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avaliacao_de_impacto_ambiental_04

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AN02FREV001/REV 4.0 
 124 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 125 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 126 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
17 APLICABILIDADE DA AIA 
 
 
Com o advento da Revolução Industrial, o mundo passou por grandes 
transformações, seja no campo tecnológico, como no aproveitamento de seus 
recursos naturais. Além disso, a população avançou cientificamente e culturalmente, 
conquistando novos conhecimentos e ampliando produtos, consumo e trocas de 
mercadorias entre as nações. 
O problema da absorção dessas produções em todas as esferas (por causa 
do desenvolvimento acelerado e da disputa pelo poder mundial que aumentou o 
poder econômico) gerou recursos naturais que são utilizados de forma 
indiscriminada e com pouco ou até mesmo nenhuma preocupação sobre a 
renovação dos mesmos. 
Como visto no módulo I, os impactos ambientais tiveram atenção a partir da 
lei federal NEPA, em 1969 nos Estados Unidos, que passou a exigir ações efetivas 
por meio da política nacional do meio ambiente, tornando a Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA) um instrumento importante para as tomadas de decisões 
relacionadas às atividades que se utilizam dos recursos naturais. 
A partir desse foco, a sociedade começa a se mobilizar por uma atitude 
coerente com seus recursos naturais, na busca pela renovação das áreas destruídas 
pelo desenvolvimento e também pelo uso de novas áreas com responsabilidade 
ambiental. 
O processo de implantação de obras no Brasil assume hoje um papel 
diferente do início da colonização e industrialização. Porém, são evidentes as 
deficiências no processo de gestão ambiental, que deveria promover uma menor 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 127 
interferência antrópica por meio de estudos direcionados e coordenados que 
objetivem a conservação e monitoramento dos recursos naturais, associados a um 
crescimento socioeconômico. 
A concepção da AIA foi idealizada com o intuito de reduzir os impactos 
ambientais e aplicar métodos para o desenvolvimento da AIA, pois são mecanismos 
que auxiliam na identificação, reunião e organização de dados sobre impactos 
ambientais pertinentes ao empreendimento proposto. É importante ressaltar que 
estão incluídos na AIA, os seguintes aspectos: dimensões de conservação da 
capacidade de suporte dos ecossistemas e qualidade do ambiente, dimensões 
socioculturais, econômicas e institucionais. (STACHETTI; CAMPANHOLA, 2003). 
De acordo com Moreira (1985) a AIA é capaz de assegurar desde a 
implantação de um processo, a realização de análises sistemáticas dos impactos 
ambientais, bem como as possíveis alternativas para retardar ou mesmo minimizar 
seus efeitos. Portanto, infere-se que a AIA auxilia na tomada de decisão pautada em 
planos, políticas e novas tecnologias, e se detém às ações propostas. 
Segundo La Rovere (2001), para que seja determinado um processo de AIA, 
alguns aspectos devem ser considerados, podendo-se destacar: 
• Conhecimento da localização e do processo operacional das 
possíveis alternativas da proposta em estudo; 
• Descrição do local do estudo e do empreendimento; 
• Delimitação dos perímetros geográficos da área estudada; 
• Avaliação dos impactos previstos nas seguintes etapas: licença de 
prévia (LP), licença de implantação (LI) e licença de operação (LO); 
• Definição de medidas mitigadoras e do programa de monitoramento; 
• Fixação de um padrão de qualidade ambiental desejado após a 
implementação do projeto. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 128 
Desse modo, a aplicação da AIA pode acontecer em dois momentos: 
avaliação “ex-ante” – é desenvolvida anteriormente a ação potencialmente 
impactante ou “ex–post” depois dela. Um exemplo de uma avaliação “ex-ante” é o 
registro de um herbicida novo, já a avaliação “ex-post” para o mesmo produto – 
herbicida seria após o seu uso (SPADOTTO, 2002). 
Portanto, todo processo de desenvolvimento socioeconômico gera impactos 
diretos sobre o meio ambiente e suas consequências refletem de forma negativa, e 
de maneira mais pronunciada em determinados grupos sociais ou elementos. 
 
 
17.1 SANEAMENTO BÁSICO 
 
 
É uma atividade econômica direcionada a sociedade que visa o 
abastecimento de água potável encanada, coleta e tratamento de esgoto, além de 
controlar pragas e agentes patogênicos, promovendo assim a saúde das 
comunidades. 
Trata-se basicamente de serviços prestados por empresas estatais ou 
públicas, e que é essencial para população devido a sua importância para a saúde e 
o meio ambiente. Esse setor de saneamento apresenta investimentos elevados, pois 
constantemente são realizadas obras e melhorias. 
O saneamento básico, por definição: 
é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as condições do 
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. 
Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água e disposição de 
esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria. Outras atividades de 
saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, 
escolas, locais de trabalho e de lazer e habitações (SABESP, 2008). 
Portanto, a atividade de saneamento tem por objetivos: controle e prevenção 
de doenças, melhoria da qualidade de vida da população, melhorar a produtividade 
do indivíduo e facilitar a atividade econômica. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 129 
A aplicação da AIA para estes projetos de saneamento consiste em uma 
etapa importante, pois atua como direcionador para as demais fases, pois influencia 
desde a concepção do sistema até o detalhamento do projeto, bem como na 
formulação, elaboração e seleção de alternativas para a viabilidade do projeto 
proposto. 
Em um projeto de esgotamento sanitário ou de abastecimento de água, é de 
extrema importância a avaliação da viabilidade ambiental, bem como a viabilidade 
técnica, por assumir caráter de condicionante nas alternativas a serem analisadas, e 
verificando predominância dos critérios ambientais em relação aos critérios 
econômicos. 
No entanto, durante muito tempo foram desconsiderados os eventuais 
impactos negativos ao ambiente associados a este tipo de projeto. Por exemplo, 
resíduos sólidos são lançados em corpos d´água como rios e mares, ou mesmo a 
céu aberto, que resultou em comprometimento de mananciais, ou pelas excessivas 
retiradas de água modificaram ecossistemas. 
De acordo com a publicação da Resolução n0 001 do CONAMA 23/01/1986, 
na qual sistemas de esgotamento sanitário são citados como exemplos de 
atividades causadoras de alteração ambiental significativa. 
Com relação à definição de significância ou insignificância de alterações 
ambientais observam-se diferentes abordagens, principalmente da escolha de 
projetos de saneamento que necessitam investigação detalhada e sistemática de 
seus impactos ambientais. 
São estes os critérios que direcionam as abordagens relacionadas ao projeto 
de saneamento: 
• conforme o tipo ou gênero da atividade, análise dos prováveis impactos 
das ações a serem executadas nas diversas fases projeto (empreendimento); 
• porte do empreendimento - é avaliada a área de implantação, a extensão, 
o custo financeiro, a intensidade de utilização dos recursos naturais; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 130 
• qualidade ambientalda área de influência do empreendimento – é 
analisada a área considerando sua fragilidade ambiental, grau de saturação em 
relação a um ou mais poluentes em seu estágio de degradação. 
 
