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Pré-Eclâmpsia e Hipertensão na Gestação

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WB
Última atualização app: 17/03/2021
Pré-Eclâmpsia e Hipertensão na Gestação
Definição: O estreptococo do grupo B (GBS, Streptococcus agalactiae) é um coco
gram-positivo que frequentemente coloniza os tratos genitais e gastrointestinais de
adultos, bem como o trato respiratório superior dos lactentes.
Fisiopatologia
O primeiro deles é a placentação defeituosa com a invasão superficial do citotrofoblasto.
Ocorrem duas ondas de invasões trofoblásticas, a primeira em torno de 8-10 semanas e a
segunda entre 16-18 semanas de gestação.
Na pré-eclâmpsia, ocorre ausência da migração da segunda onda trofoblástica,
evoluindo assim para uma perfusão uteroplacentária comprometida, disfunção endotelial,
hipóxia e isquemia placentária, trazendo consequências futuras para mãe e feto.
Em casos de pré-eclâmpsia com menos de 20 semanas, atentar para a associação/causa
com mola hidatiforme.
Em casos de aparecimento de pré-eclâmpsia após 2 dias ou até 6 semanas do parto,
considera-se como pré-eclâmpsia tardia.
Apresentação Clínica
Hipertensão gestacional: Elevação da pressão arterial (≥ 140 x 90 mmHg) iniciada após
20 semanas de gestação, na ausência de critérios diagnósticos para pré-eclâmpsia. É um
diagnóstico provisório que pode mudar para hipertensão crônica se a pressão arterial
permanecer elevada além das 12 semanas pós-parto. Se a pressão arterial normalizar
após 12 semanas, o diagnóstico é hipertensão transitória da gravidez.
Pré-eclâmpsia (PE): É a hipertensão (≥ 140 x 90 mmHg) associada à proteinúria de início
recente (> 300 mg/24 horas) após 20 semanas de gestação. Se não houver proteinúria, o
diagnóstico requer um ou mais sinais ou sintomas de disfunção de órgãos-alvo:
● Trombocitopenia (< 100.000 plaquetas/microlitro);
● Função hepática alterada (transaminases hepáticas séricas elevadas até 2 vezes a
concentração normal);
● Dor persistente no quadrante superior direito ou dor epigástrica que não responde à
medicação;
● Nova insuficiência renal (creatinina sérica elevada > 1,1 mg/dL ou duplicação da
creatinina sérica em paciente sem outra doença renal);
● Oligúria: diurese < 500 mL/24 horas;
● Edema pulmonar;
● Fotopsia (flashes de luz) e/ou escotomas (áreas escuras no campo visual);
● Dor de cabeça intensa ou dor de cabeça que persiste e progride apesar da terapia
analgésica;
● Alteração do estado mental.
Classificação:
● Início precoce, se ocorrer antes de 34 semanas de gestação, ou início tardio, se ocorrer
em 34 semanas ou mais;
● Pré-eclâmpsia também é classificada quanto à presença ou ausência de sinais de
gravidade;
● PE sem sinais de gravidade: ≥ 140 x 90 mmHg; proteinúria ≥ 300 mg/24 horas;
● PE com sinais de gravidade: Pressão arterial sistólica ≥ 160 mmHg ou pressão arterial
diastólica ≥ 110 mmHg (em 2 ocasiões com, pelo menos, 4 horas de intervalo) e/ou um
dos seguintes sinais e sintomas:
● Oligúria < 500 mL/24 horas;
● Trombocitopenia < 100.000/mm3;
● Dor epigástrica;
● Edema pulmonar ou cianose;
● Creatinina sérica > 1,1 mg/dL;
● Concentração sérica de transaminase > 2 vezes o limite superior da faixa normal;
● Cefaleia intensa, fotopsia, cegueira cortical, vasoespasmo da retina e/ou
escotomas cintilantes.
