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Matéria SOI N1 - 1 Período AFYA

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1 SISTEMA CARDIOVASCULAR
SOI N1 — 1º Período
BIOQUÍMICA 6
PROTEÍNA 6
Funções 6
Estrutura 6
SÍNTESE PROTEICA 9
Transcrição 9
Splicing 10
Tradução 10
Código Genético 12
ESTRUTURA DO DNA E CROMOSSOMOS 13
Estrutura do DNA 13
Estrutura dos cromossomos: 14
CITOLOGIA 15
MEMBRANA PLASMÁTICA 15
Estrutura da membrana plasmática 15
Bicamada lipídica 16
TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA 17
OSMOLARIDADE 17
Osmoticidade 17
Tonicidade 18
CITOPLASMA 19
NÚCLEO 23
INTERSTÍCIO 24
HOMEOSTASE 25
Retroalimentação Positiva e Negativa 25
Níveis de Regulação 25
Regulação Molecular 25
Nervosa 25
Endócrina 25
EMBRIOLOGIA 26
PRIMEIRA SEMANA 26
Clivagem do zigoto 26
Formação do blastocisto 26
Implantação 27
SEGUNDA SEMANA 28
Desenvolvimento do trofoblasto 28
Desenvolvimento do disco embrionário bilaminar 28
Desenvolvimento do âmnio 29
Desenvolvimento do saco vitelino 29
Desenvolvimento dos sinusóides 29
EMBRIOGÊNESE CARDÍACA 32
EMBRIOGÊNESE 32
CIRCULA FETAL E NEONATAL 33
Circulação fetal 33
Alterações circulatórias no nascimento 34
HEMATOPOIESE 36
Hematopoiese Embrionária (Mesoblástica) 36
Hematopoiese Fetal (Hepática) 36
Hematopoiese no Período Extra-Uterino (Medular) 36
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 37
Fatores de Risco para Malformação Congênita 37
2 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Comunicação Interatrial (CIA) 37
Comunicação Interventricular (CIV) 38
Tetralogia de Fallot 38
Estenose Aórtica 39
ANATOMIA DO CORAÇÃO 40
MEDIASTINO 40
ANATOMIA EXTERNA DO CORAÇÃO 41
ANATOMIA INTERNA DO CORAÇÃO 45
PERICÁRDIO 51
VALVAS CARDÍACAS 53
CIRCULAÇÃO CORONARIANA 55
CIRCULAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES 57
CIRCULAÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES 58
HISTOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 58
CITOLOGIA DOS CARDIOMIÓCITOS 58
PERICÁRDIO 60
HISTOLOGIA DO CORAÇÃO 61
Epicárdio 61
Miocárdio 63
Endocárdio 63
Esqueleto Fibroso 66
Valvas Cardíacas 66
HISTOLOGIA DOS VASOS 67
Endotélio 67
Músculo Liso 68
Tecido Conjuntivo 68
COMPONENTES DOS VASOS SANGUÍNEOS 69
Túnica Íntima 69
Túnica Média 69
Túnica Adventícia 70
Inervação 70
Grandes Artérias Elásticas 71
Corpos Carotídeos 72
Seios Carotídeos 73
Artérias Musculares Médias 74
Arteríolas 74
Capilares 77
Vênulas pós-capilares 81
Veias 82
FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR 85
FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO 85
DÉBITO CARDÍACO 87
Regulação do volume sistólico 87
CICLO CARDÍACO 89
REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO 94
Regulação Autonômica da Frequência Cardíaca 95
Estimulação Vagal 97
Regulação Química da Frequência Cardíaca 101
ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA 104
Sistema Excitatório e Condutor Especializado do Coração 104
Nó Sinusal (Sinoatrial) 105
Ritmicidade Elétrica Automática das Fibras Sinusais 105
3 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Células miocárdicas autoexcitáveis 108
Sinais elétricos coordenam a contração 110
Os marca-passos determinam a frequência cardíaca 112
Descarga rítmica de uma fibra nodal sinusal 113
Vias Internodais e Interatriais 114
Nó Atrioventricular Retarda a Condução do Impulso 114
Sistema Purkinje Ventricular 115