 
17.1.1 Quanto à Especificidade 
 
 
Embora os tipos de projetos de saneamento sejam variados, como uma 
simples ampliação de rede de coleta de esgoto de uma cidade, ou a implantação de 
um completo sistema de abastecimento de água destinado a um novo assentamento 
urbano e até mesmo a construção de uma estação de tratamento de esgotos (ETE) 
são observadas intervenções complementares ao projeto de saneamento, devido a 
necessidade de uma adequada avaliação dos impactos potenciais independe do tipo 
de projeto. 
 Abastecimento de água 
Os sistemas de abastecimento de água compreendem basicamente os 
seguintes componentes ou etapas (Tabela 1). No entanto, deve-se ressaltar que as 
características locais são determinantes, e que não há obrigatoriedade desses 
componentes estarem presentes em todos os sistemas. 
Caso de empreendimento já existente pode ocorrer que o mesmo consista 
de uma ampliação ou adequação de um sistema. 
 
Tabela 1: Componentes de sistema de abastecimento de água. 
Captação Captação da água do manancial, podendo ser feita por 
meio de tomada direta ou utilizando sistema de 
bombeamento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 131 
Adução Transporte da água entre duas unidades do sistema de 
abastecimento, por meio de tubulações ou canais 
(adutoras). 
Tratamento Conjunto de processos adotados, visando transformar 
água bruta em água potável. 
Reservação Acumulação da água em reservatórios. 
Rede de distribuição Tubulações dispostas nas vias públicas, para efetuar o 
fornecimento de água às edificações, podendo incluir 
estações elevatórias ou de recalque, dependendo da 
topografia do terreno. 
FONTE: Banco do Nordeste (1999). 
 
 
Nesse caso existem impactos positivos por se tratar do abastecimento de 
água, sendo este um serviço que assegura melhoria da saúde e do bem-estar da 
população. E segundo Reali (1998), a água adequada ao consumo humano, deve 
obedecer a padrões de potabilidade, ou seja, não devem possuir odor e sabor 
objetáveis (organolética), devem ter aspecto agradável; não ter cor e turbidez acima 
do padrão de potabilidade (física), não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima 
dos limites de tolerância para o homem (química) e não conter germes patogênicos 
(biológica) estabelecidos pelo Ministério da Saúde - Portaria 36/GM de 19/01/1990. 
Já os impactos negativos estão associados à localização do 
empreendimento, vulnerabilidade da área de influência, à má escolha de técnicas 
construtivas e à operação dos sistemas. 
 
Tabela 2: Relação dos impactos ambientais potenciais e medidas 
atenuantes referentes ao abastecimento de água. 
 
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES 
• Modificação dos cursos d'água. 
• Alteração do balanço hídrico. 
• Remoção da vegetação; 
• Implantar programas de proteção 
ambiental dos mananciais, mediante a 
recuperação e manutenção das matas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 132 
• Erosão das margens e assoreamento dos 
cursos d'água; 
• Alteração da fauna e da flora aquática e 
terrestre; 
• Rebaixamento do lençol freático. 
ciliares, conservação dos solos e do 
planejamento territorial. 
• Implantar sistemas de medição e 
controle da qualidade e quantidade da 
água, permitindo a vigilância da 
contaminação. 
• Análise e avaliação do uso atual das 
águas superficiais em toda a área dos 
mananciais de tal forma a adotar medidas 
preventivas e corretivas, legais e 
operacionais. 
• Riscos de danos à saúde pública por 
consumo de água contaminada, por falha 
no sistema de tratamento e/ou 
vazamento/infiltração na rede. 
• Realizar controle sanitário em pontos 
estratégicos e críticos da rede. 
• Desperdício de água por falhas no 
sistema de distribuição. 
• Implantar programas de prevenção do 
desperdício. 
• Contaminação do solo e de águas 
superficiais e subterrâneas, pela disposição 
inadequada do lodo e águas residuais do 
sistema de tratamento (limpeza de filtros e 
decantadores). 
• Implantar tecnologia adequada para 
reutilização das águas residuais. 
• Implantar sistema de disposição 
adequada ao lodo do sistema de 
tratamento. 
• Alteração do fluxo de veículos e tráfego 
durante a implantação das obras. 
• Informar a comunidade afetada e 
implantar sistema de sinalização 
adequado para minimizar riscos de 
acidentes 
• Geração de poluição atmosférica 
(emissão de poeira) e ruídos durante a 
execução das obras civis e geração de 
ruídos na operação do sistema de captação 
e tratamento. 
• Selecionar locais adequados para 
implantação dos sistemas de captação e 
tratamento, evitando a proximidade de 
áreas populosas. 
• Planejar corretamente a execução das 
obras, evitando horários inadequados dos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 133 
trabalhos. 
• Planejar a implantação dos 
equipamentos geradores de ruídos para 
áreas que não afetem a comunidade ou 
implantar isolamento acústico nas fontes 
geradoras de ruídos dos sistemas de 
tratamento e captação. 
• Envolvimento da comunidade para 
conhecimento das obras e seus impactos 
ambientais potenciais. 
• Riscos de acidentes ambientais e de 
trabalho provocados por vazamentos de 
produtos químicos, em especial o cloro. 
• Implantação de medidas de segurança 
na unidade de armazenamento, no 
laboratório e na unidade de tratamento. 
• Implantação da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes. 
• Riscos de acidentes por falhas no sistema 
de bombeamento, adução ou reservação. 
• Implantação de sistema de alerta e 
comunicação entre as unidades. 
FONTE: Banco do Nordeste (1999). 
 