Eclâmpsia: Convulsão em mulheres com pré-eclâmpsia, sem outra causa identificável. A
eclâmpsia pode ocorrer durante o período pré-parto, parto ou pós-parto. Mais de 90%
dos casos ocorrem com 28 semanas de gestação ou posteriormente.
Hipertensão arterial crônica: Antecede a gravidez, está presente antes de 20 semanas
de gestação ou persiste por mais de 12 semanas após o parto.
Pré-eclâmpsia sobreposta: Gestantes portadoras de hipertensão crônica com sinais
clínicos e/ou laboratoriais de pré-eclâmpsia.
Observação: Proteinúria de 300 mg/24 horas equivale a 1+ de proteína no EAS.
Fatores de risco:
● Nuliparidade;
● História familiar (principalmente mãe e irmãs);
● Idade > 40 anos ou < 18 anos;
● Pré-eclâmpsia em gestação prévia;
● Obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²);
● Hipertensão crônica;
● PA ≥ 130 x 80 em 1ª consulta de pré-natal;
● Doença renal crônica;
● Gestação múltipla;
● Diabetes;
● Doença autoimune (ex.: síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, lúpus eritematoso
sistêmico);
● Fertilização in vitro;
● Doença vascular prévia;
● Etnia negra;
● Portadoras de HIV;
● Hidropsia fetal;
● Apneia obstrutiva do sono;
● Nível sérico de chumbo elevado;
● Na maioria dos casos, a doença aparece na segunda metade da gestação.
Marcadores de gravidade:
● Cefaleia;
● Turvação visual (visão turva, cegueira temporária ou escotomas);
● Dor abdominal / epigastralgia;
● Náuseas e/ou vômitos;
● Confusão mental;
● Anemia hemolítica microangiopática (critério para síndrome HELLP);
● Plaquetopenia < 100.000;
● LDH ≥ 600 (critério para síndrome HELLP);
● Aumento das enzimas hepáticas: TGO ≥ 70 unidades/L (critério para síndrome
HELLP).
Complicações maternas:
● Acidente vascular cerebral (AVC);
● Descolamento prematuro de placenta;
● Hematoma hepático com possibilidade de ruptura;
● Falência hepática;
● Falência cardíaca;
● Coagulação vascular disseminada;
● Falência renal.
Complicações fetais:
● Crescimento fetal restrito;
● Oligodramnia;
● Prematuridade;
● Morte neonatal;
● Alterações da viabilidade visualizadas ao exame Doppler: aumento da resistência
da artéria umbilical e diminuição da resistência da artéria cerebral média, podendo
evoluir para centralização fetal.
Abordagem Diagnóstica
Pré-eclâmpsia
● Pico hipertensivo ≥ 140 x 90 mmHg em duas aferições em um intervalo de 4 horas e
proteinúria após 20 semanas de gestação. Na ausência de proteinúria, o diagnóstico
ainda pode ser feito se a hipertensão de início recente for acompanhada por sinais ou
sintomas de disfunção de órgãos-alvo;
● Em caso de gravidade, o critério é estabelecido com os valores de PAS ≥ 160 mmHg ou
PAD ≥ 110 mmHg (em 2 ocasiões com, pelo menos, 4 horas de intervalo) associado ou não
a sinais e sintomas de disfunção de órgãos-alvo;
● Proteinúria ≥ 300 mg em 24 horas ou relação proteína/creatinina ≥ 0,3;
● Ou sinais laboratoriais de disfunção orgânica: contagem plaquetária < 100.000,
creatinina sérica > 1,1 ou valor de creatinina 2 vezes maior que o basal, e valor de enzimas
hepáticas 2 vezes maior que o basal;
● Ou sinais clínicos de disfunção orgânica: fotopsia (enxergar flashes de luz) e/ou
escotomas (áreas escuras no campo visual), dor de cabeça intensa ou dor de cabeça que
persiste e progride apesar da terapia analgésica, estado mental alterado, dor abdominal
persistente no quadrante superior direito ou dor epigástrica que não responde à
medicação e não justificada por um diagnóstico alternativo.
