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PRÉ-ECLAMPSIA (Classificação e Manejo)

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PRÉ-ECLÂMPSIA – CLASSIFICAÇÃO E MANEJO
Definição 
Elevação de níveis pressóricos em gestantes previamente 
normotensas após a 20ª semana de gestação, acompanhada 
de proteinúria (> 300 mg/dl ou 0,3 g em 24 horas). Mas pode 
ter PE sem proteinúria, se outras alterações laboratoriais: 
• Plaquetopenia (< 100.000) 
• Creatinina > 1,1 
• EAP 
• Aumento de 2x das transaminases 
• Lesão de órgão alvo 
 
Classificação 
• Leve = o que não é grave 
• Grave 
o PA > 160x110 mmHg aferida em duas 
medidas com intervalo de no mínimo 2 
horas e após repouso; 
o Proteinúria de 24 horas > 2g em 24 horas; 
o Dor epigástrica ou no abdome superior; 
Alterações visuais; 
o Exacerbação dos reflexos tendinosos 
profundos, devendo ser aferidos dois 
reflexos (patelar e em membros 
superiores); 
o Cefaleia; 
o Alterações comportamentais; 
o Dispneia e sinais de congestão pulmonar; 
o Volume urinário < 400 ml em 24 horas ou 
100 ml em 4 horas (2 medidas); 
o HELLP = Trombocitopenia (< 
100.000/mm³); Elevação de enzimas 
hepáticas (TGO >70), LDH (>600); Presença 
de hemácias anormais em esfregaço 
sanguíneo (esquizócitos); bilirrubinas ≥1,2 
o Restrição do crescimento fetal (RCIU). 
 
Avaliação inicial da gestante hipertensa 
• Medir PA em ortostatismo – 1 medidas com 
intervalo de 2h se possível 
• Avaliação CV e de reflexo patelar (gestante com PE 
tem limiar reduzido) 
• Avaliar sinais e sintomas de gravidade 
o Náusea e vômitos 
o Cefaleia 
o Hiperreflexia 
o Epigastralgia 
• PPD básica 
o Hemograma 
o LDH 
o TGO/TGP 
o Ácido úrico 
o Proteinúria de fita (se dúvida proteinúria 
de 24 horas) 
o Creatinina e clearence de creatinina 
• Avaliação fetal – PBF + Doppler 
 
Conduta na PE leve 
• < 34 semanas 
o PPD materna e fetal básica 
o Se exames normais + PA até 150x95 → 
acompanhamento semanal 
o Corticoide para maturação pulmonar 
o Repetir PPD básica semanalmente 
• > 34 semanas 
o PPD materna e fetal 
o Controle semanal com exames básicos + 
orientar sinais de gravidade e referencia 
hospitalar 
o Internar se TP ou critérios de gravidade 
• Se 37 semanas = indução com amadurecimento 
cervical com misoprostol 25mcg 
 
Conduta na PE grave 
• Internar todas as pacientes e buscar ativamente 
sinais de gravidade e/ou HELLP síndrome 
• < 24 semanas 
o Estabilização materna se complicações 
o Discutir conduta conservadora com 
gestante e oferecer interrupção da 
gestação 
o Se interrupção - misoprostol 100 mcg de 
4/4 horas. 
• > 24 e < 27 semanas 
o Estabilização do quadro materno 
o Discutir a possibilidade de tratamento 
conservador ou interrupção com discussão 
multidisciplinar e desejo da paciente 
o Iniciar corticoterapia com betametasona 
12 mg IM por 2 dias ou dexametasona 10 
mg EV de 12/12 por 24 horas dependendo 
dos exames laboratoriais maternos 
o Interromper a gravidez se presentes 
critérios de agravamento 
• > 27s e < 34 semanas 
o Conduta conservadora 
o Solicitar painel laboratorial para avaliação 
de risco 
o PA de 4/4 horas + evolução clínica 
completa de 12/12 horas; Proteinúria e 
clearence de creatinina em urina de 24 
horas basal e semanal; peso diário 
o Repetir PPD HELLP conforme evolução 
clínica 
o CTG diária e PBF 2x/sem + doppler 
semanal de AU e ACM 
o Se iminência de eclampsia = MgSO4 
o Tratamento anti-hipertensivo – indicado 
de PA > 150 x 110 mmgH em pacientes 
assintomáticos e acima de 150 x 95 em 
pacientes sintomáticos 
o Amadurecimento pulmonar com 
betametasona 
o Interrupção da gravidez – a via é de 
indicação obstétrica e na dependência da 
gravidade do quadro materno e fetal. 
• > 34 semanas 
o Estabilização do quadro materno, excluir 
HELLP, profilaxia de convulsões, 
tratamento anti-hipertensivo (s/n). 
o Interrupção da gravidez – a via é 
obstétrica; 
o Amadurecer o colo uterino com 
misoprostol conforme o protocolo na 
dependência da gravidade do quadro 
materno e fetal. 
 
Pacientes com tempo de internação > 72 horas e/ou IMC 
> 30 e/ou história de trombose/trombofilia e/ou pós-
cesariana reinternadas devem receber profilaxia com 
heparina subcutânea 5.000 UI de 8/8 horas – suspender 6 
a 12 horas antes de procedimentos e reiniciar 6 horas 
após, mantendo até deambulação no pós-parto. 
 
