosamente vai se incorporando ao endométrio. As células sinciciotrofoblásticas deslocam as células endometriais no local de implantação. As células endometriais sofrem apoptose (morte celular programada), o que facilita a invasão. Os mecanismos moleculares da implantação envolvem a sincronização entre o blastocisto invasor e um endométrio receptivo. As microvilosidades das células endometriais, as moléculas de adesão celular (integrinas), citocinas, prostaglandinas, hormônios (gonadotrofina coriônica humana [hCG] e progesterona), fatores de crescimento, enzimas de matriz extracelular e outras enzimas (metaloproteinases de matriz e proteína quinase A) têm o papel de tornar o endométrio mais receptivo. Além disso, as células endometriais ajudam a controlar a profundidade de penetração do blastocisto. As células do tecido conjuntivo ao redor do local da implantação acumulam glicogênio e lipídios e assumem um aspecto poliédrico (muitos lados) e algumas (células deciduais), se degeneram nas proximidades do sinciciotrofoblasto, que as usa essas como uma rica fonte de nutrientes para o embrião. O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico, o hCG, que entra na circulação sanguínea materna através de cavidades isoladas (lacunas). O hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo no ovário, durante a gestação, estrutura que secreta estrogênio e progesterona para manter a gestação, com o revestimento do útero em um estado secretor, evitando a menstruação. Radioimunoensaios altamente sensíveis são usados para detectar o hCG e formam a base dos testes de gravidez. Uma quantidade suficiente de hCG é produzida no final da segunda semana para resultar em um teste positivo, mesmo que a mulher não saiba. Nidação: lá para o 8º/9º dia depois que ocorreu a fecundação. É a fixação do blastocisto no endométrio, promovida pelo trofoblasto. O blastocisto é formado por um conjunto de células externas, o trofoblasto e células mais internas que dão origem ao embrião em si. O trofoblasto se divide em 2 grupos celulares: o sinciciotrofoblasto (responsável efetivamente pela fixação, mais interno e promove a invaginação no endométrio) e citotrofoblasto (mais externo). O sinciciotrofoblasto começa a penetrar no endométrio até um ponto, pois a camada muscular não permite a sua passagem – forma, futuramente, a placenta do feto. TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS O corpo lúteo produz progesterona e por isso é o responsável por manter a gestação nas primeiras 10 semanas. Na 11ª/12ª semana a placenta já está mais desenvolvida e toma essa função, começando a produção de progesterona e o corpo lúteo pode degenerar. A partir desse momento, há a formação da DECÍDUA, a camada endometrial que é secretiva, responsável pela nutrição do embrião até a formação e desenvolvimento da placenta – é uma só, mas a depender o local onde se encontra pode ser: basal (parte do endométrio entre o embrião e o estrato basal do útero, fornece grandes quantidades de glicogênio e lipídios para o embrião e feto em desenvolvimento – mais tarde torna-se a parte materna da placenta), marginal, capsular (entre o embrião e a cavidade uterina) e parietal (endométrio modificado remanescente que reveste as áreas não envolvidas do restante do útero). À medida que o embrião e depois o feto aumentam de tamanho, a decídua capsular se projeta para a cavidade uterina e se funde com a parietal, obliterando a cavidade uterina. Por volta de 27 semanas, a capsular degenera a desaparece. A placenta é formada a partir da invaginação do sinciciotrofoblasto: há a formação de vilosidades coriônicas aderidas ao endométrio, com a consequente formação de toda a estrutura placentária que irá ligar o corpo materno ao feto através do cordão umbilical (meio de transporte de substâncias da mãe para o feto e vice-versa). Possui uma face fetal, voltada para o feto e uma materna, voltada para a mãe. Os cotilédones da placenta são as vilosidades coriônicas que ficam fixados na parede endometrial, responsável por promover as trocas entre as veias e artérias do endométrio para as 2 artérias e para veia umbilical. A placenta produz progesterona e fornece nutrição para o embrião, além de: Favorecer a troca de substâncias entre a mãe e o feto: há o transporte de oxigênio da mãe para