Síndrome HELLP
● Contagem plaquetária < 100.000;
● AST 2 vezes maior que o basal;
● Bilirrubina total ≥ 1,2 mg/dL;
● Esquizócitos no esfregaço do sangue periférico;
● Anemia grave, não relacionada com a hemorragia;
● Baixos níveis de haptoglobina sérica (≤ 25 mg/dL);
● Lactato desidrogenase (LDH) ≥ 600.
Acompanhamento
Rastreio: No 1º e 2º trimestres, pode-se avaliar o índice de pulsatilidade das artérias
uterinas para estimar o risco de desenvolvimento de PE de acordo com o resultado (IP
médio > P95), realizar dosagem de PAPP-A, PLGF e SFLT-1 (fatores de crescimento).
Observação: Não há evidências de que esses marcadores devam ser utilizados de forma
rotineira, em vista das limitações na sensibilidade e dos custos de sua incorporação. A
ACOG e a OMS recomendam que a predição da pré-eclâmpsia seja baseada na história
clínica da paciente:
● Aferir pressão arterial em todas as consultas durante a gravidez;
● Teste para proteinúria deve ser realizado em mulheres com hipertensão, no início do
pré-natal, para estabelecer uma linha de base. A proteinúria altera o diagnóstico para
pré-eclâmpsia ao longo da gravidez.
Avaliação fetal: Avaliação com ultrassonografia (USG) obstétrica com dopplerfluxometria,
de 3/3 semanas a mensal. Em caso de alteração, deve-se avaliar o intervalo entre os
exames. A USG é indicada para avaliar o volume de líquido amniótico e estimar o peso
fetal, em razão do aumento do risco de oligoidrâmnioe da restrição do crescimento fetal.
Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade ou hipertensão leve: Se não houver indicação
de parto com menos de 37 semanas de gestação, sugere-se manejo expectante com
monitoramento materno e fetal. Para mulheres além de 37 semanas de gestação, é
sugerido parto em vez de observação contínua.
Recomenda-se dosagem laboratorial de contagem plaquetária, creatinina sérica,
proteinúria de 24 horas, hematócrito, hematoscopia, ureia, creatinina, ácido úrico,
proteínas totais e frações, enzimas hepáticas e bilirrubinas totais e frações.
Abordagem Terapêutica
Pré-eclâmpsia
Hipertensão essencial prévia: Ao iniciar o pré-natal de uma paciente com doença
hipertensiva preexistente, deve-se investigar a presença de lesão de órgão-alvo. Solicitar:
proteinúria, creatinina sérica, TGO/TGP, hemograma e eletrocardiograma (ECG) ou
ecocardiograma. Suspende-se o tratamento vigente na ausência de lesão de órgão-alvo.
O tratamento da hipertensão arterial prévia deve ser instituído se PA ≥ 160 x 110 mmHg, se
não houver lesão de órgão-alvo. Caso contrário, o cutoff é PA ≥ 150 x 100 mmHg. E o
objetivo do tratamento é manter uma PA sistólica de 120-150 mmHg e PA diastólica de
80-100 mmHg.
Hipertensão gestacional: Quando houver aumento pressórico durante a gestação,
deve-se investigar pré-eclâmpsia (> 20 semanas) com os mesmos exames já citados
anteriormente.
Tratamento anti-hipertensivo: Casos com indicação de terapia medicamentosa têm
como primeira linha de tratamento:
● Metildopa: 750-2.000 mg/dia divididos de 2-4x/dia;
● Clonidina: 0,2-0,6 mg/dia divididos de 2-3x/dia;
● Nifedipino retard: 20-120 mg/dia divididos de 1-3x/dia;
● Anlodipino: 5-20 mg/dia divididos de 1-2x/dia;
● Hidralazina:* 50-150 mg/dia divididos de 1-3x/dia;
● Metoprolol:* 100-200 mg/dia divididos de 1-2x/dia;
● Carvedilol:* 12,5-50 mg/dia divididos de 1-2x/dia.
