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CORRELACIONAR A FISIOPATOLOGIA COM O QUADRO CLÍNICO DA DM TIPO 2: FISIOPATOLOGIA Surge habitualmente após os 40 anos de idade, e maioria dos pacientes (cerca e 80%) é obesa. A síndrome hiperosmolar (SHH) é a complicação aguda clássica do DM2 e implica elevada mortalidade. A etiopatogenia do diabetes melito tipo 2 (DM2) envolve, além do componente genético, a obesidade, a inatividade física e o envelhecimento. O DM2 parece ser poligênico, com alterações genéticas que favorecem a resistência à insulina (RI) e, principalmente, a disfunção das células beta (β). A hiperglicemia crônica do DM2 agrava a RI e a disfunção secretória de insulina, caracterizando a glicotoxicidade. Adicionalmente, o conceito de lipotoxicidade também é usado para explicar a patogênese do DM2, visto que a elevação dos níveis de ácidos graxos livres circulantes e o aumento intracelular de lipídios, em suas diversas formas, induzem alterações na secreção e ação insulínicas. A obesidade é a causa mais comum de RI. RI e DM2 estão associados à inflamação subclínica, manifestada por elevação dos níveis circulantes de marcadores inflamatórios. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA À INSULINA RELACIONADOS COM A OBESIDADE O transporte de glicose para o interior da célula é realizado pelos transportadores de glicose (GLUT). A insulina promove a fusão, o recrutamento e a inserção do GLUT4 na membrana plasmática, sendo esse efeito, em parte, dependente do aumento da atividade da fosfatidilinositol 3quinase (PI3q) e da ativação da Akt. Essa mesma via PI3q/ Akt estimulada pela insulina exerce papel fundamental na glicogênese, na lipogênese e no bloqueio da neoglicogênese. Em geral, a RI ocorrerá por meio da redução da concentração e da atividade quinase do receptor de insulina (IR), da concentração e da fosforilação do IRS1 e do IRS2, da atividade da PI3q, da atividade da Akt e do fator de transcrição FoxO1, além da redução da translocação dos GLUT e da atividade das enzimas intracelulares. Inflamação crônica subclínica no tecido adiposo O adipócito hipertrofiado do obeso produz e libera adipocitocinas (resistina, fator de necrose tumoral alfa [TNF- α], interleucina [IL]6 etc.) que contribuem para a instalação da inflamação crônica subclínica. Entretanto, o papel mais relevante é o das células imunes infiltradas no tecido adiposo do obeso induzindo inflamação crônica subclínica. Um mecanismo importante que conecta a obesidade ao fenômeno inflamatório é o acúmulo de macrófagos, particularmente no tecido adiposo. Estas células imunes infiltradas são as principais contribuintes para a inflamação crônica subclínica associada à obesidade. Além do aumento do número de macrófagos no tecido adiposo do obeso, essas células sofrem uma mudança no seu estado de polarização para um fenótipo pró- inflamatório. Nesta situação, são denominados M1 ou macrófago classicamente ativado, e são caracterizadas pela expressão elevada de TNF-α e IL-6. Estas citocinas podem atuar de maneira parácrina, inibindo a ação da insulina em células-alvo, como hepatócitos, miócitos e adipócitos ou, então, entrar na circulação sistêmica e causar RI por efeitos endócrinos. Portanto, os macrófagos M1 amplificam o sinal inflamatório na obesidade e contribuem para o surgimento de RI. Por outro lado, os macrófagos alternativamente ativados ou M2 promovem a homeostase do tecido pela liberação de IL10 e do fator de crescimento transformador beta (TGFβ), que são fatores antiinflamatórios. A IL6 é predominantemente produzida por M1 e, juntamente com o TNFα, é frequentemente utilizada como marcador de um ambiente pró-inflamatório associado à obesidade. Além dos macrófagos, merecem destaque por contribuir com o estado inflamatório e a RI do obeso: células natural killer, células T, B, mastócitos, neutrófilos e eosinófilos. Ativação das vias inflamatórias em diferentes tecidos Além da infiltração de células inflamatórias no tecido adiposo e em outros tecidos, na obesidade e no DM2 há uma ativação de vias inflamatórias que atingem diversos tecidos e órgãos como: músculo, fígado, trato gastrintestinal e sistema nervoso central (SNC). Essa inflamação subclínica decorre de diversos estímulos, com ativação do receptor tolllike 4 (TLR4), ativação de receptores de citocinas, estresse oxidativo, estresse de retículo endoplasmático e ativação por lipídios intracelulares dessas vias, que inibem o sinal de insulina por meio de mecanismos transcricionais e pós transcricionais. Tais vias são: IKK/IκB/NFκB e JNK. IKK/IκB/NFκB: o complexo IKK compreende duas subunidades catalíticas, o IKKα e o IKKβ, e uma subunidade regulatória conhecida como NEMO (NFκB essential modulator) ou IKKγ. No núcleo, o NFκB atua como fator de transcrição e aumenta a expressão de genes envolvidos na resposta inflamatória como, por exemplo, o TNF- α, IL1β, IL6, MCP1 (monocyte chemoattractant protein) e das próprias IKK. A conexão entre ativação da via IKKβ/IκB/NFκB e RI resulta do fato de a IKKβ atuar como uma serinaquinase que é capaz de promover a fosforilação em serina (sítio inibitório) de IRS, como IRS1 e 2. Essa fosforilação em serina reduz a capacidade do IRS-1 e IRS-2 de interagir com o receptor de insulina, bloqueando sua fosforilação em tirosina (sítio de ativação), e induz a degradação proteassômica do IRS-1, resultando em estados de RI. JNK: A via JNK (cjun Nterminal kinase)/AP1 (activator protein1) também pode ser ativada em resposta ao TNFα e pela ativação do TLR4. A JNK é também uma serinaquinase, podendo diretamente fosforilar resíduos serina do IRS1, inibindo o sinal de insulina, resultando em RI. Acúmulo de lipídios intracelulares e aminoácidos de cadeia ramificada circulantes Os ácidos graxos livres ou não esterificados ativam vias intracelulares nos tecidos, por meio do diacilglicerol, ativando a proteinoquinase C (PKCθ) que diretamente fosforila o IRS1 em serina, inibindo o sinal de insulina. Outro efeito dos ácidos graxos saturados é aumentar, nos tecidos, a biossíntese intracelular de ceramidas que, por sua vez, ativam fosfatases, como a PP2A que diretamente inibe a ativação da Akt, induzindo RI. Estresse de retículo endoplasmático oxidativo na resistência à insulina A exposição crônica excessiva de nutrientes (lipídios, proteínas e carboidratos), como ocorre em geral nos quadros de obesidade, pode causar uma sobrecarga às respostas adaptativas metabólicas. No RE, existem diversos mecanismos de controle para assegurar o transporte de proteínas que estão corretamente dobradas, modificadas e montadas. Uma alteração da homeostase do RE leva ao acúmulo de proteínas mal dobradas ou deformadas no lúmen do RE, conhecido como estresse de RE. O estresse de RE ativa uma resposta conhecida como resposta proteica desdobrada, do inglês unfolded protein response (UPR). Por outro lado, quando o estresse de RE é acentuado e prolongado, pode ocorrer uma UPR cronicamente sustentada, induzida por hiperativação da via PERK, causando apoptose ou morte celular. O consumo de dieta hiperlipídica, a obesidade e o DM2 sobrecarregam a capacidade funcional do RE, induzindo estresse de RE em variados tipos