o feto por meio da difusão facilitada, de uma região de maior concentração para uma de menor. A pressão do oxigênio no sangue materno (50mmHg) é diferente da fetal (30mmHg), mas mesmo com a pressão menor, o transporte de oxigênio no sangue fetal é extremamenteefetivo, por 3 motivos: (1) presença da hemoglobina fetal (HB), um tipo de hemoglobina que consegue transportar até 50% a mais de oxigênio do que a hemoglobina normal (A); (2) concentração maior da HB fetal; e (3) duplo efeito Bohr, relacionado à difusão de oxigênio a partir do CO2: o sangue que vai do feto para mãe geralmente é um sangue muito rico em CO2, tendo uma maior concentração desse gás no sangue da mãe, deixando o sangue materno mais ácido, fazendo com que a afinidade da hemoglobina com o oxigênio diminua, o que faz com que saia do sangue da mãe e passe para o sangue fetal. Há também a passagem da mãe para o feto de proteínas, nutrientes e eletrólitos (sódio, potássio, cloreto, ácidos graxos, glicose) e a passagem do feto para a mãe de produtos de excreção, como o CO2, ureia e creatinina (os dois últimos são escórias nitrogenadas). REGULAÇÃO HORMONAL DURANTE A GESTAÇÃO. Os principais hormônios produzidos pela placenta são: estrogênios e progesterona, gonadotrofina coriônica humana (HCG) e somatomamotropina coriônica humana. O HCG é um hormônio produzido pelo trofoblasto e é possível ser detectado no sangue materno a partir do 7º dia em que ocorreu a fecundação, com o pico de produção acontecendo entre a 10ª-12ª semana, onde a placenta já está formada – a dosagem no sangue é feita para saber se a mulher está gravida ou não através do beta HCG. O HCG tem uma subunidade alfa e uma beta, a alfa é comum a outros hormônios como o FSH e a unidade beta é a específica do hormônio. Ele é responsável por manter o corpo lúteo funcionante (a progesterona produzida por ele é um hormônio pró-gestação, protege a gestação e a sua falta pode gerar um aborto) até a formação da placenta e estimula as células intersticiais dos testículos nos fetos masculinos para que produzam testosterona (auxilia na virilizarão da genitália externa masculina, na descida dos testículos até a bolsa escrotal). Esses hormônios impedem a menstruação e fazem com que o endométrio continue a crescer e armazenar grandes quantidades de nutrientes, em vez de se descamar em produto menstrual. Sob a influência da gonadotropina coriônica, o corpo lúteo cresce para cerca de duas vezes seu tamanho inicial, por volta de um mês depois do início da gravidez. O pico de secreção do hCG ocorre na 9ª semana. Durante o quarto e o quinto mês de gestação, os níveis de hCG diminuem acentuadamente e, em seguida, zeram até o parto. O cório começa a secretar estrogênios após as primeiras 3 ou 4 semanas de gestação e progesterona por volta da sexta semana. Esses hormônios são secretados em quantidades crescentes até o momento do nascimento. A secreção contínua de estrogênios e progesterona mantém a natureza decidual do endométrio uterino, o que é necessário para o desenvolvimento inicial do feto. Se o corpo lúteo for removido antes de aproximadamente sete semanas de gestação, quase sempre ocorrerá aborto espontâneo, às vezes até a 12ª semana. Depois dessa época, a placenta secreta quantidades suficientes de progesterona e estrogênios para manter a gravidez pelo restante do período gestacional. O corpo lúteo involui lentamente depois da 13ª- 17ª semana de gestação. A placenta, assim como o corpo lúteo, secreta tanto estrogênios quanto progesterona. Os estrogênios também relaxam os ligamentos pélvicos da mãe, assim as articulações sacroilíacas ficam relativamente maleáveis; e a sínfise pubiana, elástica. Essas mudanças facilitam a passagem do feto pelo canal de parto. A progesterona além de ser secretada em quantidade moderada pelo corpo lúteo no início da gravidez, é secretada posteriormente em quantidades enormes pela placenta. Os efeitos especiais da progesterona, essenciais à progressão normal da gravidez, são: Desenvolvimento de células deciduais no endométrio uterino. Diminuição da contratilidade do útero grávido, evitando aborto espontâneo. Contribui para o desenvolvimento do concepto mesmo antes da implantação, pois aumenta as secreções das trompas de Falópio e do útero. Ajuda o estrogênio a preparar as mamas da mãe