 
 Sistemas de esgotamento sanitário 
Esgoto - termo utilizado para designar as águas que apresentam 
características alteradas depois de utilizadas nas diversas atividades humanas, 
podendo ser empregadas em empreendimentos comerciais, industriais ou 
doméstico. Também são designadas como águas residuais ou águas servidas. 
O retorno do esgoto ao meio ambiente deverá passar pelo tratamento de 
águas residuais, se necessário. Para posteriormente ser lançado em um corpo 
receptor como: rio, lago ou mar. 
Os sistemas de esgotos incluem um ou mais componentes como: rede 
coletora, interceptores, estações elevatórias, estações de tratamento e emissários. 
Assim como ocorre o abastecimento de água, em todos os componentes que estão 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 134 
presentes é comum ser analisado uma ampliação ou adequação do sistema 
preexistente. 
As principais características de um sistema de esgotamento sanitário é o 
potencial de carga poluidor das redes coletoras que poderá induzir uma deterioração 
do corpo receptor, bem como a biota aquática, e até prejudicar outros usuários como 
espécies de animais e vegetais. 
Tabela 3: Relação dos impactos ambientais potenciais e medidas 
atenuantes referentes à atividade tratamento de esgoto. 
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES 
• Modificação do equilíbrio da bacia 
hidrográfica pela coleta de grandes áreas. 
• Alterações nos habitat da flora e fauna 
aquática durante a construção do sistema. 
• Avaliar, durante o planejamento, a 
utilização de tecnologias de menor 
impacto, como por exemplo, sistemas 
regionais e comunitários de pequeno 
porte. 
• Planejar adequadamente a localização, 
processo de tratamento e lançamento dos 
efluentes, de forma a não comprometer a 
qualidade do corpo hídrico receptor. 
• Implantar sistemas de monitoramento e 
acompanhamento das obras, em especial 
de erosões e sedimentação dos cursos de 
água durante as obras. 
• Modificação temporária das condições de 
vida da população durante a execução das 
obras. 
• Implementar programas especiais que 
envolvam a comunidade no conhecimento 
dos impactos e medidas atenuantes 
durante a execução dasobras. 
• Adotar medidas que minimizem as 
interferências no fluxo de veículos, 
circulação de pedestres, geração de 
ruídos e de material particulado, durante a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 135 
execução das obras. 
• Produção de odores e ruído do processo 
de tratamento e de operação do 
sistema de alimentação de lodo. 
• Planejar a localização das unidades 
compatíveis com o uso do solo regional, 
com tecnologia adequada e com sistema 
de eliminação e controle de odores. 
• Comprometimento do solo, culturas 
agrícolas ou águas subterrâneas e/ou 
proliferação de vetores transmissores de 
doenças pelo manejo e eliminação de lodo. 
• Realizar o planejamento que assegure o 
uso de tecnologia para manejo, 
tratamento e destinação adequada do 
lodo, considerado também a possibilidade 
de aplicação no solo e em cultivos 
agrícolas. 
• Riscos de acidentes à acumulação de 
gases na rede coletora. 
• Estabelecer medidas de segurança e 
capacitação da equipe responsável pela 
manutenção da rede coletora. 
• Riscos de contaminação e 
comprometimento da saúde pública, devido 
ao vazamento (transbordamento) e a 
acumulação de esgoto bruto, ou ainda por 
falha no fornecimento de energia para o 
tratamento. 
• Estabelecer programa de monitoramento 
e manutenção sistematizada do sistema 
de coleta, bombeamento e tratamento, 
com a limpeza periódica da rede. 
• Implantar sistema de alerta por falhas no 
sistema de bombeamento e/ou 
tratamento. 
• Conscientizar a comunidade sobre os 
riscos de dispor resíduos sólidos na rede 
coletora. 
• Implantar conjunto de geradores de 
energia (automáticos) 
• Desmatamento de áreas para 
implantação das estações. 
• Reflorestamento de áreas equivalentes. 
FONTE: Banco do Nordeste (1999). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 136 
Em geral, essas obras propiciam impactos ambientais positivos quando 
avaliados seus efeitos sobre a população, por melhorar as condições da saúde 
pública da população e também por eliminar uma fonte poluidora para o meio 
ambiente. 
 
 
17.2 USINAS HIDRELÉTRICAS OU PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS 
(PCH) 
 
 
São complexos arquitetônicos, ou seja, um conjunto de obras e 
equipamentos, e têm por objetivo principal a produção de energia elétrica por meio 
do aproveitamento do potencial hidráulico existente nos rios. 
No entanto, este tipo de empreendimento gera impactos ambientais como, por 
exemplo, o alagamento das áreas circunvizinhas, aumento no nível dos rios, 
mudança no curso do rio represado causando prejuízos diretos ao meio ambiente 
devido à alteração do ecossistema local, além de impactar diretamente a fauna e a 
flora da região, em geral, decorrente da formação do reservatório. 
A dimensão do impacto depende de características do empreendimento, 
como o tamanho do reservatório, e do ambiente, como a composição, estrutura e 
situação da fauna e da vegetação na área do reservatório. Esse impacto pode ser 
direto, como a morte dos animais por afogamento, e indiretamente com a supressão 
de recursos, tais como o habitat, alimentos, rota de migração. Esse impacto é 
permanente e inevitável, no entanto, pode ser mitigado (VASCONCELLOS, 1999). 
Contudo, trata-se de um tipo de energia barata em relação a outras, como a 
energia nuclear, além de ser menos prejudicial ao meio ambiente se comparada, por 
exemplo, com a energia produzida a partir do petróleo ou a do carvão. Porém a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 137 
energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento econômico e social, 
auxiliando também na qualidade de vida humana. 
É importante ressaltar que a viabilidade técnica de cada empreendimento 
deve ser analisada por profissionais especializados, e mesmo assim os impactos 
positivos e negativos estão intrínsecos neste tipo de empreendimento. 
Por este motivo projetos direcionados para energia elétrica, embora 
planejados, devem ser norteados pela aplicação da AIA, pois geram impactos 
negativos significativos sobre o meio ambiente e às populações vizinhas aos 
empreendimentos. 
Atividades relacionadas a empreendimentos elétricos como transmissão, 
distribuição e geração de energia estão subordinadas à legislação federal, estadual 
e municipal referente à preservação do meio ambiente. A empresa que violar a 
legislação ambiental fica sujeita a significativas multas e restrições da sua atividade. 
 
 
17.2.1 Impactos Ambientais 
 
 
Mesmo com a aplicação da AIA, bem como da legislação ambiental 
específica de forma correta, apontando os impactos gerados por uma hidrelétrica, as 
ações mitigadoras desses impactos não alcançam a eficiência necessária para 
compensar os efeitos negativos. 
É importante ressaltar que cada rio apresenta características únicas e 
específicas, como espécies da fauna e flora que em algumas vezes são endêmicas 
da região, vazões e ciclos particulares. Além disso, e não menos importante é a 
presença de populações morando em seu entorno, com realidades econômicas e 
sociais variadas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 138 
a) Perda da biodiversidade – a inundação de áreas com vegetação e florestas 
nativas sofrem os impactos mais evidentes da implantação de hidrelétricas, pois 
inúmeras vezes estas são construídas em áreas remanescentes de florestas, devido 
às condições de relevo. Para a formação dos lagos ocorre o desmatamento e a 
sapecagem, em alguns casos, para aumentar a limpeza da área, antes do 
alagamento, o que irá influenciar em uma menor ocorrência de eutrofização. 
Nestas áreas, além das perdas relacionadas à fauna silvestre e flora, 
também ficam comprometidas belezas cênicas, como as observadas com a 
instalação da hidrelétrica de Itaipu que inundou as Cachoeiras de Sete Quedas, 
hidrelétrica de Itá que inundou o Estreito do Rio Uruguai, dentre outros exemplos. 
Pode-se afirmar que a instalação deste tipo de empreendimento acaba por destruir 
belas paisagens com o alagamento 
b) Qualidade da água – com a interrupção no curso normal do rio, diversas 
mudanças ocorrem na composição química da água, na velocidade e na 
temperatura, resultando em consequências diretas sobre a qualidade da água. 
É sabido que as águas mais profundas de um reservatório apresentam-se 
mais frias no verão e mais quentes no inverno, enquanto que as águas superficiais 
são mais quentes. Os efeitos dessas modificações na temperatura alteram os ciclos 
de vida aquática, tais como procriação, metamorfose, etc. 
Outro acontecimento frequentemente observado, nos lagos originados de 
usinas hidrelétricas é a decomposição do material vegetal e do solo presentes no 
reservatório que estão submersos pelas águas. Pode ocorrer redução da quantidade 
de oxigênio diluído na água devido à decomposição desse material, além da 
produção de gases tóxicos e liberação de carbono para a atmosfera. Ressalta-se 
que no Brasil, a decomposição desta matéria orgânica levará décadas para ser 
totalmente decomposta, em virtude das condições climáticas. 
c) Erosão e depósito de sedimentos – normalmente sedimentos são 
transportados nos cursos normais, provenientes do solo e das rochas existentes nas 
margens dos rios. No entanto, com a construção de uma barragem esse processo é 
interrompido e é notado que as águas passam a correr mais lentamente no 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 139 
reservatório e acabam por serem depositados no fundo do reservatório devido à 
presença de obstáculo (barragem) para o escoamento. 
As barragens influenciam no nível do rio, para que haja um abastecimento 
constante de água nas turbinas, para tanto é realizado controle no volume de água 
presente no reservatório e também da que é liberada rio abaixo. Nos períodos de 
estiagens o nível do rio abaixa ficando praticamente seco, sendo verificado muitas 
vezes o descumprimento da norma legal de deixar no rio a sua vazão mínima. Este 
tipo de procedimento influencia diretamente na biodiversidade, no abastecimento 
públicode água a população, além de afetar outras atividades econômicas. 
 
