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IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII APG 24 INFECÇÕES CONGÊNITAS - A exposição de gestantes a determinadas doenças infecciosas pode culminar em disseminação transplacentária do patógeno e consequente infecção do produto conceptual, caracterizando infecção vertical - Infecções congênitas correspondem a importante causa de perdas gestacionais e de morbimortalidade pós-natal CITOMEGALOVÍRUS (CMV) EPIDEMIOLOGIA - A infecção pelo citomegalovírus (CMV) apresenta distribuição universal com altas taxas de soroconversão, sendo mais comum em países em desenvolvimento - A prevalência de soroconversão para CMV aumenta com a idade materna AGENTE ETIOLÓGICO - O citomegalovírus pertence à família Herpesviridae e é considerado um dos principais patógenos da atualidade - Assim como os demais herpesvírus, o CMV estabelece infecção, podendo ocorrer episódios de reativação da infecção ao longo da vida do indivíduo MODOS DE TRANSMISSÃO - O citomegalovírus pode ser detectado em secreções da orofaringe, no sêmen, na secreção vaginal, no leite materno, no sangue, na urina e nas lágrimas - A transmissão pode ocorrer por diversas maneiras, sendo as principais: ▪ sexual (evidências sugerem alta concentração vaginal de CMV durante a primoinfecção) ▪ contato próximo (transmissão por saliva e trato respiratório superior) ▪ hemotransfusão ▪ exposição ocupacional ▪ transmissão vertical - É estimada em 2,3% a taxa de soroconversão anual da população geral, e maior incidência é de 29%, observadas entre pais de pré- escolares infectados (24%) - Reativação e reinfecção podem ocorrer em qualquer momento da vida do indivíduo INFECÇÃO MATERNA - Infecção primária ou episódio de reinfecção pode ocorrer em aproximadamente de 1 a 4% das gestantes DIAGNÓSTICO CLÍNICO - A infecção por citomegalovírus é assintomática e apresenta quadro inespecífico ou mononucleose-símile difícil diagnóstico clínico específico para a maioria dos casos DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - O diagnóstico laboratorial é realizado pela pesquisa de anticorpos específicos - A infecção aguda é sugerida pela presença de anticorpos (IgM) Contudo, testes para IgM apresentam altas taxas de falso-positivo IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII Porque os títulos de IgM podem manter-se detectáveis por meses após o episódio de primo-infecção Deste modo, a Sociedade de Medicina Materno-Fetal recomenda que a detecção de IgM não seja utilizada isoladamente como critério diagnóstico - Para datar a infecção, alguns casos exigem a pesquisa de avidez da imunoglobulina G (IgG). Avidez > 65% = infecção está ativa há mais de 6 meses Avidez <30% = significa uma infecção primária ativa de 8 a 12 semanas - O diagnóstico de primoinfecção na gestação deve ser realizado por meio da documentação da soroconversão de IgG ou pela associação de IgM e IgG positivas com baixa taxa de avidez de IgG RASTREAMENTO SOROLÓGICO - O rastreamento sorológico de rotina durante a gestação ainda é controverso e não é recomendado pelas seguintes razões: ▪ É baixa a acurácia para predição de sequelas fetais após infecção primária materna ▪ Os exames laboratoriais apresentam limitações para distinguir com certeza casos de primoinfecção dos casos de reativação, além de nem sempre ser possível diferenciar uma infecção atual de infecção prévia à gestação ▪ A infecção fetal, em alguns casos, pode ser resultante de reinfecção materna por cepas diferentes do vírus ▪ Não há evidência de tratamento ou vacina eficaz ▪ A identificação e o isolamento do vírus são de alta custo TRANSMISSÃO VERTICAL - A probabilidade de transmissão fetal, nos casos de infecção materna primária, aumenta com a idade gestacional Primeiro trimestre: 37% Segundo trimestre: 40% Terceiro trimestre: 65% - A infecção se inicia pela placenta, com a replicação do vírus em seguida acontece a transmissão para o feto, com o vírus se instalando no epitélio tubular renal - Menos frequente é a infecção do concepto pela ascensão viral a partir dos órgãos genitais maternos que a partir da contaminação do líquido amniótico, se instala primeiramente na orofaringe do feto, para depois atingir o epitélio tubular renal. Uma