celulares, como hepatócitos, adipócitos e células do SNC. O aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), induzido por dieta hiperlipídica, por obesidade e também pela hiperglicemia, pode ser consequência da autooxidação de glicose ou da ativação das NADPH oxidases. O aumento de ROS derivadas de xantinas ou NADPH oxidases pode induzir ativação de serinaquinases como JNK e IKK e contribuir para a indução de RI. Epigenética e resistência à insulina A hipermetilação da região promotora de proteínas mitocondriais reguladoras, como a PGC1, provoca disfunção mitocondrial. Outras alterações em microRNA e histonas foram descritas em obesos e DM2, destacando a importância da epigenética na regulação da sensibilidade à insulina. Entretanto, parece que a função da célula β pode ser facilmente alterada por modulações epigenéticas,como metilação de DNA e regulação por microRNA, contribuindo para a redução da massa de células β e de secreção de insulina. Microbiota e resistência à insulina Na obesidade e no DM2, há mudanças drásticas na composição da microbiota em todos os níveis, incluindo filos, gêneros e espécies. Entre os mecanismos pelos quais a mudança da microbiota induz RI, destaca-se a absorção aumentada de LPS, lipídio presente na membrana de bactérias gram negativas da microbiota intestinal, em decorrência de aumento da permeabilidade intestinal. O LPS pode induzir um processo inflamatório subclínico crônico e obesidade, levando à RI mediante a ativação do TLR4, que está expresso na maioria das células e macrófagos. O aumento da permeabilidade da mucosa intestinal ao LPS provavelmente se deve à expressão reduzida das proteínas da zonula occludens1 (ZO1), claudina e ocludina, que compõem a junção estreita, criando uma barreira epitelial intestinal que impede a população bacteriana e os produtos do lúmen intestinal de atingirem a circulação. É possível que ocorra uma integração de mecanismos na indução da RI como alteração da microbiota, aumento de LPS e ativação de TLR4, estresse oxidativo e de RE, ativação de citocinas e aumento de lipídios intracelulares, convergindo para a fosforilação em serina do IRS1. Contudo, cada um desses mecanismos, aparentemente, promove uma regulação tecido específica. FALÊNCIA DA CÉLULA BETA O DM2 tem início, quando o pâncreas endócrino falha em secretar insulina adequadamente para as demandas metabólicas, por disfunção secretória e/ou diminuição da massa de células β. A disfunção secretória bem caracterizada é uma redução relativa da fase rápida de secreção de insulina, demonstrada durante o teste oral ou intravenoso de tolerância à glicose, ou mesmo após refeições mistas. A hipótese mais provável para a maioria dos casos de DM2 é a associação da disfunção secretória e da redução da massa dessas células. O DM2 pode ser visto como uma doença caracterizada por deficiência relativa de insulina. A massa de células β é regulada por, pelo menos, três mecanismos independentes: replicação, neogênese e apoptose. Aproximadamente um terço dos obesos desenvolve DM2, provavelmente em decorrência da predisposição genética que envolve esse controle da massa de células β. No DM2 há um maior grau de apoptose de células β, provavelmente em decorrência dos seguintes fatores: hiperglicemia, lipotoxicidade, estresse oxidativo, estresse do RE e ação de algumas citocinas. De fato, o aumento de expressão do IRS-2 induz replicação, neogênese e maior sobrevida de células β, enquanto a diminuição de expressão desse substrato causa apoptose espontânea dessas células. A hiperglicemia crônica leva à geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) e à expressão de IL-1 dentro das ilhotas, somando-se à elevação dos níveis circulantes de TNF-α e IL-6 ao aumento dos níveis de ácidos graxos livres como fatores ativadores de serina- quinases, como a proteinoquinase C (PKC) e a JNK, que podem induzir a fosforilação do IRS-2 em serina. Quando o IRS-2 é fosforilado em serina, ele é mais facilmente degradado, deixando desprotegida a célula β. Outro distúrbio que contribui para a redução na secreção de insulina é o menor efeito insulinotrópico das incretinas, observado na obesidade e, com maior magnitude, no DM2. As incretinas, representadas pelo polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP) e o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP1), induzem secreção de insulina mediada por glicose, além de estimular a proliferação de células β e inibir a apoptose das mesmas. Esses hormônios intestinais são responsáveis por cerca de 50% da secreção de insulina após uma refeição, o que implica que o efeito incretínico diminuído desempenhe um papel importante no desenvolvimento do DM2. OUTROS MECANISMOS PATOGÊNICOS O cérebro está também envolvido na patogênese da obesidade e do DM2. Dieta rica em gorduras, estresse oxidativo e citocinas pró-inflamatórias podem causar inflamação hipotalâmica, com redução do sinais anorexígenos mediados pela insulina e pela leptina, gerando hiperfagia e ganho de peso. Por fim, os rins também contribuem para a hiperglicemia no DM2, em virtude do aumento da atividade dos transportadores de sódio e glicose 2 (SGLT2) nos túbulos proximais. Essas proteínas são responsáveis pela reabsorção de 90% da glicose filtrada nos glomérulos. QUADRO CLÍNICO Visão turva: Se a glicose no sangue de uma pessoa estiver muito alta, pode haver o inchaço do cristalino, que pode causar temporariamente visão embaçada. Esse tipo de visão turva geralmente melhora depois que o nível de glicose no sangue volta ao normal. Retinopatia diabética: Os pacientes diabéticos podem desenvolver diversas manifestações oculares, tais como catarata, blefarite de repetição, paralisias oculares, retinopatia diabética, e ainda doenças neurológicas. A retinopatia diabética é uma microangiopatia que afeta as arteríolas pré-capilares, capilares e vênulas retinianas. Pode haver acometimento de vasos maiores. O aspecto da microangiopatia inclui oclusões da microvasculatura assim como extravasamento. A patogênese da oclusão da microvasculatura inclui espessamento da membrana basal dos capilares, danos e proliferação das células endoteliais dos capilares, alterações das hemácias (transporte ineficiente de oxigênio) e aumento na adesividade e agregação das plaquetas. Estas alterações ocorrem em razão da hipoxia retiniana, formação de shunts arteriovenosos, conhecidos como alterações microvasculares intrarretinianas e neovascularização (por ação de substâncias vasogênicas). As alterações celulares da parede dos vasos decorrem da morte de pericitos e consequente formação de microaneurismas e áreas de extravasamento. As chamadas manchas algodonosas (exsudatos moles) correspondem à isquemia da camada de fibras nervosas, podendo sobrepor-se aos vasos sanguíneos e causar importantes alterações visuais. A neovascularização consiste na proliferação de vasos sob a forma de espirais e arcos que, sustentados por uma delicada rede conjuntiva, podem projetar-se para o interior do vítreo, podendo gerar áreas de tração retiniana e consequente descolamento da retina. Os microaneurismas têm sido valorizados como elementos de grande importância no diagnóstico