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Dengue, Chikungunya e Zika → “Vírus mantidos na natureza através da transmissão biológica entre hospedeiros vertebrados suscetíveis por artrópodes hematófagos” – OMS → Dificuldades: combater o número de portadores e a proliferação dos vetores → Distribuição global → Viroses tropicais → São transmitidas aos seres humanos pela picada dos artrópodes hematófagos Mosquito Aedes aegypti Mosquito Aedes albopictus (Ásia) → Transmissão vertical e transfusional → Fêmea: Pode transmitir o vírus durante todo o seu período de vida (6-8 semanas) Dengue (Flaviviridae) → Doença febril aguda → Codifica • Proteínas estruturais (envelope - E, capsídeo - C e membrana - M) • Proteínas não estruturais NS1 (secretada), NS2 A e B, NS3, NS4A e B e NS5 Replicação Células sistema mononuclear fagocitário (macrófagos, monócitos e células B). Tropismo Leucócitos do sangue periférico, Baço, linfonodos e fígado Timo, coração, rins, estômago, pulmões e possivelmente o cérebro Medula óssea → citopenia → compromete a produção de plaquetas → sangramento Liberação exacerbada de citocinas causa choque e a plaquetopenia a hemorragia 15.351 (86,1%) exames sorotipo de DENV, 13.675 (89,1%) DENV1; 1.676 (10,9%) DENV2. Não foram identificados os sorotipos DENV3 e DENV4 no Brasil Isolamento da Covid-19 auxiliou na diminuição de transmissão de dengue Doença febril aguda de curta duração/autolimitada – Clássica Assintomáticas até quadros graves → óbito Sintomas inespecíficos Início difícil diferenciar a dengue de outras doenças Iniciam de 4 a 10 dias após a picada Duração de 2 a 7 dias Pode ocorrer 3 fases clínicas: fase febril (2- 7 dias) → fase crítica (1-2 dias) → recuperação Dengue clássica – Fase febril → Iniciam de 4 a 10 dias após a picada → Duração de 2 a 7 dias → 1ª manifestação: febre de início abrupto geralmente alta (39-40ºC) duração 2 -7 dias → Exantema máculo-papular, atingindo face, tronco e membros, palmoplantar. → Com ou sem prurido, frequentemente no desaparecimento da febre Fase crítica → Tem início com a defervecência → entre o 3° e o 7° dia após início da doença → Orientar o paciente a buscar atendimento médico. → Acompanhada do surgimento dos sinais de alarme. → Aumento da permeabilidade vascular → choque → Fatores que interferem na gravidade Virulência: quanto maior a virulência, maior é a infectividade Infecção primária x secundária Maior risco na secundária Proteção cruzada transitória – 3 a 6 meses somente Idade: Diminui o risco com o aumento da idade Maior gravidade – bebes 6-12 meses Estado nutricional Desnutrição causa supressão da imunidade celular Fatores genéticos Mais comum em brancos → O período de extravasamento plasmático e choque leva de 24 a 48 horas, devendo a equipe assistencial estar atenta à rápida mudança das alterações hemodinâmicas → Três teorias mais conhecidas tentam explicar a ocorrência da dengue grave: 1. Teoria de Rosen - Relaciona a FHD à virulência da cepa infectante 2. Teoria de Halstead - A FHD se relaciona com infecções sequenciais por diferentes sorotipos do vírus da dengue, num período de 3 meses a 5 anos. Nessa teoria, a resposta imunológica na segunda infecção é exacerbada, o que resulta numa forma mais grave da doença. 3. Teoria integral de multicausalidade - Fatores de risco + infecções sequenciais + virulência → A ligação de anticorpos heterologos ao novo sorotipo do vírus da dengue (e homólogos para o sorotipo da primoinfecção) não o neutraliza, mas atua facilitando a penetração do vírus nos macrófagos, por mecanismo de opsonização. → Depois de 3 a 4 dias é começa a suspeita, os primeiros marcadores aparecem 1 dia antes (RNA e NS1) e tem duração curta → defervescência (não são mais encontrados) → Após isso, o diagnóstico é através dos anticorpos (IgM e IgM) que aparecem no 6º dia (marcadores indiretos) → IgG permanece para o resto da vida (IgG específico) e se houver um segundo contato → opsonisa → maior agravamento → Paciente com febre aguda, com duração máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: • Cefaleia, dor retro-orbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema, leucopenia, petéquia ou prova do laço positiva. • Além desses sintomas, deve ter estado, nos últimos 15 dias, em área onde esteja ocorrendo transmissão de Dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti → Região não epidêmica: Diagnóstico clínico - laboratorial → Região epidêmica: Diagnóstico clínico- epidemiológico → Exames inespecíficos Hemograma: - Leucopenia e Plaquetopenia: causada pela depressão na síntese de plaquetas e a formação de anticorpos antiplaquetários Aumento do hematócrito (nos casos de dengue hemorrágico): - Aumento da permeabilidade vascular- extravasamento de plasma Prova do laço – Exame de triagem - Prova do laço negativa, não exclui dengue Exames de coagulação - TAP e TTPA : aumentado - Fibrinogênio: redução - Fatores da coagulação: protrombina, fator VIII, fator XII, antitrombina - D-dímero Exames bioquímicos - Albumina: Redução sérica e albuminúria - AST e ALT - discreto aumento → Exames Específicos Detecção de vírus ou antígenos virais Isolamento Viral - Cultura de células C6/36 provenientes do mosquito Aedes - Detecção viral por imunofluorescência indireta utilizando-se anticorpos policlonais e monoclonais específicos para os quatro sorotipos do vírus dengue - Tempo: 6-10 dias Detecção de ácido nucléico viral: - RT-PCR, PCR em tempo real Detecção do antígeno NS1 (1° até o 10° dia) - Elisa ou teste rápido Histopatologia e Imunohistoquímica - Pesquisa de antígenos virais Sorologia - Deve ser realizados após o 6° dia - ELISA (detecta anticorpos da classe IgM- 4°- 7° dia até 60 dias) - > 75% de positividade entre 7 a 10 dias - > 99% de 10 a 20 dias IgG-ELISA - IgG + → no 10º dia na primo-infecção - no 1º dia na re-infecção → Dengvaxia® Vacina dengue quadrivalente, sorotipos 1, 2, 3 e 4 (recombinante e atenuada) - 9 aos 45 anos de idade que moram em áreas endêmicas - 3 injeções, administradas em intervalos de 6 meses - Eficácia: 66% dos casos de dengue e 93% dos casos graves (hemorrágica) Zika (Flaviviridae) → Doença de caráter brando → Isolado do sangue de macacos da floresta Zika na Uganda, 1947 – Inicialmente endêmico apenas na África → Final de 2014 → Brasil casos de doença em pacientes da cidade de Natal (RN) apresentaram sintomas compatíveis com a febre da dengue. → 2015 → foram identificados os primeiros casos do vírus Zika em amostras de soro de pacientes da cidade de Natal (RN) → 2015 – outubro → Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) – Pernambuco relatou alteração significativa no padrão de bebês nascidos com microcefalia. → 2015 – novembro → Identificação do vírus Zika no líquido amniótico de gestantes → 2016: 4180 casos suspeitos de microcefalia e 270 confirmados → Mutação no gene chamado de “S139N”teria surgido em 2013 predileção por células neuronais → Vetorial Transmitido ao homem pela picada de mosquitos do gênero Aedes. → Perinatal Há evidências de que a mãe infectada com o vírus Zika nos últimos dias de gravidez pode transmitir o vírus ao recém-nascido durante o parto. O vírus Zika foi detectado no líquido amniótico de duas mulheres grávidas cujos fetos apresentaram danos neurológicos sérios → Sexual Evidências clínicas e sorológicas de transmissão por contato direto pessoa- pessoa. Presença do vírus em sêmen → Transfusão de sangue Detectado em amostras de sangue de doadores assintomáticosno momento da doação. → Tropismo por neurônios Desmielinização Sindrome de Guillain-Barré Encefalite Meningoencefalite Parestesia paralisia facial → Assintomática ou oligoassintomática → Apenas 18% dos infectados apresentam sintomas → Sintomas semelhantes aos da Dengue, porém, o Zika vírus causa sintomas mais leves e desaparecem entre 4 e 7 dias → Doença febril autolimitada • Febre baixa (entre 37,8ºC e 38,5ºC), Conjuntivite não purulenta, Dor de cabeça, Fatiga ou mialgia, Astenia, Exantema maculopapular, Artralgia normalmente em mãos e pés. Em alguns casos com inflamações das articulações → Com menos frequência: dor retro-orbital, anorexia, vômitos, diarreia e dor abdominal e aftas. → Anormalidades cerebrais → Microcefalia e malformação intracraniana → Tropismo pelo sistema nervoso central → Em cérebros infantis, a ação do zika resulta na morte de células progenitoras neurais o que pode provocar microcefalia → Maior gravidade 1º trimestre → Zika: paciente que apresente exantema maculopapular pruriginoso ou não, acompanhado de pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: Febre Hiperemia conjuntival sem secreção/prurido Poliartralgia Edema periarticular. → Exames inespecíficos