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EPR 004 / 220 - INTRODUÇÃO A ENGENHARIA, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 2016 AULA 12 / TEMA 11 : DANOS BIOLÓGICOS POR AGENTES QUÍMICOS CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS Classificação segundo a natureza química 1.Metais e metalóides 2.Solventes aromáticos 3.Solventes halogenados 4.Poeiras minerais 5.Óleos e graxas 6.Gases e Vapores METAIS E METALÓIDES - CHUMBO • É amplamente utilizado em fundições, fabricas de baterias, cerâmicas, pigmentos inorgânicos etc. • A intoxicação por ele provocada (também chamada de saturnismo), causa anemia, dor abdominal, fraqueza, problemas de nervos periféricos e problemas renais. • A prevenção a nível médico é feita por meio de dosagens de chumbo no sangue, e de metabolitos urinários e sanguíneos que aparecem quando existe a intoxicação. O objetivo é diagnosticar um acumulo do metal e de seus efeitos biológicos antes do aparecimento dos sintomas da moléstia. METAIS E METALÓIDES - CHUMBO Agente Químico Indicador Biológico VR IBMP Material Biológico Análise Chumbo Inorgânico Sangue Urina Sangue Chumbo Acido Delta amino levulínico Zincoprotoporfirina Até 40ug/100 ml Até 4,5 mg/g creat. Até 40ug/100 ml 60ug/100 ml 10mg/g creat. 100ug/100 ml Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Até 50ug/g creat. 100ug/g creat. • A prevenção : Ventilação adequada. LT= 01 mg/m³/ 48h/semanais. EPI METAIS E METALÓIDES - MERCÚRIO • É utilizado como eletrodo em inúmeros processos industriais, nas lâmpadas fluorescentes, na eletrolise da salmoura para fabricação de soda caustica, de componentes de circuitos elétricos e de algumas baterias especiais; na indústria bélica (fulminato de mercúrio), na odontologia para amalgamas, na analise geológica, nos agrotóxicos, etc. • A intoxicação por mercúrio também conhecida por hidrargirismo, provoca lesão renal importante, e grave alteração no sistema nervoso central, com alteração cerebral que causa tremores nas extremidades e dificuldade de andar, de escrever e de falar. METAIS E METALÓIDES - MERCÚRIO Agente Químico Indicador Biológico VR IBMP Material Biológico Análise Mercúrio Inorgânico Urina Mercúrio Até 5ug/g creat. 35ug/g creat. • A medida preventiva a nível médico é a analise do mercúrio presente na urina, além de acurado exame neurológico dos indivíduos expostos. Prevenção ambiental: LT=0,04mg/m³. Ventilação adequada. EPI. METAIS E METALÓIDES - MANGANÊS •É utilizado na fabricação de aços especiais e de outras ligas metálicas., no processos de galvanoplastia. •A intoxicação, também chamada de manganismo, causa graves problemas cerebrais, com aparecimento de falta de equilíbrio e sustentação, que pode culminar com a impossibilidade total de o indivíduo caminhar. •A prevenção é feita por exames neurológicos específicos e por meio de dosagem de manganês na urina. Dosagem sanguínea: 10 a 15 mg/litro; na urina: 1 a 8 mg/l . Prevenção ambiental: Ventilação adequada. EPI. METAIS E METALÓIDES - ARSÊNICO Agente Químico Indicador Biológico VR IBMP Material Biológico Análise Arsênico Urina Arsênico Até 10ug/g creat. 