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EPR 220 - INTRODUÇÃO A ENGENHARIA, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO AULA 09/TEMA 08: DANOS POR AGENTES FÍSICOS: TEMPERATURA, RUÍDO e VIBRAÇÕES, RADIAÇÕES e PRESSÃO ATMOSFERICA Prof. alexandre freire guimarães EPR 220 / 004 - INTRODUÇÃO A ENGENHARIA, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO DANOS POR AGENTES FÍSICOS: CALOR CALOR - INTRODUÇÃO Verifica-se a presença de calor em inúmeras atividades e operações industriais: Metalúrgicas (fundição de metais), Siderúrgicas (laminação a quente) etc. O trabalho efetuado com exposição a altas temperaturas provoca fadiga intensa e, consequentemente, a diminuição do rendimento normal do trabalhador, em razão do maior desgaste físico e da perda de água e de sais. O calor pode provocar danos a saúde pela forma como o organismo reage a ele. Os principais quadros clínicos causados pelo calor são: a intermação, a desidratação, a prostração térmica, as câimbras do calor, e os problemas de pele. CALOR – EQUILIBRIO HOMEOTERMICO MECANISMOS DE TROCA DE CALOR 1. Radiação ( R ) 2. Condução e Convexão ( C ) 3. Evaporação ( E ) 4. Metabolismo ( M ) M = C R E Tº do Ar < Tº do Corpo Tº do Ar > Tº do Corpo Sem calor radiante M = C + R + E M + C = R + E Com calor radiante M + R = C + E M+ C + R = E CALOR – O CONTROLE DA TEMPERATURA O controle da T° tem como base o centro termoregulador, localizado no hipotálamo, que responde a estímulos da temperatura do próprio sangue que o irriga e a sinais dos receptores cutâneos de temperatura. A temperatura é mantida através de: 1. alteração de tônus simpático para a pele, o que leva a alterações da vascularização cutânea (vasodilatação) 2. alterações do tônus simpático para glândulas sudoríparas, com aumento da produção de suor (sudorese/ evaporação); 3. alteração do grau de atividade muscular e dos níveis de hormônios com consequente alterações na intensidade das reações químicas (metabolismo) e produção endógena de calor. DOENÇAS CAUSADAS PELO CALOR DESIDRATAÇÃO Perda de 5 a 8% do peso corpóreo diminuição da eficiência no trabalho, sede, irritabilidade e sonolência, oligúria, taquicardia e hipertermia. Perda de 10% incompatível com o trabalho e de 15%. DISTURBIOS CUTÂNEOS (GOLPES DE CALOR) são associados a disfunção das glândulas sudoríparas em ambientes quentes e úmidos. TONTURAS OU DESFALECIMENTO POR DEFICIT SALINO Acomete indivíduos não aclimatizados, inadequada reposição salina. SINCOPE PELO CALOR OU PROSTRAÇÃO TERMICA Acomete indivíduos com força aeróbica inadequadas a atividade ou não aclimatizados - O trabalho muscular alto (grande debito de sangue para a musculatura) mais o alto debito circulatório na pele (vasodilatação) DOENÇAS CAUSADAS PELO CALOR HIPERTERMIA – INTERMAÇÃO – INSOLAÇÃO Acomete indivíduos não adaptados, obesos, uso de bebidas alcoólicas antes do trabalho, uso de roupas inadequadas. Temperatura corpórea em 40- 43°C = desnaturação das proteínas e morte. QUEIMADURAS exposição à radiação ultravioleta da luz solar, e que ocorre quando a temperatura da pele é maior que 45°C. CATARATA exposição à radiação infravermelha, por provável desnaturação de suas proteínas. Prevenção: uso de óculos protetor. CALOR – MEDIDAS PREVENTIVAS - ATUAÇÃO SOBRE O PESSOAL SELEÇÃO MÉDICA recomenda-se (CONTRAINDICAR): 1. Trabalhadores com idade acima de 45 anos; 2. Portadores de Obesidade, menor capacidade de perda de calor por evaporação e acúmulo maior de calor do metabolismo (tecido adiposo como isolante térmico). 