terceira via de transmissão da mãe para o feto acontece durante o parto pelo contato do recém-nascido com as secreções do canal de parto; ou logo após o nascimento, por meio do leite materno - A taxa de infecção congênita por citomegalovírus para nascidos vivos varia de 0,2 a 2,5% na população - Estima-se dentre os casos de primoinfecção 40% de infecção fetal, sendo que, dentre os casos infectados, 10 a 15% serão IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII sintomáticos ao nascimento - Sequelas resultantes da infecção congênita pelo CMV podem ter apresentação tardia, ocorrendo em aproximadamente 25% dos recém-nascidos sintomáticos ACOMETIMENTO FETAL - O acometimento fetal pode ocorrer em qualquer fase da gestação no entanto, se a infecção ocorrer no 1° trimestre, as repercussões fetais tendem a ser mais graves - As possibilidades de acometimento fetal incluem: ▪ restrição do crescimento ▪ microcefalia ▪ hepatoesplenomegalia ▪ petéquias ▪ icterícia ▪ coriorretinite ▪ trombocitopenia ▪ anemia ▪ alças intestinais hiperecogênicas ▪ alterações do sistema nervoso central (SNC) e cardíacas DIAGNÓSTICO - PCR em amostra de líquido amniótico obtida por amniocentese estabelece diagnóstico quando a infecção é do tipo materna primária - Amniocentese em IG > 21 semanas possui maior acurácia CONDUTA - Até o momento, não existem opções terapêuticas disponíveis para o tratamento da infecção fetal pelo CMV - O uso de imunoglobulina hiperimune aumentou os eventos de complicações obstétricas PROGNÓSTICO - As sequelas, que incluem: ▪ deficiência visual e/ou auditiva ▪ convulsões ▪ déficit intelectual ▪ paresias e/ou paralisias são mais frequentes em crianças sintomáticas ao nascimento,com prognóstico nebuloso e altas taxas de morbimortalidade - A mortalidade é mais rara quando o caso é de reinfecção materna e crianças assintomáticas PREVENÇÃO - Orientações higiênicas para evitar o contato com secreções de pessoas infectadas são a única forma de prevenção no momento uma vez que não há disponibilidade de uma vacina para a prevenção primária da infecção pelo citomegalovírus RUBÉOLA EPIDEMIOLOGIA - A rubéola apresenta sazonalidade e tem o pico de incidência no final do inverno e no início da primavera, é uma infecção com distribuição mundial - Quando ocorre com mulheres na 1 ª metade da gestação pode ter efeitos teratogênicos devastadores - Fora da gestação, em geral, tem pouca importância clínica. IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII - Devido aos programas de vacinação, atualmente, os casos de rubéola congênita são raros AGENTE ETIOLÓGICO - O vírus causador da rubéola é um RNA- togavírus Ele contém em seu envelope as glicoproteínas El e E2, responsá-veis pela indução da resposta humoral do organismo hospedeiro MODOS DE TRANSMISSÃO - A rubéola é transmitida por meio de secreções respiratórias - A incubação tem o período em torno de 2 semanas, viremia 5 – 7 dias depois da instalação do exantema INFECÇÃO MATERNA DIAGNÓSTICO CLÍNICO - O quadro apresenta inicialmente: ▪ Febre ▪ Linfadenopatia ▪ Artralgia ▪ Queixas respiratórias ▪ Seguido de rash cutâneo que se inicia na face e gradualmente evolui para o tronco e as extremidades - No entanto, 20 a 50% das infecções têm apresentação assintomática DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Testes sorológicos específicos são recomendados em todos os casos de doença exantemática durante a gestação uma vez que o diagnóstico etiológico não é possível apenas peloexame clínico - Ensaio imunoenzimático - Testes de inibição da hemaglutinação e de imunofluorescência - Detecção de anticorpos específicos da classe IgM é possível a partir do 52 dia do início do rash cutâneo e persiste por aproximadamente 6 semanas – um ano Infecções por parvovírus e mononucleose infecciosa podem resultar falso-positivo para pesquisa de IgM antirrubéola - A pesquisa da avidez da IgG é importante para determinar quando ocorreu a infecção e para o diagnóstico diferencial de portadores crônicos de IgM - A avidez aumenta progressivamente durante os 3 primeiros meses após a infecção primária. Valores baixos de avidez sugerem infecção recente. - Somente durante a fase aguda da infecção é possível isolar o vírus em materiais