Alterações típicas laboratoriais associadas com a infecção são escassas Hemograma - leucopenia (discreta), trombocitopenia Proteína C reativa Ligeira elevação da Lactato desidrogenase (LDH) sérica - indica lesão tecidual e Gama-GT → Exames específicos Materiais que podem ser usados para exames diagnósticos: Sangue, Urina, Líquido cefalorraquidiano, Fluido amniótico (dentro do útero da gestante), Sémen e Saliva. Forma direta: 4-7 dias após o início dos sintomas Isolamento do vírus - Cultura de células C6/36 provenientes do mosquito Aedes - Detecção viral por imunofluorescência indireta - Tempo: 6-10 dias Detecção de ácido nucléico viral – RT- PCR Forma indireta: IgM e IgG - ELISA, IFI e Imunocromatografia (teste rápido) IgM – a partir do 4º dia (fase aguda) até 12 semanas (fase de convalescença) - Interferência - reação cruzada com outros vírus da mesma família Flavivírus – dengue (é considerado apenas presuntivo para o diagnóstico de Zika) Teste de neutralização por redução de placa (PRNT) - Demonstração de anticorpos específicos para ZikaV Chikungunya (Togaviridae) → “Chikungunya” significa “aqueles que se dobram”, em referência a postura contorcida de pessoas afetadas e sofrendo com a dor articular severa → Originalmente → Tanzânia; Endêmico na Ásia e África → Américas → 2013 → Brasil → 2014 → Bahia, Minas Gerais e São Paulo → Vetorial Transmitido ao homem pela picada de mosquitos do gênero Aedes. → Transplacentária Provoca infecção neonatal grave → Transfusão de sangue Rara → O processo de infecção em seres humanos ainda é mal compreendido → In vivo, o vírus chikunguya é capaz de replicar em Células epiteliais e endoteliais, fibroblastos, monócitos e macrófagos Células progenitoras do músculo esquelético → Tropismo → músculos esquelético e articulações → Após a infecção, fibroblastos do hospedeiro produzem o interferon-tipo1-α e interferon-tipo1-β (IFN-α e IFN-β). → Em estudos com ratos expostos ao chikungunya, com deficiências no INF-1 leva ao aumento da mortalidade → Início dos sintomas - 2-10 dias → Assintomática ou sintomática → 70% é sintomática → 3 fases Aguda ou febril – 7 dias Subaguda Crônica – após 3 meses Fase aguda ou febril Dura até 14 dias Febre de início agudo Dores articulares (com/sem edema) e musculares Cefaleia Náusea e Fadiga Exantema Sintomas clinicamente parecidos aos da dengue: A principal manifestação clínica que a difere são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema. Dermatite esfoliativa, lesões vesículobolhosas, hiperpigmentação, Fotossensibilidade, lesões simulando eritema nodoso e úlceras orais. Fase aguda ou febril Dura até 3 meses Febre desaparece Há persistência ou agravamento da artralgia com ou sem edema Astenia: Recorrência do prurido generalizado e exantema maculopapular Caso os sintomas persistam por mais de três meses, após o início da doença, estará instalada a fase crônica. Fase aguda ou febril Duração dos sintomas além dos três meses – principalmente dor articular, musculoesquelética e neuropática O sintoma mais comum nesta fase crônica acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizado por dor com ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e ausência de eritema. Normalmente, o acometimento é poliarticular e simétrico, mas pode ser assimétrico e monoarticular. Os casos graves e óbitos ocorrem com maior frequência em pacientes com comorbidades e em extremos de idade. → Paciente com febre de início súbito maior que 38,5ºC e intensa poliartralgia, podendo ser acompanhada de: Cefaleia, exantema, fadiga e dorsalgia com duração média de 7 dias, Ser residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas nos últimos 15 dias, antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado ou com exame negativo para Dengue que mantenha sintomatologia por mais de 8 dias do início dos sintomas → Exames inespecíficos Hemograma - Leucopenia – 1.000 cels/mm3 Proteína C-reativa Transaminases - Elevação importante → Exames específicos Forma direta – 1-5o dia após infecção - Isolamento viral - Detecção de ácido nucléico viral: RT- PCR Forma indireta - Sorologia (IgM e IgG) – a partir do 5o dia - Elisa e testes imunocromatográficos Teste de neutralização por redução de placa (PRNT) - Demonstração de anticorpos específicos para ChikV
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