Transmissão do Impulso Cardíaco no Músculo Ventricular 116
ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO 117
Tipos de Troponina 120
A contração do músculo cardíaco pode ser graduada 120
ELETROCARDIOGRAMA (E.C.G) 121
HIPERTROFIA CARDÍACA 122
Hipertrofia do coração 122
Tipos de hipertrofia 123
Adaptação do Coração de Atleta no Esporte 124
CIRCULAÇÃO 127
CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO 127
Controle Local da Circulação 127
Controle Humoral da Circulação 132
VARIZES 134
Retorno Venoso | Coração Periférico de Barrow 136
Formas de melhorar a circulação 136
Ginástica laboral 137
SANGUE 138
FUNÇÕES E PROPRIEDADES DO SANGUE 138
Funções do sangue 138
Características Físicas do Sangue 139
COMPONENTES DO SANGUE 139
Plasma Sanguíneo 140
Elementos figurados 140
TECIDO HEMATOPOIÉTICO 141
PLASMA SANGUÍNEO 143
FORMAÇÃO DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS 144
HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS) 146
Citologia das Hemácias 146
Histologia das Hemácias 147
Fisiologia das Hemácias 148
Ciclo de vida das hemácias 149
Sobrecarga de ferro e dano tecidual 151
Eritropoese | Produção de hemácias 151
Contagem de Reticulócitos 154
Dopagem Sanguínea 154
HEMOGLOBINA 154
Síntese da Hemoglobina 154
Tipos de Hemoglobina 156
Metabolismo da Hemoglobina 156
Destruição da Hemoglobina pelos Macrófagos 157
A Hemoglobina se Combina Reversivelmente com o Oxigênio 158
Metabolismo do Ferro 158
Transporte e Armazenamento de Ferro 158
PLAQUETA 159
4 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Trombopoese | Formação de Plaquetas 159
Citologia das Plaquetas 160
Histologia das Plaquetas 160
Fisiologia das Plaquetas 161
HEMOSTASIA 161
Vasoconstrição 161
Formação do Tampão Plaquetário 163
Coagulação Sanguínea no Vaso Rompido 167
Fibrinólise 169
COAGULAÇÃO SANGUÍNEA 169
Mecanismo Geral 169
Conversão de Protrombina em Trombina 170
Conversão de Fibrinogênio em Fibrina 172
Feedback Positivo de Formação do Coágulo 173
Formação do Ativador da Protrombina 174
Anticoagulantes Intravasculares 182
Lise do Coágulo 184
Cicatrização de Feridas na Pele 184
LEUCÓCITOS 187
Características Gerais dos Leucócitos 187
Formação dos Leucócitos 187
Tempo de Vida dos Leucócitos 188
Monócito (Agranulócito) 189
Linfócitos (Agranulócito) 190
Plasmócito 191
Basófilo (Granulócito) 192
Neutrófilo (Granulócito) 193
Eosinófilo (Granulócito) 193
Mastócito (Granulócito) 195
Macrófago (Agranulócito) 195
Células Dendríticas 196
Fibroblasto 196
Neutrófilos e Macrófagos Atacam Agentes Infecciosos 197
Fagocitose 202
Sistema Mononuclear Fagocitário (Sistema Reticuloendotelial) 205
IMUNIDADE 209
IMUNIDADE INATA 209
Primeira Linha de Defesa 209
Segunda Linha de Defesa 210
IMUNIDADE ADAPTATIVA 218
Maturação dos linfócitos T e linfócitos B 218
Tipos de imunidade adaptativa 219
Seleção Clonar 221
Antígenos e receptores de antígenos 223
Antígenos do complexo principal de histocompatibilidade 224
Vias do processamento de antígenos 225
Citocinas 229
IMUNIDADE CELULAR 230
Ativação dos linfócitos T 232
Ativação e seleção clonal de linfócitos T auxiliares 232
Ativação e seleção clonal de linfócitos T citotóxicos 234
Eliminação de invasores 235
5 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Vigilância imunológicas 237
IMUNIDADE HUMORAL 238
Ativação e seleção clonal dos linfócitos B 238
Anticorpos 241
Sistema Complemento 243
