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AULA 3 DIREITOS HUMANOS – ASPECTOS HISTÓRICOS, CONCEITUAIS E CONJUNTURAIS Profª Ana Cristina Aguilar Viana A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 2 TEMA 1 – SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO ESPECÍFICA As Nações Unidas explicam em sua página oficial que: O Sistema de Direitos Humanos da ONU é particularmente complexo. Consiste em quatro entidades permanentes separadas, porém interligadas, além de entidades temporárias ad hoc [feitos para uma finalidade específica], tais como comissões de inquérito independentes ou missões de determinação de fatos (Fact-Finding missions) estabelecidas pelo Conselho de Direitos Humanos. (ONU, S.d.) Outrossim, distintamente do sistema geral de proteção de direitos humanos, que visa e se destina a qualquer indivíduo, o sistema especial é dedicado a um sujeito concreto de direito em atenção às suas concretudes e relações tecidas. Aquele sujeito que até então era destituído de cor, credo e raça ganha uma nuance com o sistema especial de proteção. Trata-se de um instrumento de proteção a pessoas particularmente vulneráveis, as quais merecem especial proteção. São sistemas de proteção: a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial, a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (CEDAW) e a Convenção sobre os direitos da criança, dentre outros relevantes instrumentos internacionais. Esse sistema tem uma lógica principiológica específica, a qual é focada no valor da pessoa humana. São instrumentos que juntos visam aprimorar o corpo de institutos de proteção e defesa dos direitos humanos. Esta aula se dedica a trabalhar com o sistema de proteção específica. TEMA 2 – CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial (USP, S.d.) foi adotada pela Resolução n. 2.106-A da Assembleia das Nações Unidas, em 21 de dezembro de 1965. Aprovada pelo Decreto Legislativo n. 23/1967 e ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968, entrou em vigor no país em 4 de janeiro de 1969. Segundo Piovesan e Guimarães (S.d.), Três relevantes fatores históricos impulsionaram o processo de elaboração desta Convenção na década de 60, destacando-se o ingresso de dezessete novos países africanos na ONU em 1960, a realização da Primeira Conferência de Cúpula dos Países Não-Aliados A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 3 em Belgrado em 1961 e o ressurgimento de atividades nazifascistas na Europa. Tendo em vista se tratar de uma ferramenta global de proteção dos direitos humanos, o qual foi editado pelas Nações Unidas, a convenção faz parte do sistema especial de proteção dos direitos humanos. A convenção, no preâmbulo, faz referência à Carta das Nações Unidas (ONU, 1945), bem como a seus propósitos de defesa da dignidade e da igualdade a todos os seres humanos. Menciona que as Nações Unidas condenam o colonialismo e qualquer prática de segregação e discriminação a elas associadas em qualquer forma de existência, buscando assim proteger contra a discriminação ou o incitamento à discriminação. Leva-se ainda em consideração no preâmbulo que a Declaração sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial (USP, S.d.) propugna pela necessidade de eliminar a discriminação racial no mundo em todas as suas maneiras de manifestação, assegurando o respeito à dignidade humana. Afirma, ainda, que a doutrina da superioridade que se baseia em distinções raciais tem origem científica falsa, sendo condenável de modo moral, além de ser perigosa e injusta, inexistindo assim qualquer justificativa para a promoção da discriminação racial, na teoria ou na prática. Considera, também, que a discriminação entre pessoas por razões de raça se constitui em um obstáculo às relações pacíficas entre as nações e tem o condão de perturbar a paz e a segurança entre os povos. A convenção aponta para a existência de manifestações de discriminação racial em diversas áreas do mundo por questões governamentais baseadas em superioridade racial, como o apartheid (que já existia na época da convenção). O que a convenção objetiva, portanto, é a eliminação da discriminação racial em todas as suas formas e manifestações, além de combater doutrinas e práticas racistas. No art. 1º da convenção, encontramos a definição de discriminação racial: Artigo 1º §1. Para fins da presente Convenção, a expressão "discriminação racial" significará toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública (USP, S.d.). A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 4 Já o art. 2º determina que os estados membros adotem medidas de eliminação da discriminação racial em todas as suas formas: Artigo 2º §1. .Os Estados Membros condenam a discriminação racial e comprometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem dilações, uma política destinada a eliminar a discriminação racial em todas as suas formas e a encorajar a promoção de entendimento entre todas as raças [...] (USP, S.d.). Havendo alguma prática de discriminação racial, os Estados-membros devem promover ações visando assegurar que as pessoas tenham proteção e possam manejar recursos eficazes perante os tribunais nacionais, bem como possam receber indenização diante da prática de qualquer ato discriminatório. A relevância dada a uma cultura contrária à discriminação, assim como a necessidade de educação sobre modos de proteção à discriminação de raça, vêm estabelecida no art. 7º: Artigo 7º Os Estados Membros comprometem-se a tomar as