Tabela 4 – Enumeração dos impactos diretos sobre o meio físico-biótico e 
o socioeconômico, observados durante a construção de uma UHE. 
Meio físico-biótico Meio socioeconômico 
- desmatamento para instalação de um 
canteiro de obras, alojamento, vila 
residencial e estradas; 
- demanda de mão de obra para 
construção civil; 
- terraplanagem para instalação das obras 
de apoio: cortes e aterros, intercepção de 
drenagem e alteração das cabeceiras ou 
bacias de captação; 
- tendência à criação de focos de 
prostituição; 
 
 
- serviços de construção dos diques e 
barragens no leito principal e nos pontos de 
fuga de água, criando extensas áreas de 
empréstimo; 
- crescimento demográfico intenso com 
surgimento de favelas; 
- abertura do canal de desvio do leito fluvial 
e cortes no solo e na rocha, gerando 
grande volume de rejeito de fragmentos de 
rochas e de material de alteração que não 
se presta ao uso em aterros; 
- aparecimento de comércio clandestino; 
- ampliação da atividade de caça e pesca 
nos arredores do empreendimento levado 
- incremento do comércio legal em face da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 140 
até ao desaparecimento de espécies 
animais; 
demanda de consumo; 
 - interferência na demanda por escolas, 
professores e por serviços médico-
hospitalares; 
 - mudança nos hábitos e costumes dos 
nativos; 
 - conflitos entre população residente e os 
forasteiros; 
 - alteração nos custos de serviços (preço 
de mão de obra); 
 - absorção parcial da mão de obra local 
para serviços de serventes e auxiliares; 
 - atração de mão de obra agrícola para a 
construção; 
 - adensamento no tráfego com veículos de 
serviços e transporte urbano; 
 - deficiências infraestruturais (escolas, 
hospitais, água tratada, esgotos, energia 
elétrica, habitações populares); 
 - elevação de preços de mercadorias e 
serviços 
FONTE: Oliveira (2003). 
 
 
Os principais impactos socioeconômicos (Tabela 4) provocados pela 
implantação de uma usina hidrelétrica são: a criação de expectativas, alteração do 
cotidiano da população, alteração demográfica, intensificação do tráfego, alteração 
no quadro de saúde, perda de terras e benfeitorias, desestruturação da unidade de 
produção familiar e interferência no fluxo turístico da região. É importante frisar que 
os impactos ambientais e socioeconômicos também são observados nas diferentes 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 141 
fases de implantação do empreendimento, por exemplo, na fase de enchimento do 
reservatório, como na fase de término da construção (Tabelas 5). 
 
Tabela 5 – Enumeração dos impactos diretos sobre o meio físico-biótico e 
o socioeconômico, observados durante a fase de enchimento e operação de uma 
UHE. 
Meio físico-biótico Meio socioeconômico 
- necessidades de desmatamento da área a 
ser inundada; 
- desalojamento de populações ribeirinhas 
rurais e urbanas; 
- ocupação de extensas áreas de terras 
pela água; 
- interferência em bens de valor afetivo, 
cultural, religioso; 
- eliminação de grande volume de biomassa 
vegetal; 
- inundação de sítios arqueológicos; 
- afugentamento ou eliminação da fauna 
terrestre e alada; 
- desalojamento de populações nativas; 
- alteração no regime fluvial do rio; - envolvimento de áreas e aldeias 
indígenas; 
- regularização da vazão; - inundações de áreas agrícolas, tornando 
as pequenas propriedades inviáveis 
economicamente; 
- ambiente aquático passa de água corrente 
para lacustre; 
- criação de dificuldades de circulação e 
comunicação entre comunidades vizinhas; 
- alteração na qualidade da água dos 
peixes; 
- desestruturação das famílias de origem 
rural que, às vezes, são transferidas para 
áreas muito distintas; 
- submersão de recursos minerais 
necessários para o futuro; 
- condicionamento de concentração 
fundiária onde predominam as pequenas e 
médias propriedades rurais; 
- geração de extensos remansos de águas 
rasas, favorecendo o desenvolvimento de 
insetos; 
- criação de um falso pico de 
desenvolvimento local, que tende a 
esgotar-se com o término da construção e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 142 
entrada em operação; 
- surgimento de extensas áreas de 
penínsulas e ilhas que dificultam a 
comunicação terrestre; 
 
- erosão e deslizamento nas margens do 
reservatório; 
 
- assoreamento nos remansos. 
FONTE: Oliveira (2003). 
 
 
Segundo Oliveira (2003), ao término da construção da UHE são observados 
impactos estritamente relacionados com esta fase, são eles: intensa liberação de 
mão de obra, desaceleração brusca na economia local, grande quantidade de mão 
de obra ociosa ou subempregada, desequilíbrio social pela queda do nível de renda, 
grande número de residências abandonadas (vila residencial), equipamentos 
ociosos no setor de infraestrutura e o esvaziamento demográfico com forte 
emigração urbana. 
 