biológicos, e não é corriqueira em razão de ser dispendioso e pouco disponível INFECÇÃO FETAL ACOMETIMENTO FETAL Tríade da síndrome da rubéola congênita: ▪ Anormalidade cardíaca ▪ Catarata ▪ Surdez congênitas 1° trimestre: associados a surdez, defeitos oculares, cardíacos e SNC 2° trimestre: retinopatia, microcefalia e atraso do desenvolvimento IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII - São constantes os achados de defeitos cardíacos, e as alterações mais comuns são defeitos do septo interventricular, dueto arterioso patente, estenose pulmonar e coarctação de aorta - Em cerca de 50% dos casos apresentam surdez e catarata - Ainda podem ser encontradas alterações radiográficas do esqueleto, meningoencefalites, microcefalia, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia e icterícia obstrutiva - Além de alterações cardíacas, os achados ultrassonográficos podem incluir: ▪ ventriculomegalia ▪ microcefalia ▪ acrania ▪ distúrbios do crescimento fetal ▪ anormalidades no volume do líquido amniótico - A infecção congênita pela rubéola associa-se também a risco aumentado de abortamento e óbito fetal DIAGNÓSTICO - Ultrassonografia: hidropsia, intestino hiperecoico, restrição fetal são achados que caracterizam acometimento fetal - Biópsia de vilosidades coriônicas, da amniocentese ou da cordocentese: são também úteis para a investigação do acometimento fetal, que identificam IgM específico em sangue do feto, depois da 22ª semana de gestação com PCR do liquido PROGNÓSTICO - Maior incidência de glaucoma, retinopatia, surdez neu rossensorial, atraso do desenvolvimento neuropsicomo tor, baixa estatura, diabetes mellitus, disfunções tireoidianas e alguns distúrbios psiquiátricos - Panencefalite progressiva e diabetes mellitus representam até 20% dos casos de síndrome da rubéola estendida, que é de instalação tardia, geralmente até a 2ª ou 3ª décadas de vida PREVENÇÃO - Atualmente, não se recomenda a administração de imunoglobulinas em altas doses para gestantes expostas ao vírus da rubéola, em razão de não demonstrar benefício - A vacinação de mulheres suscetíveis em idade reprodutiva é a estratégia para prevenção primária da rubéola congênita IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII TOXOPLASMOSE EPIDEMIOLOGIA - A toxoplasmose apresenta distribuição mundial, com maior incidência em países de clima tropical AGENTE ETIOLÓGICO - Toxoplasma gondii, um parasita intracelular obrigatório que durante seu ciclo de vida apresenta-se em três formas: ▪ Oócisto: o hospedeiro definitivo é o felino, em cujo intestino o parasita se multiplica, resultando em oócistos eliminados pelas fezes, que são ingeridas pelo hospedeiro intermediário - Os esporozoítos contidos nos oó- cistos dão início ao estágio dos taquizoítos ▪ Taquizoítos: as células nucleadas do organismo hospedeiro são penetradas ativamente pelos taquizoítos, com altas taxas de multiplicação, até a lise celular com liberação de novos taquizoítos na circulação - Na circulação, passam a infectar outros tecidos, incluindo sistema nervoso central, olhos, músculos e placenta - A resposta imunológica efetiva é resultado da transformação do taquizoito em bradizoíto, causando maior resposta inflamatória e manifestações clínicas do organismo hospedeiro ▪ Bradizoítos: o hospedeiro intermediário aloja os bradizoítos no interior de cistos localizados nos tecidos nervoso e muscular, apresentando baixa atividade de replicação - Hospedeiros imunocomprometidos permitem que se transformem novamente em taquizoítos - Hospedeiros intermediários e definitivos são contaminados por cistos teciduais contendo bradizoítos MODOS DE TRANSMISSÃO - A principal forma de contaminação de seres humanos é pela ingestão via oral, pelo consumo de alimentos, água, terra e lixo contendo oócitos contaminados com fezes de felinos e/ou pelo consumo de carnes de hospedeiros intermediários que contenham bradizoítos - Transplantes de órgãos sólidos ou tecidos, como coração, fígado, rins, são formas menos habituais de transmissão, mesmo por exposição ocupacional em laboratórios - No aleitamento materno ou no contato humano-humano não foi constatada transmissão até hoje IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII DIAGNÓSTICO