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TUT 2: ICC 1 💗 TUT 2: ICC Cardiomiopatia da doença de chagas (ICFEr de etiologia infecciosa) Com a remissão da parasitemia e das reações inflamatórias sistêmicas, o paciente adentra a fase crônica da doença, em que se acredita que, desde a forma indeterminada, ocorra um processo de miocardite focal de baixa intensidade, mas incessante, que causa destruição de fibras e fibrose reparativa miocárdica progressivas. Isso provoca dano miocárdico cumulativo, e resulta tardiamente em um quadro de miocardiopatia dilatada, usualmente acompanhada de arritmias graves, complicações tromboembólicas e morte súbita em elevada proporção dos casos. Acredita-se que a miocardite crônica da doença de Chagas deva-se a dois processos patogenéticos principais: dano miocárdico, associado diretamente à inflamação, causada por parasitismo de fibras cardíacas, em múltiplos focos, mas de baixa intensidade; e à agressão miocárdica causada por reação imune adversa direcionada e, continuamente alimentada, pela reiterada apresentação de antígenos vinculada ao parasitismo cardíaco persistente. Bloqueio de ramo direito e hemibloqueio do esquerdo → arritmia Acomete primariamente o VD Aneurisma apical Definição Insuficiência Cardíaca (IC) é a síndrome clínica decorrente de alterações estruturais e/ou funcionais do coração que resultam em prejuízo ao seu enchimento e/ou esvaziamento de sangue, gerando aumento nas pressões intracavitárias que culminam em congestão venocapilar pulmonar e/ou venosa sistêmica, além de poder cursar com baixo débito cardíaco e má perfusão orgânica. Dizemos que ela é crônica quando sua evolução é gradual ao longo do tempo. Epidemiologia 1-2% da populaçao apresenta IC, e ate 10% em pessoas > 65 anos TUT 2: ICC 2 A prevalencia e igual entre os sexos, apesar de incidir mais em homens. ICFEr e ICFEp apresentam mais ou menos a mesma prevalencia, mas alguns autores afirmam que a ICFEr e um pouco mais prevalente. A ICFEp foi mais prevalente em mulheres, com idade média de 61 anos. Já a ICFEr foi mais prevalente em homens (RJ). Dos óbitos, em 42% não foi possivel determinar a etiologia, em 23% foi por cardiomiopatia, 14% por hipertensão arterial, 9% por doença isquêmica e 8% por doença de chagas (SP). Etiologia Fisiopatologia Insulto inicial ao músculo cardíaco gera mecanismos compensatórios. Em minutos a horas, há ativação do SRAA e do SNS. A longo prazo, há remodelamento ventricular, alterando seu tamanho e forma. Quando esses mecanismos compensatórios falham, a IC torna-se sintomática. TUT 2: ICC 3 Ativação neuro-hormonal: quando há queda do volume circulante, isso é detectado pelo sistema barorreceptor renal e extrarrenal, desencadeando a ativação de vasoconstritores e a retenção de sódio. SRAA: ocorre um aumento da produção de renina pelo aumento da atividade simpática e pela ativação dos baroreceptores renais pela queda da pressão. A renina converse o angiotensinogênio em angiotensina I e esta é convertida pela ECA em angiotensina II. A angiotensina II é vasoconstritora e contribui, junto com o SNS, para elevar a resistência vascular. Ela também aumenta a liberação de noradrenalina pelo simpático e estimula a secreção de aldosterona pela suprarrenal, aumentando a reabsorção do sódio. Além disso, é um potente estimulador da fibrogênese, envolvendo morte celular pela vasoconstrição intensa, efeito trófico nos miócitos e efeito proliferativo sobre os fibroblastos (a aldosterona também induz fibrose). Sistema nervoso autônomo: a queda da pressão ou do volume sistólico diminui o influxo inibitório do SNA, o que ativa vias eferentes simpáticas, promovendo vasoconstrição periferica, aumento da contratilidade cardíaca e taquicardia. O sistema adrenérgico promove vasoconstrição periférica com redistribuição do fluxo para áreas nobres (cérebro e coração), além de estimular a liberação de vasopressina e renina. A vasoconstrição generalizada promove aumento da resistência vascular sistêmica e aumento da pós-carga ao ventrículo esquerdo, sobrecarregando um ventrículo já insuficiente A hipoperfusão da musculatura esquelética leva ao metabolismo anaeróbico, à produção de ácido lático, gerando fraqueza e fadiga. A hipoperfusão esplâncnica