inicial da retinopatia diabética. Seu local de preferência é a região da mácula e o achado de um ou dois microaneurismas nesta área, na ausência de doença vascular, permite fazer o diagnóstico de diabetes. Na oftalmoscopia, aparecem como formações esféricas, vermelhas, brilhantes, sendo, às vezes, confundidos com pontos hemorrágicos. As hemorragias costumam ser encontradas na camada plexiforme externa como áreas arredondadas, dispostas profundamente, e vistas sob a forma de pontos. As hemorragias podem assumir a forma linear, habitualmente vista nos quadros de retinopatia hipertensiva por hemorragia na camada de fibras nervosas. Existem duas formas de retinopatia diabética: exsudativa e proliferativa. Em ambos os casos, a retinopatia pode levar a uma perda parcial ou total da visão. » Retinopatia Diabética Exsudativa: ocorre quando as hemorragias e as gorduras afetam a mácula, que é necessária para a visão central, usada para a leitura. » Retinopatia Diabética Proliferativa: surge quando a doença dos vasos sanguíneos da retina progride, o que ocasiona a proliferação de novos vasos anormais que são chamados "neovasos". Estes novos vasos são extremamente frágeis e também podem sangrar. Além do sangramento, os neovosos podem proliferar para o interior do olho causando graus variados de destruição da retina e dificuldades de visão. A proliferação dos neovasos também pode causar cegueira em consequência de um deslocamento de retina. A retinopatia diabética é uma causa importante de comprometimento visual e cegueira, sendo a forma proliferativa a principal causa de cegueira nos pacientes diabéticos. Nictúria: é o númerode micções ocorridas durante o período normal de sono, refletindo esvaziamento vesical incompleto ou hiperatividade detrusora. A poliúria é definida como a produção de urina > 40 ml/kg de peso nas 24 h (ICS) e constitui a causa mais frequente de noctúria. A poliúria noturna ocorre quando pelo menos 20% da diurese das 24 horas é produzida durante a noite. Pode dever-se a uma doença metabólica como a diabetes mellitus ou a diabetes insípida, e nestas doenças, quer por diurese osmótica ou por diminuição da hormona anti-diurética, existe uma poliúria diurna e noturna. A história e os testes laboratoriais permitem facilmente a sua identificação. Na poliúria noturna há um excesso de volume urinado de noite, que pode dever-se a uma grande ingestão de líquidos. Em todos os casos é fundamental a elaboração de um mapa miccional, onde constem os volumes miccionais, o intervalo de tempo entre as micções e também o registo das ingestões de líquidos. Parece- nos ser a melhor e a primeira arma diagnóstica para a percepção do tipo de situação. A diurese das 24 horas pode estar mantida, mas existir uma alteração dos volumes urinados de dia e de noite, por alteração do ritmo circadiano. O excesso de volume urinado por noite, pode dever-se, portanto, a uma maior mobilização dos líquidos, com aumento do volume intra-vascular, o que acontece nos idosos com a posição de decúbito. Neste grupo etário a capacidade de concentração urinária está diminuída, o que também favorece a poliúria. Dormência e queimação nas pernas (parestesia): A concentração da elevada glicose crônica também provoca lesões em muitos outros tecidos. Por exemplo, neuropatia periférica, que consiste no funcionamento anormal dos nervos periféricos, e disfunção do sistema nervoso autônomo são complicações frequentes do diabetes melito crônico descontrolado. Essas anormalidades podem resultar em alteração dos reflexos cardiovasculares, deterioração do controle vesical, diminuição da sensibilidade nas extremidades e outros sintomas de lesão de nervos periféricos. Os mecanismos exatos que levam à lesão tecidual no diabetes não são bem compreendidos, mas provavelmente envolvem efeitos múltiplos das elevadas concentrações de glicose e outras anormalidades metabólicas nas proteínas das células endoteliais vasculares e das células musculares lisas, assim como de outros tecidos. Além disso, a hipertensão, secundária à lesão renal, e a aterosclerose, secundária ao metabolismo anormal dos lipídios, frequentemente desenvolvem-se nos pacientes portadores de diabetes e amplificam a lesão tecidual causada pela glicose elevada. A glicemia alta reduz a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o metabolismo de várias células, principalmente dos neurônios. Os principais sinais são: • Dor contínua e constante; • Sensação de queimadura e ardência; • Formigamento; • Dor espontânea que surge de repente, sem uma causa aparente; • Dor excessiva diante de um estímulo pequeno, por exemplo, uma picada de alfinete; • Dor causada por toques que normalmente não seriam dolorosos, como encostar no braço de alguém. Ao mesmo tempo, em uma segunda etapa dessa complicação, pode haver redução da sensibilidade protetora. As dores, que antes eram intensas demais mesmo com pouco estímulo, passam a ser menores do que deveriam. Daí o risco de haver uma queimadura e você não perceber em tempo. É comum também que o suor diminua e a pele fique mais seca. O diagnóstico da neuropatia pode ser feito por exames específicos e muito simples nos pés. Manchas hipercrômicas e liquenificadas em região cervical e axilas: A acantose nigricans (AN), na maioria dos casos, está associada a condições benignas. De etiologia incerta, acredita-se que a insulina possa ter papel preponderante, pois está bastante associada à obesidade, quando se verifica um aumento na insulinemia e da resistência periférica tecidual a ela. A insulina aumentada se une aos receptores do fator de crescimento insulina-símile, que estimulam a proliferação epidérmica, com a consequente hiperplasia epitelial. Outros fatores de crescimento, como o fator de crescimento epidérmico e TGF-α, entre outros, também têm sido implicados. Há relatos de que esse padrão seja resultante de mutações nos receptores do fator de crescimento do fibroblasto. A apresentação clínica da AN é caracterizada por placas de lesões vegetantes, papilomatosas, de tonalidade castanho-escura, simétricas, com localizações preferenciais nas dobras cutâneas como pescoço, axilas e virilha. A proliferação epidérmica pode levar à presença de papilomas. Na forma associada à neoplasia, as mesmas características permanecem, mas seu aparecimento costuma ser súbito e de disseminação rápida. Além das áreas intertriginosas, podem estar acometidos mucosas, lábios, aréolas mamárias, margens orbiculares, áreas de traumatismo e áreas de metástases cutâneas. Prurido e hiperpigmentação generalizados podem estar presentes, bem como ceratodermia palmoplantar. COMPREENDER O EXAME FÍSICO E DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL DA DM TIPO 2 EXAME FÍSICO A avaliação inicial deve englobar uma história completa para classificação do diabetes, a identificação de comorbidades (outros fatores de risco cardiovascular ou transtornos mentais, como ansiedade e depressão, que interferem na adesão) e de complicações crônicas, além da revisão de tratamentos e controle glicêmico anterior (incluindo efeitos colaterais ou episódios de hipoglicemia). É essencial dar ênfase às dificuldades, expectativas e medos em relação