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Síndromes hipertensivas na gestação Laís Flauzino | MEDCEL 2 Tipos clínicos: Epidemiologia: Impacto materno-fetal: Síndromes hipertensivas: · 1ª causa de mortalidade materna no Brasil · Mundo: 10 a 15% das mortes maternas diretas · HAC (Hipertensão Arterial Crônica): 6 a 8% das gestações. Sendo de 13 a 40% com pré-eclâmpsia sobreposta. Pré-eclampsia: 1ª prematuridade eletiva – RCIU(restrição do crescimento)/Oligoâmnio (a síndrome hipertensiva diminui o fluxo de sangue para o feto). · 4,6% das gestações · 2 a 3% das pré-eclâmpticas – eclampsia Aferição Da Pressão Arterial: · Gestante de repouso. · Paciente sentada. · Antebraço direito elevado – altura do coração. · Repetida em intervalo de 5 minutos. · Manguito adequado. Hipertensão arterial: PAS 140 ou PAD 90 Tipos Clínicos Das Síndromes Hipertensivas: · Hipertensão arterial crônica (HAC) · Hipertensão gestacional · Pré-eclâmpsia · HAC sobreposta por pré-eclâmpsia #Q: uma primigesta com 39 semanas e 16 anos de idade deu entrada na emergência da maternidade com queixa de cefaleia e vômitos de início há 2 horas. Durante o exame clínico, observaram-se PA = 160x110mmHg, proteinúria de fita com 3+/4+, anasarca, fundo uterino com 33cm, batimentos cardiofetais = 132bpm e ausência de contrações. Ao toque, verificou-se colo fechado e sem perdas transvaginais. Apresenta-se com diagnóstico provável: a) Pré-eclâmpsia b) Hipertensão arterial gestacional c) Hipertensão arterial crônica d) Eclâmpsia Hipertensão Arterial Crônica: Diagnóstico: · Antes da gestação · Até 20 semanas · Persiste além de 12 semanas pós-parto · Hipertensão essencial >90%. (hipertensão sem causa secundária.) · Doença renal, feocromocitoma, coarctação da aorta, lúpus, diabetes, tireotoxicose etc. · Sem edema ou proteinúria. · Alterações de órgão-alvo. · Multíparas · Obesas · História familiar. Diagnóstico problema: · 1ª consulta após 20 semanas. · Desconhecimento dos níveis pressóricos prévios Nesse caso não tem o que fazer, fica em dúvida se já era ou se evolui com pré-eclâmpsia. Só resta acompanhar. Classificação: · Complicada: IRC, cardiopatia; PE sobreposta. · Não complicada. Hipertensão Gestacional: · Hipertensão após 20ª semana. · Nenhum sinal, sintoma ou alteração laboratorial que caracterize a pré-eclâmpsia.(plaquetas, enzimas hepáticas etc). · Evolução para pré-eclâmpsia – até 25% das pacientes. · Persistência após 12 semanas de parto – não é hipertensão gestacional e sim HAC. #Q: são características que diferem a hipertensão arterial sistêmica (HAS) da pré-eclâmpsia (PE): a) A HAS costuma aparecer antes da gestação ou no 1º trimestre, e a PE, habitualmente, após a 20ª semana. b) A PE apresenta proteinúria, considerada como acima de 300mg/L, e a HAS não costuma cursar com proteinúria. c) Quando a gestante fica em repouso em decúbito lateral esquerdo, a pressão arterial costuma abaixar na PE, e isso não ocorre na HAS. d) As multíparas, assim como as portadoras de gestações múltiplas, apresenta mais HAS, e as primogestas, PE. e) O parto deve ser antecipado nos casos de PE leve com 39 semanas, nas graves com 37 semanas e nas portadoras de HAS, não poderá ultrapassar as 40 semanas. Pré-eclâmpsia: Fisiopatologia: · Placentação deficiente (não infiltra adequadamente no miométrio). · Predisposição genética. · Quebra de tolerância imunológica. · Resposta inflamatória sistêmica. · Desequilíbrio