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Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri INTERPRETAÇÃO DE EXAMES BIOQUÍMICOS PÂNCREAS A in te rpre tação de exames b ioqu ímicos é fundamenta l na ava l iação de d iversas doenças , inc lu indo as que a fe tam o pâncreas . Isso porque os exames b ioqu ímicos permi tem a quant i f i cação de subs tânc ias presentes no organ ismo, ind icando poss íve is desequ i l íb r ios e a l te rações em processos metabó l icos , a lém de aux i l ia r no d iagnós t ico e mon i to ramento da evo lução de doenças . No caso do pâncreas , exames como ami lase sér ica , l ipase sér ica , t r ips inogên io , e las tase feca l , g l i cemia , hemoglob ina g l i cada e cá lc io sér ico são u t i l i zados para ava l ia r o func ionamento e poss íve is pa to log ias do órgão. Cada um desses exames apresenta va lo res de re fe rênc ia espec í f i cos , que var iam de acordo com o sexo e idade do pac ien te , e sua in te rpre tação deve ser fe i ta por um pro f iss iona l capac i tado, levando em cons ideração ou t ros fa to res c l ín icos do pac ien te . Por exemplo , o aumento da ami lase sér ica e l ipase sér ica pode ind icar pancreat i te aguda, obs t rução de duc to pancreát ico , insu f ic iênc ia rena l ou ou t ras cond ições c l ín icas . Já a d iminu ição da e las tase feca l pode ind icar pancreat i te c rôn ica , f ib rose c ís t i ca ou ou t ras cond ições c l ín icas que a fe tem a produção de enz imas d iges t ivas pe lo pâncreas . A g l i cemia e levada pode ser um ind ica t ivo de pancreat i te aguda ou c rôn ica , espec ia lmente se houver compromet imento das cé lu las be ta do pâncreas , responsáve is pe la p rodução de insu l ina . Dessa fo rma, a in te rpre tação cor re ta dos exames b ioqu ímicos é essenc ia l para o d iagnóst ico precoce e t ra tamento adequado de doenças pancreát icas , aumentando as chances de sucesso no t ra tamento e ev i tando compl icações mais g raves . Por i sso , é fundamenta l que esses exames se jam rea l i zados com regu lar idade e in te rpre tados por pro f iss iona is capac i tados . Em resumo, a ava l iação b ioqu ímica do pâncreas é um impor tan te recurso para a de tecção de doenças e a l te rações metabó l icas que a fe tam o órgão. A in te rpre tação adequada desses exames é c ruc ia l para a ident i f i cação precoce e t ra tamento adequado de pato log ias , permi t indo a recuperação da saúde e qua l idade de v ida dos pac ien tes . Boa le i tu ra do mater ia l ! CAUSAS DA PANCREATITE AGUDA ÁLCOOL; HIPERTRIGLICERIDEMIA; OBSTRUÇÃO DUODENAL; HIPERCALCEMIA; FÁRMACOS; IDIOPÁTICO; GESTAÇÃO; VENENOS; TRAUMA; TUMOR DE PÂNCREAS; COLELITÍASE; CPRE; TOXINAS; DOENÇAS VASCULARES; AGENTES INFECCIOSOS. AMILASE SÉRICA: EXAME MAIS USADO NO DIAGNÓSTICO • 40% da ami lase c i rcu lan te é p roduz ida pe lo pâncreas • 60% - g landu lar sa l i var , t rompas de Fa lóp io , ovár ios , endomét r io , p rós ta ta , mama, pu lmão e poss ive lmente f ígado. LIPASE SÉRICA • Ind icador ma is exa to de pancreat i te •Or igem é in te i ramente pancreát ica Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Leucoc i tose e PCR e levada – processo in f lamatór io • H ipoa lbuminemia – p ro te ína de fase aguda negat iva • H ipoca lcemia e h ipomagnesemia • H iper t r ig l i cer idemia – h iper l ipasemia a t i va a l ipó l i se , com l iberação de ác idos graxos no sangue e aumento na s ín tese hepát ica de TG. • H iperg l i cemia – quando ocor re acomet imento da cauda do pâncreas , levando a de f ic iênc ia de insu l ina e /ou presença de c i toc inas in f lamatór ias no receptor de insu l ina , causando RI . • Hematócr i to a l to – hemoconcent ração provocada por vômi tos excess ivos e/ou sequest ro de l íqu ido para o te rce i ro espaço. • ↑TGO, TGP, GGT, FA e BIL IRRUBINAS – se a causa da pancreat i te fo r de or igem b i l ia r . EXAMES LABORATORIAIS Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Aumento das PTNS de fase aguda negativas As proteínas de fase aguda são proteínas plasmáticas que são sintetizadas pelo fígado em resposta a um processo inflamatório ou infeccioso. O aumento na síntese dessas proteínas é