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Direito Civil- Direito de personalidade

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Dos direitos da personalidade 
Conceito: Aqueles que tem por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e de suas projeções sociais.
Titularidade: O ser humano.
· Características: Sendo direitos ínsitos à pessoa, em suas projeções física, mental e moral, os direitos da personalidade são dotados de certas características particulares, que lhes conferem posição singular no cenário dos direitos privados.
· Vale destacar que o instituto alcança também os nascitu­ros, que, embora não tenham personalidade jurídica, têm seus direitos ressalvados, pela lei, desde a concepção, o que inclui, obviamente, os direitos da personalidade.
Pessoas jurídicas- Nome e imagem- dano moral 
*Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos de personalidade (CC, art.52)
Assim, as características dos direitos da personalidade são:
1. absolutos;
2. gerais;
3. extrapatrimoniais;
4. indisponíveis;
5. imprescritíveis;
6. impenhoráveis;
7. vitalícios.
Caráter absoluto: O caráter absoluto dos direitos da personalidade se materializa na sua oponibilidade erga omnes, irradiando efeitos em todos os campos e impondo à coletividade o dever de respeitá-los.
Tal característica guarda íntima correlação com a indisponibilidade, uma vez que não se permite ao titular do direito renunciar a ele ou cedê-lo em benefício de terceiro ou da coletividade.
Generalidade: Os direitos da personalidade são outorgados a todas as pessoas, simplesmente pelo fato de existirem.
Extrapatrimonialidade: Ausência de conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente, ainda que sua lesão gere efeitos econômicos.
Assim, é correto dizer que, em princípio, os direitos da personalidade são considerados extrapatrimoniais, não obstante, sob alguns aspectos, principalmente em caso de violação, possam ser economicamente mensurados.
Indisponibilidade: A indisponibilidade significa que nem por vontade própria do indivíduo o direito pode mudar de titular, o que faz com que os direitos da personalidade sejam alçados a um patamar diferenciado dentro dos direitos privados.
O CC/2002, de forma expressa, consagrou tal característica, em seu art. 11:
Abrange:
· Intransmissibilidade: impossibilidade de modificação subjetiva, gratuita ou onerosa
· Irrenunciabilidade: impossibilidade de reconhecimento jurídico da manifestação volitiva de abandono do direito
Tome-se o exemplo do direito à imagem. Em essência, esse direito é intransmissível, uma vez que ninguém pode pretender transferir juridicamente a sua forma plástica a terceiro. Ocorre que a natureza do próprio direito admite a cessão de uso dos direitos à imagem. Não se trata da transferência do direito em si, mas apenas da sua faculdade de uso. 
Essa cessão, realizada contratualmente, deverá respeitar a vontade do seu titular, e só poderá ser interpretada restritivamente. Assim, se uma atriz famosa autorizou a publicação de sua imagem em informe publicitário (cessão de uso), não se admitirá outra utilização (veiculação em outdoors, por exemplo) sem a sua expressa aquiescência, sob pena de se responsabilizar civilmente o infrator.
Imprescritiveis: Inexiste prazo para o seu exercício, não se extinguindo pelo não uso. Ademais, não se deve condicionar a sua aquisição ao decurso do tempo, uma vez que, segundo a melhor doutrina, são inatos, ou seja, nascem com o próprio homem.
Faça-se uma ressalva: quando se fala em imprescritibilidade do direito da personalidade, está-se referindo aos efeitos do tempo para a aquisição ou extinção de direitos.
Não há como se confundir, porém, com a prescritibilidade da pretensão de reparação por eventual violação a um direito da personalidade. Se há uma violação, consistente em ato único, nasce nesse momento, obviamente, para o titular do direito, a pretensão correspondente, que se extinguirá pela prescrição, genericamente, no prazo de 3 (três) anos (art. 206, § 3.º, V, do CC/2002).
Impenhoráveis: jamais poderão ser penhorados. Os direitos morais de autor jamais poderão ser penhorados, não havendo, porém, qualquer impedimento legal na penhora do crédito dos direitos patrimoniais correspondentes. Sob o mesmo argumento, há que se admitir a penhora dos créditos da cessão de uso do direito à imagem.
Vitalícios: são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa desde a primeira manifestação de vida até seu passamento. 