angiogênico · Deficiência do estado nutricional Quando chega na região do miométrio, a artéria espiralada continua de alta resistência mostrando para o organismo que a gravidez não está evoluindo adequadamente. Pré-clínico: · Alterações do desenvolvimento placentário. · Insuficientes modificações na circulação uterina. Levando a hipóxia. A hipóxia leva a fatores inflamatórios e antiangiogênicos. Clínico: · Fatores inflamatórios e antigiogênicos · Disfunção placentária. Culminam em lesão endotelial. A lesão endotelial liberam fatores que cursam com hipertensão e comprometimento órgão-alvo. Fatores de risco: · Primiparidade (2 vezes maior o risco) · História prévia (aumenta em 8x) ou familiar de PE (3x) · Nefropatias · HAC · Diabetes mellitus · Colagenoses · Obesidade · Trombofilias · Idade materna avançada · Doença trofoblásticas gestacional · Gemelaridade · Hidropsia fetal Conceito: · Após 20 semanas evolui com quadro de hipertensão · Associada a proteinúria. · Pode haver sobreposição a outros Diagnósticos de Hipertensão. · Desaparece até 12 semanas pós-parto. Proteinúria: · 300mg/dL ou 1g/L ou mais/24h. · Proteinúria/creatinúria > 0,3/amostra isolada. · Fita 1+. Isolada: não define prognóstico materno nem decisões. Se sinais de iminência de eclampsia ou alterações laboratoriais sugestivas de disfunções orgânicas maternas (hemólise, elevação de plaquetas, elevação de enzimas hepáticas): a proteinúria não é necessária. Disfunções orgânicas maternas: Perda da função renal: · Creatinina (Cr) ≥ 1,2mg/dL Aumento de transaminases: · TGO ou TGP > 70 · Epigastralgia Complicações neurológicas: · Estado mental alterado · Cegueira · Hiper-reflexia com clônus · Escotomas · Turvamento visual · Diplopia · Doppler da a. oftálmica com peak/ratio > 0,78 Complicações hematológicas: · Plaquetopenia < 100.000 · Coagulação intravascular disseminada (CIVD) · Hemólise Conceito resumo: · Hipertensão arterial após 20 semanas mais · Proteinúria significativa ou · Disfunções orgânicas maternas Sinais de gravidade: · PAS ≥ 160Confirmada após 10 a 15 min · PAD ≥110 · Creatinina ≥ 1,2mg/dL · Sinais de encefalopatia hipertensiva (Cefaleia e distúrbios visuais) · Eclampsia (convulsões tônicoclônicas generalizadas) · Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito · Evidencia clínica ou laboratorial de coagulopatia · Plaquetopenia < 100.000 · Aumento de AST/ALT/DHL/bilirrubinas · Presença de esquizócitos em sangue periférico · AVE · Dor torácica · Sinais de insuficiência cardíaca ou cianose · Edema agudo de pulmão · Dificuldade de controle pressórico com três drogas · Oligúria (<500mL/dia ou 25mL/h)FREBASGO não inclui esses, mas o MS sim. · Presença de RCIU e/ou oligoâmnio · Proteinúria > 2g/24h Para a FREBASGO, os níveis de proteinúria não determina sinal de gravidade. Classificação: Precoce: · < 34 semanas – até 40% dos casos · Pior prognóstico (+RCIU, resultados materno-fetais piores) Tardia: · ≥ 34 semanas Hipertensão Crônica Sobreposta Por Pré-Eclâmpsia: · Agravamento da PA · Surgimento da proteinúria · Ou 3x valor inicial · Disfunção de órgãos-alvo após a 20ª semana Condutas relacionadas: #Q: Uma paciente de 32 anos, nuligesta, vem para consulta ginecológica pré-concepcional para orientações. Nega alergias, é hipertensa há 1 ano, em uso de captopril 25mg a cada 12 horas, com bom controle, e, sem outras comorbidades, nega vícios. Além disso, apresenta exame físico sem alterações e PA = 