17.3 DESMATAMENTOS 
 
 
Os processos de desmatamento advêm da intensa atividade humana, que 
envolvem os setores de produção e economia. Além de estar diretamente ligada ao 
aumento da densidade demográfica. Como consequência, reduz a capacidade do 
meio ambiente em absorver dióxido de carbono, causador do efeito estufa, 
agravando o problema do aquecimento global. 
Além disso, a retirada da cobertura vegetal ocasiona: a degradação do solo, 
erosões, perdas de biodiversidade, aumento de áreas em processo de 
desertificação, modificações climáticas e na hidrografia. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 143 
A atividade de extrativismo vegetal coloca em risco diversos tipos de 
vegetações distribuídas no mundo, por exemplo, em países como a Indonésia e o 
Canadá com florestas temperadas e no Brasil pela presença de florestas tropicais. 
No Brasil, os estados mais castigados com o processo de desmatamento 
são Pará e Mato Grosso, sendo esse o campeão em área desmatada, embora tenha 
ocorrido uma redução nos últimos anos. 
Ressalta-se que os principais fatores que agravam o processo de 
desmatamento em nosso País são as atividades madeireiras, pecuária e o cultivo de 
monoculturas, principalmente soja. Sendo que estas atividades em sua maioria 
operam ilegalmente, especialmente na Amazônia, onde os danos são cada vez 
maiores e mais intensos. 
 
17.3.1 Impactos Ambientais e Sociais 
 
 
São inúmeros os impactos ambientais causados pelo desmatamento e 
dentre eles está à emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e o uso de 
combustíveis fósseis nas atividades humanas em países desenvolvidos. Com 
relação à emissão de gases de efeito estufa, estima-se que o desmatamento seja 
responsável por 10% a 35% das emissões globais anuais, sendo o principal deles, 
proveniente das florestas tropicais. 
O desmatamento tropical e a degradação das florestas são responsáveis 
pela perda de biodiversidade no planeta, além de contribuir para a extinção de 
diversas espécies. Sabe-se que as modificações no clima também são decorrentes 
do desmatamento, podendo afetar ecossistemas e espécies de diversas maneiras, 
por este motivo, são avaliadas como sendo uma ameaça adicional à biodiversidade. 
Os efeitos das mudanças climáticas sobre as florestas tropicais podem ser 
irreparáveis devido a sua suscetibilidade, comprometendo o ciclo das águas e o 
balanço de carbono na atmosfera, representando assim, uma grande ameaça à 
biodiversidade das florestas tropicais. 
 
 
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 144 
A influência mútua entre o desmatamento e as mudanças climáticas revela 
um aumento na vulnerabilidade das florestas tropicais aos incêndios florestais e a 
conversão de florestas em ecossistemas mais secos e com baixo número de 
espécies. Porém, não são apenas o clima e a biodiversidade que são afetados. 
Milhares de pessoas que vivem e dependem das florestas também são ameaçadas, 
por exemplo, as comunidades indígenas na Amazônia e comunidades locaise 
tradicionais que são frequentemente associadas à violência e ameaçados de serem 
expulsos de suas terras, ficando sujeitos ao trabalho escravo e degradante. 
 
Tabela 6 – Efeitos relacionados ao desmatamento. 
EFEITOS DO DESMATAMENTO 
REDUZ A PROTEÇÃO DO SOLO – perda da proteção natural, que consiste numa 
camada de terra rica em nutrientes inorgânicos e materiais orgânicos que permitem 
o crescimento da vegetação, além da presença de vegetação com diferentes alturas 
que atuam como degraus, reduzindo o impacto da água das chuvas; 
AUMENTA A PREDISPOSIÇÀO À EROSÃO – com o impacto das chuvas no solo 
desprotegido aumenta o carregamento das partículas superficiais do solo, deixando-
o susceptível ao processo de erosão; 
DIMINUI A ABSORÇÃO DE CARBONO, PROMOVIDO PELAS FLORESTAS – o 
desflorestamento aumenta as emissões de dióxido de carbono que tem efeitos 
danosos ao ambiente; 
INTERFERE NA ESTABILIDADE DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS - com a retirada 
da cobertura vegetal, reduzem a quantidade de água evaporada do solo e a 
produzida pela transpiração das plantas, acarretando uma diminuição das chuvas e 
influenciando no ciclo das águas; 
PERDA DE PRODUTIVIDADE – influenciada pela redução de macros e 
micronutrientes do solo, além de materiais orgânicos que atuam no crescimento da 
vegetação. 
 
 
 
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 145 
O desmatamento é, portanto, um problema que atinge grandes proporções. 
São necessárias ações urgentes para combatê-lo e assim ajudar a prevenir as 
mudanças climáticas. 
 
 
17.4 PROJETOS DE TRANSPORTES 
 
 
As consequências do crescimento populacional ocasionam problemas 
relacionados à mobilidade, especialmente a urbana resultante de empreendimentos 
devido à intensificada demanda por tráfego e fatores sociológicos e culturais. Sendo 
que esse por meio do crescimento populacional, a degradação ambiental nas urbes 
está diretamente ligada com a migração de pessoas do campo para as cidades. 
Com isso, aumenta a demanda de infraestrutura básica, o que leva a uma 
degradação mais acentuada do meio. 
A maioria das atividades humanas desenvolvidas pela engenharia impacta 
positiva ou negativamente ao meio, como visto nas diferentes fases relacionadas 
aos empreendimentos anteriores, bem como, os sistemas de transporte, além de 
vários outros não citados. 
Portanto, a infraestrutura necessária para viabilizar a implantação desses 
empreendimentos deverá ser cuidadosamente analisada quanto aos impactos 
econômicos, sociais e ecológicos, sendo essa a maior dificuldade no que se refere à 
conformidade destes três parâmetros de forma a não inviabilizarem. 
Com a construção de estradas são gerados impactos irreversíveis ao meio, 
porém a sua não execução pode causar transtornos maiores quando considerado a 
probabilidade de acidentes e baixos índices na economia. 
 
 
 