50ug/g creat. • É utilizado na síntese orgânica de pesticidas, na fabricação de vidros, de cristais, de tintas, no empalhamento de animais, etc. • A intoxicação crônica pelo arsênico provoca alterações neurológicas, gastrointestinais, de fígado, úlceras de pele, etc. Pode também causar câncer de pele, de pulmão e na via digestiva. • O controle médico da exposição crônica profissional é feito por meio de dosagens de arsênico nas unhas e nos cabelos. • Prevenção ambiental: Ventilação adequada. EPI. METAIS E METALÓIDES - FÓSFORO • O grande risco profissional ocorre na exposição ao fósforo amarelo, usado na preparação de corantes, fogos de artifício, explosivos, inseticida, bronze, fosfato etc. • A intoxicação causa graves lesões nos rins, no fígado e nos ossos. • Prevenção; ventilação adequada. EPI METAIS E METALÓIDES - CROMO Agente Químico Indicador Biológico VR IBMP Material Biológico Análise Cromo Hexavalente Urina Cromo Até 5 ug/g creat. 30ug/ creat. • Utilizado em Siderurgia (ligas metálicas); Galvanoplastia (Cromação); Curtumes e preservação de madeira; Industria têxtil; Industria de tintas e material fotográfico; etc. • Efeito danoso deve-se ao cromo hexavalente principalmente, e bivalente (bicromato de potássio do cimento). Irritante para pele, mucosas, etc. • Prevenção: Ventilação adequada, LT=0,04mgm³. EPI SOLVENTES AROMÁTICOS • Os solventes aromáticos são amplamente utilizados nas industrias plásticas de borracha, química e petroquímica. • Os mais difundidos são o benzeno, o tolueno e o xileno. • Todos causam, mediante exposição maciça, a grandes quantidades, sonolência, torpor, coma, podendo causar a morte por parada respiratória; pois são narcóticos. • O mais comum em exposição profissional é a intoxicação crônica. SOLVENTES AROMÁTICOS Agente Químico Indicador Biológico VR IBMP Material Biológico Análise Nitrobenzeno Sangue Metahemoglobina Até 2% 5% Tolueno Urina Ác. Hipúrico Até 1,5g/g creat. 2,5 g/g creat. Xileno Urina Ác. Metil-Hipúrico 1,5g/g creat. • O BENZENO é o mais perigoso, por ser absorvido pela via respiratória e através da pele, e causa anemia aplastica, também chamada de benzolismo. O benzeno também pode causar leucemia (câncer do sangue) Mas o ideal mesmo é a eliminação completa da utilização do benzeno, substituindo-o por outros solventes menos perigos. Controle: NR 15 Anexo 13A • O TOLUENO E O XILENO não são absorvidos através da pele e são menos voláteis, o que diminui muito o risco de intoxicação. Quando esta ocorre, surgem alterações dos rins e do fígado. Prevenção: Ventilação. EPI. LT=290mg/m³. SOLVENTES HALOGENADOS Agente Químico Indicador Biológico VR IBMP Material Biológico Análise Tetracloroetileno Urina Ác. Tricloroacético 3,5mg/l Tricloroetano Urina Triclorocompostos Totais 40mg/g creat. Tricloroetileno Urina Triclorocompostos Totais 300mg/g creat. • São de grande utilização industrial principalmente no desengraxamento de peças em metalúrgicas; são também usados como solventes de tintas e vernizes, nos pesticidas, nas lavagens a seco em tinturarias, etc. • Entre os halogenados, os mais utilizados são os solventes clorados, como o TETRACLORETO DE CARBONO, O TRICLOROETILENO, O TETRACLOROETILENO, O TRICLOROETANO, etc., que podem causar sonolência, torpor e até a morte. • A exposição ocupacional a estes solventes causa lesões no fígado e nos nervos periféricos, irritação pulmonar, e, em alguns casos de solventes como tetracloreto de carbono, pode ocasionar o aparecimento de câncer de fígado. • O controle deve ser feito por meio de avaliação hepática e de exames periódicos e analises de metabólicos urinários dos solventes. POEIRAS MINERAIS As poeiras minerais são causadoras de graves doenças pulmonares crônicas, denominadas pneumoconioses. As principais pneumoconioses são: • SILICOSE • ASBESTOSE • ANTRACOSES • Outras pneumoconioses POEIRAS MINERAIS - SILICOSE A exposição prolongada (alguns anos) a poeira de sílica livre e cristalina, em