130x170mmHg. Deve-se orientar a essa paciente o uso de ácido fólico e: a) Modificação de medicação anti-hipertensiva para alfametildopa b) Suspensão de medicação anti-hipertensiva sem necessidade de nova droga c) Modificação de medicação anti-hipertensiva para losartana d) Modificação de medicação anti-hipertensiva para enalapril e) Manutenção de medicação anti-hipertensiva ao bom controle pressórico. Hipertensão arterial crônica: Pré-natal: · Equipe multidisciplinar · Orientações de hábitos de vida · Suspensão e/ou adequação das medicações · Cuidados: ganho de peso, altura uterina (maior risco de restrição de crescimento), edema Atenção: se piora da hipertensão, suspeita de pré-eclâmpsia sobreposta ou sinais de iminência de eclâmpsia. Drogas anti-hipertensivas na gestação: · Inibidor adrenérgico central · Bloqueador de canal de cálcio · Diurético tiazídico – apenas se já fizer uso antes da gestação. Propedêutica: · Relação prot/creat – as pacientes podem apresentar lesões de órgão alvo (rim, coração, cérebro, vasos, olhos): <0,3 não tem alterações ainda. Outros (individualizar): · Fundo de olho · ECG/ecocardiograma · RX tórax · Avaliação renal: USG, ureia, creatinina, ácido úrico Avaliação fetoplacentária: · Avaliação delíquido amniótico · USG mensal após 24 semanas – crescimento fetal · Dopplerfluxometria – quinzenal se RCIU · Avaliação vitalidade fetal – PBF – 34 semanas Prevenção pré-eclâmpsia: Grupo de risco: · Introduz cálcio 1 a 2g/dia – até a 20ª semana · AAS 60-150mg/dia – a partir da 12ª semana. Esse é o grau A de recomendação. Reduz de 10 a 30% as chances. Heparina BPM (baixo peso molecular), repouso, restrição de sal, uso de vitaminas, ômega 3 – não mostram eficácia. Pós-parto: Manter anti-hipertensivos. Se compensada previamente – mesmas medicações. · Metildopa, clonidina, captopril, nifedipina, amlodipina, losartana. · Evitar introdução de diuréticos. · Exceção atenolol que é excretado no leite. #Q: Pré-eclâmpsia é uma síndrome multissistêmica caracterizada por hipertensão e proteinúria, após 20 semanas de gestação, em mulheres com pressão arterial normal previamente. Assinale a droga de eleição utilizada no tratamento da hipertensão aguda na gestante, a fim de evitar hemorragia cerebral: a) Labetalol b) Nifedipino c) Hidralazina d) Sulfato de magnésio Pré-eclâmpsia: · Monitorização PA. · Controle do peso (Edema mãos e face) · Sinais e sintomas de comprometimento de órgão-alvo. Exames ao diagnóstico: · Hb/Ht · Plaquetas · Proteinúria · Ácido úrico – traduz alterações renais precoces Conduta: · Hospitalização (independentemente de gravidade) · Dieta normossódica – a dieta hipossódica não funciona. (pode reduzir sal para melhorar edema) · Repouso relativo · Avaliação condições maternas · PA 4/4 h · Peso diário (edema súbito) · Terapia anti-hipertensiva precoce (PE grave e HAC) · Trial CHIPS – a partir de 140x90mmHg. Anti-hipertensivos: · Metildopa 750 mg a 2g/dia · Clonidina 0,2 a 0,6 mg/dia · Nifedipina Retard 20 a 60 mg/dia · Amlodipina 5 a 20 mg/dia · Metoprolol 50 a 200 mg/dia Conduta: · Hematócrito e hemoglobina · Plaquetas · DHL · Bilirrubinas · Creatinina · AST Semanalmente. · Proteinúria – não serve para acompanhamento da gestação, serve apenas para diagnóstico inicial. Hipertensão arterial aguda (≥160x110mmHg): Tratamento imediato com: · Nifedipina 10mg VO 30/30 min até 30mg ou · Hidralazina 5 mg EV 20/20 min até 30mg Em casos mais