Sendo inerentes à pessoa, extinguem-se, em regra, com o seu desaparecimento. Porém, que há direitos da personalidade que se projetam além da morte do indivíduo (ex.: atentado à memória do falecido).
O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntaria, desde que não seja permanente nem geral.
Classificação dos direitos da personalidade
classificamos os direitos da personalidade de acordo com a proteção à:
a) vida e integridade física (corpo vivo, cadáver, voz);
b) integridade psíquica e criações intelectuais (liberdade, criações intelectuais, privacidade, segredo);
c) integridade moral (honra, imagem, identidade pessoal).
Direito à vida:
 Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, em seu art. 6.º: “1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei, e ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida.”
A ordem jurídica assegura o direito à vida de todo e qualquer ser humano, antes mesmo do nascimento.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn 3.510), em face do art. 5.º da Lei de Biossegurança (Lei n. 11.105/2005), que permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento. Decidiu-se que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, tampouco a dignidade da pessoa humana.
Direito à integridade física: Incolumidade corpórea e intelectual, repelindo-se as lesões causadas ao funcionamento normal do corpo humano. 
CC, Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Assim, qualquer pessoa que se submete a tratamento médico, em especial intervenção cirúrgica, deve ter plena consciência de seus riscos, cabendo ao profissional que a acompanhar expressamente informá-la, recomendando-se, inclusive, o registro por escrito de tal fato, para prevenir responsabilidades.
Não havendo, entretanto, tempo hábil para a oitiva do paciente – como, por exemplo, em uma emergência de parada cardíaca –, o médico tem o dever de realizar o tratamento, independentemente de autorização, eximindo-se de responsabilidade.
Aliás, vale lembrar que o Código Penal brasileiro não considera crime de constrangimento ilegal “a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida” (art. 146, § 3.º, I).
Como compatibilizar o direito indisponível à vida e à integridade física com a convicção de fé, que sustenta a espiritualidade do ser humano?
Nenhum posicionamento que se adotar agradará a todos, mas parece-nos que, em tais casos, a cautela recomenda que as entidades hospitalares, por intermédio de seus representantes legais, obtenham o suprimento da autorização pela via judicial, cabendo ao magistrado analisar, no caso concreto, qual o valor jurídico a preservar.
Direito ao cadáver: 
CC, Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
STJ, Informativo nº 0645 (2019): DIREITO CIVIL. Direito ao cadáver. Destinação do corpo humano após a morte. Manifestação de última vontade do indivíduo. Inexistência de formalidade específica. Criogenia. Possibilidade. Não há exigência de formalidade específica acerca da manifestação de última vontade do indivíduo sobre a destinação de seu corpo após a morte, sendo possível a submissão do cadáver ao procedimento de criogenia em atenção à vontade manifestadaem vida.
Direito a voz: A voz do ser humano, entendida como a emanação natural de som da pessoa, é também protegida como direito da personalidade.
Dispõe o inciso XXVIII, a, do art. 5.º da Constituição Federal de 1988: “XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas”.
STJ, Informativo 606 (2017): Direitos da personalidade. Gravação de Voz. Comercialização e utilização pela ré. Proteção à voz como direito da personalidade. Possibilidade como disposição voluntária. Temporariedade. O exercício dos direitos da personalidade pode ser objeto de disposição voluntária, desde que não permanente nem geral, estando condicionado à prévia autorização do titular e devendo sua utilização estar de acordo com o contrato estabelecido entre as partes. A polêmica central repousa sobre o direito de indenização pelo uso de mensagens de voz em gravação de saudação telefônica. (...) Na hipótese, o simples fato de a recorrente ter anuído com a realização da gravação, em si, já denota a autorização para a utilização de sua voz. Não obstante a anuência tácita, a utilização da voz da parte autora também não teve fins publicitários ou comerciais, destinando-se exatamente para a finalidade pretendida com a gravação.
Direito a integridade psíquica: Incluem-se nessa classificação o direito à liberdade, inclusive de pensamento, à intimidade, à privacidade, ao segredo, além do direito referente à criação intelectual.
Vale dizer, o direito à integridade mental é o direito-base, de onde surgem todos os demais. Por isso, a legislação pune, com rigor, a tortura psicológica, além de não admitir o emprego de substâncias químicas ou do lie detector nos procedimentos de investigação policial.
