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2 Direitos Humanos Pós Graduação Intervale

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AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS – 
ASPECTOS HISTÓRICOS, 
CONCEITUAIS E 
CONJUNTURAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ana Cristina Aguilar Viana 
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TEMA 1 – SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO ESPECÍFICA 
As Nações Unidas explicam em sua página oficial que: 
O Sistema de Direitos Humanos da ONU é particularmente complexo. 
Consiste em quatro entidades permanentes separadas, porém 
interligadas, além de entidades temporárias ad hoc [feitos para uma 
finalidade específica], tais como comissões de inquérito independentes 
ou missões de determinação de fatos (Fact-Finding missions) 
estabelecidas pelo Conselho de Direitos Humanos. (ONU, S.d.) 
Outrossim, distintamente do sistema geral de proteção de direitos 
humanos, que visa e se destina a qualquer indivíduo, o sistema especial é 
dedicado a um sujeito concreto de direito em atenção às suas concretudes e 
relações tecidas. Aquele sujeito que até então era destituído de cor, credo e raça 
ganha uma nuance com o sistema especial de proteção. 
Trata-se de um instrumento de proteção a pessoas particularmente 
vulneráveis, as quais merecem especial proteção. São sistemas de proteção: a 
Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial, 
a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra 
a mulher (CEDAW) e a Convenção sobre os direitos da criança, dentre outros 
relevantes instrumentos internacionais. 
Esse sistema tem uma lógica principiológica específica, a qual é focada no 
valor da pessoa humana. São instrumentos que juntos visam aprimorar o corpo 
de institutos de proteção e defesa dos direitos humanos. Esta aula se dedica a 
trabalhar com o sistema de proteção específica. 
TEMA 2 – CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS 
AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL 
A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação racial (USP, S.d.) foi adotada pela Resolução n. 2.106-A da 
Assembleia das Nações Unidas, em 21 de dezembro de 1965. Aprovada pelo 
Decreto Legislativo n. 23/1967 e ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968, 
entrou em vigor no país em 4 de janeiro de 1969. 
Segundo Piovesan e Guimarães (S.d.), 
Três relevantes fatores históricos impulsionaram o processo de 
elaboração desta Convenção na década de 60, destacando-se o 
ingresso de dezessete novos países africanos na ONU em 1960, a 
realização da Primeira Conferência de Cúpula dos Países Não-Aliados 
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em Belgrado em 1961 e o ressurgimento de atividades nazifascistas na 
Europa. 
Tendo em vista se tratar de uma ferramenta global de proteção dos direitos 
humanos, o qual foi editado pelas Nações Unidas, a convenção faz parte do 
sistema especial de proteção dos direitos humanos. 
A convenção, no preâmbulo, faz referência à Carta das Nações Unidas 
(ONU, 1945), bem como a seus propósitos de defesa da dignidade e da igualdade 
a todos os seres humanos. Menciona que as Nações Unidas condenam o 
colonialismo e qualquer prática de segregação e discriminação a elas associadas 
em qualquer forma de existência, buscando assim proteger contra a discriminação 
ou o incitamento à discriminação. Leva-se ainda em consideração no preâmbulo 
que a Declaração sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial 
(USP, S.d.) propugna pela necessidade de eliminar a discriminação racial no 
mundo em todas as suas maneiras de manifestação, assegurando o respeito à 
dignidade humana. 
Afirma, ainda, que a doutrina da superioridade que se baseia em distinções 
raciais tem origem científica falsa, sendo condenável de modo moral, além de ser 
perigosa e injusta, inexistindo assim qualquer justificativa para a promoção da 
discriminação racial, na teoria ou na prática. Considera, também, que a 
discriminação entre pessoas por razões de raça se constitui em um obstáculo às 
relações pacíficas entre as nações e tem o condão de perturbar a paz e a 
segurança entre os povos. 
A convenção aponta para a existência de manifestações de discriminação 
racial em diversas áreas do mundo por questões governamentais baseadas em 
superioridade racial, como o apartheid (que já existia na época da convenção). O 
que a convenção objetiva, portanto, é a eliminação da discriminação racial em 
todas as suas formas e manifestações, além de combater doutrinas e práticas 
racistas. 