*Recomenda-se o uso dessas medicações como 3ª droga para associação de
medicamentos para controle pressórico ou no caso de impossibilidade de uso das drogas
de primeira escolha. Os betabloqueadores de maior experiência clínica são o Labetalol e
o Pindolol. Entretanto, o primeiro não está liberado para uso no Brasil, e o segundo foi
recentemente retirado do mercado.
Na fase puerperal, podemos usar como escolha o Captopril (50-150 mg/dia) ou outros
inibidores da ECA.
Em mulheres com hipertensão crônica, os medicamentos anti-hipertensivos devem ser
continuados ou o regime pré-gestacional deve ser retomado após o parto,
considerando-se a segurança na amamentação. Prefere-se, porém, não introduzir
diuréticos no puerpério, pois pode haver redução do volume vascular e
comprometimento da amamentação.
Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade: Não há indicação de tratamento
medicamentoso na pré-eclâmpsia, salvo condições de prematuridade extrema. Os
estudos apontam que o tratamento medicamentoso com viabilidade fetal já estabelecida
não altera o curso e a evolução da doença, não sendo indicado.
Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade: Controle clínico até 32/34 semanas. Depois,
está indicada interrupção. É obrigatória internação da paciente, administração de
corticoide visando ao amadurecimento do pulmão fetal, controle pressórico e
estabilização do quadro antes da interrupção. Hidralazina é a 1ª escolha de
anti-hipertensivo.
Síndrome HELLP: Avaliar o quadro clínico da paciente. Após estabilização do quadro,
deve-se indicar a interrupção da gestação. Avaliar internação em CTI.
Pré-eclâmpsia sobreposta: Deve ser conduzida como pré-eclâmpsia,
independentemente da hipertensão preexistente.
Eclâmpsia
Internação hospitalar: Internação da paciente em unidade intensiva. Proteção da
paciente para evitar traumas durante eventuais novas crises convulsivas.
Avaliação laboratorial: Hemograma completo, coagulograma completo, LDH, creatinina
sérica, proteinúria de 24 horas, ureia, creatinina, ácido úrico, proteínas totais e frações,
enzimas hepáticas e bilirrubinas totais e frações.
Avaliação clínica: Principalmente da pressão arterial. Avaliar anti-hipertensivo
(Hidralazina, bloqueador de canal de cálcio) e Sulfato de magnésio. Interrupção da
gestação após estabilização do quadro. Avaliar Sulfato de magnésio de 24-48 horas após
o parto. Existem outras drogas anti-hipertensivas, como bloqueadores de canal de cálcio
(ex.: Nifedipino), que são usadas como 2ª opção no tratamento da crise aguda.
Parto
● Hipertensão crônica sem medicações: A partir de 39 semanas;
● Hipertensão crônica controlada com medicações: A partir de 38 semanas;
● Hipertensão crônica de difícil controle: A partir de 36-37 semanas;
● Hipertensão gestacional: A partir de 37 semanas;
● Pré-eclâmpsia sem critérios de gravidade: A partir de 37 semanas;
● Pré-eclâmpsia com critérios de gravidade: A partir de 34 semanas;
● Síndrome HELLP / eclâmpsia: Imediatamente após estabilização clínica.
Pós-Parto
A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia sofrem, em geral, melhora após o parto.
É importante continuar avaliando a curva pressórica no pós-parto imediato, até 42 dias.
Muitas vezes, a paciente mantém o esquema anti-hipertensivo que fez uso durante a
internação, para posteriormente reduzir as drogas ou continuar fazendo uso delas. Mais
uma vez, é importante avaliar cada caso individualmente.
Nesse período, deve ser evitado o uso de AINE, uma vez que cursa com piora da
hipertensão, por reduzir a produção de prostaglandina, promovendo consequente
diminuição da vasodilatação e aumentando a retenção de sódio. Desse modo, a analgesia
deve ser realizada preferencialmente com opioides.
