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Delirium: definição, epidemiologia, manifestações clínicas e tratamento

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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
Delirium 
Definição 
 Estado confusional agudo. 
 Marcado por duas alterações: CONFUSÃO MENTAL (rebaixamento qualitativo e quantitativo do nível de consciência 
– ou seja, não está completamente vigil) e DESATENÇÃO (reflete a queda do nível de consciência). 
 A situação clínica em que agudamente há um déficit global da atenção denomina-se estado confusional agudo, 
síndrome mental orgânica ou delirium. 
 O delirium é definido como um distúrbio da consciência associado a: 
 Alteração da cognição que não pode ser atribuída a uma demência preexistente; 
 Desenvolvimento em um período curto (geralmente de horas a dias); 
 Flutuação ao longo do dia. 
 
Epidemiologia 
 Pacientes mais propensos: idosos, homens, paciente hospitalizados/ acamados, polifarmácia, paciente submetidos a 
procedimentos invasivos, pós infecções, DHE, pacientes com Parkinson. 
 A presença de delirium está correlacionada a um agravamento do prognóstico do paciente, a aumento da morbidade 
em curto prazo, a estadas prolongadas em hospitais e a maiores taxas de mortalidade. 
 
Manifestações clínicas 
 Os três aspectos fundamentais dos quadros confusionais agudos são: 
 Distúrbio de vigilância e aumento do nível de distração; 
 Incapacidade de manter coerência de pensamento; 
 Incapacidade de executar uma série de movimentos com objetivo definido. 
 Normalmente, não há sinais neurológicos focais de natureza motora ou sensitiva. 
 Podem cursar com alteração do campo do humor, podendo haver quadro de sintomas depressivos quando há 
prolongamento do delirium. 
 Podem surgir: distúrbios de percepção com ilusões e alucinações, desorientação, déficit de memória, anomia discreta, 
disgrafia, discalculia, déficits de construção, falha de julgamento, apatia ou agitação. 
 Delirium HIPOativo (tende a estar mais lentificado) ou Delirium HIPERativo (mais comum, paciente muito agitado). 
 
Fisiopatologia 
 Aumento de dopamina e redução de acetilcolina (hipoativação colinérgica). 
 Medicamentos que bloqueiam acetilcolina ou aumentam a dopamina podem desencadear deliruim  Os ADT são 
uma das drogas que mais desencadeiam delirium. 
 
Tratamento 
 Sempre investigar e tratar a causa base e solicitar exames (hemograma, glicemia, Na, K, ureia, creatinina, TSH, urina 
1, urocultura, ECG, RX de tórax). 
 Para o controle sintomático: neurolépticos VO em dose baixa (Haloperidol 1 mg VO). 
- Obs.: Não se faz Haloperidol EV. 
- ACATISIA: efeito colateral após o uso do antipsicótico, caracterizado por agitação, necessidade de fazer algo, 
inquietude psíquica e motora; a primeira conduta é suspender o antipsicótico. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 Benzodiazepínico apenas se delirium por abstinência alcoólica (delirium tremens). Em outras situações, o BZD não 
costuma ser utilizada, visto que se trata de uma medicação que rebaixa o paciente e, no caso do delirium, esse 
paciente já está rebaixado. 
 Antipsicótico atípico: pode ser usado, porém há maior risco de morte cardiovascular e alto poder sedativo. 
 Deixa o paciente perto de uma janela (ajudar na orientação dia/ noite), deixar relógio e calendário a vista do paciente, 
permitir o contato com os familiares, tentar manter sempre a mesma equipe médica. 
 Qualquer procedimento invasivo tende a piorar o delirium e, portanto, deve ser evitado. 
 
 
 
 
Delirium x Demência 
1) Demência 
 Deterioração das funções psíquicas, na maioria dos casos no campo da memória, de causa neurológica, sendo a 
maioria irreversível (80 a 85%) e tendo evolução crônica. 
 
- Obs.: A demência de Korsakoff (deficiência de tiamina - B1) é potencialmente reversível; neurocriptococose também 
pode ser revertida. 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 A principal é a demência de Alzheimer ou hipocolinérgica: acúmulo de placas beta-amiloide na parede externa 
dos neurônios (aumento de proteína beta-amiloide extracelular) e pelo acúmulo intracelular de proteína tau 
hiperfosforildada  resultado é a deficiência na comunicação colinérgica dos neurônios. 
- Não há cura e nenhuma droga altera o curso da doença, mas as drogas anticolinesterásicas (que inibem a enzima 
acetilcolinesterase, aumentando a biodisponibilidade de acetilcolina) melhoram um pouco o funcionamento do 
indivíduo, sendo o principal a Donepezila de 5 a 10 mg (efeitos colaterais gastrointestinais, como diarréia e boca seca). 
 
 
 Pode haver alteração do ciclo sono vigília, alteração do humor, confusão mental, alteração de memória. 
 Outras demências irreversíveis: demência por Parkinson (com quadro depressivo marcante), demência dos 
corpúsculos de Lewin (alucinação visual, humor deprimido) e demência fronto-temporal que apresenta como 
variantes principais a de fala (afasia, com perda de memória tardiamente) e a comportamental (Pick: comportamentos 
inapropriados, sendo muito grave e não respondendo bem às medicações). 
 
2) Delirium 
 Potencialmente reversível e de evolução aguda. 
 Pode haver alteração do ciclo sono vigília, alteração do humor, confusão mental, alteração de memória. 
 
 
 
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 
 
 
 
 
 
 
 
Delirium tremens

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