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APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso Infecções congênitas •Podem ocorrer durante gestação (prế-natais) ou durante parto (paranatais). • As infecções congênitas são chamadas de transmissão vertical (materno-fetal), em oposição as infecções da vida extrauterina, denominadas de transmissão horizontal. 》Pré-natais •Infecção transplacentária: microrganismos procedentes do sangue materno cruzam a placenta, alcançam a circulação fetal e disseminam-se •Infecção transamniótica: Os germes da vagina e do colo acometem a cavidade amniótica e o feto. A via transamniótica é ascendente, geralmente após a ruptura das membranas. 》Infecção paranatal •adquirida por contato direto com as secreções maternas, no momento da passagem do feto pelo canal do parto • ocorre com infecção pelo herpes simples genital, hepatite B, estreptococo do grupo B (GBS), que condicionam infecção neonatal •as consequências dependem do período da gestação: •Período embrionário: 1° trimestre - período mais vulnerável (a drogas e infecções). Embora os agentes infecciosos possam ser letais (abortamento), na maioria das vezes produzem anomalias congênitas Cada órgão tem seu período crítico, durante o qual desenvolvimento será afetado. •Período fetal: 2° trimestre em diante, - se a infecção for muito grave, há morte fetal com a consequente interrupção da gravidez; - nessa fase ocorrem as anomalias congênitas menores e os defeitos funcionais, especialmente do sistema nervoso central (SNC). -Se infecção materna surgir próximo ao parto, o recém-nascido pode apresentar a infecção em estágio evolutivo, exibindo seu quadro clínico agudo. APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso Durante o parto • HIV • Hepatite B e C • Herpes simples • Coxsackie • Malária Durante a amamentação: • HIV • Hepatite B 1° trimestre 》 taxa de transmissão é mais baixa 》mas a gravidade é maior》 devido a formação do feto está acontecendo naquele momento. 3° trimestre》 a taxa de transmissão é maior》 a taxa de gravidade é menor 》 devido a esse feto já está formado •maior IG 》 maior o risco de transmissão》a maioria das vezes é transplacentária 》no 3° trimestre a placenta está mais formada》facilitando os patógenos passarem pela placenta. T toxoplasmose O outras: malária, chagas, parvovírus b19, chagas, zika vírus e Varicela zoster R rubéola C citomegalovírus H herpes S sífilis Toxoplasmose •Realizar sorologia no início do pré-natal e repetir a sorologia com 20 e 30 semanas APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso Transmissão - fezes de gatos, contato com terra contaminada, alimentos mal lavados, carnes cruas ou mal passadas (embutidos não cozidos, ovos crus - maionese, manipular os alimentos com luvas e lavar as mãos em seguida) •incidência: 1 / 3.000, via transplacentária •Quadro clínico - geralmente são assintomáticos - sintomáticos→ síndrome mono-like: febre, coriza, fadiga, cefaleia, mialgia, linfonodomegalia (geralmente occipital) • Em pacientes imunossuprimidos o quadro clínico é mais grave: hepatoesplenomegalia, icterícia, encefalite (cefaleia intensa, sintomas focais) Tétrade de sabin: -CALCIFICAÇÕES INTRACRANIANAS, CORIORRETINITE -HIDROCEFALIA OUMICROCEFALIA, RETARDOMENTAL Riscos para o feto: APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso • Sistema nervoso central: hidrocefalia, ventriculomegalia, calcificações cerebrais (frequente), microcefalia (a toxoplasmose congênita e rubéola congênita são umas das maiores causas de microcefalia no Brasil) • Acometimento ocular: coriorretinite, catarata congênita (maior causa), cegueira • Surdez sensorioneural, hepatoesplenomegalia, cardiomegalia, ascite e hidropsia fetal (anasarca) Achados na sorologia Achados na gestação com USG Achados ao nascer •Hepatoesplenomegalia • Icterícia colestática • Pericardite • Pneumonite • Anemia hemolítica Diagnostico/Avaliação do acometimento fetal: APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso •Diagnóstico não invasivo→ USGmorfológico com 18-24 semanas • Diagnóstico confirmatório invasivo: 1)Amniocentese: PCR-RT normalmente entre 18-26 semanas com apenas 30 ml de líquido amniótico, depois realiza o isolamento em cultura de células e em camundongo 2) Cordocentese: é indicada quando tem alterações morfológicas no US, também realizado entre 18-26 semanas com 3-5 ml de sangue do cordão umbilical. -Os exames específicos realizados são PCR e IgM e os inespecíficos (hemograma, IgM total, gama GT, DHL) Tratamento • Suspeita de infecção (sorologia positiva): espiramicina 3g/dia até o final da gestação→ reduz a transmissão vertical em 60% •Diagnóstico de infecção fetal ou CD4 < 200 cél/mm3 (PCR +): - 3 semanas do esquema tríplice para o tratamento fetal alternados Esquema tríplice: sulfadiazina + Pirimetamina + ácido folinico -A mãe corre o risco de desenvolver anemia megaloblástica → acompanhar com hemograma Conduta obstétrica e prognóstico perinatal: APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso • Via de parto: obstétrica • paciente gestante com toxoplasmose : pedir exame anatomopatológico da placenta com estudo imuno-histoquímico. • Após nascimento do feto → colher sangue do cordão umbilical para sorologia de toxoplasmose • Evolução perinatal: os RN podem estar assintomáticos ao nascimento e desenvolver os sintomas após meses ou anos, principalmente evolução do dano ocular→ necessário acompanhamento específico Abordagem do RN Rubéola: Vacinação - se uma gestante por acaso tomar a vacina da rubéola até o primeiro mês da gestação (4 semanas) não há relatos de lesões fetais, portanto, não é necessário nenhum controle especial. -Deve-se aguardar um mês para engravidar depois de receber a vacina para rubéola Transmissão - por gotículas de saliva (perdigotos) -transmissão vertical da rubéola é maior no 1º trimestre (mais fácil de contágio) e o dano fetal também é maior (por causa do desenvolvimento dos órgãos vitais) -no 1º trimestre》 transmitida em 80% dos fetos》se tiver o contágio ocorre > 18 semanas de gestação não há relatos de danos fetais. -No 3º trimestre 》a transmissão equivale a 50% dos casos》não há repercussão fetal. Período de contágio: uma semana antes até uma semana após a erupção APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso Período de incubação - 2-3 semanas -Crianças com rubéola congênita podem eliminar o vírus na urina e na saliva por vários meses→ caso de isolamento ao nascimento Quadro Clínico - em 50% dos casos é assintomática -Pródromo: febre baixa, linfonodomegalia retroauricular, cervical e occipital -Caracterizada por exantema maculopapular róseo difuso e descendente de curta duração (3 dias) -Pode causar dor articular em 25% dos adultos Se a gestante não for imune à rubéola→ vacinar no puerpério. Diagnóstico na gestação e fetal da rubéola: • Não invasivo: US morfológico (18-24 semanas) e ecocardiograma fetal (24-28 semanas→pois, as cardiopatias congênitas são comuns) • Invasivas: é discutível, apenas em exceções. A Amniocentese: 11-14 semanas → PCR no LA. E a Cordocentese: > 16 semanas→ PCR, IgM fetal -O diagnóstico na gestação é feito pela sorologia com a pesquisa de anticorpos específicos IgG e IgM. O Ministério da Saúde não recomenda o rastreamento sorológico na gestação como triagem de rotina. • sorologia é IgG e IgM positivas no 1° trimestre, mas há dúvidas se a infecção é recente (não sintomática), deve-se solicitar o teste de avidez para IgG. APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso • O diagnóstico de infecção fetal é feito pela pesquisa do RNA por PCR em amostra de líquido amniótico, colhido pela amniocentese, ou pela pesquisa de IgM no sangue fetal, colhido por cordocentese. Problemas da rubéola congênita • Perda fetal: abortamento precoce ou tardio, óbito fetal ou neonatal • Alterações gerais: restrição de crescimento intrauterino, malformações, prematuridade • Após o nascimento: aparecimento tardio de defeitos,retardo do desenvolvimento neuropsicomotor • Alterações mais comuns: cardiopatia (estenose pulmonar e coarctação de aorta são os mais frequentes), surdez congênita, catarata congênita • Alterações do SNC: microcefalia, acrania, calcificações intracranianas