Prognóstico: Mortalidade materna pode alcançar 20%. É a principal causa materna de
morte no Brasil, causada principalmente por hemorragia cerebral (60%).
As morbidades associadas à pré-eclâmpsia e à eclâmpsia, que podem determinar a
morte, incluem insuficiência renal, AVC, insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão,
coagulopatia e insuficiência hepática.
Todas as pacientes que apresentaram pré-eclâmpsia devem receber orientação quanto
aos potenciais riscos de desenvolverem doenças cardiovasculares e renais.
Na Atenção Primária à Saúde
Hipertensão aguda grave: Gestante com PAS ≥ 160 ou PAD ≥ 110.
Conduta:
● Toda gestante com hipertensão aguda grave deve ser encaminhada à emergência
obstétrica;
● Antes de intervir, realizar nova aferição de PA para confirmação, após repouso de 15
minutos;
● Medicar ainda na unidade de APS, se medicações disponíveis:
● Opções: Hidralazina (5 mg EV); Nifedipino (10 mg VO);
● Repetir medicação, respeitando doses máximas, de 30/30 minutos, até PAS < 160 e PAD
< 110.
Conduta para a gestante com hipertensão crônica:
● Suspender IECA, BRA e betabloqueadores. A Hidroclorotiazida pode ser mantida, mas
não deve ser iniciada. Substituir medicação por Metildopa e/ou Nifedipina;
● Solicitar USG para datação precisa da idade gestacional (IG) e com 25-28 semanas para
avaliar crescimento fetal;
● Solicitar creatinina sérica e EAS. Em caso de proteína +, solicitar urina de 24 horas;
Realizar rastreio de lesões de órgãos-alvo para gestantes com doença de longa data;
● Atentar para sinais de pré-eclâmpsia (aumento de PA, escotomas, cefaleia, etc.);
● Encaminhar à atenção secundária.
Conduta para a gestante com alto risco para pré-eclâmpsia: Gestantes com história de
pré-eclâmpsia, diabetes, hipertensão arterial, doença renal, doença autoimune e
gestação múltipla.
● Instituir Ácido acetilsalicílico (AAS®) 50-100 mg/dia, após o primeiro trimestre;
● Se PA < 140 x 90 e proteinúria de fita positiva: solicitar proteinúria de 24 horas, manter
vigilância na PA;
● Se PA > 140 x 90 e proteinúria de fita positiva: encaminhar para emergência;
● Se PA ≥ 160 x 110: encaminhar para emergência;
● Se PA > 140 x 90 e sintomática (cefaleia, escotomas, vômitos, epigastralgia importante):
encaminhar para emergência.
Conduta para a gestante com suspeita de pré-eclâmpsia:
● Encaminhar para emergência;
● Encaminhar para seguimento de pré-natal conjunto na atenção especializada.
Profilaxia
Suplementação de cálcio elementar: Deve-se iniciar antesda 20a semana de gestação,
na dose de 1,5-2 g/dia em pacientes que possuem ingesta menor que 600 mg/dia.
Ácido acetilsalicílico (AAS®): 81 mg/dia a partir da 12a semana tendo benefício
comprovado, iniciando até 28 semanas, devendo ser mantido até o parto. Reduz em 50%
da incidência de novos casos. Está indicado em:
● Hipertensão arterial crônica;
● História de doença hipertensiva durante gestação anterior;
● Diabetes tipo 1 ou tipo 2;
● Doença renal crônica;
● Doenças autoimunes, como LES ou síndrome do anticorpo antifosfolipídeo;
Em caso de mais de dois dos fatores a seguir, a profilaxia também está indicada:
● Primeira gestação;
● Idade materna ≥ 40 anos;
● Intervalo entre as gestações > 10 anos;
● IMC ≥ 35 na primeira consulta;
● História familiar de pré-eclâmpsia;
● Gestação múltipla.