• AVALIAR INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO (via de parto 
é indicação obstétrica) 
o Imediata: 
▪ Eclampsia 
▪ HELLP 
▪ Sofrimento fetal – diástole zero 
da AU | CTG não reativa, 
diminuição da variabilidade ou 
DIP 2 ou 3 
▪ Piora clínica e/ou laboratorial 
▪ > 34s 
**Corticoterapia não pode atrasar a interrupção da 
gestação. 
 
Uso de anti-hipertensivos 
Indicações: 
• Paciente assintomático – PA 150 x 110 mmHg 
• Paciente sintomático – PA 150 x 95 mmHg 
• Todos os pacientes com eclâmpsia e iminência de 
eclampsia 
 
Medicamentos: 
• 1ª linha – nifedipina 10 mg VO podendo ser 
repetido em 1 hora e mantido a cada 6 horas. 
• 2ª linha – hidralazina 5 mg (1 amp. diluída em 19 ml 
de água destilada), 5 ml lento a cada 20 minutos até 
40 mg. 
 
A hidralazina e a nifedipina iniciam seu efeito em 5 a 10 
minutos com pico em 20 minutos e duração de 4 a 6 horas. 
Iniciar a profilaxia de convulsões com o sulfato de magnésio 
após o tratamento anti-hipertensivo 
 
 
 
 
 
Conduta na eclampsia 
Profilaxia 
• Iniciar na presença de cefaleia, escotomas, náuseas, 
exacerbação de reflexos tendinosos e se a pressão 
arterial diastólica estiver > 110 mmHg; 
• Iniciar 4 gramas EV lento por 15 minutos, mantendo 
uma infusão de 2g/horas - 8 ml de sulfato de 
magnésio a 50% diluídos em 12 ml de água 
destilada; 
• Dose de manutenção – 20 ml de sulfato de 
magnésio a 50% diluídos em 500 ml de soro 
glicosado a 5.0%, correr a 96 ml/h na bomba de 
infusão. 
 
Crise 
• Manter via aérea pérvia + Oxigênio 6-8L/min 
• 2 acessos venosos 
• Iniciar sulfato de magnésio (mesma dose) 
• Se recorrência, adm + 2g 
• Iniciar tratamento da hipertensão 
• Monitorização materna e fetal 
o Lembrar que durante e após a crise 
convulsiva o feto pode apresentar 
bradicardia e diminuição da variabilidade 
da linha de base as quais podem durar em 
média até 3 minutos 
• Solicitar PPD HELLP 
• Interromper gestação após estabilização 
 
Pós-parto → manter MgSO4 por 24h e monitorizar a cada 4h 
• Diurese (acima de 100 ml/4 horas); 
• Incursões respiratórias acima de 16 irpm; 
• Presença dos reflexos patelares; 
• Estado de consciência e força muscular. 
• Repetir a propedêutica laboratorial de 12/12 horas 
nas primeiras 24 horas e diariamente até 48 horas 
de pós-parto. 
 
Se intoxicação: interromper a infusão, administrar oxigênio a 
4 l/min. e gluconato de cálcio 
 
Alta hospitalar 
• Pré-eclâmpsia leve – 24 a 48 horas a depender da 
via de parto 
• Pré-eclâmpsia grave – 72 a 96 horas a depender da 
via de parto e: 
o PA ≤ 150 x 90 mmHg; 
o Ausência de sintomas; 
o Diurese > 25 ml/h; 
o Se HELLP quadro laboratorial com melhora 
progressiva + os critérios acima 
 
Toda paciente com pré-eclâmpsia deve ser orientada sobre o 
reaparecimento de sinais e sintomas de iminência de 
eclâmpsia (especialmente cefaleia) devido ao risco de 
eclâmpsia tardia + Acompanhamento ambulatorial em 7 a 10 
dias. 
 
PREVENÇÃO PE 
• AAS 60-150mg ao dia a partir de 12ª sem (iniciar até 
16 semanas) e manter até 36 semanas 
• Cálcio 1,5 a 2g/dia a partir de 12ª semana em doses 
fracionadas até o fim da gestação 
 
HELLP SÍNDROME 
Definição 
• Hemólise – esquizócitos na hematoscopia + LDH 
elevado + BI > 1,2 
• Enzimas hepáticas elevadas 
• Plaquetas baixas < 100.000 
 
Conduta 
• Excluir coagulopatia com coagulograma 
• Se dor intensa no abdome e subescapular = USG 
ABD total ou TC para exclusão de hematoma 
hepático 
• Avaliar vitalidade fetal e IG 
o > 34s = interromper após estabilização 
o < 34s = CTI + corticoterapia com 
dexametasona 10mf EV por 24h, excetose: 
▪ Plaquetas < 50.000/mm³ ou 
trombocitopenia progressiva 
(Queda de 50% em 12 horas); 
▪ Presença de sofrimento fetal 
agudo e/ou crônico, CIUR grave; 
▪ Coagulopatia; 
▪ Disfunção renal e oligúria; 
▪ Queda em 50% das plaquetas 
e/ou elevação de enzimas na 
mesma proporção em 12 horas a 
partir dos níveis basais; 
▪ Ausência de condições ideais de 
monitorização materna e/ou fetal 
(CTI); 
▪ Iminência de eclampsia 
• Repetir exames a cada 12h 
• Se indicação de cesariana administrar 4 a 10 
unidades de plaquetas 1 a 2 horas previamente ao 
ato operatório se plaquetas abaixo de 50.000/mm3

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