Memória Imunológica 249
ALERGIA E HIPERSENSIBILIDADE 254
Hipersensibilidade imediata (tipo I) 254
AUTORRECONHECIMENTO E AUTOTOLERÂNCIA 258
TIPOS DE IMUNIZAÇÃO 260
Imunização Ativa 260
Imunização Passiva 261
SISTEMA LINFÁTICO 262
FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO 262
LINFA 263
VASOS LINFÁTICOS E CIRCULAÇÃO DA LINFA 263
Linfa pelos Linfonodos 264
Capilares Linfáticos 265
Vasos Linfáticos 265
Ductos Linfáticos 265
ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS 266
Órgãos Linfóides Primários 266
Órgãos Linfóides Secundários 268
REFERÊNCIAS 271
6 SISTEMA CARDIOVASCULAR
BIOQUÍMICA
PROTEÍNA
Funções
Função Descrição
Estrutural Proteínas que dão estrutura e forma a células e tecidos, como colágeno,elastina e queratina.
Enzimática Proteínas que aceleram e regulam reações químicas no corpo, como aamilase, que quebra carboidratos, e a lactase, que quebra lactose.
Hormonal
Proteínas que atuam como mensageiros químicos, como a insulina, que
regula os níveis de açúcar no sangue, e a hormona do crescimento, que
estimula o crescimento e desenvolvimento.
Transporte
Proteínas que transportam outras substâncias no corpo, como a hemoglobina,
que transporta o oxigênio nos glóbulos vermelhos, e a transferrina, que
transporta o ferro.
Defesa Proteínas do sistema imunológico que reconhecem e eliminam agentesestranhos, como os anticorpos.
Armazenamento Proteínas que armazenam nutrientes essenciais, como a ferritina, quearmazena ferro no fígado e no baço.
Contrátil Proteínas que permitem a contração muscular, como a actina e a miosina.
Regulatória Proteínas que controlam a atividade de outras proteínas, como a proteínaquinase, que regula a atividade de enzimas em cascata.
Sensibilidade Proteínas que atuam como receptores de sinais, como os receptores deneurotransmissores no cérebro.
Estrutura
Os aminoácidos são compostos orgânicos constituídos de um carbono central(em que estão
ligados os demais grupos) chamado de carbono alfa.
• Em uma extremidade do aminoácido há um grupamento amina (NH2) chamado de porção
N-terminal.
• Em outra extremidade há um grupamento carboxila (COOH) chamado de porção C-terminal
7 SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Em outra extremidade chamada de radical R, que varia de um aminoácido para outro e é
utilizada como forma de identificação.
• Para completar as quatro ligações que o carbono precisa ter para ficar “estável, possui na
quarta extremidade um hidrogênio (H).
Uma ligação peptídica é uma ligação química que ocorre entre dois aminoácidos
quando o grupo carboxilo de uma molécula reage com o grupo amina de outro aminoácido,
libertando uma molécula de água. Isto é, uma reação de síntese por reação de desidratação.
As estruturas proteicas são níveis de organização em que a cadeia polipeptídica se
submete até a conformação (estrutura ou formato) final. Existem até quatro níveis de
organização, ou seja, quatro estruturas em que estão presentes nas proteínas.
8 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Estrutura primária (linear)
A estrutura primária de uma proteína nada mais é que uma sequência de
aminoácidos. A estrutura primária é a principal responsável pelas características da
proteína, uma vez que a forma espacial das proteínas depende dessa sequência. A alteração
de apenas um aminoácido pode alterar todas as propriedades da proteína.