Guia de Prescrição
Prescrição Ambulatorial
Hipertensão Gestacional
Orientações ao Prescritor
● Quando houver aumento pressórico durante a gestação, deve-se investigar
pré-eclâmpsia (> 20 semanas);
● Programar o parto a partir de 37 semanas;
● Importante continuar avaliando a curva pressórica no pós-parto imediato, até 42 dias.
Muitas vezes, a paciente mantém o esquema anti-hipertensivo que fez uso durante a
internação, para posteriormente reduzir as drogas ou continuar fazendo uso delas;
● Recomenda-se o uso do Metoprolol, Carvedilol e Hidralazina como 3ª droga para
associação de medicamentos para controle pressórico ou no caso de impossibilidade de
uso das drogas de 1ª escolha.
Tratamento Farmacológico
1. Anti-hipertensivo: Escolha uma das opções:
Nifedipino retard (10-20 mg/cp) 20-120 mg/dia VO de 8/8 horas;
Metildopa (250-500 mg/cp) 750 mg- 2 g/dia VO de 6/6 horas;
Hidralazina (25-50 mg/cp) 50-150 mg/dia VO de 8/8 horas;
Clonidina (0,1-0,2 mg/cp) 0,2-0,6 mg/dia VO de 8/8 horas;
Anlodipino (2,5; 5; 10 mg/cp) 5-20 mg/dia VO de 12/12 horas;
Metoprolol (25; 50; 100 mg/cp) 100-200 mg/dia VO de 12/12 horas;
Carverdilol (6,25; 12,5 mg/cp) 12,5-50 mg/dia VO de 12/12 horas.
2. A partir de 12 semanas, nas pacientes com alto risco de hipertensão: Ácido
acetilsalicílico 100 mg VO 1x/dia. Usar até 36 semanas.
Hipertensão Aguda Grave
Tratamento Farmacológico
1. Anti-hipertensivos: Escolha uma das opções:
Hidralazina (geralmente disponível no SUS) (5 mg/ampola) 5 mg EV de 30/30 minutos
(dose máxima: 20 mg), até PAS < 160 e PAD < 110;
Nifedipino (10 mg/cp) 1 comprimido VO de 30/30 minutos, até PAS < 160 e PAD < 110.
2. A partir de 12 semanas, nas pacientes com alto risco de hipertensão: Ácido
acetilsalicílico 100 mg VO 1x/dia. Usar até 36 semanas.
Prescrição Hospitalar
Hipertensão Gestacional
Orientações ao Prescritor
● Estabilização clínica para permitir um parto seguro;
● Cuidados gerais na crise convulsiva: permeabilidade das vias aéreas e assistência
ventilatória, posição parcialmente sentada, administração de oxigênio e proteção da
língua;
● Atentar para os sinais de intoxicação por Sulfato de magnésio: abolição do reflexo
patelar, frequência respiratória ≤ 14 irpm e diurese < 25 mL/hora;
● Se necessária internação prolongada, fornecer aporte calórico mínimo (100 g de glicose
= 400 kcal).
Dieta e Hidratação
1. Dieta oral zero.
2. Acesso venoso salinizado.
Tratamento Farmacológico
Escolha um dos esquemas abaixo.
Esquema A: Esquema com associação Zuspan:
I. Sulfato de magnésio 50% (5 g/10 mL) 8 mL + 12 mL de AD EV, lentamente (15-20
minutos), como dose de ataque.
+
II. Sulfato de magnésio 50% (5 g/10 mL) 40 mL + 460 mL de SG 5% (concentração: 40
mg/mL). Administrar 1-2 g/hora (25-50 mL/hora) e manter por 24 horas após o parto.
Esquema B: Esquema com associação Pritchard:
I. Sulfato de magnésio 50% (5 g/10 mL) 8 mL + 12 mL de AD (200 mg/mL) EV em 20
minutos, associado com 10 mL (5 g) IM em cada glúteo, com agulha de 10 cm e calibre
20, como doses de ataque.
