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T3-DireitoGuerra

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www.zonadereuniao.com.br 1 Direito da Guerra 
CAPÍTULO 6 
DIREITO DA GUERRA 
 
6.3 - REGRAS DE COMPORTAMENTO 
 
6.3.1 - Em relação aos combatentes inimigos 
a) Nunca atacar um militar inimigo que se renda ou que tenha 
sido capturado, ferido ou se encontre doente. 
 
No trato com os PG, observar os seis procedimentos 
padronizados: revistá-los, guardá-los, mantê-los em silêncio, 
separá-los, protegê-los e evacuá-los para retaguarda, com 
brevidade. Um PG não pode ser morto, torturado ou 
maltratado, pois isto consiste numa grave violação das leis da 
guerra e a perda de uma fonte vital de dados sobre o inimigo. 
Ao se maltratar os PG, estar-se-á desencorajando outros 
soldados inimigos a se renderem e motivando a continuidade 
da resistência. Se, ao contrário, eles forem bem tratados, além 
de incentivar o inimigo à rendição, contribuirá para que eles 
tratem bem os seus prisioneiros (nossos companheiros). 
Tratamento humano dos PG é correto, honroso e prescrito 
nas leis que regem os conflitos armados. 
 
b) O inimigo pode usar diferentes sinais para indicar que está 
se rendendo, porém essa indicação deve ser clara e 
perceptível. É crime atirar num inimigo que tenha deposto sua 
arma e oferecido rendição. 
c) Prover sempre cuidados médicos para os combatentes 
feridos, sejam eles amigos ou inimigos. De acordo com o 
Direito da Guerra, é necessário proporcionar ao inimigo 
doente ou ferido tratamento médico da mesma qualidade que 
o proporcionado ao próprio pessoal. 
d) Quando se captura alguém, nem sempre é possível ter 
certeza se este indivíduo é um inimigo. A confirmação, em 
caso de dúvida, só poderá ser obtida por pessoal 
especialmente adestrado para esse fim em Postos de 
Comando de escalões mais elevados. O captor, contudo, pode 
interrogar seus prisioneiros sobre informações militares de 
valor imediato para o cumprimento de sua missão, porém 
sem nunca ameaçar, torturar ou empregar qualquer outra 
forma de coerção para obter esses conhecimentos. Por sua 
vez, o PG, quando interrogado, só é obrigado a dizer seu 
nome, posto ou graduação, data de nascimento e número de 
matrícula. Ou seja, os dados constantes de sua placa de 
identificação em campanha. 
e) Não se pode tomar de um PG seus bens pessoais, exceto 
aqueles itens claramente de valor militar ou de interesse para 
a produção de informações, tais como: armas, canivetes, 
equipamentos de sapa, de orientação e de comunicações, 
sinalizadores, lanternas, cartas geográficas e documentos 
militares. Nesse caso, a retirada desses bens só se fará após o 
prisioneiro ter sido colocado sob segurança, separado e 
mantido em silêncio. Nada que não tenha algum valor militar 
lhe poderá ser tomado. Somente por ordem de um oficial 
poderá ser retirado dinheiro de um prisioneiro. Nesse caso, 
será fornecido recibo assinado pelo elemento responsável 
pela custódia, no qual serão registrados os dados que 
permitam a perfeita identificação do emitente. 
f) Os PG podem realizar vários tipos de trabalhos, desde que 
estes não estejam relacionados ao esforço de guerra da parte 
captora. O trabalho aceitável que pode ser executado pelos 
PG deve ser limitado, admitindo-se, entretanto, que cavem 
tocas de raposa e abrigos coletivos destinados à sua própria 
proteção. 
g) Segundo as leis que regulam os conflitos armados, não é 
permitido utilizar prisioneiros: como escudo ou medida de 
proteção no ataque ou defesa contra o inimigo; na 
localização, limpeza ou lançamento de minas ou armadilhas; 
ou, ainda, para transportar munição ou equipamentos 
pesados. 
h) Não é permitido atacar localidades. Porém, admite-se 
engajar o inimigo que nelas se encontre, bem como destruir 
qualquer equipamento ou suprimento que o mesmo lá 
possua, quando a sua missão assim exigir. Em qualquer caso, 
as destruições devem se limitar ao absolutamente necessário 
para o cumprimento da missão. Caso se empregue o apoio de 
fogo numa área urbana, só os alvos militares devem ser 
atacados. 
i) Os prédios e instalações protegidos não devem ser 
atacados. Embora uma edificação possa parecer de menor 
importância para quem a ataca, na verdade pode apresentar 
importância relevante para determinado país. Exemplos de 
edificações protegidas: prédios dedicados às atividades 
religiosas, artísticas, científicas ou caritativas; monumentos 
históricos; hospitais e lugares onde os doentes e feridos são 
concentrados e tratados; escolas e orfanatos. Se o inimigo, no 
entanto, utilizar esses lugares para seu refúgio ou com 
propósitos ofensivos, o Comandante deverá comunicar ao seu 
superior, que decidirá sobre um ataque a essas posições, após 
analisar toda a situação. Em caso afirmativo, a destruição 
causada à edificação protegida deve ser a menor possível, 
compatível com as necessidades ditadas pelo cumprimento da 
missão. 
j) Pára-quedistas isolados (como, por exemplo pilotos ou 
tripulação de aeronaves abatidas ou em pane) são 
considerados desamparados até que alcancem o solo. De 
acordo com as regras da guerra, não é permitido atirar neles 
até que cheguem ao chão. Só então, se eles resistirem com 
armas ou não se renderem, poderão ser atacados. Tropas 
pára-quedistas, por outro lado, são sempre consideradas 
combatentes e podem ser atingidas enquanto ainda estiverem 
no ar. 
 
6.3.2 - Com relação aos civis 
a) Não violar os direitos civis nas zonas de guerra. Se cada 
combatente tiver algum conhecimento sobre a cultura e as 
práticas do povo que vive nessas áreas, serão pequenos os 
problemas de identificação dos seus direitos civis. Convém 
lembrar que os civis são protegidos contra atos de violência, 
ameaças e insultos, quer do inimigo, quer de nossas forças. 
b) Eventualmente pode ser necessário movimentar ou 
reposicionar civis, em virtude da urgência exigida pelas 
atividades militares. Sob nenhuma circunstância pode ser 
destruída uma propriedade civil sem aprovação do 
Comandante do mais alto escalão. Da mesma forma, nada 
pode ser retirado ou tomado dos civis sem autorização 
expressa de autoridade competente. A não observância 
dessas regras é uma grave violação das leis sobre o Direito da 
Guerra. 
c) Sob nenhuma circunstância, também, pode-se abrir fogo 
sobre pessoal médico ou equipamentos empregados pelos 
serviços de saúde públicos ou militares do inimigo. A maioria 
do pessoal e das instalações de saúde são distinguidos pelo 
símbolo da Cruz Vermelha. É proibido o uso deste símbolo por 
www.zonadereuniao.com.br 2 Direito da Guerra 
qualquer tropa ou instalação que não as de saúde e de 
assistência humanitária. 
6.3.3 - Outras normas 
a) Segundo as leis que regem os conflitos armados, não é 
permitido o uso de veneno ou meios tóxicos. Entretanto, 
podem ser empregados meios não tóxicos para destruir os 
estoques de alimentos e água do inimigo, de forma a impedir 
que ele disponha desses recursos em combate. 
b) Não é permitido modificar as características das armas com 
o propósito de causar sofrimento desnecessário ao inimigo. 
Também não podem ser utilizadas munições alteradas para 
infligir a máxima destruição ao inimigo.

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