medidas imediatas e eficazes, principalmente no campo do ensino, educação, cultura, e informação, para lutar contra preconceitos que levem à discriminação racial e promover o entendimento, a tolerância e a amizade entre nações e grupos raciais e étimos, sim como propagar os propósitos e os princípios da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Declaração das Nações Unidas Sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial e da presente Convenção (USP, S.d.). Finalmente, deve-se considerar que a convenção coloca duas metas fundamentais, as quais visam implementar o direito de igualdade, isto é, o combate a toda e qualquer forma de discriminação racial e a promoção de igualdade. Quanto aos mecanismos de implementação da convenção, foi prevista a criação de comitê para a eliminação da discriminação racial, órgão que é composto por dezoito peritos de estatura moral, eleitos pelos Estados que fazem parte da convenção. Além disso, existem outros instrumentos, como relatórios, comunicações entre os Estados e petições. No que se refere ao impacto da convenção no direito brasileiro, Piovesan e Guimarães (S.d.) explicam que: “Ao avaliar o impacto jurídico da Convenção no Direito Brasileiro, constata-se uma grande evolução legislativa nacional em relação ao combate à discriminação racial”. Os autores mencionam a existência da Lei n. 1.390/1951, além do art. 5º da Constituição (CF/1988), em seus incisos XLI e XLII, que diz: "a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 5 liberdades fundamentais [...] a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”. No entanto, Piovesane Guimarães (S.d.) consideram que o instrumento internacional seja um grande avanço Apesar da legislação avançada (principalmente no âmbito constitucional), não tem se refletido na prática de maneira uniforme e constante a coibição da discriminação racial [...] pois além de ser velada no Brasil, normalmente envolve como infratores pessoas de classes sociais elevadas, as quais dificilmente são punidas criminalmente. (Piovesan; Guimarães, S.d.) Assim, Piovesan e Guimarães (S.d.) concluem que é fundamental estimular uma consciência jurídica crítica capaz de tornar efetiva a eliminação da discriminação racial, combinando estratégias repressivas e promocionais, que propiciem a plena implementação do direito à igualdade, com a crença de que somos iguais, mas diferentes e diferentes, mas sobretudo iguais. TEMA 3 – CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER (CEDAW) A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (CEDAW) (Pimentel, S.d.), conhecida como Convenção da mulher, é considerada o primeiro tratado internacional a oferecer disposições amplas sobre os direitos humanos da mulher. Os propósitos da convenção são dois: promover os direitos da mulher na busca e na propagação da igualdade de gênero e reprimir qualquer tipo de discriminação contra as mulheres dos Estados- membros que aderiram à convenção. A convenção entrou em vigor em 1981, decorrente de décadas de esforços que visaram a proteção e a promoção dos direitos das mulheres. As iniciativas que resultaram na convenção foram aquelas realizadas no âmbito da comissão sobre a situação da mulher da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa comissão foi criada no âmbito do Sistema das Nações Unidas em 1946, e teve como propósito analisar e elaborar recomendações para a formulação de políticas públicas para os países signatários da convenção com vistas a aprimorar o status da mulher. Com efeito, a comissão desenvolveu, entre os anos 1949 e 1962, uma série de tratados, visando a proteção e a promoção dos direitos das mulheres em diversas áreas: a Convenção dos direitos políticos das mulheres (1952); a Convenção sobre a nacionalidade de mulheres casadas (1957); a Convenção A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 6 sobre o casamento por consenso, idade mínima para casamento e registro de casamentos (1962). Sessenta e quatro países assinaram a convenção, a qual é tomada como parâmetro básico de ações dos Estados nos âmbitos público e privado visando à igualdade de gênero. O preâmbulo traz também a referência à Carta das Nações Unidas (ONU, 1945) e reafirma o compromisso travado na busca dos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa e nos direitos do homem e da mulher. Ressalta que as resoluções das Nações Unidas visam estabelecer a proteção aos direitos humanos com base no princípio da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Destaca também uma preocupação com o fato de, em situações de pobreza, a mulher deter um acesso mínimo a questões básicas de subsistência, como alimentação, saúde, educação, entre outros. Em seu art. 1º, a convenção estabelece o que vem a ser a discriminação contra a mulher: Artigo 1º Para os fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra a mulher” significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher independentemente de seu estado civil com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos: político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo (Pimentel, S.d.). Já o art. 2º, especifica os comprometimentos necessários aos Estados signatários: Artigo 2º Os Estados-parte condenam a discriminação contra a mulher em todas as suas formas, concordam em seguir, por todos os meios apropriados e sem dilações, uma política destinada a eliminar a discriminação contra a mulher, e com tal objetivo se comprometem a: a) Consagrar, se ainda não o tiverem