+
II. Sulfato de magnésio 50% (5 g/10 mL) 10 mL IM de 4/4 horas, alternando os glúteos.
Tratamento Farmacológico Adjuvante
1. Hidralazina (20 mg/1 mL) diluir 1 mL + SF 0,9% 19 mL (concentração: 1 mg/mL) e
infundir 5 mL EV lentamente. Se necessário, repetir 5-10 mL até máximo de 20 mg, a cada
20-30 minutos, com PA-alvo < 160 x 110 mmHg. Tem efeito em até 2-4 horas após
administração. Tempo de ação: 10-20 minutos.
2. Se refratário, associar a uma das opções:
● Nifedipino (10 mg/cp) 10 mg VO a cada 20-30 minutos, até chegar a 30 mg. Seguido
de 10-20 mg a cada 2-6 horas (dose máxima: 180 mg/dia); contraindicação relativa
quando associado ao Sulfato de magnésio;
● Nitroprussiato de sódio (50 mg/2 mL) 2 mL + 248 mL de SG 5% (200 microgramas/mL)
0,5-10 microgramas/kg/minuto EV contínua. A dose máxima, quando necessária, não
deve ser utilizada por mais de 10 minutos. Utilizar como última alternativa terapêutica
pelo risco de envenenamento fetal por cianeto.
3. Corticoide: Escolha uma das opções:
● Betametasona (5 + 2 mg/mL) 12 mg IM 1x/dia, por 2 dias;
● Dexametasona (4 mg/mL) 1,5 mL (6 mg) IM de 12/12 horas, por 2 dias.
4. Se persistência de convulsões: Fenitoína (250 mg/5 mL) 25 mL + 100 mL de SF 0,9%
(10 mg/mL). Dose de ataque: 15-20 mg/kg EV na velocidade máxima de 50 mg/minuto.
Dose de manutenção: 2 mL EV de 8/8 horas.
5. Intoxicação por Sulfato de magnésio: Gluconato de cálcio 10% (1 g/10 mL) 10 mL de
solução a 10% EV, lentamente.
6. A partir de 12 semanas, nas pacientes com alto risco de hipertensão: Ácido
acetilsalicílico 100 mg VO 1x/dia. Usar até 36 semanas.
Profiláticos e Sintomáticos
1. Analgésico e antitérmico: Se presença de dor ou febre ≥ 37,8°C. Escolha uma das
opções:
● Dipirona sódica (500 mg/mL) 1-2 g EV até de 4/4 horas (dose máxima: 5 g em 24 h);
● Dipirona sódica gotas (500 mg/mL) 20-40 gotas VO até de 4/4 horas;
● Dipirona sódica 500-1.000 mg VO até de 4/4 horas;
● Paracetamol gotas (200 mg/mL) 35-55 gotas VO até de 6/6 horas;
● Paracetamol 500-750 mg VO até de 6/6 horas.
2. Antiemético: Se presença de náuseas e/ou vômitos. Escolha uma das opções:
● Metoclopramida (10 mg/2 mL) 10 mg EV, diluído em água destilada, até de 8/8 horas;
● Metoclopramida (4 mg/mL) 50 gotas VO de 8/8 horas;
● Metoclopramida 10 mg VO de 8/8 horas;
● Bromoprida (10 mg/2 mL) 10 mg EV de 8/8 horas;
● Bromoprida (4 mg/mL) 1-3 gotas/kg VO de 8/8 horas.
3. Proteção gástrica: Escolha uma das opções:
● Omeprazol (40 mg/10 mL) 20-40 mg VO/EV de 24/24 horas, pela manhã;
● Pantoprazol (40 mg/10 mL) 40 mg EV de 24/24 horas.
Cuidados
1. Passar sonda vesical.
2. Anotar diurese horária e avisar se < 25 mL/hora.
3. Curva de FR e avisar se < 16 irpm.
4. Curva de PA horária e avisar se PA ≥ 160 x 110 mmHg.
5. Repouso em decúbito lateral esquerdo.
6. Glicemia capilar de 4/4 horas.
7. Glicose hipertônica 50%: 4 ampolas EV, se HGT < 60.

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