à doença e ao futuro e ampliar a escuta sobre o exercício da sexualidade, visando à elaboração de um plano terapêutico conjunto, que inclua abordagem familiar e/ou a participação em grupos educativos. Deve-se questionar sobre : • Hábito alimentar, uso exagerado de álcool, aumento de peso, sedentarismo, estresse, antecedentes pessoais de hipertensão, gota, doença renal, doença cardíaca, cérebro vascular e diabetes gestacional. • Utilização de corticoesteróides, estrógenos, betabloqueadores, diuréticos. • Sintomas sugestivos de complicações crônicas, (edema, parestesias, alteração visual, hipertensão arterial, paralisias). • Tratamento medicamentoso anteriormente utilizado, seguimento efetuado e reações às drogas. • História familiar de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardio e cérebro vasculares e doença renal. • Atividades: trabalho, lazer, comportamento. • Estrutura familiar: relacionamento, isenção. • Aplicar critério de risco. O exame físico deve ser orientado para a verificação da presença de outros fatores de risco cardiovasculares e de complicações micro e macrovasculares. Frequentemente negligenciado na prática clínica, o exame dos pés, que inclui avaliação da sensibilidade superficial (monofilamentos de 10 g) e profunda (diapasão), palpação de pulsos e avaliação sobre a presença de feridas, infecções, deformidades e alterações de trofismo, deve ser realizado no mínimo anualmente. O exame físico do diabético deve ser orientado para avaliação: • Peso / Altura. • Exame segmentar de rotina. • Pressão arterial em duas posições: supina e ereta. • Avaliação da presença de complicações: neuropatia (sensibilidade vibratória, reflexos) e vasculopatia (palpação das artérias). • Inspeção da pele e dos pés. • Se possível fundo de olho. Obs.: No tipo 1 somente no 5º ano de doença. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de DM é feito de acordo com o valor da GJ, glicemia casual e glicemia 2 horas pós-sobrecarga de 75 g de glicose (TOTG). Recentemente, a HbA1c (ou A1C) foi recomendada como critério diagnóstico devido à correlação bem estabelecida entre seus níveis e o risco para complicações tardias do DM. Na presença de sintomas sugestivos, uma glicemia casual acima de 200 mg/dL confirma o diagnóstico. Em indivíduos assintomáticos ou com sintomas leves, são necessárias duas GJ acima de 126 mg/dL. É importante orientar o usuário a não mudar sua alimentação antes da realização dos exames confirmatórios,a fim de evitar o mascaramento do diagnóstico. Para indivíduos com forte suspeita clínica (presença de dois ou mais fatores de risco) de diabetes e GJ alterada, entre 100 e 126 mg/dL, o TOTG está indicado para complementar a investigação. Em algumas raras situações, em especial em adultos jovens, é necessário solicitar anticorpos anti-ilhota (ICA, do inglês islet-cell antibody), anti-insulina (IAA) e antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD) para diferenciar DM1 e DM2 (presentes no tipo 1). É preciso verificar, em cada realidade, quais dosagens estão disponíveis. Sumário de urina: glicose ++ : A detecção de glicose em uma tira reagente semiquantitativa ou comprimidos de Clinitest constitui um método insensível de triagem para diabetes melito tipo 2. A elevada taxa de resultados falso- negativos sugere que a tira reagente para urina não é adequada como teste de triagem. Além disso, nem todos os pacientes com glicosúria apresentam diabetes. A glicosúria pode ocorrer quando houver defeitos da função tubular renal, conforme observado na acidose tubular renal tipo 2 (proximal) e na glicosúria renal familiar, um distúrbio genético associado à perda de sal, poliúria e depleção de volume. Uso • Ajudar a avaliar a glicosúria e defeitos tubulares renais; • Tratamento do DM; Interpretação Valores elevados • Qualquer causa de aumento do nível de glicemia • Distúrbios endócrinos (DM, tireotoxicose, gigantismo, acromegalia, síndrome de Cushing)• Traumatismo significativo • Acidente vascular encefálico • Infarto do miocárdio • Terapia com esteroides orais • Queimaduras, infecções • Feocromocitoma Exames complementares Outros exames podem ser utilizados no acompanhamento do DM, alguns deles de forma análoga à HbA1c. Nenhum desses exames, entretanto, é validado para o diagnóstico de DM. Além disso, exames como glicemia pós-prandial, frutosamina, 1,5-anidroglucitol (1,5-AG) e albumina glicada pretendem acrescentar informação à estimativa da glicemia média e/ou mensurar a variabilidade glicêmica. Esse conceito tem ganhado força no que diz respeito à modulação do risco cardiovascular no DM, mas, por enquanto, não tem aplicabilidade no diagnóstico da doença. Os testes de glicemia refletem o nível glicêmico no momento exato em que foram realizados, e a HbA1c revela a glicemia média pregressa dos últimos 2 a 4 meses. A HbA1c deve ser solicitada quando a GJ atinge as metas desejáveis para um bom controle. Estima-se que, para a HbA1c de 6%, corresponderia a uma glicemia média de 126 mg/dL e que, para cada 1 ponto percentual a mais de HbA1c, haja uma elevação de 30 mg/dL na média das glicemias. Frutosamina: Frutosamina é o nome genérico dado a todas as proteínas glicadas. Os termos “frutosamina” e “proteína glicada” podem ser utilizados de maneira equivalente. Elas são formadas pela reação não enzimática da glicose com os grupos amina das proteínas. Do total de proteínas glicadas, 80% correspondem à albumina. O raciocínio, em sua interpretação, é análogo ao considerado para as demais proteínas glicadas. A frutosamina vem sendo tradicionalmente utilizada como alternativa à HbA1c quando esta apresenta problemas metodológicos. É uma proteína glicada, constituída principalmente de albumina, que reflete o controle glicêmico nos últimos 7 a 14 dias, visto que a meia-vida da albumina é de 14 a 20 dias. Pesquisa de corpos cetônicos: Em pacientes com DM e hiperglicemia, o achado de cetonemia e cetonúria é característico de CAD, uma situação potencialmente grave que requer intervenção imediata. A maioria dos testes laboratoriais para corpos cetônicos usa o método nitroprussiato (p. ex., Ketostix ® ), que fornece uma estimativa semiquantitativa dos níveis de acetoacetato e acetona no sangue e na urina; porém, ele não reconhece o βhidroxibutirato (βOHB), principal produto metabólico na CAD (75% do total de cetonas formadas). Por isso, para o diagnóstico da CAD e durante seu tratamento, o ideal é a dosagem no βOHB no sangue capilar, obtida com glicosímetros mais recentes (p. ex., Freestyle Optium Neo ® ). Níveis de βOHB < 0,6 mmol/l são considerados normais, enquanto valores > 1 mmol/l representam hipercetonemia e níveis > 3 mmol/l indicam CAD. Deve ser lembrado de que corpos cetônicos na urina durante o jejum ocorrem em mais de 30% dos indivíduos normais na primeira urina da manhã e que resultados falsamente positivos podem ocorrer com o uso de medicamentos que contenham o grupo sulfidrila (p. ex., captopril). Resultados falso-negativos podem ocorrer quando a urina ficar exposta ao ar por longo período ou quando for muito ácida, como ocorre após ingestão de grandes quantidades de vitamina C. Dosagem do peptídeo C: A capacidade secretória