graves- Nitroprussiato de Na+ (encefalopatia hipertensiva ou quando não responsiva). · Decúbito lateral esquerdo (DLE) · SG 5% · CTB por 20 min após medicação · PA 5/5 min por 20 min após medicação · Meta: < 160x110 mmHg e > 135x85 mmHg Terapia anticonvulsivante: Sulfato de magnésio: · Se sinais de iminência de eclampsia: · Cefaleia frontal ou occipital persistente · Distúrbios visuais (Escotomas, diplopia, amaurose) · Dor epigástrica ou hipocôndrio direito · Durante trabalho de parto (TB) e antes cesárea · Mantido por 24 horas após o parto (eclampsia e sinais de gravidade) · Se epigastralgia persistente – USG ou TC · Hematoma = controle rigoroso de PA e realização de parto cesariana imediato assim que pct estável Dose de ataque: · 4 g de MgSO4 (8mL MgSO4 50% + 12 mL AD) IV em 5 a 10 minutos Dose de manutenção IV: · 1-2 g/h IV (10mL MgSO4 50% + 240 mL SF0,9% - BIC 50mL/h (1g/h) ou 100mL/h (2g/h) continuamente por 24 h pós-parto. Dose de manutenção IM: · 10mL MgSO4 50% IM 4/4 h Riscos: abolição dos reflexos patelares e diurese (oliguria) Situações especiais: Mais que 6 horas entre doses de manutenção. Função renal comprometida: · 4-7 mEq/L – terapêuticos · 8-10 mEq/L – inibição dos reflexos tendinosos · > 12 mEq/L – risco de parada respiratória. Comprometimento da função respiratória. Antídoto: gluconato de cálcio. IG entre 34 e 37 semanas: · Internação (hospital com UTIs) · Tratamento hipertensão aguda · Prevenção de eclampsia · Avaliação materno-fetal: USG, Doppler, PBF completo. Após 24 h: · sem sinais ou sintomas ou alt vit: conservadora. · Com sinais e/ou sintomas e/ou alt vit: resolutiva Resolução: 37 semanas ou 40 semanas, no máximo, se possibilidade de controle materno. Conservadora: · Repouso relativo · Dieta normossódica · Peso gestante a cada 2 dias · Controle de PA – anti-hipertensivos (>160x110). · Avaliação laboratorial e bem-estar fetal semanal ou antes, SN – PBF e CTB quando doppler alterado · Mobilograma e BCF diários · USG cada 10 dias (PFE – risco de RCIU) Resolutiva: Indicações maternas: · Síndrome HELLP · Eclâmpsia · Edema pulmonar · PA sem controle apesar de medicações · Cr sérica > 1,2 mg/dL · Suspeita de DPP · RPMO · TPP Indicações fetais: · Desacelerações tardias repetidas na CTB · Diástole zero ou reversa na umbilical · Ducto venoso com IP > P95 · Doppler venoso com onda A patológica · Morte fetal · Suspeita de DPP · RPMO · Início TPP IG entre 24 e 34 semanas: Mesma conduta que a de 34 a 37 semanas. Conservadora se condição materno-fetal estável. Atenção à plaquetopenia. Corticoterapia – para maturação pulmonar: · Betametasona 12 mg IM a cada 24h/48h · Dexametasona 6 mg IM a cada 12h/48h Sulfato de magnésio também como neuroproteção < 32 semanas. Fluxograma FREBASGO: IG < 24 semanas: Risco de complicação materna muito alto. Controvérsias na literatura. Expectante: · Avaliação diária Interrupção: · Termo de consentimento Tratamento definitivo: Resolução da gestação pois é uma doença que está associada a placenta. Via de parto: Indicação Obstétrica: Se PN: · Atenção para risco de DPP · Vigilância de BCF Se cesariana: · Evitar hipotensão grave, se raquianestesia · Avaliar anestesia geral em urgências · MgSO4 – efeito curarizante Pós-parto: · PA 4/4h · Evitar AINEs e supressores da lactação · Manter MgSO4 por 24 horas · Manter anti-hipertensivos · Reavaliação laboratorial após 24 horas. · Monitoramento pelo menos até 3° dia pós-parto · Reavaliação