Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Motivação: teorias da motivação 2 PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO. Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais 3 1. MOTIVAÇÃO Sabemos que os conceitos de liderança e satisfação se relacionam com a motivação dos funcionários, pois a liderança consiste no líder ter a capacidade de motivar os funcionários e a satisfação faz com que os colaboradores trabalhem motivados. Mas o que é motivação? Esse conceito representa a vontade e intensidade que o colaborador tem para alcançar determinada meta, sendo assim, os funcionários motivados trabalham com mais vontade, com maior intensidade e persistência e com isso, a produtividade é maior (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). De acordo com o Dicionário Online Michaelis (2023), o conceito de motivação se refere a uma “série de fatores, de natureza afetiva, intelectual ou fisiológica, que atuam no indivíduo, determinando-lhe o comportamento”, ou seja, esse fator é multifatorial. A motivação se relaciona com o esforço para atingir seus objetivos e os da empresa, contribuindo para que a própria organização valorize o funcionário, retribuindo não só por meios financeiros, mas estimulando e reconhecendo os esforços rotineiros e a persistência para contribuir com o desempenho organizacional. Nesse sentido, este é o motivo que muito se fala em liderança atualmente, pois o papel do líder é motivar a equipe para melhorar a produtividade. Ao conceituar a motivação, citamos três elementos-chaves para auxiliar na compreensão do conceito, que são: intensidade, direção e persistência. O primeiro diz respeito ao esforço que a pessoa realiza para atingir as metas ou objetivos, ou seja, o trabalho para alcançar o resultado é intenso; a direção demonstra que todos os esforços devem ser favoráveis à organização e em seguida a persistência, que consiste no tempo que o colaborador consegue manter a sua intensidade ou esforço, assim, quando o esforço é intenso e persistente mais facilmente o objetivo será alcançado (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). É importante ressaltar que a motivação também é um aspecto que impacta diretamente na produtividade e desempenho do colaborador, atuando também sobre os resultados da organização. Quando falamos em direção da motivação, o foco é na obtenção dos objetivos da empresa, no entanto, se estes não forem compatíveis com os objetivos pessoais do colaborador ele não estará motivado, tendo em vista não ter nada que o incentive o seu esforço. 2. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO As teorias da motivação se dividem em teorias clássicas e teorias contemporâneas. As primeiras são representadas pela Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, Teorias X e Y, Teoria dos Dois Fatores e a Teoria de Necessidades de McCelland. Já as teorias contemporâneas apresentam a Teoria da Avaliação Cognitiva, Teoria do Estabelecimento de Objetivos, Teoria da Autoeficácia, Teoria do Reforço, Teoria da Equidade e Teoria da Expectativa no centro de seus estudos (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). 4 2.1 Teorias Clássicas da Motivação Teoria da Hierarquia de Necessidades de Maslow Foi pensada por Abraham Maslow e segundo ele, são cinco as categorias de necessidades, sendo elas: fisiológicas, segurança, social, estima e autorrealização. A primeira delas constitui a base da pirâmide e a última, o topo, conforme representado na figura abaixo. Figura 1 - Teoria da Hierarquia de Necessidades de Maslow Fonte: Maslow (1943) Nesse sentido, a base da pirâmide consiste nas necessidades fisiológicas que são as corporais como a sede, fome, abrigo, entre outras. O segundo degrau da pirâmide diz respeito às necessidades relativas à segurança, que consiste na proteção contra dos danos físicos e emocionais. Logo depois, estão as necessidades sociais que representa a necessidade de relacionamentos sociais como a amizade, a afeição, o sentimento de pertencer a algum grupo. No penúltimo degrau está a estima, que representa o exercício de se respeitar, possuir autonomia, se valorizar, etc. Por fim, no topo da pirâmide, a autorrealização que consiste no grau máximo da necessidade e consiste na vontade de se tornar tudo aquilo que deseja (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). Assim, para