Formação de Contratos - Parte I

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Plano	de	Aula:	Formação	dos	contratos.
DIREITO	CIVIL	III	-	CCJ0223
Título
Formação	dos	contratos.
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
2
Tema
Formação	dos	contratos	?	Parte	I.
Objetivos
Compreender	como	se	dá	a	formação	dos	contratos	e	suas	fases.
Identificar	a	classificação	dos	contratos.
Compreender	 e	 diferenciar	 os	 institutos	 da	 ?estipulação	 em	 favor	 de
terceiros?,	?promessa	de	fato	de	terceiro?	e	do	?contrato	com	pessoa	a
declarar?.
Estrutura	do	Conteúdo
Unidade	2	?	Formação	dos	Contratos
2.1.	Negociações	preliminares,	proposta,	aceitação	e	lugar	da	formação
2.2.	Classificação
2.3.	Estipulações	contratuais	em	relação	a	terceiros
2.3.1.	Estipulação	em	favor	de	terceiros
2.3.2.	Promessa	de	fato	de	terceiro
2.3.3.	Contrato	com	pessoa	a	declarar
Noções	básicas
Clóvis	 Beviláqua	 exemplifica	 o	 processo	de	 formação	 do	 contrato	 através	 do
seu	desejo	de	adquirir	um	objeto,	sendo-lhe	mais	interessante	este	objeto	do
que	a	soma	a	desembolsar	ou	o	serviço	a	prestar,	que	se	contrapõe	a	desejo
do	proprietário	do	objeto,	para	quem	é	mais	vantajoso	receber	a	soma	do	que
mantê-lo	em	seu	poder.	(Direito	das	Obrigações.	Campinas:	Red	Livros,	2000,	p.
225).	 Há,	 inicialmente,	 a	 fase	 de	 pontuação	 (negociações	 preliminares)	 até
que	as	partes	convirjam	a	uma	proposta	definitiva,	seguida	da	aceitação,	para
que,	então,	forme-se	o	contrato.
1)	 Fase	 de	 puntuação	 (negociações	 preliminares):	 marcada	 pela
ponderação,	reflexão,	discussão,	redação	da	minuta,	harmonizando	interesses
até	então	antagônicos,	não	havendo,	neste	momento,	vinculação	das	partes	a
uma	relação	obrigacional.
2)	 Fase	 de	 proposta	 (policitação):	 consiste	 na	 oferta	 de	 contratar,	 que
obriga	o	proponente	ou	policitante	(arts.	427	e	428,	CC).	Deve	ser	abordada,
ainda,	a	oferta	ao	público	(art.	429,	CC)	e	as	consequências	jurídicas	da	morte
do	proponente.
3)	 Aceitação:	 aquiescência	 do	 aceitante	 ou	 oblato	 à	 proposta	 formulada
(arts.	 430	 a	 432,	 CC).	 Deve	 ser	 analisada	 a	 formação	 dos	 contratos	 entre
ausentes	(art.	434,	CC).
Lugar	da	formação	do	contrato:	onde	houve	a	propositura	 (art.	435,	CC	e
art.	9°,	§2°,	LICC),	ressalvando-se	que	esta	regra	nem	sempre	será	aplicada	no
caso	de	contratação	eletrônica.
O	 Código	 de	 Defesa	 do	 Consumidor	 pode	 ser	 aplicado	 subsidiariamente	 às
obrigações	 decorrentes	 do	 comércio	 eletrônico.	 O	 contrato	 de	 consumo
eletrônico	 internacional	 obedece	 ao	 disposto	 no	 art.	 9º,	 §2º,	 da	 LICC,	 que
determina	a	aplicação	da	legislação	do	domicílio	do	proponente.
Classificação	dos	contratos
a)	 Quanto	 aos	 efeitos	 os	 contratos	 podem	 ser:	 unilaterais,	 bilaterais,
plurilaterais,	 gratuitos	 e	 onerosos.	 Os	 onerosos,	 por	 sua	 vez,	 podem	 ser
comutativos	 ou	 aleatórios,	 podendo	 estes	 últimos	 serem	 aleatórios	 por
natureza	ou	acidentalmente	aleatórios.
b)	Quanto	à	formação,	podem	ser:	paritários,	de	adesão	ou	contrato-tipo.
c)	 Quanto	 ao	 momento	 de	 sua	 execução:	 execução	 instantânea,	 execução
diferida	e	trato	sucessivo.
d)	 Quanto	 ao	 agente:	 personalíssimos	 (intuitu	 personae),	 impessoais,
individuais	e	coletivos.
e)	Quanto	ao	modo:	principais,	acessórios	e	derivados.
f)	Quanto	 à	 forma:	 solenes	 (formais),	 não	 solenes	 (forma	 livre),	 consensuais,
reais.
g)	Quanto	ao	objeto:	preliminares	e	definitivos.
h)	 Quanto	 à	 designação:	 nominados,	 inominados,	 típicos,	 atípicos,	 mistos	 e
coligados.