No art. 1º da convenção, encontramos a definição de discriminação racial: 
Artigo 1º 
§1. Para fins da presente Convenção, a expressão "discriminação racial" 
significará toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em 
raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por 
objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou 
exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos 
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, 
social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública (USP, S.d.). 
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Já o art. 2º determina que os estados membros adotem medidas de 
eliminação da discriminação racial em todas as suas formas: 
Artigo 2º 
§1. .Os Estados Membros condenam a discriminação racial e 
comprometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem 
dilações, uma política destinada a eliminar a discriminação racial em 
todas as suas formas e a encorajar a promoção de entendimento entre 
todas as raças [...] (USP, S.d.). 
Havendo alguma prática de discriminação racial, os Estados-membros 
devem promover ações visando assegurar que as pessoas tenham proteção e 
possam manejar recursos eficazes perante os tribunais nacionais, bem como 
possam receber indenização diante da prática de qualquer ato discriminatório. 
A relevância dada a uma cultura contrária à discriminação, assim como a 
necessidade de educação sobre modos de proteção à discriminação de raça, vêm 
estabelecida no art. 7º: 
Artigo 7º 
Os Estados Membros comprometem-se a tomar as medidas imediatas e 
eficazes, principalmente no campo do ensino, educação, cultura, e 
informação, para lutar contra preconceitos que levem à discriminação 
racial e promover o entendimento, a tolerância e a amizade entre nações 
e grupos raciais e étimos, sim como propagar os propósitos e os 
princípios da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, da Declaração das Nações Unidas Sobre a 
Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial e da presente 
Convenção (USP, S.d.). 
Finalmente, deve-se considerar que a convenção coloca duas metas 
fundamentais, as quais visam implementar o direito de igualdade, isto é, o 
combate a toda e qualquer forma de discriminação racial e a promoção de 
igualdade. 
Quanto aos mecanismos de implementação da convenção, foi prevista a 
criação de comitê para a eliminação da discriminação racial, órgão que é 
composto por dezoito peritos de estatura moral, eleitos pelos Estados que fazem 
parte da convenção. Além disso, existem outros instrumentos, como relatórios, 
comunicações entre os Estados e petições. 
No que se refere ao impacto da convenção no direito brasileiro, Piovesan e 
Guimarães (S.d.) explicam que: “Ao avaliar o impacto jurídico da Convenção no 
Direito Brasileiro, constata-se uma grande evolução legislativa nacional em 
relação ao combate à discriminação racial”. Os autores mencionam a existência 
da Lei n. 1.390/1951, além do art. 5º da Constituição (CF/1988), em seus incisos 
XLI e XLII, que diz: "a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e 
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liberdades fundamentais [...] a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. 
No entanto, Piovesane Guimarães (S.d.) consideram que o instrumento 
internacional seja um grande avanço 
Apesar da legislação avançada (principalmente no âmbito 
constitucional), não tem se refletido na prática de maneira uniforme e 
constante a coibição da discriminação racial [...] pois além de ser velada 
no Brasil, normalmente envolve como infratores pessoas de classes 
sociais elevadas, as quais dificilmente são punidas criminalmente. 
(Piovesan; Guimarães, S.d.) 
Assim, Piovesan e Guimarães (S.d.) concluem que é 
fundamental estimular uma consciência jurídica crítica capaz de tornar 
efetiva a eliminação da discriminação racial, combinando estratégias 
repressivas e promocionais, que propiciem a plena implementação do 
direito à igualdade, com a crença de que somos iguais, mas diferentes e 
diferentes, mas sobretudo iguais. 
TEMA 3 – CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS 
AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER (CEDAW) 
A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação 
contra a mulher (CEDAW) (Pimentel, S.d.), conhecida como Convenção da 
mulher, é considerada o primeiro tratado internacional a oferecer disposições 
amplas sobre os direitos humanos da mulher. Os propósitos da convenção são 
dois: promover os direitos da mulher na busca e na propagação da igualdade de 
gênero e reprimir qualquer tipo de discriminação contra as mulheres dos Estados-
membros que aderiram à convenção. 
