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Plano de Aula: Teoria geral dos contratos. DIREITO CIVIL III - CCJ0223 Título Teoria geral dos contratos. Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 1 Tema Aspectos estruturais do contrato. Objetivos Conceituar contrato e identificar sua natureza jurídica. Identificar os princípios atinentes ao Direito Contratual. Compreender a distinção decorrente da nomenclatura contratos típicos, atípicos, nominados e inominados. Estrutura do Conteúdo Unidade 1 ? Teoria Geral dos Contratos 1.1. Conceito 1.2. Natureza jurídica 1.3. Principiologia 1.4. Interpretação 1.5. Contratos típicos e atípicos e distinção dos contratos nominados e inominados Conceito Inobstante a difícil tarefa encontrada pela doutrina para conceituar os institutos jurídicos, é necessário trazer à tona o conceito de contrato como um negócio jurídico por meio do qual as partes estipulam, por acordo de vontades, direitos e deveres com conteúdo patrimonial, tendo limites a licitude do objeto, bem como os princípios da função social e da boa-fé objetiva. Daí verifica-se a importância do contrato como principal fonte do Direito da Obrigações e instituto relevante para o Direito Privado, revelando a interdisciplinaridade do Direito Contratual com outras áreas jurídicas. Natureza jurídica O conceito de contrato evidencia sua natureza jurídica como ?negócio jurídico?. Principiologia É importante reforçar o papel dos princípios como legitimadores e concessores de validade jurídica à legislação, atentando à nova tendência de interpretação e releitura do Direito Civil com base na Constituição Federal (Direito Civil- Constitucional), fazendo prevalecer a pessoa humana em detrimento dos bens materiais. Devem ser abordados os seguintes princípios: a) Autonomia da vontade: as partes tem liberdade de contratar, de escolher com quem contratar e de estipular o conteúdo contratual. b) Força obrigatória do contrato (pacta sunt servanda): o contrato faz lei entre as partes, o que pode ser relativizado pela Teoria da Imprevisão (onerosidade excessiva). c) Relatividade subjetiva dos efeitos do contrato: oponibilidade relativa dos efeitos do contratos, inter partes, com exceção da ?estipulação em favor de terceiro? e do ?contrato com pessoa a declarar?. d) Função social do contrato: princípio de ordem pública que limita a liberdade de contratar em prol da coletividade. Evidencia-se intrinsecamente na relação entre as partes, a partir da observância da lealdade e boa-fé, e extrinsecamente sob o ponto de vista de sua existência em prol do bem comum. e) Boa-fé objetiva: regra de comportamento atrelada à conduta leal e ética que se espera em um contexto social, impondo a observância de deveres jurídicos anexos ou de proteção. A doutrina destaca suas funções: a) interpretação e colmatação (art. 113, CC); b) criadora de deveres jurídicos anexos, tais como lealdade e confiança recíprocas, informação, sigilo e assistência; e c) integração (art. 422, CC). Desdobramentos da boa-fé objetiva (conceitos parcelares): a) Venire contra factum proprium: vedação de comportamento contraditório. b) Supressio: perda de um direito por não exercê-lo por razoável lapso temporal. c) Surrectio: surgimento de um direito em razão do comportamento de uma das partes (práticas, usos e costumes). d) Tu quoque: comportamento que surpreende uma parte, colocando-a em desvantagem. e) Exceptio doli: veda prática de condutas tendentes a prejudicar interesses de outrem. Interpretação A interpretação contratual objetiva esclarecer seu sentido e alcance declarando a intenção comum dos contratantes e suprindo lacunas que possam existir. Para tanto, deve-se utilizar o princípio da boa-fé (art. 113, CC) e da conservação dos contratos. Regras interpretativas esparsas: a) Quando houver cláusulas ambíguas ou contraditórias no contrato de adesão, deve-se adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423). b) A transação deve ser interpretada restritivamente (art. 843). c) A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819). d) Prevalecerá a interpretação da cláusula testamentária que melhor assegure a observância da vontade do testador (art. 1.899). Contratos típicos e atípicos e distinção dos contratos nominados e inominados Contratos típicos são os que possuem previsão legal, como a compra e venda, por exemplo, enquanto os atípicos não estão regulados na lei, como o contrato de factoring. É importante distinguir a classificação de contratos típicos e atípicos de contratos nominados e inominados. Denomina-se de nominados aqueles contratos que possuem uma terminologia definida, portanto, os contratos típicos também são nominados. Quando uma figura contratual resultar da mescla de prestações de vários contratos ou da autonomia da vontade das partes, ter-se-á um contrato atípico inominado, por não existir nomen juris para a nova modalidade. Aplicação Prática Teórica QUESTÃO OBJETIVA 1 ? (Procurador/Faz. Nacional/2007/ESAF) O princípio pelo qual a liberdade contratual deverá estar voltada à solidariedade, à justiça social, à livre iniciativa, ao progresso social, à livre circulação de bens e serviços, à produção de riquezas, aos valores sociais, econômicos e morais, é o: a) do consensualismo; b) do equilíbrio contratual; c) da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual; d) da função social do contrato; e) da boa-fé objetiva. QUESTÃO OBJETIVA 2 ? (MP/SP/Promotor de Justiça/2010) Assinale a alternativa correta: a) O princípio da autonomia privada, segundo o qual o sujeito de direito pode contratar com liberdade, está limitado à ordem pública e à função social do contrato. b) A exigência da boa-fé se limita ao período que vai da conclusão até a execução do contrato. c) Segundo o entendimento sumular, a cláusula contratual limitativa de dias de internação hospitalar é perfeitamente admissível quando comprovado que o contratante do seguro saúde estava ciente do seu teor. d) A função social justifica o descumprimento do contrato, com fundamento exclusivo na debilidade financeira. e) Os contratos atípicos não exigem a observância rigorosa das normas gerais fixadas no Código Civil, pois que nestes casos os contratantes possuem maior liberdade para contratar. QUESTÃO OBJETIVA 3 ? (TJ ? PI ? CESPE ? Titular de Serviço de Notas e de Registro ? 2013) Em uma relação negocial, a ocorrência de comportamento que, rompendo com o valor da confiança, surpreenda uma das partes, deixando-a em situação de injusta desvantagem, caracteriza o que a doutrina prevalente denomina (A) supressio. (B) venire contra factum proprium. (C) tu quoque. (D) exceptio doli. (E) surrectio. QUESTÃO SUBJETIVA ? Diante da teoria geral dos contratos e o diálogo existente entre as fontes jurídicas, aborde, fundamentadamente, a realidade dos contratos de plano de saúde, apresentando sua natureza jurídica e elementos característicos.
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