Estipulações	contratuais	em	relação	a	terceiros
O	 docente	 deverá	 esclarecer	 as	 formas	 excepcionais	 de	 contratação,	 nas
quais	o	contrato	gera	efeitos	não	apenas	entre	as	partes	contratantes,	mas
atinge	 também	 os	 interesses	 de	 terceiros	 estranhos	 à	 relação	 jurídica
contratual.
1.	Estipulação	em	favor	de	terceiros	(arts.	436	a	438,	CC)
2.	Promessa	de	fato	de	terceiro	(arts.	439	e	440,	CC)
3.	Contrato	com	pessoa	a	declarar	(arts.	467	a	471,	CC)
Aplicação	Prática	Teórica
QUESTÃO	 OBJETIVA	 1	 ?	 (TRE/PE/Analista	 Judiciário/2004/Fundação	 Carlos
Chagas)	Considere:
I.	A	função	social	do	contrato	prevista	no	art.	421	do	novo	Código	Civil	elimina	o
princípio	da	autonomia	contratual.
II.	 E	m	 virtude	 do	 princípio	 da	 boa-fé,	 positivado	 no	 art.	 422	 do	 novo	 Código
Civil,	 a	 violação	 dos	 deveres	 anexos	 constitui	 espécie	 de	 inadimplemento,
independentemente	de	culpa.
III.	É	lícito	às	partes	estipular	contratos	atípicos,	observadas	as	normas	gerais
fixadas	no	novo	Código	Civil.
IV.	O	impedimento	de	contratar	tendo	por	objeto	a	herança	de	pessoa	viva	tem
uma	única	exceção,	expressamente	prevista	no	novo	Código	Civil.
Quanto	às	normas	gerais	sobre	contratos,	são	corretos	APENAS:
a)	II	e	III.
b)	I	e	II.
c)	I	e	III.
d)	II	e	IV.
e)	III	e	IV.
QUESTÃO	 OBJETIVA	 2	 ?	 (Procurador	 do	 Trabalho/2008/XV	 Concurso)	 Leia	 com
atenção	as	assertivas	abaixo:
I.	A	proposta	de	contrato	não	obriga	o	proponente	quando	o	contrário	resulta
da	própria	natureza	do	negócio	proposto;
II.	Como	 regra	geral,	a	oferta	ao	público	equivale	à	proposta	quando	encerra
os	requisitos	essenciais	ao	contrato;
III.	Ainda	que	o	proponente	tenha	se	comprometido	a	esperar	resposta,	tornar-
se-á	perfeito	o	contrato	entre	ausentes	desde	a	expedição	da	aceitação.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	apenas	as	assertivas	I	e	II	estão	corretas;
b)	apenas	as	assertivas	II	e	III	estão	corretas;
c)	apenas	as	assertivas	I	e	III	estão	corretas;
d)	todas	as	assertivas	estão	corretas;
e)	não	respondida.
QUESTÃO	OBJETIVA	3	?	 (TRF/4ª	Reg./Juiz	 Federal/2005/Fundação	Carlos	Chagas)
Assinale	a	alternativa	INCORRETA.	Quanto	à	classificação	dos	contratos,	pode-
se	dizer	que:
a)	 O	 contrato	 de	 compra	 e	 venda	 é	 consensual	 e	 principal,	 entre	 outras
classificações	possíveis.
b)	 O	 contrato	 de	 doação	 manual	 (bens	 móveis	 de	 pequeno	 valor),
obrigatoriamente,	será	real.
c)	O	contrato	de	fiança	é	principal	e	sinalagmático,	entre	outras	classificações
possíveis.
d)	O	contrato	de	locação	é	principal,	não	solene	e	sinalagmático,	entre	outras
classificações	possíveis.
QUESTÃO	 SUBJETIVA–	 (FGV/OAB	 2010.2/Adaptada)	 Durante	 dez	 anos,
empregados	 de	 uma	 fabricante	 de	 extrato	 de	 tomate	 distribuíram,
gratuitamente,	sementes	de	tomate	entre	agricultores	de	uma	certa	região.	A
cada	ano,	os	empregados	da	fabricante	procuravam	os	agricultores,	na	época
da	 colheita,	 para	 adquirir	 a	 safra	 produzida.	 No	 ano	 de	 2009,	 a	 fabricante
distribuiu	as	sementes,	como	sempre	 fazia,	mas	não	 retornou	para	adquirir	a
safra.	 Procurada	 pelos	 agricultores,	 a	 fabricante	 recusou-se	 a	 efetuar	 a
compra.	 O	 tribunal	 competente	 entendeu	 que	 havia	 responsabilidade	 pré-
contratual	 da	 fabricante.	 Explique	 o	 que	 significa	 a	 responsabilidade	 pré-
contratual,	fundamentando	se	a	decisão	do	tribunal	foi	acertada.