A convenção entrou em vigor em 1981, decorrente de décadas de esforços 
que visaram a proteção e a promoção dos direitos das mulheres. As iniciativas 
que resultaram na convenção foram aquelas realizadas no âmbito da comissão 
sobre a situação da mulher da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa 
comissão foi criada no âmbito do Sistema das Nações Unidas em 1946, e teve 
como propósito analisar e elaborar recomendações para a formulação de políticas 
públicas para os países signatários da convenção com vistas a aprimorar o status 
da mulher. 
Com efeito, a comissão desenvolveu, entre os anos 1949 e 1962, uma série 
de tratados, visando a proteção e a promoção dos direitos das mulheres em 
diversas áreas: a Convenção dos direitos políticos das mulheres (1952); a 
Convenção sobre a nacionalidade de mulheres casadas (1957); a Convenção 
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sobre o casamento por consenso, idade mínima para casamento e registro de 
casamentos (1962). 
Sessenta e quatro países assinaram a convenção, a qual é tomada como 
parâmetro básico de ações dos Estados nos âmbitos público e privado visando à 
igualdade de gênero. 
O preâmbulo traz também a referência à Carta das Nações Unidas (ONU, 
1945) e reafirma o compromisso travado na busca dos direitos fundamentais do 
homem, na dignidade e no valor da pessoa e nos direitos do homem e da mulher. 
Ressalta que as resoluções das Nações Unidas visam estabelecer a proteção aos 
direitos humanos com base no princípio da igualdade de direitos entre homens e 
mulheres. Destaca também uma preocupação com o fato de, em situações de 
pobreza, a mulher deter um acesso mínimo a questões básicas de subsistência, 
como alimentação, saúde, educação, entre outros. 
Em seu art. 1º, a convenção estabelece o que vem a ser a discriminação 
contra a mulher: 
Artigo 1º 
Para os fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra 
a mulher” significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no 
sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o 
reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher independentemente de 
seu estado civil com base na igualdade do homem e da mulher, dos 
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos: político, 
econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo (Pimentel, 
S.d.). 
Já o art. 2º, especifica os comprometimentos necessários aos Estados 
signatários: 
Artigo 2º 
Os Estados-parte condenam a discriminação contra a mulher em todas 
as suas formas, concordam em seguir, por todos os meios apropriados 
e sem dilações, uma política destinada a eliminar a discriminação contra 
a mulher, e com tal objetivo se comprometem a: 
a) Consagrar, se ainda não o tiverem feito, em suas constituições 
nacionais ou em outra legislação apropriada, o princípio da igualdade do 
homem e da mulher e assegurar por lei outros meios apropriados à 
realização prática desse princípio; 
b) Adotar medidas adequadas, legislativas e de outro caráter, com as 
sanções cabíveis e que proíbam toda discriminação contra a mulher; 
c) Estabelecer a proteção jurídica dos direitos da mulher numa base de 
igualdade com os do homem e garantir, por meio dos tribunais nacionais 
competentes e de outras instituições públicas, a proteção efetiva da 
mulher contra todo ato de discriminação; 
d) Abster-se de incorrer em todo ato ou prática de discriminação contra 
a mulher e zelar para que as autoridades e instituições públicas atuem 
em conformidade com esta obrigação; 
e) Tomar as medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra a 
mulher praticada por qualquer pessoa, organização ou empresa; 
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f) Adotar todas as medidas adequadas, inclusive de caráter legislativo, 
para modificar ou derrogar leis, regulamentos, usos e práticas que 
constituam discriminação contra a mulher; 
g) Derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam 
discriminação contra a mulher (Pimentel, S.d.). 
Segundo Pimentel (S.d.), a convenção 
é a grande Carta Magna dos direitos das mulheres e simboliza o 
resultado de inúmeros avanços principiológicos, normativos e políticos 
construídos nas últimas décadas, em um grande esforço global de 
edificação de uma ordem internacional de respeito à dignidade de todo 
e qualquer ser humano. 