pequenas partículas (1 a 10micras), gerada em processos industriais, como em jateamento de areia, em lixamento de peças de cerâmica, na britagem de pedras, no trabalho com tijolos refratários, no corte e polimento de granito, na mineração, etc., O acumulo da poeira de sílica livre e cristalina no pulmão provoca uma reação do organismo a essas partículas, e, como consequência, leva a uma fibrose pulmonar (cicatrizes internas), a qual diminui a capacidade de trocas gasosas do pulmão. A fibrose é irreversível , e, mesmo se afastarmos o trabalhador acometido de silicose, esta continua progredindo e culminando na morte por insuficiência cardiorrespiratória. Associa-se frequentementecom Tuberculose pulmonar. O controle médico faz-se por radiografias de tórax e provas respiratórias. Se o trabalhador for afastado em estagio muito inicial, a doença terá uma progressão muito lenta (dezenas de anos) compatível com vida normal. NR 15 Anexo12. POEIRAS MINERAIS - ASBESTOSE A longa exposição ocupacional ao amianto, ou asbesto, em pequenas partículas em forma de fibra, causa também uma fibrose pulmonar intensa e multo grave. A exposição pode ocorrer em trabalhos de mineração de amianto, fabricação de fibrocimento, baquelite, componentes elétricos , fiação de tecidos com amianto etc. O quadro de asbestose é semelhante ao de silicose, quanto a fibrose pulmonar, mas com o agravante de ser frequente a associação com o câncer de pulmão/pleura. (mesotelioma.). O controle médico e feito por meio de radiografias e provas de função respiratória. Controle: NR 15 Anexo 12 POEIRAS MINERAIS – ANTRACOSE E OUTRAS ANTRACOSE é a pneumoconiose provocada pela exposição ao carvão mineral, em especial no minério de carvão. Ocorre fibrose pulmonar menos intensa de comparada outros tipos de pneumoconioses. Controle: NR15 anexo13. OUTRAS PNEUMOCONIOSES Além dessa , existem outras como: siderose (por ferro), estanose (estanho) , bagaçose (fibras vegetais) , aluminíose (alumínio), bissinose (algodão), etc. ÓLEOS E GRAXAS O contato prolongado com óleos e graxas causa uma lesão de pele conhecida como elaioconiose. Essa moléstia acomete frequentemente os trabalhadores mecânicos e metalúrgicos, e é de tratamento prolongado, exigindo longos afastamentos do trabalho para a cura completa. Na elaioconiose, a pele apresenta vários pequenos pontos com pus e perda de pelos nas regiões afetadas, em geral coxas e os antebraços. A medida preventiva ideal é a boa higiene corporal após o trabalho, e o uso de avental de plástico que impeça o borrifo de óleo nas roupas do trabalhador. Os óleos e graxas também podem causar câncer de pele, pelo contato repetido por muitos anos. O mais perigoso, ponto de vista cancerígeno, são os óleos de corte ou os solúveis pois contém nitrosaminas, que são potentes cancerígenos. GASES E VAPORES INDUSTRIAIS GASES IRRITANTES - causam irritação, em especial nas mucosas ocular, nasal, nos pulmões, e na pele, etc. A intensidade dos sintomas dependendo da duração da exposição e da solubilidade do gás na água (quanto maior a solubilidade maior a intensidade dos efeitos e sintomas). Os agentes com menos odor podem passar despercebidos e seus efeitos além de tardios podem ser mais intensos e graves, por penetrar mais profundamente nas vias respiratórias. LOCAL DE ATUAÇÃO: São exemplos: Aldeídos, Amônia, Ácido Crômico, Ácido Clorídrico, Ácido Flourídrico, Ácido Sulfúrico, Halógenos, Ozona, Brometos, Cianogênios, Dióxido de Nitrogênio, etc. PREVENÇAO: Ventilação. LT. EPI. GASES E VAPORES INDUSTRIAIS Oxigênio: Vol.