CLÍNICO - As infecções maternas por Toxoplasma gondii geralmente são subclínicas - Manifestações clínicas afetam cerca de 10% dos casos, porém são geralmente inespecíficas e autolimitadas, com quadros de fadiga, mialgia e linfadenopatia occipital e/ou cervical - Pode haver ainda reativação da infecção com quadros graves de encefalite, lesões do sistema nervoso central e pneumonites em indivíduos imunodeprimidos DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL - Rastreamento pré-natal da soroconversão materna da toxoplasmose por Testes sorológicos (IgM e IgG) TRANSMISSÃO VERTICAL - Gestantes com imunidade prévia à gestação apresentam risco desprezível de transmissão vertical - A infecção primária acarreta lesões placentárias focais e o parasita pode ser transmitido para o feto - A possibilidade de transmissão para o feto está em torno de 6% com 13 semanas, chegando a 72% com 36 Semanas - O risco de acometimento é inversamente proporcional à idade gestacional - Abortamento e óbito fetal podem ser decorrentes de infecções durante o 12 e o 22 trimestres. INFECÇÃO FETAL TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Tríade: ▪ - Coriorretinite ▪ - Calcificações intracranianas ▪ - Hidrocefalia - Os principais achados ultrassonográfi cos secundários à toxoplasmose congênita são: calcificações intracranianas ▪ dilatações ventriculares ▪ microcefali ▪ hepatoesplenomegalia ▪ ascite ▪ restrição do crescimento fetal ▪ placentomegalia DIAGNÓSTICO - A pesquisa do DNA do parasita representa o padrão-ouro para confirmação do diagnóstico de infecção fetal, utilizando amostra de líquido amniótico obtida por meio de amniocentese, pela técnica PCR resultando em 100% de sensibilidade e 86, 7% de especificidade - A investigação da infecção fetal por meio da pesquisa em líquido amniótico deve ser realizada perante a comprovação de infecção aguda materna IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII CONDUTA - Nos casos de soroconversão materna ou da suspeita de infecção recente pelo parasita a recomendação vigente é a administração de espiramicina à mãe na dose de 3 g/ dia pela via oral, 3 doses - O uso de espiramicina tem por objetivo reduzir o risco de passagem placentária do protozoário e de infecção fetal - A investigação da infecção fetal por meio da pesquisa em líquido amniótico deve ser realizada perante a comprovação de infecção aguda materna - Nos casos em que não se confirma a infecção fetal, recomenda-se manter a espiramicina para a gestante até o final da gestação tendo o acompanhamento com exames ultrassonográficos mensalmente - Porém em casos de confirmação da infecção fetal a conduta para redução do acometimento é a utilização de pirimetamina, 50 mg/dia,associada à sulfadiazina, 3 g/ dia e ao ácido folínico 15 mg/dia - Este esquema terapêutico deve ser mantido até o final da gestação - Um controle hematológico periódico está recomendado para acompanhar o risco de mielotoxicidade - Nos casos mais graves, o acompanhamento ultrassonográfico deve ser quinzena PROGNÓSTICO - Assintomática - Quando sintomática: ▪ baixo peso ao nascer ▪ hidrocefalia ▪ microcefalia ▪ calcificações intracranianas ▪ coriorretinite ▪ estrabismo ▪ cegueira ▪ hepatoesplenomegalia ▪ anemia ▪ icterícia ▪ trombocitopenia ▪ convulsões PREVENÇÃO - A partir da confirmação da suscetibilidade da gestante, deve-se trabalhar pela redução de risco de primoinfecção, pela prevenção primária da doença congênita, dado que ainda não há vacina efetiva para a toxoplasmose HERPES GENITAL ETIOLOGIA - O herpes genital é causado por um D NA- vírus, o herpes-vírus - Existem dois tipos de vírus: o herpes-vírus 1 (HSV-1) e o herpes-vírus 2 (HSV-2) IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII HERPES NEONATAL - E infecção do recém-nascido resultante da passagem por canal de parto contaminado - O herpes neonatal é uma infecção sistêmica rara, mas potencialmente grave - A maioria dos neonatos adquire a forma leve da doença, que permanece localizada em pele, olhos e boca, e cuja mortalidade é nula - O acometimento do sistema nervoso central e os casos de infecção disseminada apresentam mortalidade que varia de 15 a 57%. REPERCUSSÕES OBSTÉTRICAS - O risco de transmissão vertical é maior na