se obter a motivação é necessário que o funcionário escale cada degrau da pirâmide, visto que o foco maior é sempre a autorrealização. Teoria X e Teoria Y Essas duas teorias são contrapostas. A primeira, a Teoria X, tem o entendimento de que os colaboradores não gostam de trabalhar e são preguiçosos por natureza; já a segunda, a Teoria Y, traz uma ideia diferente, afirmando que os colaboradores gostam de trabalhar e 5 usam sua criatividade no trabalho, bem como buscam ter responsabilidades e capacidade de se auto direcionar. Dessa forma, a Teoria X possui um conteúdo muito radical generalizando os colaboradores como preguiçosos e, por isso, não representa a realidade; no entanto, a Teoria Y, apesar de também generalizar, faz uma generalização positiva, desmistificando a primeira hipótese. Assim, um motivo óbvio para as pessoas trabalharem é se sustentar e ter uma vida digna, mas também, a maioria das pessoas gostam de trabalhar para atingirem seus objetivos e se autorrealizarem (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011; MAXIMIANO, 2000). Teoria dos Dois Fatores Nesta teoria, como o próprio nome já sugere, há dois fatores para a análise da motivação: os intrínsecos e os extrínsecos. Nesse sentido, os fatores intrínsecos consistem em algo interno e estão relacionados com a satisfação do colaborador, ou seja, com o reconhecimento do trabalho e se sentirem realizados, por exemplo. Já os fatores extrínsecos se referem a situações externas que se relacionam com a insatisfação, podendo ser representada pela supervisão e remuneração, gerando sentimentos negativos com relação ao ambiente de trabalho e afetando o desempenho do colaborador devido à sua desmotivação (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011; MAXIMIANO, 2000). Teoria de Necessidades de McCelland Essa teoria foi pensada por David McCelland e a sua contribuição nas teorias sobre a motivação foi apontar três necessidades que impactam na motivação: necessidade de realização, necessidade de afiliação e necessidade de poder. O autor diz que a necessidade de realização consiste no fato de as pessoas alcançarem o sucesso e com isso se sentirem motivadas para atingir seus objetivos; a necessidade de afiliação consiste na necessidade de as pessoas se relacionarem com outras pessoas, ou seja, relacionamentos interpessoais amigáveis; e a necessidade de poder consiste na influência que a pessoa tem para impor suas vontades. Dessa forma, com as diferentes personalidades que existem entre as pessoas, algumas dessas necessidades se sobressaem de forma diferentes nas pessoas (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). 2.2 Teorias Contemporânea da Motivação Teoria da Avaliação Cognitiva Essa teoria consiste em uma versão da teoria da autodeterminação que entende os efeitos benéficos da motivação intrínseca, que por exemplo, fala sobre a superação do colaborador e os efeitos nocivos da motivação extrínseca, exemplificada pelo recebimento de bônus. Dessa forma, há uma tendência do colaborador se sentir mais motivado quando ele próprio se supera do que quando recebe bonificações (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). Nesse aspecto, tem-se a teoria da avaliação cognitiva que entende que a premiação externa, mesmo que com recompensas intrínsecas, faz com que o nível geral de motivação caia se elas forem entendidas como forma de controle. Portanto, a ideia de recompensas (motivação extrínseca) não pode ser utilizada como forma de controle do colaborador, pois poderá ter efeito contrário ao pretendido, isto é, trará desmotivação. 6 Teoria do Estabelecimento de Objetivos De acordo com esta teoria, os objetivos específicos difíceis, que possuam feedback, trazem melhores desempenhos. Nesse sentido, além desse retorno, o comprometimento com o objetivo, as características da tarefa e a cultura organizacional também podem influenciar na relação entre o objetivo e o desempenho. Portanto,quando há um objetivo difícil para se atingir, é importante que se tenha um feedback para saber a opinião dos supervisores de como o trabalho está evoluindo, ou seja, promovendo uma maior motivação. Ainda assim, há outros aspectos como as características da tarefa e o comprometimento com os objetivos a serem levados em conta para se tentar atingir a máxima