promove retenção de nitrogênio e sódio, disfunção hepática e isquemia mesentérica. A noradrenalina pode contribuir para a hipertrofia dos miócitos. Ela é diretamente tóxica para as células miocárdicas, pela sobrecarga de cálcio ou pela indução de apoptose. Vasopressina arginina (AVP): seu nível está constantemente elevado, pois está associado com a elevação dos níveis de renina e catecolaminas, que estimulam a secreção da AVP pela neuro-hipófise. Isso é desencadeado pelo estímulo dos baroreceptores arteriais, que sentem a redução do enchimento. TUT 2: ICC 4 Ela causa vasoconstrição periférica, retenção de água livre e, consequentemente, hiponatremia dilucional. Endotelina: peptídeo vasoconstritor que tem sua produção estimulada pela angiotensina II, AVP e IL-1. Peptídeos natriuréticos: o BNP (brain natriuretic peptide) é produzido nos ventrículos e secretado quando há sobrecarga pressórica ou volumétrica. Promovem vasodilatação da aferente e vasoconstrição da eferente para aumentar a pressão capilar e a TFG. Inibem a ação vasoconstritora do SNS, SRAA, AVP e endotelina. Apesar de tentar contrabalancear, são insuficientes para superar a intensa vasoconstrição. Neprilisina: enzima degrada os peptídeos natriuréticos vasoativos. Citocinas pro-inflamatórias: TNF-alfa, IL-1 e IL-6. Remodelamento cardíaco: hipertrofia de miócitos e dilatação cardíaca, com aumento da formação de matriz intersticial. É feito para tentar manter a força contrátil, mas contribui para a piora da IC. É estimulado primariamente pelo estiramento mecânico, porém isquemia, hormônios e peptídeos vasoativos contribuem. A hipertrofia miocárcia é causada pelo aumento de miofibrilas e mitocôndrias. Na sobrecarga pressória (ex.: hipertensão) ocorre desenvolvimento de sarcômeros em paralelo, criando remodelamento ventricular concêntrico, com maior aumento da massa em relação ao volume ventricular (paredes grossas). No caso de sobrecarga volumétrica (ex.: insuficiência aórtica), ocorre hipertrofia de sarcômeros em série, o que provoca remodelamento ventricular excêntrico, com maior aumento do volume ventricular em relação a massa (câmara grande). Disfunção endotelial: a redução na produção de NO leva aumento da resistência vascular, com extravasamento de líquido para o interstício, explicando o edema Clinica → Dispneia inicialmente aos esforços que progride e fica ao repouso tambem A maior pressao de enchimento do VE e transmitida para o AE e dai para as veias pulmonares (que nao possuem valvas que impeçam o refluxo), causando TUT 2: ICC 5 aumento da pressao hidrostatica e consequentemente transudaçao de liquido para o intersticio e alveolos (edema) → Ortopneia (mais tardio) Quando deita, ha um aumento do retorno venoso, o que aumenta a pressao de enchimento do VE e agrava a congestao pulmonar Melhora assim que levanta → Dispneia paroxistica noturna O pcte despera 1-3h apos se deitar, com intensa tosse e falta de ar, e demora alguns minutos depois de se levantr para normalizar → Sintomas de congestao venosa sistemica (turgencia jugular, hepatomegalia, derrame pleural, ascite, edema de mmii) Quando evolui para acometimento do lado direito → Respiraçao de Cheyne-Stokes Pela hipersensibilidade dos centros respiratorios bulbares a pCO2 aossciado a lentificaçao do fluxo circulatorio → Fadiga → Caquexia cardiaca: perda ponderal involuntaria acima de 6% do peso basal em periodo ≤ 6 meses. O imc fica <21 em homens e <19 em mulheres. Sinal de pessimo prognostico → Queixas gastrointestinais → Queixas neuropsiquiatricas → Nocturia (>2x): devido a secreçao de peptideos natriureticos TUT 2: ICC 6 Diagnóstico Critérios TUT 2: ICC 7 TUT 2: ICC 8 Exames complementares:→ Hemograma (anemia?), eletrólitos, função renal, glicemia, hemoglobina glicada, perfil lipídico, função hepática e uroanálise, função tireoidiana, troponina, cpk, sorologias, ácido úrico → Bnp e nt-pro-bnp: aumentam conforme há distensão da parede. Níveis normais apresentam VPN de 95% para excluir IC descompensada. Podem se elevar em mulheres, idosos, na insuficiência renal e pode diminuir em obesos → ECG: um normal tem VPN > 90% a fim de excluir disfunção ventricular sistólica → Rx tórax: cardiomegalia (ICT > 2,5)? dilatação de câmaras, congestão