infecção primária (de 41 a 50%) episódios de recidiva (0 a 3%) - A transmissão vertical ocorre, em 85% das vezes, durante o parto ou próximo a ele DIAGNÓSTICO - O método diagnóstico de primeira escolha é a detecção de partículas virais, utilizando swabs para coleta de material da base das úlceras - O material coletado poderá ser analisado por microscopia eletrônica ou cultura do vírus - A pesquisa sorológica de anticorpos por Elisa não é específica e, dessa forma, não é capaz de distinguir entre o HSV-1 e o HSV-2. - Os testes de Westem blot são pouco viáveis na prática assistencial em razão do alto custo - Assistencialmente, orienta-se a pesquisa de partículas virais no local da lesão nos casos de infecção primária ou primeiro episódio não primário TRATAMENTO - O tratamento é composto por medidas de suporte e terapêutica medicamentosa - As medidas de suporte incluem: analgésicos, banho de assento e gel de lidocaína - O tratamento antiviral deve ser realizado com medicação oral - As medicações antivirais atravessam a barreira placentária, concentram-se no líquido amniótico e chegam ao plasma fetal em níveis terapêuticos. Não há acometimento fetal decorrente do uso dessas drogas em qualquer idade gestacional, sendo estas, portanto, seguras para o uso durante a gravidez - O tratamento deve ser mantido por 7 a 10 dias, podendo ser prolongado se não houver cura completa das lesões no décimo dia - As opções terapêuticas incluem: • Aciclovir: 400 mg, três vezes por dia. • Valacilovir: 500 mg, duas vezes ao dia SÍFILIS ETIOLOGIA - A sífilis é uma infecção sistêmica crônica causada por uma bactéria do tipo espiroqueta, o Treponema pallidum RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRÉ- NATAL - O diagnóstico pode ser realizado por meio da pesquisa direta do agente na lesão primária ou secundária, utilizando-se exame microscópico de campo escuro e por testes sorológicos IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII TRANSMISSÃO VERTICAL - Em todas as fases clínicas de manifestação da sífilis, pode haver transmissão vertical da infecção por passagem transplacentária. - 70 a 100% dos casos não tratados - O risco de transmissão vertical cai para 1 a 2% em gestantes tratadas REPERCUSSÕES FETAIS - 30% dos conceptos de gestantes não tratadas evoluem para óbito fetal - 10% para óbito neonatal - 40% para retardo mental TRATAMENTO - O tratamento de escolha é a penicilina, sendo terapêutica tanto para a mãe como para o feto, uma vez que atravessa a placenta - Essa droga previne a sífilis neonatal em 98% dos casos - A penicilina é considerada a única droga comprovadamente capaz de tratar a mãe e o feto, portanto, preconiza-se que todas as gestantes sejam tratadas com penicilina - pacientes alérgicas devem ser dessensibilizadas - O tratamento materno e fetal é considerado adequado apenas nos casos em que: ▪ A gestante foi tratada com penicilina ▪ O parto ocorrer pelo menos 30 dias após o término do tratamento ▪ Todas as doses da penicilina tenham sido administradas com intervalo adequado ▪ Caso a gestante deixe de tomar uma das doses, todo o esquema deve recomeçar ▪ Os parceiros sexuais forem tratados TERATOGÊNESE DAS DROGAS - As drogas apresentam capacidades teratogênicas variáveis - Algumas causam graves disrupções do desenvolvimento se administradas durante o período da organogênese, como a talidomida - Outras produzem retardo mental, restrição do crescimento ou outras anomalias quando usadas excessivamente durante o desenvolvimento do produto conceptual, como o álcool - Em torno de 40 a 90% das gestantes consomem pelo menos uma droga na gestação - Apesar disso, menos de 1 % das anomalias congênitas é causado por drogas e agentes químicos, porque apenas algumas possuem efeitos teratogênicos comprovados - É melhor a grávida evitar o uso de medicações no primeiro trimestre, especialmente durante as primeiras IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII 8 semanas após a concepção - 10 semanas da data da última menstruação (DUM) - a menos que exista forte indicação para o uso da droga, e, nesse caso, apenas se apresentar razoável segurança para o feto - TABELA Álcool: IANI SOARES LUZ – MED TURMA XIII
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