feito, em suas constituições nacionais ou em outra legislação apropriada, o princípio da igualdade do homem e da mulher e assegurar por lei outros meios apropriados à realização prática desse princípio; b) Adotar medidas adequadas, legislativas e de outro caráter, com as sanções cabíveis e que proíbam toda discriminação contra a mulher; c) Estabelecer a proteção jurídica dos direitos da mulher numa base de igualdade com os do homem e garantir, por meio dos tribunais nacionais competentes e de outras instituições públicas, a proteção efetiva da mulher contra todo ato de discriminação; d) Abster-se de incorrer em todo ato ou prática de discriminação contra a mulher e zelar para que as autoridades e instituições públicas atuem em conformidade com esta obrigação; e) Tomar as medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra a mulher praticada por qualquer pessoa, organização ou empresa; A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 7 f) Adotar todas as medidas adequadas, inclusive de caráter legislativo, para modificar ou derrogar leis, regulamentos, usos e práticas que constituam discriminação contra a mulher; g) Derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação contra a mulher (Pimentel, S.d.). Segundo Pimentel (S.d.), a convenção é a grande Carta Magna dos direitos das mulheres e simboliza o resultado de inúmeros avanços principiológicos, normativos e políticos construídos nas últimas décadas, em um grande esforço global de edificação de uma ordem internacional de respeito à dignidade de todo e qualquer ser humano. A autora ainda diz que A Convenção vai além das garantias de igualdade e idêntica proteção, viabilizada por instrumentos legais vigentes, estipulando medidas para o alcance da igualdade entre homens e mulheres, independentemente de seu estado civil, em todos os aspectos da vida política, econômica, social e cultural (Pimentel, S.d.). Ainda que se diga que houve grandes avanços no que tange à normativas sobre os direitos das mulheres em um âmbito global, a desigualdade de gênero ainda é grande sendo que os direitos das mulheres ainda estão a largos passos de alcançar plena realização prática. O mundo globalizado ainda é um mundo de cultura patriarcal, sendo que as modificações nesse espectro ocorrem de modo lento e gradual. Não é por acaso que a desigualdade de gênero é uma das lutas travadas e inscritas na Agenda 2030 (ONU, 2015) para um desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. TEMA 4 – CONVENCÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Por meio do Decreto n. 6.949/2009 foi ratificada e promulgada a Convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência e seu protocolo facultativo, assinados em Nova York em 30 de março de 2007. O preâmbulo também faz remissão à Carta das Nações Unidas (ONU, 1945). O foco no caso dessa convenção é a indivisibilidade, a interdependência e a universalidade de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. Reconhece que a deficiência se trata de um conceito em evolução e que ela resulta da interação entre pessoas com deficiência e suas barreiras na formulação e na implementação de políticas públicas, seja em programas de ações nacionais, seja em programas de ações internacionais. A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 8 A convecção aponta para a discriminação das pessoas com deficiência e elenca a preocupação com as barreiras enfrentadas por elas em todos os países, mas sobretudo nos países em desenvolvimento. Ressalta também que mulheres e meninas estão mais expostas a problemas em razão de deficiências, sendo, portanto, necessária a incorporaçãoda perspectiva de gênero igualmente nesse âmbito. Em seu art. 1º, a convenção descreve o seu propósito, bem como define quem são as pessoas com deficiência. Artigo 1 Propósito O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente. Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas (Brasil, 2009). As orientações gerais sobre os comprometimentos da convenção vêm estabelecidas no art. 4: a) Adotar todas as medidas legislativas, administrativas e de qualquer outra natureza, necessárias para a realização dos direitos reconhecidos na presente Convenção; b) Adotar todas as medidas necessárias, inclusive legislativas, para modificar ou revogar leis, regulamentos, costumes e práticas vigentes, que constituírem discriminação contra pessoas com deficiência; c) Levar em conta, em todos os programas e políticas, a proteção e a promoção dos direitos humanos das pessoas com deficiência; d) Abster-se de participar em qualquer ato ou prática incompatível com a presente Convenção e assegurar que as autoridades públicas e instituições atuem em conformidade com a presente Convenção; e) Tomar todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação baseada em deficiência, por parte de qualquer pessoa, organização ou empresa privada; f) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, serviços, equipamentos e instalações com desenho universal, conforme definidos no Artigo 2 da presente Convenção, que exijam o mínimo possível de adaptação e cujo custo seja o mínimo possível, destinados a atender às necessidades específicas de pessoas com deficiência, a promover sua disponibilidade e seu uso e a promover o desenho universal quando da elaboração de normas e diretrizes; g) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a disponibilidade e o emprego de novas tecnologias, inclusive as tecnologias da informação e comunicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo acessível; h) Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a respeito de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, incluindo novas tecnologias bem como outras formas de assistência, serviços de apoio e instalações; A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 9 i) Promover a capacitação em relação aos direitos reconhecidos pela presente Convenção dos profissionais e equipes que trabalham com pessoas com deficiência, de forma a melhorar a prestação de assistência e serviços garantidos por esses direitos (Brasil, 2009). Já o art. 9º traz questões sobre a necessidade de acessibilidade aos deficientes: Artigo 9 Acessibilidade 1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural [...] (Brasil, 2009). São diversas as seções tratadas que mostram as preocupações com os deficientes, abordando desde a habilitação até a reabilitação, passando por trabalho e emprego, padrão de vida, participação na vida política, pública e cultural e medidas de conscientização. TEMA 5 – CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA A convenção dos direitos da criança foi ratificada no Brasil por meio do Decreto n. 99.710/1990. O preâmbulo também remete à Carta das Nações Unidas (ONU, 1945), focando a proteção das crianças, recordando suas limitações físicas, mentais e de maturidade. Reconhece, contudo, a importância das tradições e dos valores culturais de cada Estado. A definição de criança vem estabelecida no art. 1º do preâmbulo: “Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes” (Brasil, 1990) Segundo a Unicef, a Convenção sobre os direitos da criança é “o instrumento de direitos humanos mais aceito na história universal. Foi ratificado por 196 países. Somente os Estados Unidos não ratificaram a Convenção. O Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança em 24 de setembro de 1990” (UNICEF, S.d.). A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 10 Assim, os Estados-membros têm a obrigação de proteger as crianças contra todas as maneiras de discriminação e garantir assistência material e humana em diversas áreas. Nesta aula estudamos o sistema global de proteção específica. Assim, foram examinadas a Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial; a Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher; a Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência; e, finalmente, a Convenção sobre os direitos da criança. A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 11 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 2019. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. _____. Decreto legislativo n. 23, de 21 de junho de 1967. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 jun. 1967. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1960-1969/decretolegislativo-23- 21-junho-1967-346759-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 15 set. 2019. _____. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 26 ago. 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. _____. Decreto n. 99.710, de 21 de novembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 22 nov. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d99710.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. _____. Lei n. 1.390, de 3 de julho de 1951. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 jul. 1951. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L1390.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. CONVENÇÃO Internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial: 1968. Biblioteca Virtual de Direitos Humanos; USP, S.d. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Preven%C3%A7 %C3%A3o-contra-a-Discrimina%C3%A7%C3%A3o-e-Prote%C3%A7%C3%A3o- das-Minorias/convencao-internacional-sobre-a-eliminacao-de-todas-as-formas- de-discriminacao-racial-1968.html>. Acesso em: 15 set. 2019. ONU – Organização das Nações Unidas. A Carta das Nações Unidas, 1945. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/carta/>. Acesso em: 16 set. 2019. _____. As Nações Unidas e os direitos humanos. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/sistemaonu/>. Acesso em: 15 set. 2019. A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com 12 _____. Derechos Humanos. Oficina del Alto Comisionado. América del Sur. Oficina Regional. Disponível em: <http://acnudh.org>. Acessoem: 15 set. 2019. _____. Plataforma Agenda 2030, 2015. Disponível em: <http://www.agenda2030.com.br/>. Acesso em: 16 set. 2019. PIMENTEL, S. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher: Cedaw 1979. ONU Mulheres Brasil. Disponível em: <http://www.onumulheres.org.br/wp- content/uploads/2013/03/convencao_cedaw.pdf>. Acesso em: 15 set. 2019. PIOVESAN, F.; GUIMARÃES, L. C. R. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial. PGE – Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtu al/direitos/tratado8.htm>. Acesso em: 15 set. 2019. UNICEF – Fundo da Nações Unidas para a Infância. Convenção sobre os direitos da criança. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/convencao- sobre-os-direitos-da-crianca>. Acesso em: 15 set. 2019. A luno: N ivaldo José F erreira E m ail: kairos84.ctba@ gm ail.com http://acnudh.org/ http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/direitos/tratado8.htm http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/direitos/tratado8.htm https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca
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