pulmonar, derrames pleurais? → Ecocardiograma: avalia função do VE, da função distólica e da diastólica… Classificação TUT 2: ICC 9 Esquerda: sintomas respiratórios, como cansaço e dispneia derivados da congestão pulmonar Direita: sintomas periféricos, como edema, congestão hepática, turgência jugular e anasarca 🚨 A principal causa de insuficiencia direita e a insuficiencia esquerda. Primariamente se afeta o VE, gerando congestao venocapilar pulmonar. Isso causa um remodelamento com hipertrofia do musculo liso das arteriolas. Esse estreitamento luminal aumenta a resistencia vascular pulmonar, o que sobrecarregea o VD (aumento da pos-carga), elevando sua pressao intracavitaria. Classificação em sintomas (funcional) - NYHA I. Sem limitação para atividades físicas II. Limitação leve em atividades usuais III. Limitação acentuada, em atividades menores que as usuais IV. Todas as atividades causam desconforto, até mesmo em repouso Classificação baseada na progressão da doença, em estágios - ACCF\AHA A: pacientes com risco (hipertensão, dac, dm) porém sem a doença B: com lesão cardíaca, mas sem sintomas (nyha I) C: lesão + sintomas (nyha I-IV) D: sintomas refratários ao tratamento Classificação baseada na fração de ejeção Preservada: ≥ 50% Reduzida: <40% Intermediária: 40-49% Tratamento TUT 2: ICC 10 Não medicamentoso: dieta hipossódica (2g\dia), restrição hídrica, interromper tabagismo e etilismo, atividade física. Diuréticos. Ex.: furosemida Digitálicos: inotrópico para aumentar a contratilidade IECA: captopril, enalapril (pode substituir por BRA) B bloqueadores adrenérgicos: bisiprolol, carvedilol, succinato de metoprolol Espironolactona (antagonista da aldosterona): usada em terapia tripla, caso permaneça com sintomas mesmo em uso de b block + ieca Hidralazina e nitrato: caso tenha intolerância a IECA e BRA ou em afrodescendentes que continuam sintomáticos Ivabradina: inibidor seletivo do nó sinusal (diminui FC). Anticoagulante oral se algum episódio tromboembólico pregresso Cirurgia de revascularização Transplante cardíaco 🚨 Ao contrario da ICFEr, onde o tto previne o remodelamento cardiaco e consegue prolongar a sobrevida, para a ICFEp no existe estrategia que reduza a mortalidade. O que se faz e o tratamento das doenças de base, aliado ou controle dos sintomas. Modificam sobrevida: b block, ieca ou bra, espironolactona, hidralazina + nitrato, ivabradina Sintomáticos: diuréticos, digoxina *IECA e b block para todos. Prognostico 30-40% morrem dentro de um ano apos diagnostico de IC sintomatica, e 60-70% dentro de cinco anos. O principal determinante e a classe funcional (NYHA). TUT 2: ICC 11 Conferência Não tem capacidade de bombear sangue para ter a perfusão adequada dos órgãos Falha das adaptações Aguda → terapia urgente; pode agudizar a crônica por algum fator Crônica → os mecanismos adaptativos Sistólica ou FEr (<50%) Déficit de contratilidade Aumento do volume cardíaco. Não consegue ‘’bombear o sangue para frente’’. Todo o volume volta como volume residual e vai para os pulmões. Diastólica (FEp) Dificuldade de enchimento ventricular O VE não consegue encher. A pressão do fim de diástole não é efetiva Sobrevida após 5 anos de diagnóstico: 35% Mortalidade ICFEr > ICFEi > ICFEp Mecanismo de Frank Starling Maior volume diastólico final = maior força de sístole Angiotensina II é um vasoconstritor que aumenta a produção de aldosterona e o volume, aumentando a pressão SNS: quimiorreceptores e barorreceptoses aumentam a FC e o inotropismo, vasoconstrição e retenção de água e sódio. Isso gera aumento da pós carga e da pré carga, dificultando ainda mais a saída do sangue. Ta chegando muito sangue que não consegue ser bombeado. NO e bradicinina vasodilata; Endotelina e Vasopressina são vasoconstritores. TUT 2: ICC 12 BNP: vasodilatam Sarcubitril valsartana Suspender enalapril (IECA) por 36h antes de iniciar Ver a função renal. Se tiver ruim, suspende Obesos podem ter BNP normal ou baixo Papel prognóstico (maior nível, maior mortalidade) TUT 2: ICC 13 A → considerar diagnósticos diferencias, digitálicos (digoxina) B → diuréticos C → grave. vasodilatador + diurético L → reposição volêmica; sem melhora, faz inotrópico
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