· Direito à liberdade de pensamento – art. 5º, inciso IV da CF/88 (“é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”);
 
· Direitos às criações intelectuais: autoria científica, artística e literária – art. 5º, incisos XXVII, XXVIII e XXIX da CF/88 e Lei 9.610/98.
· Direito à privacidade: entendida como vida particular da pessoa natural, sendo inviolável (art. 5º, inc. X, CF/88). Direito de estar só.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico:
· Direito à manutenção sigilosa das comunicações em geral (correspondência, telefônico);
· Segredo doméstico: reservado aos recônditos do lar e da vida privada [impõe-se, inclusive, entre parentes] – inviolabilidade do domicílio;
· Segredo profissional: ex.: médicos, padres, advogados etc.
Direito à integridade moral: 
· Direito à honra: conceito valorativo, dividido em honra objetiva (reputação da pessoa, seu bom nome e fama) e em honra subjetiva (sentimento pessoal de estima ou consciência da própria dignidade).
Art. 5.º da CF/88, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
· Direito à imagem: corresponde à expressão exterior sensível da individualidade humana, digna de proteção jurídica. imagem-retrato: aspecto físico da pessoa; e imagem-atributo: como o ser é visto socialmente.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)**
Parágrafo único.
Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Direito à identidade: 
· Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome**, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
· Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
· Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
· Art. 19. O pseudônimo (ou codinome) adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
DIREITO CIVIL. Restabelecimento de nome do solteiro. Falecimento do cônjuge. Possibilidade. É admissível o restabelecimento do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo falecimento do cônjuge. (...) Em síntese, sendo a viuvez e o divórcio umbilicalmente associados a um núcleo essencial comum – existência de dissolução do vínculo conjugal – não há justificativa plausível para que se trate de modo diferenciado as referidas situações, motivo pelo qual o dispositivo que apenas autoriza a retomada do nome de solteiro na hipótese de divórcio deverá, interpretado à luz do texto constitucional e do direito de personalidade próprio da viúva, que é pessoa distinta do falecido, ser estendido também às hipóteses de dissolução do casamento pela morte de um dos cônjuges.
Ação de retificação de registro de nascimento. Troca de prenome e do sexo (gênero). Pessoa transexual. Cirurgia de transgenitalização. Desnecessidade. 
O direito dos transexuais à retificação do prenome e do sexo/gênero no registro civil não é condicionado à exigência de realização da cirurgia de transgenitalização.(...) Isso porque, se a mudança do prenome configura alteração de gênero (masculino para feminino ou vice-versa), a manutenção do sexo constante no registro civil preservará a incongruência entre os dados assentados e a identidade de gênero da pessoa, a qual continuará suscetível a toda sorte de constrangimentos na vida civil, configurando-se flagrante atentado a direito existencial inerente à personalidade.
Modos de individualização: 
Conforme consta do art. 16 do CC/2002, “Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”.
· Agnome: sinal que distingue as pessoas pertencentes a uma mesma família. Ex: Júnior, Neto, Sobrinho, Segundo etc.
· Axiônimo: designação que se dá à forma cortês de tratamento ou à expressão de reverência. Ex: conde, senhor, vossa santidade etc.
· Alcunha ou cognome: apelido depreciativo.
· Epíteto: designação qualificativa. Ex: D. Pedro, o justiceiro.
· Hipocorístico: diminuição do nome. Ex: Zezinho (José); Betinho (Roberto), etc.
OBS: Provimento 16 do CNJ (2012): permite às mães, mesmo sem a presença do homem, registrar seus filhos.
A proteção dos direitos de personalidade dá-se nos vários campos do ordenamento jurídico. Poderá ser:
· preventiva: busca tutela inibitória, objetivando evitar a lesão ou a ameaça do direito de personalidade;
· repressiva: por meio de imposição de sanção civil (indenização) ou penal em caso de a lesão já haver se efetivado.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. 
Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
O sujeito de direito representa o titular de interesses juridicamente protegidos, qualificado como tal por uma norma que lhe imputa direitos e deveres com a finalidade de disciplinar relações. Para tanto, é necessária uma autorização prévia e genérica pelo ordenamento jurídico. Tem-se a personalidade jurídica.

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