do pâncreas pode ser analisada por meio da dosagem no plasma do peptídeo C, que é secretado na circulação porta em concentrações equimolares com a insulina, sendo ambos originados da clivagem da pró-insulina. O método mais utilizado é a determinação do peptídeo C basal e 6 minutos após a injeção intravenosa de 1 mg de glucagon. Os pacientes com DM1 têm valores médios de peptídeo C de 0,35 ng/ml no basal e de 0,5 ng/ml após estímulo. No DM2, esses valores são de 2,1 e de 3,3 ng/ml , respectivamente. Como ponto de corte para classificar os pacientes, deve ser considerado que níveis do peptídeo C > 0,9 ng/ml no basal e > 1,8 ng/ml após glucagon indicam uma reserva de insulina compatível com DM2. Valores inferiores confirmam o diagnóstico de DM1. Indicações para a pesquisa do Diabetes em indivíduos assintomáticos: ENTENDER A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO PARA O CONTROLE DA DM TIPO 2 As medidas não farmacológicas incluem modificações da dieta alimentar e atividade física, constituindo, portanto, mudanças do estilo de vida. Aspectos básicos da terapia nutricional: O controle metabólico é como a pedra angular do manejo do diabetes, pois alcançar um bom controle reduz o risco de complicações microvasculares e pode, também, minimizar as chances de doenças cardiovasculares. Melhorar os níveis pressóricos e de lipídios pode ser eficaz na redução de eventos cardiovasculares.8,9 As esco- lhas alimentares promovem efeito direto sobre o equilíbrio energético e, por conseguinte, sobre o peso corporal e os níveis pressóricos e de lipídios plasmáticos. Evidências científicas demonstram que a intervenção nutricional tem impacto significativo na redução da hemoglo- bina glicada (HbA1c) no DM1 e DM2, após 3 a 6 meses de seguimento com profissional especialista, independentemente do tempo de diagnóstico da doença. A abordagem do manejo nutricional não deve ser somente prescritiva, mas também apresentar caráter mais subjetivo, de olhar comportamental, colocando o indivíduo no centro do cuidado. Ao contrário do DM1, que não pode ser evitado, o DM2 pode ser retardado ou evitado por meio de modificações do estilo de vida, que incluem alimentação saudável e atividade física. A dieta mediterrânea é citada na literatura como referência de padrão saudável para a população ocidental por promover a longevidade e ser capaz de reduzir 9% da mortalidade geral por doenças cardiovasculares. No Brasil, o Guia Alimentar para a População Brasileira sugere a mistura “Arroz com feijão” como a base da alimentação por apresentar excelente combinação de aminoácidos, além do incentivo ao consumo de alimentos in natura ou minimamente processa- dos e preparações culinárias em vez de alimentos ultraprocessados, com vistas ao consumo saudável e ao combate à obesidade. Segundo definição do Institute of Medicine (IOM), terapia nutricional é o tratamento de uma doença ou condição por meio da mudança da ingestão de nutrientes ou de todo um alimento. A conduta nutricional direcionada a indivíduos com DM1 e DM2, pré-diabetes e DM gestacional (DMG) deve ser definida com base em avaliação e diagnóstico nutricional, para posterior programação das intervenções nutricionais. A abordagem nutricional individualizada requer mudan- ças no estilode vida e objetivos que possam resultar em intervenções dietéticas complexas. Para essa individualização, é necessário conhecer alguns aspectos relacionados ao contexto da produção e do consumo dos alimentos, como cultura, regionalidade, composição de nutrientes e preparo de refeições. A orientação nutricional tem como alicerce uma alimentação variada e equilibrada. Essa terapia tem como objetivos, ainda, manutenção/obtenção de peso saudá- vel, alcance das metas de controle da glicemia (tanto em jejum como pré e pós-prandial) e adequação dos níveis pressóricos e dos níveis séricos de lipídios, considerando-se o uso de fárma- cos para prevenir complicações de curto e médio prazos. Educação nutricional em diabetes: O ponto-chave da boa condução do diabetes é o envolvimento do paciente e dos familiares como parte ativa de todo o processo, de modo a desenvolver o autoconhecimento e auxiliando na tomada de decisão. Serviços multidisciplinares que promovam educação em diabetes devem incentivar o conhecimento e desenvolver habilidades necessárias ao autocuidado, sempre com a colaboração ativa da equipe de saúde. Devem considerar a individualização do tratamento com relação ao nível de resposta de cada paciente, bem como de apoio social, familiar e de fatores psicossociais que afetem o autogerenciamento do indivíduo, tudo isso como parte dos cuidados clínicos de rotina. Indivíduos com DM, tipos 1 e 2, e seus familiares devem ser inseridos em programas de educação nutricional desde o diagnóstico, com abordagem sobre a importância do autocuidado e da independência quanto a decisões e atitudes ligadas à alimentação e ao controle metabólico. Estratégias educacionais incluem atividades em grupos ope- rativos, oficinas e palestras. A alimentação está diretamente relacionada a questões psicossociais e culturais; é necessário, portanto, inserir considerações pertinentes no processo educativo. As principais características do processo de educação em diabetes são: • Participação efetiva do paciente e familiares no autogerenciamento contínuo da doença; • Reavaliação em quatro momentos críticos: diagnóstico, anualmente, no surgimento de complicações ou algum tipo de mudança no tratamento; • Principais objetivos: avaliação dos resultados clínicos, condição geral de saúde e qualidade de vida; • Centralização no paciente, mas podendo utilizar-se de ferramentas de grupos e/ou tecnologias; • Promoção de melhores resultados e redução de custos do tratamento. Transtornos alimentares nos pacientes com DM tipo 2: Transtornos alimentares caracterizam-se por graves distúr- bios nos hábitos ou no comportamento alimentar, podendo estar associados a distúrbios da imagem corporal. São classificados nas doenças psiquiátricas (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM-V) e na CID 11 (Classificação Internacional de Doenças) como bulimia, anorexia, transtornos alimentares não especificados (TANEs) e transtorno compulsivo alimentar (TCA). A natureza crônica do diabetes poderia predispor ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, especialmente na adolescência. A correlação entre transtornos alimentares e diabetes é provavelmente associada com a insatisfação da imagem corporal e com o desejo de perder o peso que pode ser adquirido com o uso de insulina. Além disso, pensamentos obsessivos sobre comida e a crença de que o diabetes deve ser enfrentado como um desafio diário para o seu autocontrole podem contribuir. Comorbidades psiquiátricas – tais como depressão, ansiedade e distúrbios de personalidade – podem ocorrer, agravando o quadro clínico, sobretudo quando presentes no paciente com diabetes. As consequências dos transtornos alimentares são graves, podendo levar inclusive ao óbito e, no caso dos indivíduos com diabetes, podem ser a causa do mau controle e do surgimento mais precoce de complicações crônicas. Na presença de transtornos alimentares, são