em 7 dias · Orientações quanto ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e renais Hipertensão crônica sobreposta por pré-eclâmpsia: Quando suspeitar? · Aumento dos níveis tensionais · Ganho de peso acima de 1kg por semana · Edema de mãos e face · Cefaleia persistente Exames normais: · Alta com orientações (medir pressão diariamente e pronto-socorro se sintomas) · Ajustes de dose de medicação · Retorno precoce ao pré-natal 1 a 2 vezes por semana · Rotina de exames e testes de proteinúria semanais ou 2 vezes por semana Complicações Da Pré-Eclâmpsia: #Q: Uma adolescente de 16 anos, primigesta, foi admitida na Emergência com quadro de convulsão tônico-clônica generalizada na 34ª semana de gestação. Ao exame físico, apresenta: PA = 170X120 mmHg, FC = 92 bpm, metrossístoles ausentes, AFU = 28 cm, BCF = 100bpm, colo uterino longo, posterior e fechado, sem perdas vaginais. Nessa situação, além das medidas de suporte, a conduta inicial consiste em: a) Prescrição de fenitoína b) Utilização de benzodiazepínico c) Administração de sulfato de magnésio d) Realização de cesárea de emergência Sinais de iminência de eclampsia: · Cefaleia frontal ou occipital persistente · Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose) · Dor epigástrica ou hipocôndrio direito Eclâmpsia: Crises convulsivas Pensar em outro diagnóstico: · Antes da 20ª semana (pré-eclâmpsia não acontece antes da 20ª semana com exceção de doença trofoblastica) · Casos refratários · Déficit neurológico · Alterações visuais persistentes Se em uso de MgSO4: · Mais 2 g e 2g/h de manutenção. · Se mantido: fenil-hidantoína (não é eclampsia) Tratamento: · Permeabilidade vias aéreas · O2 · Proteção da língua · Posição semissentada · Sulfato de magnésio – primeira medida medicamentosa · Avaliação global Sulfato de magnésio: Dose de ataque: • 4 g de MgSO4 (8mL MgSO4 50% + 12 mL AD) IV em 5 a 10 minutos Dose de manutenção IV: • 1-2 g/h IV (10mL MgSO4 50% + 240 mL SF0,9% - BIC 50mL/h (1g/h) ou 100mL/h (2g/h) continuamente por 24 h pós-parto. Dose de manutenção IM: • 10mL MgSO4 50% IM 4/4 h Olhar reflexos patelares e diurese (<25mL/h) – hipermagnesia pode causar comprometimento respiratório. Situações especiais: Mais que 6 horas entre doses de manutenção. Função renal comprometida: • 4-7 mEq/L – terapêuticos • 8-10 mEq/L – inibição dos reflexos tendinosos • > 12 mEq/L – risco de parada respiratória. Comprometimento da função respiratória.Antídoto: gluconato de cálcio. Emergência hipertensiva: Tratamento imediato com: • Nifedipina 10mg VO 30/30 min até 30mg ou • Hidralazina 5 mg EV 20/20 min até 30mg Em casos mais graves- Nitroprussiato de Na+ (encefalopatia hipertensiva ou quando não responsiva). • Decúbito lateral esquerdo (DLE) • SG 5% • CTB por 20 min após medicação • PA 5/5 min por 20 min após medicação • Meta: < 160x110 mmHg e > 135x85 mmHg (diminuição de 20 a 30%) Edema pulmonar: Geralmente associada à hipertensão de difícil controle. Na PE – geralmente após parto (infusão líquidos). Tratamento semelhante a não gestantes: · Oxigênio · Restrição hídrica · Furosemida 80mg · Monitorização · Vasodilatadores (hidralazina) Insuficiência renal: Glomeruloendoteliose capilar renal · Diminui taxa de filtração glomerular · Diminui fluxo plasmático renal · Hiperuricemia transitória · IRA (incomum) · Oligúria (pré-renal) #Q: Com relação à síndrome HELLP, é correto afirmar que: a) Caracteriza-se por surgimento de