A autora ainda diz que 
A Convenção vai além das garantias de igualdade e idêntica proteção, 
viabilizada por instrumentos legais vigentes, estipulando medidas para o 
alcance da igualdade entre homens e mulheres, independentemente de 
seu estado civil, em todos os aspectos da vida política, econômica, social 
e cultural (Pimentel, S.d.). 
Ainda que se diga que houve grandes avanços no que tange à normativas 
sobre os direitos das mulheres em um âmbito global, a desigualdade de gênero 
ainda é grande sendo que os direitos das mulheres ainda estão a largos passos 
de alcançar plena realização prática. O mundo globalizado ainda é um mundo de 
cultura patriarcal, sendo que as modificações nesse espectro ocorrem de modo 
lento e gradual. Não é por acaso que a desigualdade de gênero é uma das lutas 
travadas e inscritas na Agenda 2030 (ONU, 2015) para um desenvolvimento 
sustentável das Nações Unidas. 
TEMA 4 – CONVENCÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA 
Por meio do Decreto n. 6.949/2009 foi ratificada e promulgada a 
Convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência e 
seu protocolo facultativo, assinados em Nova York em 30 de março de 2007. 
O preâmbulo também faz remissão à Carta das Nações Unidas (ONU, 
1945). O foco no caso dessa convenção é a indivisibilidade, a interdependência e 
a universalidade de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. 
Reconhece que a deficiência se trata de um conceito em evolução e que ela 
resulta da interação entre pessoas com deficiência e suas barreiras na formulação 
e na implementação de políticas públicas, seja em programas de ações nacionais, 
seja em programas de ações internacionais. 
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A convecção aponta para a discriminação das pessoas com deficiência e 
elenca a preocupação com as barreiras enfrentadas por elas em todos os países, 
mas sobretudo nos países em desenvolvimento. Ressalta também que mulheres 
e meninas estão mais expostas a problemas em razão de deficiências, sendo, 
portanto, necessária a incorporaçãoda perspectiva de gênero igualmente nesse 
âmbito. 
Em seu art. 1º, a convenção descreve o seu propósito, bem como define 
quem são as pessoas com deficiência. 
Artigo 1 
Propósito 
O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o 
exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o 
respeito pela sua dignidade inerente. 
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em 
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais 
pessoas (Brasil, 2009). 
As orientações gerais sobre os comprometimentos da convenção vêm 
estabelecidas no art. 4: 
a) Adotar todas as medidas legislativas, administrativas e de qualquer 
outra natureza, necessárias para a realização dos direitos reconhecidos 
na presente Convenção; 
b) Adotar todas as medidas necessárias, inclusive legislativas, para 
modificar ou revogar leis, regulamentos, costumes e práticas vigentes, 
que constituírem discriminação contra pessoas com deficiência; 
c) Levar em conta, em todos os programas e políticas, a proteção e a 
promoção dos direitos humanos das pessoas com deficiência; 
d) Abster-se de participar em qualquer ato ou prática incompatível com 
a presente Convenção e assegurar que as autoridades públicas e 
instituições atuem em conformidade com a presente Convenção; 
e) Tomar todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação 
baseada em deficiência, por parte de qualquer pessoa, organização ou 
empresa privada; 
f) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, 
serviços, equipamentos e instalações com desenho universal, conforme 
definidos no Artigo 2 da presente Convenção, que exijam o mínimo 
possível de adaptação e cujo custo seja o mínimo possível, destinados 
a atender às necessidades específicas de pessoas com deficiência, a 
promover sua disponibilidade e seu uso e a promover o desenho 
universal quando da elaboração de normas e diretrizes; 
g) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a 
disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, inclusive as 
tecnologias da informação e comunicação, ajudas técnicas para 
locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados a pessoas 
com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo acessível; 
h) Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a 
respeito de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias 
assistivas, incluindo novas tecnologias bem como outras formas de 
assistência, serviços de apoio e instalações; 
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i) Promover a capacitação em relação aos direitos reconhecidos pela 
presente Convenção dos profissionais e equipes que trabalham com 
pessoas com deficiência, de forma a melhorar a prestação de assistência 
e serviços garantidos por esses direitos (Brasil, 2009). 
