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ANEURISMAS E DISSEÇÃO

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PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO 
 
 
PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA 
PATOLOGIA 04: aneurismas da aorta 
Aneurismas e dissecção 
Dilatação anormal localizada de um vaso sanguíneo ou do coração 
Geralmente acomete aorta, coração, coronárias, SNC 
A maioria dos aneurismas são assintomáticos, descobre-se acidentalmente sua existência por meio de exames de 
imagem 
Constituintes da parede: 
Aneurisma verdadeiro 
Aneurisma falso – desenvolve-se a partir de uma ruptura arterial, em que ocorre contenção da hemorragia 
pelos tecidos adjacentes; decorrente de lesões traumáticas (ex: perfuração da parede por tiro, cateterismo...) 
Dissecção arterial – ruptura da adventícia, se origina quando o sangue entra na parede arterial, como um 
hematoma; estresse hemodinâmico, HAS, síndromes... 
Aneurismas verdadeiros e falsos – podem se romper 
Dilatação localizada e permanente com diâmetro de > 50% ao segmento normal 
Ectasia: dilatação localizada inferior a 50% - uma má formação anatômica 
 
Aneurismas 
Verdadeiro – envolve 3 camadas da artéria → intima, média e adventícia; saculares (bolsa esférica, vaso dilatado) e 
fusiformes 
Falso – se desenvolve a partir de uma ruptura arterial; há contenção do sangue por tecidos adjacentes aorta 
Localização: aorta abdominal (65%), aorta torácica (19%), aorta ilíaca, toracoabdominal, artéria ilíaca 
Patogenia: 
Multifatorial 
 Estrutura ou função do tecido conjuntivo no interior da parede vascular comprometido 
 Degradação e síntese de colágeno 
 Hipertensão 
Degeneração cística da média – metaloproteinases: degradação do colágeno, elastina, proteoglicano, elástica e 
fibronectina → alterações degenerativas da aorta → fibras elásticas desorganizadas e enfraquecimento da estrutura 
A predisposição do aneurisma da aorta está envolvida com aterosclerose (AAA) e hipertensão (aneurismas de aorta 
torácica AAT) 
 
Aneurismas saculados 
Geralmente evoluem com hemorragia por uma ruptura grave 
Forma variada; dilatações saculares, alongadas e com paredes finas 
Aspecto de amora 
Podem ter de milímetros a centímetros 
PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO 
 
 
PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA 
Podem comprometer estruturas 
Surgem em bifurcações 
Aneurismas micóticos – oriundos de um processo infeccioso por fungos ou bactérias 
Endocardite infecciosa – embolização de trombo séptico 
Processo supurativo adjacente 
Infecção da parede arterial 
 
Aneurisma sifilítico sacular da aorta descendente – infecção da camada média da aorta pelo Treponema palidum que 
gera um processo inflamatório que afeta a vaso vasorium e evolui para isquemia 
 
Aneurisma da aorta abdominal (AAA) 
Dilatação irreversível de um vaso que excedeu seu diâmetro normal para o padrão da idade e do peso do paciente 
São os mais comuns 
Saculares ou fusiformes, portanto, verdadeiros 
Quando o diâmetro do segmento comprometido estiver acima de 3cm 
Epidemiologia: lesões que apresentam elevada morbidade e mortalidade; a maioria é assintomático e detectados de 
forma ocasional por exames de imagens realizados por outros motivos 
 Comum em pacientes acima dos 60 anos 
Fatores de risco: idade avançada, gênero masculino 2:1; histórico de tabagismo; histórico familiar; 
hipercolesterolemia; HAS; pré disposição a doenças coronarianas 
Fisiopatologia: formação associada ao processo inflamatório crônico da parede da aorta; degradação das proteínas do 
tecido conjuntivo; alterações da elastina do tecido; proteinases 
Geralmente estão posicionados abaixo das arteriais renais; 15 – 25 cm de comprimento; associado a processos 
trombóticos; pode afetar artérias renais, mesentéricas superiores e inferiores → estreitamento/oclusão com trombos 
murais 
Processo inflamatório crônico, densa fibrose 
Aspectos clínicos: massa abdominal pulsátil perto do umbigo – diagnosticado durante a verificação dessa dor 
 Ruptura: intensa dor na cavidade peritoneal – hemorragia fatal 
Isquemia da artéria mesentérica – pode gerar infarto intestinal 
Síndrome de Leriche – oclusão da aorta abdominal na sua bifurcação – paciente fica sem perfusão no membro inferior 
direito ou esquerdo 
Aneurismas com 5cm ou mais são tratados com procedimentos cirúrgicos – colocando endo próteses; mortalidade 
operatória: 5% em aneurismas que não romperam; cirurgia de urgência: mortalidade > 50% 
Acima de 6cm – grande risco de cirurgia 
Tratamento: cessar tabagismo, tratar HAS, dispidemia e outros fatores de risco da aterosclerose; cirurgia aberta e 
reparo endovascular 
 
PATOLOGIA ESPECIAL CAMILA SANTIAGO 
 
 
PATOLOGIA ESPECIAL | MEDICINA 
AAA micóticos – raros, a maioria é ocasionada por infecções pré existentes – Salmonella, Straphytococus aureus, 
Streptococcus sp 
 
Aneurismas da aorta torácica (AAT) 
Manifestações clínicas: assintomático; diagnosticados ao acaso; invasão de estruturas do mediastino; repercussões 
pulmonares e nas vias aéreas; compressão do esôfago; irritação dos nervos laríngeos recorrentes; ruptura 
Aorta ascendente – local de maior incidência 
Associado a síndromes genéticas que alteram a qualidade do colágeno 
 
Dissecção da aorta – evento patológico agudo caracterizado pela delaminação da camada média, a partir de uma 
ruptura da intima, criando uma falsa luz por onde o sangue corre paralelamente; ruptura acontece principalmente nos 
pontos de tensão do vaso 
Risco de rompimento: extravasamento de grande quantidade de sangue para outras localidades, levando o paciente a 
óbito; letalidade alta 
Associado ao quadro da HAS 
Preponderância em homens do sexo masculino entre 40 a 60 anos 
Patogenia: 
 Centrada na HAS → faz com que ocorra a hipertrofia da camada média da vasa vasorium → níveis tensionais 
elevados → remodelamento vascular → perda da capacidade de vasoreatividade → gera isquemia local → ações 
degenerativas → liberação de enzimas proteolíticas que causam degradação do tecido → perda de células mm. lisas da 
média → dissecção 
 
Síndrome de Marfan 
Degeneração cística média precoce; alterações na síntese de fibrilina → estrutura das fibras elásticas 
Mutações da fibrilina 1 interfere no desenvolvimento de componentes de comprometem a integridade do tecido 
vascular 
Defeito no cromossomo 15 – alteração da fibrilina 
Enfraquecimento da parede vascular, levando a maior suscetibilidade a dissecções 
 
Síndrome de Ehlers Danlos 
Falha na síntese do colágeno III nos vasos – pouca resistência mecânica 
6 tipos, mais comuns: 1, 2 e 3 
Fragilidade da parede vascular – formação de aneurismas 
 
Consequências da dissecção aguda da aorta 
Envolve várias estruturas anatômicas 
Infarto, choque, insuficiência cardíaca aguda, trombo, derrame...

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