hemólise, diminuição das enzimas hepáticas e plaquetopenia em gestante com Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG = pré-eclâmpsia) b) Entre as alterações eritrocitárias, pode-se observar em sangue periférico a presença de esquizócitos, também conhecidos como “células em capacete”. c) Os melhores critérios laboratoriais para o seu diagnóstico são aspartato aminotransferase = 40UI/L e proteinúria > 300mg/24 horas d) Apresenta achados laboratoriais muito diferentes da púrpura trombocitopênica trombótica. e) A diminuição de bilirrubina total e da desidrogenase láctica (DHL) são critérios diagnósticos. Síndrome HELLP: Hemolysis Elevated Liver enzymes (enzimas hepáticas elevadas) Low Plateles (baixa de plaquetas) Epidemiologia: 0,1 a 0,8% de todas as gestações. 10 a 20% das PE com sinais de gravidade/eclampsia 70% entre 27ª e a 37ª semana. Características: · Hemólise (anemia hemolítica microangiopática) · Aumento enzimas hepáticas (vasoespasmos) · Risco de sangramento subcapsular e ruptura (necrose periportal) · Plaquetopenia Comprometimento hepato-hematológico. Hemólise: Os vasos fazem vasoespasmo com frequencia. No vasoespasmo a hemácia bate no ponto de constrição mudando sua forma (esquizócito). Essa batida causa liberação de bilirrubina e DHL. Alterações hepáticas: Ocorre também os vasosespasmos que provocam lesão endotelial que predispõe a formação de depósitos de fibrina que dificultam as trocas entre os hepatócitos e os capilares. O hepatócito necrosa liberando TGO/TGP. Plaquetopenia: Lesão endotelial que provoca agregação plaquetária resultando em plaquetopenia. Sintomatologia: · Inespecífica · Mal-estar · Epigastralgia ou dor hipocôndrio direito · Náuseas · Cefaleia Confirmação laboratorial: · Plaquetopenia (mais precoce): < 100.000 (grave < 50.000 – risco de CIVD) · Hemólise (passagem pelos vasos danificados – bilirrubinas > 1,2 e esfregaço de sangue periférico (esquizócitos – anemia microangiopática) · Disfunção hepática (lesão de hepatócitos): DHL ≥600; AST ≥ 70 ou dobro. · Disfunção renal (até 46% dos casos) – SHU creatinina >1,1 mg/dL Diagnóstico diferencial: · Hepatites (principal causa de icterícia) · Colecistite · Pancreatite · Lúpus · Fígado gorduroso da gestação · Púrpura trombocitopênica trombótica · Síndrome hemolítico urêmica (SHU) · Choque séptico ou hemorrágico. Conduta: · Prevenção de complicações hemorrágicas · Prevenção da eclampsia · Controle da PA · Parto Se > 34 semanas imediato Se < 34 semanas e ausência de complicações graves – corticoterapia prévia. · Anti-hipertensivos e MgSO4 no puerpério · Exames laboratoriais a cada 6-24h até estabilização. Cesariana: · Apresentações anômalas · RCIU/alt Doppler · Iteratividade · Avaliar dreno – CIVD · Anestesia geral se plaquetas < 100.000 Uso de corticoide – resgate de plaquetopenia: · Plaquetas abaixo de 50.000 · Dexametasona 10mg EV 12/12h antes do parto e após nascimento até recuperação. Transfusão de sangue e plaquetas: · Plaquetas < 20.000 independente de sangramento · < 50.000 se for submetida a cesariana (1 a cada 10 kg/peso) Cada concentrado de plaquetas aumento de 5 a 10K plaquetas. Parto: · Conservadora até no máximo 34 semanas · Antes – corticoterapia para maturidade fetal Pós-parto: · UTI · Piora transitória primeiras 24 horas pós-parto (cuidado atento nas 72h) · Remissão com melhora da diurese e exames laboratoriais.
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