observados níveis mais altos de hemoglobina glicada (HbA1c), atraso de crescimento físico e puberal, cetoacidoses recorrentes, hipoglicemias graves e a instalação de complicações crônicas microvasculares mais precoces. Transtorno compulsivo alimentar e DM: Transtorno de compulsão alimentar é definido como episódios recorrentes de comer significativamente mais alimentos em um curto período de tempo do que a maioria das pessoas consumiria sob circunstâncias similares, com episódios marcados por sentimentos de falta de controle. Um indivíduo com TCA pode comer muito rapidamente, mesmo sem fome. A pessoa pode apresentar sentimentos de culpa, vergonha ou desgosto e pode comer sozinha para ocultar o comportamento. Os episódios de compulsão ocorrem, em média, pelo menos 1 vez/semana, durante 3 meses. É mais comum em pacientes com DM2, sendo que pode estar associado a um quadro de sobrepeso ou obesidade, ou até mesmo precedê-lo. Isto dificulta o controle do diabetes e a perda de peso, promovendo de modo mais precoce o aparecimento de complicações agudas e crônicas, em que a cardiopatia é uma das principais responsáveis pela morte do indivíduos com DM2. O tratamento deve ser feito com equipe multiprofissional, sendo a presença da nutricionista fundamental no acompanhamento do paciente e em torno da reeducação sobre o alimento. Além disso, há necessidade do tratamento psicoterápico individual com o intuito de trabalhar autoestima e imagem corporal e estabelecer um apoio psicológico à família. Atividade física e a DM: A atividade física é definida como qualquer movimento produzido pelo músculo esquelético que requer gasto energético. O exercício físico é uma forma específica de atividade física, que é estruturada e planejada, com os objetivos de melhorar o condicionamento físico e a saúde. A prática de exercício físico é determinante na prevenção do diabetes tipo 2 e no tratamento de todas as formas de diabetes mellitus (DM). Benefícios adicionais incluem a redução do risco cardiovascular, promoção do bem-estar e controle do peso corporal e da adiposidade. Fatores como a resistência à prática do exercício, o receio das hipoglicemias e a incapacidade de gerenciar a terapia nutricional e farmacológica são algumas das restrições que afastam os indivíduos com diabetes da prática esportiva. Ultrapassadas as barreiras, o exercício físico adequadamente prescrito e executado proporciona grandes benefícios aos indivíduos com DM, constituindo uma ferramenta imprescindível para o manejo metabólico. Equipe multidisciplinar na DM: O processo terapêutico é mais bem estabelecido com a introdução de equipe composta por médicos, nutricionistas, enfermeiros, educadores físicos, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, dentistas, entre outros, com a participação da pessoa com diabetes em todas as decisões, atuando de maneira ativa no seu tratamento. A educação em diabetes deve partir de uma intensa mobilização social para que se divulguem os sinais e sintomas do diabetes, bem como quaisquer outros dados que possibilitem aos indivíduos compreender o diagnóstico do diabetes, reconhecer os riscos do mau controle e, ainda, procurar ajuda antes que ocorram complicações da doença. A equipe pode promover entrevistas individuais ou atividades em pequenos grupos com assuntos específicos, como por exemplo o plano alimentar, exercícios físicos adequados, práticas de autocuidado para redução dos fatores de risco, técnicas motivadoras e convivência com o diabetes. A abordagem educativa deve ter como meta transformar o diabetes em parte integrante da vida da pessoa, a fim de que a doença não seja vista como controladora e ameaçadora. CONHECER A INDICAÇÃO, CONTRAINDICAÇÃO, FARMACOCINÉTICA, FARMACODINÂMICA, REAÇÕES ADVERSAS E POSOLOGIA DO METFORMINA E GLIBENCLAMIDA METFORMINA • Classe: Pertence à classe das biguanidas. É um ativador da AMPK e do PPARγ. • Características químicas e farmacocinéticas da metformina: A metformina é absorvida principalmente pelo intestino delgado. O fármaco é estável, nãose liga às proteínas plasmáticas e é excretado de modo inalterado na urina. Possui uma meia-vida na circulação de ~ 2 h. O transporte da metformina nas células é mediado, em parte, por transportadores catiônicos orgânicos. Acredita-se que o transportador catiônico orgânico 1 (OCT 1) transporta o fármaco para dentro das células, como os hepatócitos e os miócitos, onde é farmacologicamente ativo. Acredita-se que o transportador de cátions orgânicos 2 (OCT 2) transporta a metformina nos túbulos renais para excreção. Há evidências recentes sugerindo que a variação genética da OCT 1 entre os seres humanos pode afetar a resposta à metformina. • Indicações terapêuticas da metformina: Na atualidade, a metformina é o agente oral mais comumente utilizado para tratamento do diabetes tipo 2 e, em geral, é aceita como tratamento de primeira linha para essa doença. A metformina é efetiva como monoterapia e em combinação com praticamente qualquer outra terapia para o diabetes tipo 2, e sua utilidade é corroborada por dados obtidos de um grande número de estudos clínicos. Dispõe-se de combinações em doses fixas de metformina em associação com glipizida, glibenclamida, pioglitazona, repaglinida, rosiglitazona e sitagliptina. A metformina possui uma eficácia superior ou equivalente na redução do nível de glicose em comparação com outros agentes orais empregados no tratamento do diabetes; além disso, diminui as complicações relacionadas à diabetes em pacientes portadores de diabetes tipo 2. Ao contrário de muitos dos outros agentes orais, a metformina tipicamente não causa ganho de peso e, em alguns casos, produz uma redução de peso corporal. Não é efetiva no tratamento do diabetes tipo 1. Vários estudos observacionais sugerem que os pacientes diabéticos tratados com metformina podem apresentar taxas mais baixas de mortalidade e doenças cardiovasculares, em comparação com indivíduos tratados com terapias alternativas. Os resultados do Diabetes Prevention Program indicam que, nos indivíduos com comprometimento da tolerância à glicose, o tratamento com metformina retarda a progressão para o diabetes. • Características farmacodinâmicas da metformina: A metformina é o único membro da classe das biguanidas de agentes hipoglicemiantes orais disponíveis para uso na atualidade. A metformina aumenta a atividade da proteinocinase dependente de AMP (AMPK). A AMPK é ativada por fosforilação quando as reservas energéticas celulares encontram-se reduzidas . A AMPK ativada estimula a oxidação dos ácidos graxos, a captação de glicose e o metabolismo não oxidativo e reduz tanto a lipogênese quanto a gliconeogênese. O resultado final dessas ações consiste em aumento do armazenamento de glicogênio no músculo esquelético, taxas mais baixas de produção hepática de glicose, aumento da sensibilidade à insulina e níveis mais baixos de glicemia. A metformina produz um perfil de efeitos semelhante e dependente da ativação da AMPK. Embora o mecanismo molecular pelo qual a metformina ativa a AMPK não seja conhecido, acredita-se que seja indireto, possivelmente através da redução das reservas energéticas intracelulares. Em