uma resposta adaptativa do organismo para neutralizar a ação de agentes infecciosos ou para promover a reparação dos tecidos danificados. Algumas proteínas de fase aguda são positivas, ou seja, aumentam em níveis sanguíneos durante o processo inflamatório, enquanto outras são negativas, diminuindo durante a inflamação. A hipoalbuminemia, por exemplo, é uma proteína de fase aguda negativa, ou seja, diminui em resposta ao processo inflamatório, enquanto a proteína C reativa (PCR) é uma proteína de fase aguda positiva, aumentando em níveis sanguíneos durante o processo inflamatório. A determinação dos níveis das proteínas de fase aguda pode auxiliar no diagnóstico e monitoramento de doenças inflamatórias e infecciosas, bem como na avaliação da resposta do paciente ao tratamento. Diminuição das PTNS de fase aguda negativa As proteínas de fase aguda negativas são aquelas que sofrem uma redução em sua concentração durante o processo inflamatório agudo. Algumas dessas proteínas são a albumina, transferrina, transtirretina, pré-albumina e a haptoglobina. A diminuição dos níveis dessas proteínas pode ser um sinal de resposta inadequada do organismo ao processo inflamatório, sendo que a albumina é a mais comumente utilizada na prática clínica como um indicador da função hepática e do estado nutricional do paciente. Calcemia infer iores a 7 mg/dl indicam pancreat i te grave e são fa tor de mau prognóst ico. PROTEÍNA C REATIVA PCR >150MG FOI CONSIDERADA EM VÁRIOS ENSAIOS COMO MEDIDA DE AVALIAÇÃO DA PANCREATITE SEVERA. NÃO PODE SER USADO SOZINHO – NÃO É SUFICIENTE PARA AVALIAR PACIENTES NA ADMISSÃO LEVA 36 A 72H PARA SE ELEVAR Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri As prote ínas de fase aguda são um grupo de prote ínas que são produzidas pelo f ígado em resposta a um processo inf lamatór io no organismo. Essas prote ínas são d iv id idas em dois grupos: prote ínas de fase aguda posi t ivas e negat ivas. As prote ínas de fase aguda posi t ivas são aquelas que são produzidas em maior quant idade em resposta a um processo inf lamatór io , como a prote ína C reat iva (PCR) e a ami ló ide sér ico A (SAA) . Essas prote ínas aumentam rapidamente em concentração no sangue em resposta à inf lamação e podem ser usadas para moni torar a progressão e a resolução de processos inf lamatór ios. Já as prote ínas de fase aguda negat ivas, como a a lbumina e a t ransferr ina , d iminuem em concentração no sangue em resposta à inf lamação. Isso ocorre porque essas prote ínas são ut i l i zadas para reparação de tec idos e produção de outras prote ínas, como as imunoglobul inas. A d iminuição da concentração dessas prote ínas pode ser usada para indicar o grau de gravidade de um processo inf lamatór io . Em resumo, a pr inc ipal d i ferença entre as prote ínas de fase aguda posi t ivas e negat ivas é a sua resposta em re lação a um processo inf lamatór io , sendo que as posi t ivas aumentam em concentração e as negat ivas d iminuem em concentração no sangue. PANCREATITE CRÔNICA A pancreat i te c rôn ica é uma in f lamação pro longada do pâncreas que leva à f ib rose e à des t ru ição progressiva do tec ido g landu lar , resu l tando em insu f ic iênc ia pancreát ica . A segu i r , apresentamos as de f in ições , d iagnós t icos e t ra tamentos atua is para pancreat i te c rôn ica , con forme as d i re t r i zes . Def in ição: A pancreat i te c rôn ica é de f in ida como uma in f lamação c rôn ica do pâncreas que causa lesão i r revers íve l do tec ido g landu lar . A doença é carac ter izada por ep isód ios recor ren tes de dor abdomina l , d ispeps ia , perda de peso e d ia r re ia , a lém de compl icações como d iabetes mel l i tus e má absorção de nu t r ien tes . Diagnóst ico: O d iagnóst ico de pancreat i te c rôn ica é baseado na h is tó r ia c l ín ica do pac ien te , exame f í s ico , tes tes labora tor ia is e imagem. A tomogra f ia computador izada (TC) é o exame de imagem mais comumente usado para d iagnos t icar a pancreat i te c rôn ica e ava l ia r sua ex tensão e grav idade. A e las togra f ia pancreát ica , a ressonânc ia magnét ica e a u l t rassonogra f ia endoscóp ica também podem ser usadas para aux i l ia r no d iagnós t ico . A lém d isso , a rea l i zação de tes tes de função pancreát ica , como a dosagem de enz imas pancreát icas no sangue e fezes , pode ser ú t i l para ava l ia r a grav idade da doença. Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Tratamento: O t ra tamento da pancreat i te c rôn ica é mul t i face tado e deve ser ind iv idua l i zado para cada pac ien te . As pr inc ipa is metas do t ra tamento são a l i v ia r a dor abdomina l , p reven i r compl icações , cor r ig i r a insu f ic iênc ia pancreát ica e melhorar a qua l idade de v ida do pac ien te . As es t ra tég ias de t ra tamento podem inc lu i r : Mudanças no es t i lo de v ida : Isso inc lu i abs t inênc ia de á lcoo l , cessação do tabag ismo, perda de peso, d ie ta r i ca em f ib ras e ba ixa em gordura , e exerc íc ios regu la res . Tra tamento da dor : O t ra tamento da dor pode envo lver o uso de ana lgés icos , te rap ia cogn i t i vo-compor tamenta l e in te rvenções endoscóp icas , como a remoção de pedras b i l ia res ou d i la tação do duc to pancreát ico es tenosado. Terap ia de repos ição enz imát ica : Os pac ien tes com insu f ic iênc ia pancreát ica podem prec isar de te rap ia de repos ição enz imát ica para a judar na d iges tão e absorção de a l imentos . Tra tamento de compl icações : As compl icações da pancreat i te c rôn ica , como d iabetes mel l i tus , pseudoaneur ismas e in fecções , devem ser t ra tadas de acordo com as d i re t r i zes es tabe lec idas . C i ru rg ia : A c i ru rg ia pode ser necessár ia em casos se lec ionados de pancreat i te c rôn ica para a l i v ia r a dor abdomina l ou cor r ig i r compl icações , como obs t rução b i l ia r ou es tenose pancreát ica . Em resumo, a pancreat i te c rôn ica é uma doença c rôn ica e deb i l i tan te que requer um t ra tamento mul t id isc ip l inar ind iv idua l i zado. O d iagnós t ico precoce e o t ra tamento adequado são essenc ia is para melhorar a qua l idade de v ida do pac ien te e p reven i r compl icações graves . Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Segue abaixo uma tabela com os pr incipais exames bioquímicos ut i l i zados na aval iação do pâncreas, seus valores de referência em homens e mulheres, e sua interpretação c l ín ica: Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri A ava l iação do pâncreas por me io de exames b ioqu ímicos é de ex t rema impor tânc ia para o d iagnós t ico de cond ições c l ín icas re lac ionadas a esse órgão. A tabe la apresentada ac ima contém os pr inc ipa is parâmet ros u t i l i zados na ava l iação b ioqu ímica do pâncreas , seus va lo res de re fe rênc ia em homens e mulheres e a in te rpre tação c l ín ica de cada parâmet ro . A ami lase sér ica e a l ipase sér ica são do is marcadores comuns para ava l ia r a função pancreát ica . O aumento dessas enz imas pode ind icar pancreat i te aguda, obs t rução de duc to pancreát ico , insu f ic iênc ia rena l ou ou t ras cond ições c l ín icas . A l ipase é cons iderada mais espec í f i ca para pancreat i te aguda do que a ami lase . O t r ips inogên io é uma enz ima ina t iva produz ida pe lo pâncreas , e seu n íve l pode a judar a conf i rmar o d iagnós t ico de pancreat i te aguda. Já a e las tase feca l é um marcador de insu f ic iênc ia pancreát ica exócr ina , que ocor re quando o pâncreas não produz enz imas d iges t ivas su f ic ien tes . A d iminu ição da e las tase feca l pode ind icar pancreat i te c rôn ica , f ib rose c ís t i ca ou ou t ras cond ições c l ín icas . A g l i cemia e a hemoglob ina g l i cada (A1c) são u t i l i zadas na ava l iação de pac ien tes com suspe i ta de d iabetes mel l i tus , uma compl icação da pancreat i te c rôn ica ou da des t ru ição das cé lu las be ta pancreát icas . E , por f im, o cá lc io sér ico é um marcador que pode ind icar pancreat i te c rôn ica quando es tá aba ixo dos va lo res de re fe rênc ia . Em resumo, a ava l iação b ioqu ímica do pâncreas é um impor tan te método para o d iagnós t ico e acompanhamento de doenças pancreát icas e deve ser rea l i zada por um pro f iss iona l qua l i f i cado.
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