 
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 146 
 
 
17.4.1 Impactos Ambientais Decorrentes da Construção de Estradas Florestais 
 
 
A construção de estradas florestais causa impactos ambientais desde a 
construção, passando pela manutenção e utilização destas. São observados 
impactos sobre os meios físico, biótico e antrópico, para que sejam atenuados tais 
impactos faz-se necessário um planejamento adequado antes de sua construção, de 
forma que atenda os objetivos deste tipo de empreendimento, bem como adotar 
medidas mitigadoras e potencializadoras relacionados aos impactos negativos e 
positivos. 
1) Impactos sobre o meio físico – refere-se principalmente com a emissão 
de partículas sólidas e gases para atmosfera, enfatizando os fenômenos erosivos, a 
turbidez e o assoreamento dos corpos d’água, além dos processos relacionados à 
vazão. 
a) AR (partículas sólidas e gases) 
O tráfego de veículos de grande, médio e pequeno porte causa a emissão 
de gases e poeira para a atmosfera, havendo um desgaste intenso destas estradas 
pelo tráfego de veículos pesados. A consequência será o aumento de partículas 
sólidas, sendo que essas são suspensas, resultando na queda da qualidade do ar. 
As possíveis medidas mitigadoras é a realização de manutenções periódicas nos 
veículos, especialmente caminhões, para que seja reduzida a emissão de gases. 
b) Recurso Hídrico (turbidez e assoreamento) 
O volume de poeira nas estradas nos períodos de estiagem é levado para 
corpos hídricos quando da ocorrência de chuvas. Ocasionando na turbidez e 
provável assoreamento de canais de drenagem. Como medidas mitigadoras a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 147 
construção às margens das estradas, valas e caixas de retenção para evitar o 
carreamento de partículas sólidas para os corpos hídricos e promover a revegetação 
de áreas próximas das bacias. 
c) Recurso Hídrico (vazão) 
O intenso tráfego de veículos pesados causa a impermeabilização de parte 
da malha viária, resultando na baixa infiltração das águas de chuvas no solo, o que 
reflete no maior escoamento das águas superficiais. É recomendado a revegetação 
destas áreas próximas às bacias. 
d) Recurso Edáfico (erosão) 
Ocorrência da desestruturação do solo, devido ao volume de tráfego. São 
formadas rachaduras no solo que servem de passagem para a descida das águas 
de chuva, gerando processos erosivos. Também recomendado a revegetação das 
áreas susceptíveis a estes processos erosivos. 
2) Impactos sobre o meio biótico – estão relacionados com a flora e fauna 
(aquática e terrestre). 
a) Fauna (vertebrados e insetos) e flora terrestre (vegetação nativa). 
Ocorre o afugentamento da fauna terrestre ao longo das estradas, causando 
a morte de várias espécies por atropelamento, devido a fragmentação da vegetação 
nativa, reduzindo a base genética das espécies vegetais. A alternativa é a instalação 
de placas sinalizando a presença de animais na pista e a construção de corredores 
para deslocamento. 
b) Fauna (peixes e zooplâncton) e flora aquática (macrófitas e fitoplâncton) 
O processo de turbidez anteriormente citado compromete a incidência de luz 
no ambiente aquático, reduzindo a taxa fotossintética dos componentes bióticos da 
flora aquática. Já os impactos sobre a fauna aquática ocorrem indiretamente, pois, 
estes indivíduos utilizam da flora aquática seja como fonte de alimento ou abrigo. 
Recomenda-se a revegetação das áreas próximas de bacias, impedindo ou 
reduzindo o carreamento de partículas sólidas para os corpos d'água. 
 
 
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 148 
3) Impactos sobre o meio antrópico – estão relacionados com o 
desenvolvimento regional, emprego e paisagismo. Os impactos decorrentes da 
construção e manutenção destas estradas, assim como de qualquer outra atividade 
impactante, podem ser minimizados mediante a um estudo de impacto ambiental. 
a) Paisagismo 
A fragmentação da vegetação nativa causa a diminuição da qualidade 
paisagística do local, além do aumento dos processos erosivos ao longo das 
estradas. Como medidas mitigadoras possíveis: revegetação em áreas mais 
expostas; planejamento minucioso para otimização das estradas para redução da 
densidade de tráfego. 
b) Desenvolvimento regional 
Promove o desenvolvimento socioeconômico pela utilização da mão de obra 
local e pelo escoamento de produtos florestais e comercializados nas regiões 
circunvizinhas. Priorizar a manutenção das estradas como medida potencializadora, 
facilitando o escoamento contínuo de produtos. 
c) Empregos 
Com a construção e manutenção deste tipo de empreendimento é 
necessária mão de obra qualificada (engenheiros civis, topógrafos, engenheiros 
agrimensores, e engenheiros florestais) e também a não qualificada (operadores de 
máquinas, auxiliares, dentre outros) o que aumenta o número de empregos. Como 
medida potencializadora deve-se seguir o cronograma, proporcionando uma 
adequada conservação das estradas, além da contínua utilização de mão de obra. 
 
 
 
 
 
 
 
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 149 
 
 
18 ESTUDO DE CASO 
 
 
O Aeroporto deLondrina (PR – Brasil), em sua ampliação física apresentou 
algumas interferências no meio ambiente. Um estudo realizado mostrou a aplicação 
do método de matriz de interação e superposição de cartas, identificando assim os 
impactos ambientais que foram decorrentes dessas obras e serviços para a 
ampliação do sítio aeroportuário. 
O Aeroporto de Londrina é um dos maiores aeroportos domésticos da 
Região Sul. Está entre os 25 maiores terminais de passageiros do Brasil e 
cresceu numa média de 15% nos últimos cinco anos. Localizado a apenas 
três quilômetros do centro da cidade, as atividades do aeroporto estão 
totalmente integradas à comunidade local, seja por meio do atendimento 
aos usuários e passageiros ou por meio de projetos socioculturais 
desenvolvidos pela Infraero. O terminal de passageiros tem espaço para 
check-in compartilhado, restaurante, lojas, amplas salas de embarque e 
desembarque, auditório, modernas instalações administrativas e 
estacionamento. A capacidade é para 800 mil passageiros ao ano e a área 
construída é de seis mil metros quadrados. (INFRAERO, 2008) 
Porém, como na época de sua ampliação não foi realizado o estudo de 
impacto ambiental, dois pesquisadores efetuaram quatro décadas após a sua 
inauguração, já em um contexto diferente e numa situação limite de saturação de 
sua infraestrutura aeroportuária. 
Foi identificada que a região do aeroporto encontrava-se totalmente alterada 
e descaracterizada pela ação da comunidade vizinha, que foi se aproximando cada 
vez mais das instalações aeroportuárias. 
Nas conclusões obtidas com esta pesquisa, foi detectado que apesar de 
muitas organizações se encontrarem em operação sem licenciamento ambiental ou 
sem terem promovido o estudo prévio dos impactos ambientais das atividades que 
exercem, a elaboração destes estudos mesmo que tardia, é importante para que se 
tenha uma real dimensão da inter-relação do mesmo com o meio que o cerca. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 150 
Ou seja, mesmo depois de quatro décadas da ampliação do aeroporto, foi 
possível levantar e diagnosticar uma situação local que apresentava características 
alteradas provocadas pela ação humana da comunidade local que povoou a região 
aleatoriamente. 
 
FIGURA 14 
FONTE: Prefeitura Municipal de Londrina PR 
 
 
Dessa forma, foi possível evidenciar que as agressões ambientais não são 
percebidas ou mesmo ignoradas pela organização. Com este conhecimento da 
situação tudo pode ser melhorado, procurando amenizar os impactos com medidas 
simples, de baixo custo, fácil manejo e alto benefício ambiental. 
Neste caso do aeroporto de Londrina, em que o EIA foi realizado já 46 anos 
depois da inauguração, foi observado alterações significativas na região em que se 
localiza, provocadas pela ação da comunidade vizinha que se instalou nas 
mediações do aeroporto. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 151 
Alguns impactos importantes, característicos das atividades de aviação, 
como a propagação de ruídos, não foram avaliados como altos, pois a região em 
que o mesmo se insere é residencial e apresenta um tráfego intenso de veículos. 
Também foi detectado que a poluição atmosférica não foi classificada como 
importante. Com 29.987 operações no ano de 2000 não é considerado preocupante, 
levando-se em consideração 180.000 operações/ano (nível de alerta). 
A maior preocupação observada diz respeito ao meio antrópico. A ampliação 
da área do aeroporto foi positiva, pois ampliou a área de uso especial e restrita, que 
não era respeitada. O aeroporto recuperou o comprimento total da sua pista de 
pouso e decolagem, com a cabeceira “13” com 300 m de recuo em virtude do 
zoneamento de ruído. 
Sua operação com aeronaves para o qual foi projetado permitirá se 
modernizar, com novos equipamentos de proteção ao voo, possibilitando maior 
segurança para a comunidade interna e externa ao aeroporto. 
Estes resultados levantados são pertinentes para pensarmos nas influências 
que determinados empreendimentos exercem em uma comunidade, que pode 
interferir no meio ambiente. Muitas vezes, o empreendimento em si não apresenta 
riscos ambientais, mas sua implantação gera situações que aglomeram novas ações 
prejudiciais e de riscos. 
Para entender este estudo em sua complexidade, leia-o na íntegra 
acessando o site: http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes22/dcliv.pdf. 
 