produtividade (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). Com base neste aspecto, fala-se da APO que é a Administração por Objetivos e consiste em um programa que possui objetivos específicos, decisão participativa por determinado período e recebimento de feedback. Assim, possuir objetivos específicos e receber devolutivas faz com que os colaboradores se sintam mais motivados, além disso, a decisão participativa faz com que as pessoas da organização se sintam mais valorizadas e, consequentemente, mais motivadas, tendo em vista a tomada de decisão ser delegada aos colaboradores com competências e habilidades para isso; há uma descentralização da tomada de decisão. Teoria da Autoeficácia Entende-se como autoeficácia a ideia de o indivíduo acreditar que ele é capaz de desempenhar determinada tarefa. Assim, quanto maior a autoeficácia, maior a segurança do colaborador e maior a chance de realizar a tarefa com sucesso (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). Teoria do Reforço Essa teoria diz que as consequências são originadas do comportamento do colaborador e ignora as condições internas do indivíduo; assim, o ambiente é entendido como causa do comportamento e, por este motivo, não deve ter preocupação com eventos internos das pessoas, mas sim nas consequências quando é realizada uma ação (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). Teoria da Equidade Essa teoria traz a ideia de que as pessoas comparam os esforços realizados e as bonificações recebidas por isso com as de outros funcionários a fim de analisar possíveis injustiças. Dessa forma, quando o colaborador identifica o que considera como injustiça nas recompensas, tende a se desmotivar e modificar sua conduta, passando a diminuir o esforço e o cuidado com as tarefas, por exemplo, revendo a sua imagem e a percepção que possuem com relação aos outros, buscando outros pontos de comparação, o que pode leva-los, inclusive, a pedir demissão (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011). Teoria da Expectativa de Vroom Essa teoria foi pensada por Victor Vroom e afirma que a tendência de agir de determinado 7 modo depende da expectativa de ação que trará o resultado certo. Exemplificando: um colaborador tende a se esforçar mais quando perceber que o seu desempenho será majorado e isso lhe trará recompensas, ou seja, há uma expectativa de ter o seu esforço reconhecido (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011; MAXIMIANO, 2000). Nesse sentido, há três enfoques a serem analisados: esforço-desempenho, desempenho- recompensa e recompensa-metas pessoais. Assim, o primeiro consiste na expectativa de que o esforço terá como resultado um bom desempenho, o segundo consiste na expectativa que o colaborador tem de receber recompensas e, por fim, o terceiro se refere às expectativas que as recompensas satisfaçam as metas pessoais (JUDGE; ROBBINS; SOBRAL, 2011; MAXIMIANO, 2000). Nessa Unidade de Aprendizagem vimos que a motivação é um dos fatores que impacta no desempenho da organização e por este motivo deve ser levada em conta pelos gestores. Quando os colaboradores trabalham motivados tendem a ter um melhor desempenho, pois a intensidade e o esforço do trabalho com o objetivo de alcançar as metas é maior. Nesse processo, ele aprende a valorizar mais a sua capacidade superação e dever cumprido que a recompensa por prêmios, visto que em alguns casos, o efeito pode ser prejudicial, sobretudo se o colaborador entender como uma forma de controle pela organização. Vimos ainda as Teorias Clássicas da Motivação que ajudam a entender quais são as necessidades pessoais importantes para a motivação; bem como as Teorias Contemporâneas. Assim, é muito comum que se fale sobre liderança, satisfação, percepção do trabalho, mas é fundamental relacionar esses conceitos com a motivação, pois é ela que traz a energia necessária para o funcionário atingir o seu máximo desempenho. 8 Referências DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LÍNGUA PORTUGUESA - MICHAELIS. Motivação. JUDGE, Timothy A.; ROBBINS, Stephen P.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional – Teoria e Prática no Contexto Brasileiro. 14ª Ed. São Paulo: Pearson, 2011. MAXIMIANO, Antônio C. A. Introdução à Administração. 5ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
Compartilhar