para a lactação. A PROGESTERONA é responsável pela nutrição do embrião inicialmente e reduz a contratilidade o útero para manter a gestação. Os estrogênios não são produzidos diretamente pela placenta, são formados a partir da conversão dos androgênios das adrenais da mãe e do feto, promovendo o aumento das mamas e estrutura ductal, do útero, da genitália externa no final da gestação e relaxa os ligamentos pélvicos da mãe, importante no momento do parto. Durante a gestação os níveis de progesterona estão aumentados e quando começa o final da gestão para o momento do parto há uma troca, com o aumento dos estrogênios e diminuição da progesterona. A somatomamotropina coriônica humana não tem uma função muito bem estabelecida e começa a ser secretada na 5ª semana de gestação TURMA X - MEDFASA ANA CAROLINA VIANA VASCONCELOS e aumenta progressivamente ao longo da gravidez. Auxilia no desenvolvimento das mamas, atua mais ou menos como o GH (pode estimular o crescimento e proliferação de alguns tecidos fetais) e reduz a sensibilidade da mão à insulina, disponibilizando uma maior quantidade de glicose para o feto o que é bom, mas também pode promover o início de um diabetes melito gestacional. Outras glândulas envolvidas: na gestação há o aumento da hipófise anterior, com a inibição do FSH e LH (feedback negativo pela elevação do estrogênios e progesterona) e secreção de ACTH (corticotropina, aumento de glicorticoides com mobilização de aminoácidos do organismo materno para a formação de alguns tecidos fetais e aldosterona que aumenta a retenção hídrica de saís e água, com o aumento do volume plasmático), TSH (tireotropina, aumento de T3 e T4 e da secreção das paratireoides (paratormônio) que aumenta a reabsorção óssea, tirando o cálcio do osso materno e jogando na circulação sanguínea para ir para a circulação fetal e formar os ossos do feto) e prolactina (estimula a produção de leite). A relaxina, um hormônio produzido inicialmente pelo corpo lúteo do ovário e depois pela placenta, aumenta a flexibilidade da sínfise púbica e dos ligamentos das articulações sacroilíaca e sacrococcígea e ajuda a dilatar o colo do útero durante o trabalho de parto. Ambas as ações facilitam o nascimento do recém-nascido. DIFERENCIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL E EMBRIONÁRIA. A idade gestacional é o tempo decorrido a partir do início do último período menstrual da mulher, geralmente contato em semanas e dias e não é a idade embriológica real do feto – estimativas da IG podem basear-se em: períodos menstruais, data da concepção, ultrassonografia fetal e parâmetros físicos após o nascimento. A idade embriológica é o tempo decorrido desde da data da concepção. Por convenção (e supondo um ciclo menstrual de 28 dias), a idade embriológica é 2 semanas menos que a idade gestacional. As mulheres podem estimar com maior precisão da data da concepção com base no período de ovulação como identificado por testes hormonais em casa e medições da temperatura corporal basal. A gravidez é convencionalmente calculada em semanas, a partir do primeiro dia da última menstruação. A idade gestacional (ou tempo de gravidez) terá que ser contada em semanas e não em meses. A idade gestacional, quando calculada com base na última menstruação, pressupõe que a ovulação e a concepção aconteceram cerca de 14 dias depois da última menstruação. Isto realmente ocorre na maioria dos casos. Para mulheres que tem ciclos menstruais irregulares ou que não ovulam no 14º dia do ciclo, possivelmente o cáculo da idade gestacional será realizado com base no primeiro exame de ultrassom da gravidez, pois quanto mais precoce for o exame menor é a margem de erro. Isto pode causar um pouco de confusão para aquelas pacientes que tentam estabelecer a data aproximada da concepção com base na idade gestacional. Quando a menstruação está atrasadaem 2 semanas (numa mulher com ciclo de 28 dias), a idade gestacional será de 6 semanas. Mas isto não significa que a paciente está gravida há 6 semanas, pois a concepção aconteceu cerca de 14 dias após o início da última menstruação. Dessa forma, a concepção ocorre por volta da “2 semanas de gestação”. Assim sendo, se você está com 6 semanas de gestação a concepção ocorreu há 4 semanas (sempre 2 semanas a menos que a idade gestacional).