 
18.1 AGRICULTURA & PECUÁRIA 
 
 
É no setor primário que estão inseridas as atividades econômicas de 
produção de matérias-primas ou que envolvem a modificação destes recursos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 152 
naturais em produtos primários. Dentre as atividades econômicas deste setor 
podemos citar: agricultura, pecuária, caça, pesca, o extrativismo mineral e vegetal. 
Direcionaremos nossos estudos para duas atividades de grande relevância 
no cenário nacional brasileiro, a agricultura e a pecuária. Buscando evidenciar a 
relação existente entre o desenvolvimento destas atividades, os impactos ambientais 
gerados e a aplicação da AIA. 
A agricultura consiste no uso do solo para o cultivo de plantas com a 
finalidade de produzir alimentos, matéria-prima para roupas, construções, 
medicamentos, dentre outros produtos, enquanto que a pecuária refere-se a 
procedimentos técnicos empregados na domesticação e produção de animais para 
fins econômicos. 
Todavia, estes sistemas produtivos evoluem pouco e lentamente, 
corroborando com um processo constante e recorrente dos impactos ambientais 
gerados por estas atividades, devido à maneira como foram desenvolvidas as 
atividades. 
Somente após anos de exploração inadequada dos recursos naturais no 
setor agropecuário, é que produtores e poder público, compreenderam que a 
maneira como eram explorados estes recursos poderiam torná-los indisponíveis, 
devido à exaustão de recursos naturais, por exemplo, o solo e as águas. 
A partir desta verificação, surge a procura por novos modelos de produção 
associando a sustentabilidade ecológica e econômica. O emprego de novas 
tecnologias e procedimentos reduz o avanço dos impactos existentes e retarda o 
surgimento de novos impactos. 
 
 
 
 
 
 
 
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 153 
 
 
18.1.1 Impactos Gerados 
 
 
Assim como em outros empreendimentos verifica-se que alguns impactos 
ambientais são comuns tanto para a prática da agricultura como da pecuária, porém 
com intensidades diferentes. 
A saber: 
a) Desmatamento – consiste na supressão da vegetação devido à intensa 
atividade humana e crescimento populacional, por envolver setores de produção e 
economia, causam um dos impactos ambientais; 
b) Erosão – perda de camadas do solo devido à ausência de camada de 
proteção do solo (vegetação) associado ao emprego incorreto das práticas de cultivo 
do mesmo e a ação de chuvas e ventos, como consequências torna o solo não 
agricultável e promove o assoreamento de rios; 
c) Perda de biodiversidade – decorrente das mudanças ocorridas nos 
habitats afetando espécies de fauna e flora; 
d) Esgotamento da água doce – pela intensificação no uso voltado para a 
irrigação de campos agrícolas; 
e) Poluição atmosférica – causada pela liberação intensa de carbono por 
meio da queima de diesel dos tratores, produção de fertilizantes e defensivos 
agrícolas, além da decomposição de restos de cultura, 
f) Poluição de águas – ocorre pela lixiviação de resíduos para o interior 
de corpos d’água, como adubos e defensivos agrícolas causando contaminação das 
águas; 
g) Desertificação – processo irreversível devido ao uso inadequado, 
também está associado à produção de gado e outros animais; 
 
 
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 154 
h) Destruição de mananciais – associado à agricultura pela destruição de 
nascentes, por soterramento, impermeabilização, entre outros fatores; 
i) Geração de resíduos – a produção de animais gera muitos resíduos, 
principalmente fezes e urina de porcos (chorume de porco), frango (cama de frango),entre outras, que em contato com o solo e corpos d’ água causam contaminação 
destes recursos. 
 
 
18.2 ATIVIDADE DE MINERAÇÃO 
 
 
Também inserida no setor primário da economia do país, contribui para o 
bem-estar e a melhoria da qualidade de vida dos seres humanos. Pois, é 
fundamental para o desenvolvimento, desde que respeite e assegure a 
responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. 
O setor de mineração coopera para o desenvolvimento econômico e social 
brasileiro, devido a sua participação no abastecimento de insumos básicos 
necessário para o setor industrial e urbano. 
Além, da potencialidade, produção e exportação dos produtos minerais, este 
setor tem favorecido a inserção do Brasil no cenário econômico internacional, bem 
como contribuído na dinamização socioeconômica doméstica. 
Hoje as companhias mineiras precisam cumprir normas ambientais, desde 
encerramento até o funcionamento das atividades, sendo estas bastante rigorosas, 
pois visam garantir que a área afetada pela exploração mineira retorne à sua 
condição inicial ou próxima dela. 
Mas vale mencionar que as explorações modernas adotaram procedimentos 
que reduziram ou buscam atenuar a ocorrência de problemas neste âmbito. 
 
 
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 155 
A mineração e a agricultura, assim como outros empreendimentos causam 
grande parte dos impactos ambientais existentes, sendo que os impactos 
associados às demais atividades econômicas, apresentam-se como pouco 
significativos quando comparado aos gerados pela mineração e agricultura. 
Os impactos originados pela mineração são consideráveis, pois alteram 
intensamente a área explorada e as circunvizinhas, devido à localização de 
depósitos de estéril e de rejeito, além de originar substâncias químicas lesivas 
durante a etapa de beneficiamento do minério, que implica em um sério problema 
ambiental. 
Sendo que os principais impactos ambientais oriundos da mineração são: a 
poluição da água, do ar, sonora, subsistência do terreno, incêndios causados pelo 
carvão e rejeitos radioativos (CPRM, 2002). 
 
Tabela 7 – Atividades relacionadas à produção mineral, problemas 
(impactos ambientais) e efeitos (consequências). 
ATIVIDADE
S 
PROBLEMAS EFEITOS 
SERES HUMANOS 
Pesquisa mineral 
 
Lavra Subterrânea: umidade, poeira, 
ruído, gases de exaustão de 
máquina e equipamentos. 
Contribui para a rotatividade 
da mão de obra. Possível 
doença respiratória, 
especialmente para asbesto, 
fluorita e outros. Stress e 
outros problemas físicos. 
 