concordância com esse ponto de vista, foi constatado que a metformina inibe a respiração celular através de ações específicas sobre o complexo mitocondrial I. A metformina exerce pouco efeito sobre o nível de glicemia nos estados normoglicêmicos e não afeta a liberação de insulina ou de outros hormônios das ilhotas e raramente provoca hipoglicemia. Todavia, mesmo em indivíduos com hiperglicemia apenas leve, a metformina reduz o nível de glicemia através de uma diminuição da produção hepática de glicose e aumento da captação periférica de glicose. Esse efeito é, pelo menos parcialmente, mediado por uma diminuição da resistência à insulina nos tecidos-alvo essenciais. O efeito hepático constitui, provavelmente, a forma dominante de ação, envolvendo primariamente a supressão da gliconeogênese. • Efeitos adversos da metformina: Os efeitos colaterais mais comuns da metformina são gastrintestinais. Cerca de 10-25% dos pacientes que iniciam essa medicação queixam-se de náuseas, indigestão, cólicas ou distensão abdominal, diarreia ou alguma associação desses efeitos. A metformina exerce efeitos diretos sobre a função GI, incluindo absorção de glicose e sais biliares. O uso da metformina está associado a uma redução de 20-30% nos níveis sanguíneos de vitamina B12, provavelmente devido à má absorção; entretanto, não foram relatadas quaisquer consequências neurológicas ou hematológicas. Os efeitos GI adversos da metformina desaparecem, em sua maioria, com o passar do tempo, com o uso continuado do fármaco, e podem ser minimizados iniciando com doses baixas e titulando gradualmente para uma dose alvo no decorrer de várias semanas, sendo o fármaco tomado com as refeições. À semelhança da fenformina, a metformina tem sido associada à acidose láctica. A evidência mais concreta provém de casos de overdose de metformina, em que os níveis circulantes muito elevados do fármaco foram associados a níveis plasmáticos elevados de lactato e acidemia. Entretanto, a incidência estimada de acidose láctica atribuível ao uso da metformina é de 3-6 por 100.000 pacientes-anos de tratamento, o que é comparável com as taxas em pacientes portadores de diabetes tipo 2 que não fazem uso de metformina. Muitos casos de acidose láctica associada ao uso de metformina foram relatados em pacientes com distúrbios concomitantes passíveis de causar perfusão tecidual deficiente, como sepse, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva. A insuficiência renal constitui outra comorbidade comum relatada em pacientes que apresentam acidose láctica associada ao uso de metformina, e acredita-se que a diminuição da taxa de filtração glomerular possa aumentar os níveis plasmáticos de metformina ao reduzir a depuração do fármaco da circulação. Não existem diretrizes de consenso para contraindicações renais da metformina; como a depuração do fármaco não é alterada significativamente até haver uma queda da depuração da creatinina abaixo de 50 mL/min., a metformina é provavelmente segura em pacientes com esse nível de função renal. É importante avaliar a função renal antes de iniciar a metformina e monitorar a função pelo menos uma vez por ano. A metformina deve ser interrompida antecipadamente em situações nas quais pode ocorrer declínio precipitado da função renal, como antes de procedimentos radiográficos que utilizam meios de contraste e durante uma internação para doença grave. A metformina não deve ser utilizada na presença de doença pulmonar grave, insuficiência cardíaca descompensada, doença hepática grave ou abuso crônico de álcool. Os fármacos catiônicos que são eliminados por secreção tubular renal têm o potencial de interagir com a metformina, competindo por sistemas de transporte tubular renal comuns. Recomenda-se uma cuidadosa monitoração do paciente, bem como um ajuste da dose de metformina em pacientes em uso de medicamentos catiônicos, como cimetidina, furosemida e nifedipino, que são excretados pelo sistema secretor tubular renal proximal. • Contraindicações para o uso da metformina: Geralmente a contraindicação da metformina se relaciona com o grupo de pacientes que possuem predisposição a desenvolverem acidose lática – como nefropatas, alcoolistas, hepatopatas e doenças que predispõem anóxia tecidual e acidose. • Posologia da metformina: A metformina está disponível em uma forma de liberação imediata, e o tratamento é melhor iniciado com doses baixas e titulado no decorrer de vários dias a semanas para minimizar os efeitos colaterais. A dose atualmente recomendada é de 0,5-1,0 g, 2 vezes/dia, com dose máxima de 2.550 mg; a administração do fármaco 3 vezes/dia não tem nenhuma vantagem. Dispõe-se de uma preparação de liberação prolongada que é efetiva para dose única ao dia; a dose máxima dessa preparação é de 2 g. GLIBENCLAMIDA • Classe: Pertence à classe das sulfonilureias.São moduladores dos canais de K-ATP. • Características químicas e farmacocinéticas da glibenclamida: Todos os membros dessa classe de fármacos são arilsulfonilureias substituídas. Diferem por substituições na posição do anel de benzeno e em um resíduo de nitrogênio do componente ureia. As sulfonilureias são divididas em dois grupos ou gerações de agentes. As sulfonilureias de primeira geração (tolbutamida, tolazamida e clorpropamida) são raramente utilizadas, hoje, no tratamento do diabetes tipo 2, razão pela qual não são discutidas. A segunda geração mais potente de sulfonilureias hipoglicemiantes inclui a glibenclamida (gliburida), a glipizida e a glimepirida. Algumas estão disponíveis em uma formulação de liberação prolongada (glipizida) ou micronizada (glibenclamida). Apesar das variações observadas nas taxas de absorção das diferentes sulfonilureias, todas são absorvidas efetivamente pelo trato GI. Entretanto, a presença de alimento e a hiperglicemia podem reduzir a absorção das sulfonilureias. As sulfonilureias no plasma estão ligadas, em grande parte (90-99%) às proteínas, particularmente à albumina; a ligação às proteínas plasmáticas é maior para a glibenclamida. Os volumes de distribuição da maioria das sulfonilureias são de ~ 0,2 L/kg. Embora suas meias-vidas sejam curtas (3-5 h), os efeitos hipoglicêmicos são evidentes durante 12-24 h, e esses fármacos frequentemente podem ser administrados 1 vez/dia. A razão para a discrepância entre a meia-vida e a duração de ação ainda não está bem esclarecida. Todas as sulfonilureias são metabolizadas pelo fígado, e os metabólitos são excretados na urina. Por conseguinte, as sulfonilureias devem ser administradas com cautela a pacientes com insuficiência renal ou hepática. • Indicações terapêuticas da glibenclamida: As sulfonilureias são utilizadas para tratar a hiperglicemia no diabetes tipo 2. Entre 50 e 80% dos pacientes adequadamente selecionados respondem a essa classe de agentes. Todos os membros da classe parecem ser igualmente eficazes. Um número significativo de pacientes que respondem inicialmente a uma sulfonilureia cessa posteriormente de responder e desenvolvem níveis inaceitáveis de hiperglicemia (falha secundária). Isso pode ocorrer em consequência de uma alteração no metabolismo do fármaco ou, mais provavelmente, da progressão