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T2-DireitoGuerra

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www.zonadereuniao.com.br 1 Direito da Guerra 
CAPÍTULO 6 
DIREITO DA GUERRA 
 
6.2 - NORMAS FUNDAMENTAIS 
 
6.2.1 - Responsabilidade pela observância 
Respeitar as regras do Direito da Guerra é uma obrigação 
precípua de todo militar. 
Cada combatente é individualmente responsável pela sua 
observância, mas os Comandantes são os únicos responsáveis 
por fazerem com que seus subordinados as respeitem. 
 
Antes de dar a ordem para uma ação militar, o Comandante 
deve avaliar o risco de cada uma das alternativas para cumprir 
a missão recebida e verificar se elas não violam nenhuma das 
regras do Direito da Guerra. 
 
6.2.2 - Evitar sofrimentos inúteis 
O Direito da Guerra também rege a conduta do combate e o 
uso de certas armas, com o fim de evitar sofrimentos ou 
males que sejam excessivos em relação à vantagem militar 
que possam proporcionar. A necessidade militar não admite a 
crueldade, quer dizer infligir um sofrimento sem motivo, ou 
por vingança. 
 
6.2.3 - Limitar os danos e destruições 
O Direito da Guerra estabelece que os danos e as destruições 
devem se limitar ao necessário para impor a sua própria 
vontade ao adversário. Não podem ser excessivos em relação 
à vantagem militar prevista. Por conseguinte, só se utilizarão 
armas, métodos e meios de combate que causem os danos 
inevitáveis para cumprir a missão recebida. 
 
6.2.4 - Atacar somente objetivos militares 
Segundo as regras que regem os conflitos armados, são 
objetivos militares os combatentes e os seus equipamentos, 
bem como os estabelecimentos e meios de transporte 
militares (exceto os estabelecimentos e meios de transporte 
que tenham o emblema da Cruz Vermelha ou de uma outra 
instituição humanitária), as posições das forças inimigas e os 
bens que, por sua natureza, localização e finalidade, 
contribuam para a ação militar. 
 
É considerada deslealdade, por exemplo, fingir a condição de 
protegido, simular rendição para enganar o adversário ou 
ganhar a sua confiança com a intenção de traí-lo. 
 
Os bens civis (objetos sem finalidade militar e que não servem 
de apoio à ação militar) não constituem objetivos militares e 
merecem proteção. 
 
6.2.5 - Lutar só contra combatentes 
Somente combatentes, ou seja, os membros das forças 
armadas (salvo os pertencentes aos serviços de saúde e 
religioso), têm o direito de combater e podem ser atacados. 
Como membros das forças armadas devem ser consideradas 
todas as pessoas que estiverem usando uniformes militares 
característicos das partes em conflito, conduzindo 
armamento, ou participando, de qualquer forma, em 
operações ou atividades militares. 
 
Incluem-se como não-combatentes a população civil (todas as 
pessoas que não pertençam às forças armadas e não 
participam das hostilidades) e, por conseqüência, não deve 
ser atacada; o mesmo vale para os feridos, náufragos e 
doentes que não tomem parte nas hostilidades. 
 
Os ardis de guerra tais como estratagemas, fintas, armadilhas, 
camuflagem ou simulação de ações são permitidos. No 
entanto, ficam proibidos os meios desleais. 
 
6.2.6 - Respeitar os combatentes inimigos que se renderem 
Esta regra é derivada do princípio no qual fica estipulado o 
respeito e a proteção ao inimigo que já não pode ameaçar ou 
atacar, ou que esteja fora de combate. 
 
Capturando-o, já se consegue alcançar o propósito de 
incapacitá-lo para o combate. 
 
O inimigo que se rende, manifesta claramente a sua intenção 
de não prosseguir combatendo. Em geral, lança suas armas ao 
chão, levanta as mãos, retira seu capacete, agita uma 
bandeira branca ou sinaliza essa intenção com outras atitudes 
evidentes. 
 
Em um conflito armado entre países, um soldado inimigo 
capturado é considerado prisioneiro de guerra (PG). Em outras 
modalidades de conflito (uma guerra civil por exemplo), o 
inimigo capturado não tem a condição de PG e pode ser 
processado judicialmente, mas tem, no entanto, o direito a 
um tratamento humano. 
 
6.2.7 - Proteger os combatentes inimigo feridos, doentes ou 
fora de ação 
O combatente ferido ou doente que já não pode lutar, 
também está fora de combate e, conseqüentemente, não 
constitui uma ameaça. Será tratado como prisioneiro, e terá o 
direito de ser protegido e receber assistência. 
 
6.2.8 - Respeitar e proteger os civis 
Os civis não podem participar diretamente das hostilidades, 
devendo ser respeitados e protegidos contra maus tratos, as 
ameaças, humilhações, vingança e ataques indiscriminados 
que causem danos excessivos às pessoas e aos seus bens. 
 
Os civis também não podem ser tomados como reféns. 
Seus bens e propriedades devem ser respeitados. A pilhagem 
é crime. 
 
6.2.9 - Respeitar o pessoal, os veículos e as instalações do 
serviço de saúde militar ou civil e da Cruz Vermelha 
O Direito da Guerra protege especialmente os feridos e 
doentes, tanto amigos como inimigos, assim como os 
prisioneiros. Por conseguinte, é lógico prever a proteção ativa 
de quem está encarregado de recolher e/ou assistir a essas 
vítimas, nas zonas de combate ou na retaguarda. 
 
A utilização de veículos e instalações do serviço de saúde com 
fins militares de disfarce ou escudo de proteção, ou, ainda, o 
uso indevido do emblema da Cruz Vermelha ou de outra 
organização humanitária, são exemplos de violações graves ao 
Direito da Guerra.

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