 
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 156 
Beneficiamento e 
estocagem 
Poeira, ruído. Não ferrosos: 
gases nocivos, problema com 
manuseio de alguns 
reagentes tóxicos. Amianto: 
poeira, fibra. 
Contribui para a rotatividade 
da mão de obra. Possíveis 
doenças respiratórias e 
cancerígenas, especialmente 
para asbesto e outros 
minerais beneficiados a seco 
Transporte Ruído, poeira, gases de 
exaustão de veículos 
pesados, poeira de correia 
transportadora. 
Para o consumidor: veículos 
pesados causam irritação e 
são perigosos em áreas 
povoadas (Ex.: agregados e 
materiais de construção) 
SOLO/SUBSOLO 
Pesquisa mineral Trincheiras, sondagens, vias 
de acesso, picadas, 
equipamento abandonado. 
Erosão, voçorocas. Prejuízo à 
vegetação. Alteração da 
drenagem natural. 
Lavra Cavas e pedreiras 
Desmatamento desnecessário 
do capeamento. 
Contaminação da água da 
mina. Estradas e vias de 
acesso. Pilhas de estéril. 
Impacto de vilas mal 
projetadas. 
Possibilidades limitadas de 
uso sequencial do solo. Afeta 
a estética da paisagem. 
Beneficiamento e 
estocagem 
Barragens e bacias de rejeito, 
contaminação devido a 
vazamento e 
transbordamento. Pilhas 
disformes (Ex.: enxofre). 
Depósitos de rejeito. Lama 
vermelha (produção de 
alumina). 
Terras inúteis criadas pelas 
áreas de rejeitos finos. 
Contaminação por lixiviação e 
enxurradas em depósitos de 
finos e de rejeitos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 157 
Transporte Estradas largas para veículos 
pesados (áreas de material de 
empréstimo associadas). 
Poeira. Desmatamento 
desnecessário. 
Transbordamento em 
descarrilamentos e acidentes 
rodoviários. 
Abre áreas virgens a uma 
possível degradação. Tráfego 
pesado pode destruir 
rodovias. 
ÁGUA 
Pesquisa mineral Sólidos em suspensão 
(erosão). Salmoura de 
sondagem passando para 
aquíferos (pesquisa de 
evaporitos). 
Contaminação de cursos de 
água subterrânea. 
Lavra Sólidos em suspensão de 
água da mina, metais 
pesados, pH de minas de 
metálicos. Alteração do lençol 
freático, degradação da 
qualidade da água. 
Prejudicial à vida aquática. 
Beneficiamento e 
estocagem 
Sólidos em suspensão, 
metais pesados, pH, toxidez 
de descarga direta e 
transbordamento de sistemas 
de finos. Grande consumo de 
água. 
Prejudicial à vida aquática. 
Produz desequilíbrio 
ecológico. 
Transporte Transporte fluvial, lacustre e 
marítimo: coloração devido a 
sólidos em suspensão 
(minério de ferro) em 
terminais de embarque. 
Transbordamento em 
descarrilamentos e acidentes 
Possível prejuízo à vida 
aquática. 
 
 
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 158 
rodoviários. Problemas 
possíveis com minerodutos. 
AR 
Pesquisa mineral 
Lavra Poeira levada pelo vento. 
Gases de motores de 
combustão. Poeira de 
detonação e perfuração. 
Poeira e fibras de asbesto. 
Pouco importante. 
Beneficiamento e 
estocagem 
Poeira, partículas aéreas 
(fibras de asbesto), gases, 
odores, evaporação de bacias 
de finos. SO2 do processo de 
secagem (pelotização de 
minério de ferro). Secagem de 
concentrado (SO2, metais 
pesados). Geração de energia 
térmica (hidrocarbonetos, 
SO2, NO3). 
Possíveis efeitos 
respiratórios. Chuva atuando 
sobre partículas afetam 
vegetação e solo. Elevação 
de custos, devido à corrosão. 
Próximo às áreas urbanas, 
efeitos sobre a saúde 
decorrentes da inalação de 
fibras de asbesto. 
Transporte Partículas aéreas 
provenientes de material 
sendo transportado e da 
superfície da estrada. 
Pouco importante. 
FONTE: Souza, 2001 (adaptada de Brooks, 1976 e Machado, 1989). 
 
 
19 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Nas últimas décadas, as avaliações de impactos ambientais têm alcançado 
altos índices de trabalho e ampliação em diversos setores da economia mundial. No 
Brasil, a preocupação com o meio ambiente tem gerado discussões em torno do que 
deve ser preservado e de como e a que custo o país deve se desenvolver, passando 
por cima da legislação ambiental. 
 
 
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Todavia, não precisa ir longe para ainda ver e sentir “coronéis” da civilização 
atual, determinando que áreas de reservas devam ser destruídas por interesses 
particulares, ferindo não somente o meio natural, mas sociedades e culturas inteiras 
por conta de seus empreendimentos. 
Os estudos em torno da preservação ambiental, mesmo intensivos e 
constantes, ainda têm suas barreiras na ignorância de um povo que não aprendeu 
valorizar suas riquezas naturais. 
Porém, pode-se contemplar o outro lado da moeda, em que ações de 
sustentabilidade promovem o desenvolvimento focado na preocupação de adquirir 
do meio, suas potencialidades, mas promovendo em conjunto a preservação de 
espécies locais. 
Sabe-se que os impactos provocam não somente a perda de riquezas 
naturais, mas cria novas variedades geneticamente modificadas, detectadas em 
avaliações ambientais mais rigorosas. O problema de qualquer avaliação de impacto 
é: Quando fazer? Como e por quê? 
Os objetivos da avaliação é que determinam essas variações de quando, 
como e por quê. O tempo de fazer nem sempre é no momento exato da real 
necessidade, pois se estima, na maioria das vezes, períodos longos e distantes do 
ponto exato da avaliação. 
A implantação de quaisquer empreendimentos interceptará sempre um 
ecossistema terrestre, ocasionando uma quebra na sua continuidade e gerando ao 
meioambiente algum impacto negativo. 
O processo de desenvolvimento de uma avaliação percorre os papéis e 
burocracia dos Governos, que avaliam com criteriedade demasiada, ou com vistas 
grossas para determinados interesses. Porém, como fazer as avaliações e as 
implementações de empreendimentos depende da necessidade de cada projeto. 
Os motivos das avaliações em nada devem barrar o desenvolvimento do 
Brasil, mas deve propor mudanças na forma de criar e gerir os empreendimentos 
que comprometem e esgotam os recursos naturais, que faltarão no futuro para estes 
mesmos empreendimentos irresponsáveis. 
Sendo assim, o desenvolvimento da AIA nos setores produtivos são 
ferramentas importantes, pois contribuem para o desenvolvimento local e 
sustentável. Devem ser avaliados a aplicabilidade para as atividades, bem como as 
 
 
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 160 
características de cada região, pois são indicadores dos aspectos ecológicos, 
socioeconômico e cultural. 
Em nada consta que a avaliação de impacto ambiental tenha como objetivo 
criar obstáculos e paradoxos, que são intransponíveis ao desenvolvimento 
sustentável do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIM DO CURSO!

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