3. Portadores de Doenças do Sistema Circulatório, do Aparelho Respiratório, do Aparelho Renal e Excretor, Oculares, Doenças de Pele e Doenças Metabólicas; ACLIMATIZAÇÃO 1. Manifesta-se como uma tolerância aumentada do indivíduo para trabalhar em locais quentes, mantendo a sua temperatura em níveis adequados, 2. Somente após 3 semanas trabalhando sob calor, é que o trabalhador consegue a aclimatação. 3. Deve estabelecer: a) limitação do tempo de exposição nas primeiras semanas; b) manter a temperatura alta neste período pelo menos 120 minutos/dia; c) observar as alterações circulatórias (FC, PA, etc.); d) observar o grau de sudorese e o tempo de aparecimento, d) observar a temperatura. 4. A aclimatização é especifica para uma carga de trabalho num determinado ambiente quente, e o afastamento do ambiente ou a mudança da carga de trabalho podem alterar significativamente. CALOR – MEDIDAS PREVENTIVAS - ATUAÇÃO SOBRE O PESSOAL ROUPAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ADEQUADOS 1. Roupas de amianto quando absolutamente necessárias para evitar queimaduras. 2. Quando se tratar simplesmente de conforto térmico uma roupa adequada é a que absorve pouco calor radiante e permite uma adequada evaporação. Os tecidos de cor escura absorvem mais radiação ultravioleta. 3. O uso de óculos com filtro infravermelho impede o aparecimento de lesões oculares (catarata). REPOSIÇÃO HIDROELETROLÍTICA • A sede é proporcional a aclimatização (maior capacidade de perda por suor e de esforço). Deve ser bebida parceladamente e com temperatura maior que 15º, (gelada inibe a sede e pode contribuir para o aparecimento de irritação das vias aéreas superiores). • Proporcionar a reposição de eletrólitos, principalmente de sódio. CALOR – MEDIDAS PREVENTIVAS - ATUAÇÃO SOBRE O PESSOAL PAUSAS DE RECUPERAÇÃO - ÍNDICES DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL: 1. IST (Índice de Sobrecarga Térmica) = o mais adequado. 2. Outros Índices: Temperatura efetiva, Temperatura efetiva corrigida, etc. 3. IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo) = usado na legislação brasileira, NR 15 anexo 3. • para ambientes com carga solar (externos) ou com calor radiante: IBUTG= 0,7Tbn +0,2Tg +0,1Tbs • para ambientes internos ou sem calor radiante: IBUTG=0,7Tbn + 0,3Tg onde: Tbn = Temperatura de Bulbo Úmido Natural, Tg = Temperatura de Globo, Tbs = Temperatura de Bulbo Seco CALOR – EQUIPAMENTOS Arvore de Termômetros - IBUTG Equipamento Eletrônico C ALOR – EQUIPAMENTOS CALOR – MEDIDAS PREVENTIVAS - ATUAÇÃO SOBRE O PESSOAL Descanso no local de trabalho (por hora) Atividade Leve (até 150 Cal/h) Atividade Moderada (de 150 a 300 Cal/h) Atividade Pesada (mais de 300 Cal/h) Trabalho Contínuo até 30 até 26,7 até 25 45 minutos trabalho 15 minutos descanso 30,1 à 30,6 26,8 à 28 25,1 à 25,9 30 minutos trabalho 30 minutos descanso 30,7 à 31,4 28,1 à 29,4 26 à 27,9 15 minutos trabalho 45 minutos descanso 31,5 à 32,2 29,5 à 31,1 28 à 30 Não é permitido Trabalho acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30 Quadro: Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente, com descanso no local de trabalho. EXERCICIO – Tbn=30; Tg=27 e Tbs=25. Atividade moderada. IBUTG= 28,9 CALOR – MEDIDAS PREVENTIVAS - ATUAÇÃO SOBRE O AMBIENTE DE TRABALHO REFRIGERAÇÃO E DIMINUIÇÃO DA UMIDADE DO AR: Através de ventilação exaustora, facilitando a sudorese. MECANIZAÇÃO DO TRABALHO: Através da mecanização e/ou automação diminuímos o esforço e portanto o metabolismo. VENTILAÇÃO DO AMBIENTE: Através da insuflação de ar (ventilação