da insuficiência das células β. Um estudo clínico randomizado recente constatou que a melhora inicial do controle glicêmico foi menos durável no caso da monoterapia com glibenclamida (em comparação com a monoterapia com metformina ou rosiglitazona), sugerindo que a taxa de falha secundária é maior com essa classe de fármacos. Alguns indivíduos com diabetes neonatal ou MODY-3 respondem a esses fármacos (uso não indicado na bula). As contraindicações para o uso desses fármacos incluem diabetes tipo 1, gravidez, lactação e, para as preparações mais antigas, insuficiência hepática ou renal significativa. • Características farmacodinâmicas da glibenclamida: As sulfonilureias estimulam a liberação de insulina através de sua ligação a um sítio específico no complexo do canal de KATP da célula β (o receptor de sulfoniluréia, SUR), inibindo sua atividade. A inibição dos canais de KATP causa despolarização da membrana celular e deflagra a cascata de eventos que levam à secreção de insulina. A administração aguda de sulfonilureias a pacientes portadores de diabetes tipo 2 aumenta a liberação de insulina do pâncreas. As sulfonilureias também podem reduzir a depuração hepática de insulina, aumentando ainda mais os níveis plasmáticos de insulina. Nos primeiros meses de tratamento com sulfoniluréias, os níveis plasmáticos de insulina em jejum e as respostas da insulina a cargas orais de glicose ficam aumentados. Com sua administração crônica, os níveis circulantes de insulina declinam para aqueles existentes antes do tratamento; todavia, apesar dessa redução nos níveis de insulina, os níveis plasmáticos diminuídos de glicose são mantidos. A explicação para isso não está clara, mas pode estar relacionada ao fato de que a hiperglicemia crônica em si compromete a secreção de insulina (toxicidade da glicose), e, com a correção inicial da glicose plasmática, a insulina circulante passa a exercer efeitos mais pronunciados sobre seus tecidos-alvo. A ausência de efeitos estimuladores agudos das sulfonilureias sobre a secreção de insulina durante o tratamento crônico é atribuída a uma infrarregulação dos receptores de superfície celular das sulfonilureias na célula β do pâncreas. Se a terapia crônica com sulfonilureias for interrompida, a resposta das células β do pâncreas à administração aguda do fármaco é restaurada. • Efeitos adversos da glibenclamida: Não inesperadamente, as sulfonilureias podem causar reações hipoglicêmicas, incluindo o coma. Trata-se de um problema particular em pacientes idosos com comprometimento da função hepática ou renal, que estão sendo tratados com sulfonilureias de ação mais longa (um importante motivo pelo qual os agentes de primeira geração raramente são utilizados). Devido à meia-vida longa de algumas sulfoniluréias, pode ser necessário monitorar ou tratar pacientes hipoglicêmicos idosos durante 24-48h com uma infusão intravenosa de glicose com o paciente internado. Um ganho de peso de 1-3 kg constitui um efeito colateral comum do melhor controle glicêmico obtido através do tratamento com sulfoniluréias. Os efeitos colaterais menos frequentes das sulfonilureias incluem náuseas, vômitos, icterícia colestática, agranulocitose, anemias aplásica e hemolítica, reações de hipersensibilidade generalizadas e reações dermatológicas. Raramente, os pacientes tratados com esses fármacos desenvolvem rubor induzido por álcool, semelhante àquele produzido pelo dissulfiram ou pela hiponatremia. Uma polêmica de longa data tem sido estabelecer se o tratamento com sulfoniluréias está ou não associado a uma taxa aumentada de mortalidade cardiovascular. Isso provavelmente reflete a expressão do receptor de sulfonilureias nas células musculares lisas vasculares e nos miócitos cardíacos, onde a ativação da sulfonilureia impede os efeitos benéficos do pré-condicionamento isquêmico. A glibenclamida, mas não a glimepirida, interage com o receptor de sulfoniluréia nesses locais distintos das ilhotas e pode estar associada a um aumento do risco cardiovascular. Entretanto, um estudo clínico randomizado recente com a glibenclamida, a metformina e a rosiglitazona constatou uma taxa de mortalidade cardiovascular ligeiramente mais baixa em indivíduos tratados com glibenclamida. • Contraindicações para o uso da glibenclamida: Não deve ser administrado em pacientes com diabetes mellitus insulino-dependente (tipo 1 ou diabetes juvenil), por exemplo, diabéticos com histórico de cetoacidose. No tratamento de cetoacidose diabética. No tratamento de pré-coma ou coma diabético. Nefropatas e hepatopatas graves. Mulheres grávidas e lactantes. Pacientes em uso de bosentana. • Posologia da glibenclamida: O tratamento é iniciado com uma dose na extremidade inferior da faixa posológica e titulado para cima, com base na resposta glicêmica do paciente. Algumas sulfoniluréias apresentam maior duração de ação e podem ser prescritas em uma dose diária única (glimeripida), enquanto outras são formuladas como liberação prolongada ou formulações micronizadas para estender sua duração de ação. A dose de glipizida de liberação prolongada ou de glibenclamida micronizada é mais baixa. A glibenclamida não é recomendada quando a depuração de creatinina é menor que 50 mL/minuto ou em indivíduos idosos, visto que a depuração reduzida do fármaco e seu metabólito aumenta acentuadamente o risco de hipoglicemia. Outras sulfonilureias, como a glipizida ou a glimepirida, parecem ser mais seguras em indivíduos idosos com diabetes tipo 2. REFERÊNCIAS OBJETIVO 1 ➡ Endocrinologia clínica / editor responsável Lucio Vilar ; editoresassociados Claudio E. Kater ... [et al.]. 7. ed.Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2021. ➡ Urologia fundamental / editor Miguel Zerati Filho, Archimedes Nardozza Júnior, Rodolfo Borges dos Reis. São Paulo : Planmark, 2010. ➡ Malerbi F, Andrade R, Morales P, Travassos S, Rodacki M, Bertoluci M. Manejo da retinopatia diabética. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). ➡ Hall, John E. (John Edward), 1946- Tratado de fisiologia médica / John E. Hall. - 13. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2017. ➡ Azulay, Rubem David. Dermatologia / Rubem David Azulay, David Rubem Azulay, Luna Azulay-Abulafia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. OBJETIVO 2: ➡ Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recurso eletrônico] / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. ➡ Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. OBJETIVO 3: ➡ Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. OBJETIVO 4: ➡ Farmacologia básica e clínica [recurso eletrônico] / Organizador, Bertram G. Katzung ; Organizador Associado, Anthony J. Trevor ; [tradução: Ademar Valadares Fonseca ... et al. ; revisão técnica: Almir Lourenço da Fonseca]. – 13. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2017. ➡ As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman [recurso eletrônico]/ Organizadores, Laurence L. Brunton, Randa Hilal-Dandan e Bjorn Knollman; [tradução: Augusto Langeloh ... et al. ; revisão técnica: Almir Lourenço da Fonseca]. - 13. ed. - Porto Alegre: AMGH, 2019.
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