e hidrocefalia. Tratamento -Não existe tratamento fetal para a rubéola→ realizar exames de imagem periódicos para acompanhamento do crescimento fetal e das alterações de SNC e cardíacas. • Realizar acompanhamento da vitalidade fetal • O parto tem que ser em serviço de retaguarda de acordo com o acometimento fetal • O acompanhamento deve ser mantido por anos, pois os danos podem aparecer tardiamente. Citomegalovírus •Os achados ultrassonográficos da infecção congênita por citomegalovírus são muito confundidos com os da toxoplasmose, sendo as calcificações intracranianas, na toxo são generalizadas e cmv- periventriculares •NO PÓS-NATAL É ASSINTOMÁTICA EM 90% DOS CASOS. •Os sinais mais prevalentes ao nascer são: ciur, prematuridade, Icterícia colestática, Petéquias, Hepatoesplenomegalia e a Perda auditiva neurossensorial • Ministério da Saúde retirou o citomegalovírus como sorologia obrigatória, por não trazer benefícios potenciais justificados por: 90-95% das gestantes vai ter IgG anti-CMV positivo, ou seja, imunes APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso •A detecção de IgG e IgM anti-CMV não define a ocorrência de infecção primária gestacional ou maior risco de transmissão fetal. •Não existe ainda nenhuma modalidade de tratamento materno que previna ou reduza a chance de ocorrência de doença fetal Herpes genital • são lesões ulceradas, dolorosas, precedidas de dor e vesículas. •doença infecciosa determinada pelo HSV com dois tipos sorologicamente distintos: tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2). •O HSV-1 é o responsável pela infecção não genital (lábios, face, córnea, mucosa oral), e o HSV-2 está associado à infecção genital (pênis, uretra, vulva, vagina, cérvice, pele das coxas e das nádegas). •Podem sofrer infecção secundária •É um maior problema se for uma primo-infecção no 2-3º semestre da gestação, pois não tem anticorpos protetores •Episódios recorrente tem baixo risco de transmissão, mas podem ter contaminação no parto, mesmo sem lesões vulvares aparentes (lesões no corpo uterino) APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso •Tratamento: aciclovir •Pacientes com contaminação antiga transmitem anticorpos para os RN, dificultando o desenvolvimento de herpes neonatal. •O tratamento supressivo após 36 semanas reduz o risco de transmissão neonatal Conduta: parto cesárea na presença de lesões ativas e evitar a amniotomia (rompimento da bolsa) Sífilis gestacional •Evento sentinela→ cancro duro •O Treponema pallidum provoca um processo inflamatório, comprometendo todos os órgãos do recém-nascido, com lesões viscerais, ósseas, pele e mucosas, e sistema nervoso central. Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as principais manifestações clínicas são hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, lesões cutâneas (pênfigo palmoplantar, condiloma plano), periostite, osteíte ou osteocondrite, pseudoparalisia dos membros (pseudoparalisia de Parrot), sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, rinite serossanguinolenta, icterícia, anemia e linfadenopatia generalizada. • pode se manifestar tardiamente após o segundo ano de vida (sífilis congênita tardia). •Quanto mais recente for a infecção materna → maior a carga de treponemas circulantes → mais grave e frequente será o comprometimento fetal (ocorre em 70-100% dos casos) •QC: variam do abortamento precoce, RN sintomáticos extremamente graves e natimortos. O QC mais comum é o nascimento de crianças assintomáticos (maior vigilância - problemas tardios) •Rastreamento no pré-natal: VDRL na 1ª consulta e entre a 28-30 semana • VDRL + = confirmar com o FTAbs •Tratamento: gestante (sempre) e o parceiro (se possível) → penicilina benzatina intramuscular APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso Risco de medicamentos na gestação APG 25| Cuidado vertical |S13P1 |SOI IV |Isabella Afonso Referência MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN 9788527732802. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732802/. Acesso em: 07 mai. 2023.
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