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Competência Criminal Militar A justiça militar possui os chamados Conselhos de Justiça, que podem ser: · CJ especial é: julgar oficiais. · CJ permanente: julgar não oficiais. Os CJ’s são formados por 1 juiz togado e 4 militares (todos oficiais e de posto mais alto do que o do acusado). Justiça Militar Da União Competência Apenas crimes militares definidos em lei, não faz nehuma ressalva quanto à pessoa do acusado, dessa, forma, em tese, pode julgar civis. · Não tem competência civil. · Não faz ressalva quanto ao Júri, ou seja, pode julgar crimes dolosos contra vida. Órgãos Jurisdicionais · Conselho de Justiça permanente e especial. · Juiz federal da JMU passou a ter uma competência singular/monocrática- O juiz julga assim, monocraticamente, os civis e os militares que cometeram o delito juntamente com o civil. Competência Recursal O STM é o juízo “ad quem” da Justiça Militar da União. Ademais este só têm uma competência originária (julgar generais das forças armadas pela prática de crimes militares). Além disso, o STM é restrito a JMU. Justiça Militar Dos Estados (CF, 124 §4º E 5º) Competência Refere-se ao militares do Estados (PM e Bombeiros Militares), ou seja não pode julgar civis. A condição de militar é analisada à época de cometimento do delito. · guardas civis (GCMs) não são militares estaduais. · Julga crimes militares e ações judiciais contra atos militares (competência civil); · Faz ressalva quanto à competência do Júri (dolosos contra a vida de civis)- Competência Comum da Justiça Estadual. · Competência “ratione materiae” e “ratione personae”, pois julga crimes militares definidos em lei e só julga militares dos estados. Órgãos Jurisdicionais · O juiz de direito do juízo militar julga, singularmente, os crimes cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares. · O Conselho de Justiça julga os demais crimes militares. Estados que tem Justiça Militar Apenas três estados têm TJM, sendo Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Os demais estados têm como juízo “ad quem” os próprios TJs. Conexão/ Continência (crime militar e crime comum) Neste caso, há obrigatória separação dos processos, pois a justiça militar julga apenas os crimes militares. Crime Propriamente e Impropriamente Militar Crime propriamente militar- CF autoriza a prisão do militar sem flagrante e sem prévia autorização judicial. · São considerados crimes militares não apenas os previstos no Código Penal Militar como também os previstos na legislação penal (CP e leis extravagantes). · Crime propriamente militar – É uma infração específica e funcional do militar. Ex: deserção, embriaguez em serviço, dormir em serviço etc. · Crime impropriamente militar – É aquele que não há a qualidade de militar como elementar do delito. Entretanto, o crime se torna militar quando é praticado em uma das condições do art. 9º do CPM. Ex: furto é previsto no CP, mas também tem previsão no CPM. Assim, se o furto for praticado por um militar da ativa contra outro militar da ativa, esse crime será crime impropriamente militar. Súmulas Importantes · Súmula 53 do STJ: “compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais”. Civil não é julgado pela JME. · Súmula n. 78 do STJ: Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.- julgamento ocorrerá pela justiça militar estadual a que o agente está incorporado. SÚMULAS ULTRAPASSADAS 172 STJ: Estabelecia que competia à Justiça Comum os crimes de abuso de autoridade- Compete à JM. 6 STJ: Estabelecia que competia à Justiça Comum os decorrente de acidente de trânsito- Compete à JM. 75 STJ: Fuga de Presídio militar- JM. Presídio da União (Comum Federal) ou Presídio Estadual (Comum Estadual) a depender do caso. 90 STJ: Policial militar- Crime militar> JM. Crime Comum> JC. 47 STJ: Ainda que o militar pratique crime com arma da corporação o fato dele não estar em serviço faz ser de competência da JC e NÃO DA MILITAR. Código Penal Militar A competência para julgamento dos crimes militares previstos em legislação especial é da Justiça Militar (9º, II) desde que, não haja previsão constitucional ou legal outorgando a referida competência à outra Justiça; Exemplos: a) Crimes Eleitorais (CF, art. 121); b) Lavagem de Capitais (Lei n. 9.613/98, art. 2º, III); c) Contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei n. 7.492/86, art. 26); INCONSTITUCIONALIDADE? (acompanhar) ADPF n. 289 (em tramitação perante o STF)- para que seja reconhecida a incompetência da Justiça Militar da União para julgar civis em tempo de paz. ADI 5.032 (em tramitação perante o STF): Inseriu a competência da Justiça Militar para crimes cometidos no exercício das atribuições subsidiárias das Forças Armadas. Veto do PR ao art. 2º da Lei n. 13.491/17- Vetou o art. Que dizia ser a lei temporária, ou seja, passou a ser definitiva. Justiça Eleitoral e Trabalhista Competência da Justiça Eleitoral A justiça Eleitoral julga crimes Eleitorais que são aqueles definidos como tal, tanto no Código Eleitoral (Lei 4.737/65) como na legislação ordinária. SUBSUNÇÃO FORMAL E MATERIAL Para o aperfeiçoamento de crime eleitoral, não basta a subsunção formal, é necessário verificar também o aspecto material do delito, ou seja, verificar se a conduta atentou contra o processo eleitoral, contra a legitimidade da vontade popular, contra a liberdade do exercício dos direitos políticos etc. Conexão e Continência O art. 78, IV do CPP afirma que a competência da justiça especial prevalece sobre a competência da justiça comum. · Crime eleitoral e comum estadual Justiça Eleitoral. · Crime eleitoral e crime federal Justiça Eleitoral. · Crime eleitoral e crime doloso contra a vida Justiça Eleitoral. · Crime cometido contra o juiz eleitoral Justiça Federal. · Ainda que o juiz seja estadual, ele representa o Poder Judiciário da União. Desse modo, o crime é cometido contra o interesse da União e a competência é da Justiça Federal. Competência da Justiça Trabalhista A EC 45/2004 outorgou uma nova competência para o HC, há quem diga que também teria outorgado uma competência criminal genérica à Justiça do Trabalho. Porém, não é correto asseverar que a Constituição Federal passou a atribuir-lhe competência criminal genérica para processo e julgamento de ações penais. Essa possibilidade foi descartada pelo STF no julgamento da ADI 3.648.