% Sintomas Normal 20, 95% Ausência de sintomas 16 a 14 % Freqüência respiratória e pulso aceleram, distúrbio da coordenação muscular. 14 a 10 % Distúrbio da respiração, fadiga anormal, tonturas 10 a 6 % Náusea, vômitos, perda da consciência, incapacidade para gritar ou mover-se. Abaixo de 6 % Convulsões, parada cardiorrespiratória e morte. GASES ASFIXIANTES SIMPLES - não atuam diretamente sobre o organismo, mas tomam o lugar do oxigênio no pulmão (se houver oxigênio no ar em quantidade suficiente, a presença do gás asfixiante não causa asfixia). Faz- se necessário à redução apreciável da concentração de oxigênio, devendo o gás asfixiante atingir pelo menos 33% da mistura de ar. Exemplos: gás carbono e hidrocarbonetos alifáticos (metano, etano, butano, acetileno, óxido nitroso, etc.). CONSEQUÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO GASES E VAPORES INDUSTRIAIS GASES ASFIXIANTES SIMPLES GÁS CARBONICO – CO2 - Combustão de matéria carbonada, extintores de incêndio, industria de bebida, minas, covas, túneis, poços, agente refrigerador na produção de sorvetes e alimentos congelados, preservação de alimentos no transporte, neutralizador de alcalis na industria química. Controle: Medidas de proteção coletiva e boa ventilação exaustora. HIDROCARBONETOS ALIFÁTICOS - DERIVADOS DO PETRÓLEO METANO – CH4 - Gás incolor, inodoro, explosivo, encontrado em minas e locais fechados, resultado da decomposição da matéria orgânica, em poços de petróleo, em minas de carvão, etc. A concentração máxima permissível (CMP) é 10.000 ppm no ar. ETANO – C2H6 - Usado em refrigeração e em industrias químicas de produção de halogêneos. Tolerado no ar inspirado sem produzir efeitos sistêmicos. BUTANO – C4H10 - È o gás de botijão, também, usado em sistemas de refrigeração. Efeito inflamável e explosivo. Tem ação narcótica em altas doses. ACETILENO – C2H2 - Utilizado na indústria química de manufatura de borracha sintética e acrilatos; na iluminação de minas; em operações de solda; em fábricas de vidro, etc. Apresenta impurezas como a fosfina, o sulfeto de oxigênio, o dissulfeto de carbono que podem provocar sintomatologia. Nível máximo permissível é de 5.000 ppm. GASES E VAPORES INDUSTRIAIS GASES ASFIXIANTES QUÍMICOS - gases que penetrando no organismo, impedem a obtenção do ar atmosférico, ou ainda a utilização do oxigênio pelos tecidos, podendo provocar asfixia mesmo que haja suficiente concentração de oxigênio no ar. Exemplos: monóxido de carbono, cianetos. GASES E VAPORES INDUSTRIAIS Concentração de CO no ar (ppm) % de COHb no sangue (após equilíbrio) Sintomatologia principal 50 7 Cefaléia discreta 100 12 Cefaléia moderada e tonturas 250 25 Cefaléia intensa, tonturas, confusão mental 500 45 Náuseas, vômitos, choque 1000 60 Coma 10000 95 Morte após 5 minutos GASES ASFIXIANTES QUÍMICOS - MONÓXIDO DE CARBONO - Ocorre pela combustão incompleta de material orgânico, como petróleo e seus derivados, gás natural e manufaturados, explosivos, madeira, carvão e coque. • Efeitos: Exerce sua ação asfixiante ao reduzir a capacidade da hemoglobina de transportar o oxigênio (fixação à hemoglobina com afinidade cerca de 300 vezes maior do que o oxigênio, formando carboxihemoglobina). Limite de Tolerância: LT – MP = 39ppm ou 43 mg/cm³ GASES E VAPORES INDUSTRIAIS GASES NARCOTICOS - Substâncias que tem a capacidade de, após terem sido absorvidas pelo sangue induzem a sintomas de anestesia, quando inaladas. Vide Solventes halogenados.
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