Já o art. 9º traz questões sobre a necessidade de acessibilidade aos 
deficientes: 
Artigo 9 
Acessibilidade 
1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma 
independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os 
Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às 
pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com 
as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e 
comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e 
comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao 
público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural [...] (Brasil, 
2009). 
São diversas as seções tratadas que mostram as preocupações com os 
deficientes, abordando desde a habilitação até a reabilitação, passando por 
trabalho e emprego, padrão de vida, participação na vida política, pública e cultural 
e medidas de conscientização. 
TEMA 5 – CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA 
A convenção dos direitos da criança foi ratificada no Brasil por meio do 
Decreto n. 99.710/1990. O preâmbulo também remete à Carta das Nações Unidas 
(ONU, 1945), focando a proteção das crianças, recordando suas limitações 
físicas, mentais e de maturidade. Reconhece, contudo, a importância das 
tradições e dos valores culturais de cada Estado. 
A definição de criança vem estabelecida no art. 1º do preâmbulo: “Para 
efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com 
menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei 
aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes” (Brasil, 1990) 
Segundo a Unicef, a Convenção sobre os direitos da criança é “o 
instrumento de direitos humanos mais aceito na história universal. Foi ratificado 
por 196 países. Somente os Estados Unidos não ratificaram a Convenção. O 
Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança em 24 de setembro de 
1990” (UNICEF, S.d.). 
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Assim, os Estados-membros têm a obrigação de proteger as crianças 
contra todas as maneiras de discriminação e garantir assistência material e 
humana em diversas áreas. 
Nesta aula estudamos o sistema global de proteção específica. Assim, 
foram examinadas a Convenção internacional sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação racial; a Convenção internacional sobre a eliminação de 
todas as formas de discriminação contra a mulher; a Convenção sobre os direitos 
das pessoas com deficiência; e, finalmente, a Convenção sobre os direitos da 
criança. 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 2019. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. 
Acesso em: 15 set. 2019. 
_____. Decreto legislativo n. 23, de 21 de junho de 1967. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 jun. 1967. Disponível em: 
<https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1960-1969/decretolegislativo-23-
21-junho-1967-346759-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 15 set. 2019. 
_____. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 26 ago. 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. 
Acesso em: 15 set. 2019. 
_____. Decreto n. 99.710, de 21 de novembro de 1990. Diário Oficial da União, 
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_____. Lei n. 1.390, de 3 de julho de 1951. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 10 jul. 1951. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1390.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. 
CONVENÇÃO Internacional sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação racial: 1968. Biblioteca Virtual de Direitos Humanos; USP, S.d. 
Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Preven%C3%A7
%C3%A3o-contra-a-Discrimina%C3%A7%C3%A3o-e-Prote%C3%A7%C3%A3o-
das-Minorias/convencao-internacional-sobre-a-eliminacao-de-todas-as-formas-
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ONU – Organização das Nações Unidas. A Carta das Nações Unidas, 1945. 
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/carta/>. Acesso em: 16 set. 2019. 
_____. As Nações Unidas e os direitos humanos. Disponível em: 
<https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/sistemaonu/>. Acesso em: 15 set. 
2019. 
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_____. Derechos Humanos. Oficina del Alto Comisionado. América del Sur. 
Oficina Regional. Disponível em: <http://acnudh.org>. Acessoem: 15 set. 2019. 
_____. Plataforma Agenda 2030, 2015. Disponível em: 
<http://www.agenda2030.com.br/>. Acesso em: 16 set. 2019. 
PIMENTEL, S. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de 
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PIOVESAN, F.; GUIMARÃES, L. C. R. Convenção sobre a eliminação de todas 
as formas de discriminação racial. PGE – Procuradoria Geral do Estado de São 
Paulo. Disponível em: <http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtu
al/direitos/tratado8.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. 
UNICEF – Fundo da Nações Unidas para a Infância. Convenção sobre os 
direitos da criança. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/convencao-
sobre-os-direitos-da-crianca>. Acesso em: 15 set. 2019. 
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http://acnudh.org/
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/direitos/tratado8.htm
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https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca
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