ventiladora) poderemos facilitar as trocas por condução e convecção. INTERPOSIÇÃO DE BARREIRAS DE METAL POLIDO: O uso de barreiras de Alumínio polido para reflexão o calor, permite uma atuação principalmente no calor radiante. EPR 220/004 - INTRODUÇÃO A ENGENHARIA, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO DANOS POR AGENTES FÍSICOS: FRIO O FRIO – ATIVIDADES LABORATIVAS Várias atividades laborais podem expor os trabalhadores aos danos provocados pelo frio. • atividades realizadas em câmaras frigoríficas (câmaras frias), • trabalho de embalagem de carnes e outros alimentos (frutas, sorvetes e pescados), • operação portuárias (manuseio de cargas congeladas) e diversas outras ocupações O FRIO – DANOS O trabalho em ambientes frios representa um riscoimportante à saúde dos trabalhadores, que pode causar desconforto, doenças ocupacionais, acidentes do trabalho, e, algumas vezes, até a morte. As doenças e lesões causadas pelo frio surgem quando a perda de calor é maior que a produção de calor pelo corpo. Estas lesões afetam especialmente as extremidades do corpo, como pés e mãos. Alguns fatores podem piorar os efeitos do frio, como alergias, problemas circulatórios, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e uso de alguns medicamentos. O FRIO – DANOS As lesões mais graves causadas pelo frio são decorrentes da perda excessiva de calor do corpo, que é a chamada hipotermia. A situação de trabalho que mais contribui para o surgimento da hipotermia e outras lesões ocupacionais causadas pelo frio é a exposição ao vento e à umidade. •HIPOTERMIA – é a diminuição da temperatura interna do corpo, devido à perda de calor, que acontece quando o trabalhador permanece em um ambiente de frio intenso sem a proteção adequada. Este fenômeno é caracterizado por uma sensação acentuada de frio, dor e fortes tremores. Pode ocorrer perda da sensibilidade, diminuindo a sensação de frio e a dor, acompanhada de fraqueza muscular e adormecimento. Pode apresentar ainda percepção reduzida, dilatação das pupilas e alucinações. E, caso não se tome as medidas adequadas, o trabalhador pode entrar em coma e até morrer. A vítima de hipotermia deve ser reaquecida imediatamente, através da remoção para ambientes quentes, ingestão de bebidas quentes, uso de cobertores e outras formas de aquecimento. O FRIO – DANOS • ULCERAÇÕES – São lesões na pele provocadas pela exposição ao frio. • FROSBITE – É uma lesão que ocorre principalmente nas extremidades, devido à diminuição da circulação de sangue e à deposição de pequenos cristais de gelo nos tecidos, que ocorre quando a região corporal é exposta a temperaturas muito baixas (abaixo de - 2°C). • FENÔMENO DE RAYNAUD – É uma doença causada pelo frio, que provoca diminuição na circulação sanguínea nos dedos, resultando em palidez ou cianose (cor azulada) da pele, seguida por vermelhidão O FRIO – DANOS • PÉ-DE-IMERSÃO (PÉ-DE-TRINCHEIRA) – Ocorre em trabalhadores que realizam suas atividades com os pés expostos à água fria ou em ambientes úmidos, sem a proteção adequada, por um longo período de tempo. • URTICÁRIA PELO FRIO – É uma reação alérgica ao resfriamento localizado de uma parte do corpo. • CONGELAMENTO – Esta lesão ocorre principalmente nas mãos, pés e face, devido à exposição a ambientes muito frios ou pelo contato com objetos extremamente frios, fazendo com que a temperatura da área afetada caia abaixo de 0°C. • FRIEIRAS (PERNIOSE) – São sensações dolorosas de frio ou queimadura em partes do corpo que estiveram congeladas (pés, mãos ou orelhas). O FRIO – prevenção As lesões causadas pelo frio podem ser evitadas adotando-se práticas adequadas para este tipo de trabalho. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) específicos, como roupas de frio, luvas e botas isolantes, devem ser usados pelos trabalhadores expostos ao frio, evitando assim a perda de calor do corpo. Se as roupas disponíveis não forem suficientes para a proteção contra a hipotermia ou congelamento, o trabalho deve ser modificado ou interrompido até que sejam providenciados os equipamentos necessários. As vestimentas devem ser feitas de várias camadas, proporcionando maior proteção devido à presença de uma camada de ar isolante entre as camadas de tecido. Quando a atividade é realizada em ambientes úmidos, a camada externa da roupa deve ser repelente à água. Se o local de trabalho não puder ser protegido contra o vento, deve-se usar uma roupa de couro ou de lã grossa. E em condições extremamente frias devem ser fornecidas vestimentas de proteção aquecidas. As roupas devem sempre ser conservadas secas e limpas. EPR 220 / 004- INTRODUÇÃO A ENGENHARIA, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO DANOS POR AGENTES FÍSICOS: EFEITOS DA PRESSÃO ATMOSFERICA EFEITOS DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA LEI DOS GASES Lei de Boyle: à temperatura constante, o volume de um gás varia inversamente com a pressão. Lei de Dalton: em uma mistura de gases, a pressão exercida por um desses gases é a mesma que exerceria caso ocupasse sozinho o mesmo volume. Lei de Henry: à uma temperatura constante, a quantidade de gás que se dissolve em um líquido é proporcional a pressão parcial deste gás. DOENÇAS PROFISSIONAIS BAROTRAUMA • Síndrome ocasionada pela dificuldade de equilibrar a pressão no interior de uma cavidade pneumática do organismo, com a pressão do meio ambiente. (Lei de Boyle). FORMAS CLÍNICAS: • Do ouvido externo: pelo uso ou ocorrência de tampões • Do ouvido médio: mais frequente. Devido a obstrução da tuba auditiva. • Do ouvido interno: por ruptura da janela redonda ou oval. • Sinusal: por obstrução dos óstios sinusais. • Pulmonar : por mergulho em apnéia principalmente. • Facial : pelo uso de mascaras faciais. • Outros: dental, gastrintestinal, cutâneo. DOENÇAS PROFISSIONAIS EMBOLIA TRAUMATICA devido a expansão da mistura respiratória nos pulmões durante a descompressão (subida livre com a glote fechada). SÍNDROME NEUROLOGICA DAS ALTAS PRESSÕES • Disfunção fisiológica e neurológica devido a compressão a altas pressões (>100 metros) de causa ainda não esclarecida. • caracterizada por distúrbios motores (contrações e tremores involuntários), sonolência, alterações visuais, náuseas, convulsões, alterações significativas ao EEG. DOENÇAS PROFISSIONAIS - INTOXICAÇÃO PELO NITROGÊNIO - (Embriagues das profundidades) • Devido a impregnação difusa do sistema nervoso central pelo nitrogênio, causando diminuição da habilidade cognitiva e psicomotora ou até distúrbios neurológicos e de comportamento. Ocorre nos mergulhos com ar comprimido a partir dos 30 metros. DOENÇA DESCOMPRESSIVA (Doença dos Caixões) • Ocorre devido a descompressão rápida, geralmente pelo retorno rápido a superfície (a partir de 33 pés) ou pelas subidas rápidas as alturas (superiores a 18000 pés). Sintomatologia ocorre devido a formação de bolhas de nitrogênio nos líquidos do corpo e nos tecidos, sendo que o local onde se formam determina os sintomas, enquanto o tamanho e a velocidade de formação das bolhas determinam a gravidade.
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