Estrutura secundária
Organização espacial local da cadeia polipeptídica, resultante de interações entre os
resíduos adjacentes de aminoácidos. Existem duas principais estruturas secundárias: as
hélices e as folhas beta
Estrutura terciária
A Proteína adquire uma estrutura tridimensional ao se dobrar sobre si mesma.
Para isso, a molécula se enrola sobre si mesma e faz ligações de ponte de hidrogênio. A
estrutura secundária se dá pelas interações entre segmentos de cadeias adjacentes entre si.
Estrutura quaternária
Algumas proteínas só possuem função quando associadas com outras proteínas. A
estrutura quaternária é o agrupamento de subunidades, formando um complexo proteico.
Por exemplo, a hemoglobina possui quatro subunidades proteicas ligadas.
9 SISTEMA CARDIOVASCULAR
SÍNTESE PROTEICA
O processo de síntese de proteínas, também conhecido como expressão gênica, ocorre em
duas etapas principais: a transcrição e a tradução.
Transcrição
A transcrição é o processo de produção de uma molécula de RNA mensageiro
(mRNA) a partir do molde do DNA. Esse processo ocorre no núcleo da célula e envolve os
seguintes passos:
1. Iniciação: a enzima RNA polimerase se liga a uma região específica do DNA
chamada promotor e inicia a separação das fitas de DNA.
2. Elongação: a RNA polimerase lê a sequência de DNA e adiciona nucleotídeos
complementares ao mRNA em formação.
3. Término: a RNA polimerase alcança uma região do DNA chamada de terminador,
onde ocorre a finalização da transcrição e a liberação do mRNA.
10 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Splicing
No processamento do RNAm, os segmentos de fitas de RNAm recém-criadas,
denominados íntrons, são removidos. Os éxons restantes são novamente unidos para
formar o RNAm que codifica uma proteína funcional. A remoção de íntrons diferentes do
RNAm permite que um único gene codifique para múltiplas proteínas.
Tradução
Após a transcrição, o mRNA é processado e transportado para o citoplasma, onde
ocorre a etapa da tradução. A tradução é o processo de decodificação da informação
contida no mRNA para a produção de uma proteína. Esse processo envolve vários tipos
de RNA e várias proteínas, incluindo:
1. RNA transportador (tRNA): moléculas que transportam os aminoácidos para o local
de síntese da proteína, o ribossomo.
2. Ribossomo: complexo molecular formado por RNA ribossômico e proteínas, onde
ocorre a síntese de proteínas.
3. Fatores de iniciação, elongação e término: proteínas que auxiliam no processo de
síntese de proteínas.
11 SISTEMA CARDIOVASCULAR
12 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Código Genético
O código genético é uma sequência de nucleotídeos do DNA que determina a
sequência de aminoácidos na síntese de proteínas. O código genético é composto por 64
combinações possíveis de três nucleotídeos, chamadas de códons, que correspondem a 20
aminoácidos diferentes e sinais de início e parada da síntese proteica.
O código genético é universal e é conservado em todos os organismos, o que permite
que o DNA de uma espécie possa ser utilizado para produzir proteínas em outra espécie.
13 SISTEMA CARDIOVASCULAR
ESTRUTURA DO DNA E CROMOSSOMOS
Estrutura do DNA
1. O DNA é composto por nucleotídeos, que por sua vez são compostos por uma base
nitrogenada, um açúcar de cinco carbonos e um grupo fosfato.
2. Existem quatro tipos de bases nitrogenadas no DNA: adenina (A), timina (T), citosina
(C) e guanina (G).
3. A sequência das bases nitrogenadas é a informação genética codificada no DNA.
4. O DNA é uma dupla hélice, formada por duas cadeias polinucleotídicas
complementares unidas por pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas.
5. As bases nitrogenadas A e T se unem por duas pontes de hidrogênio, enquanto as
bases C e G se unem por três pontes de hidrogênio.
14 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Estrutura dos cromossomos:
1. Os cromossomos são estruturas compostas por DNA e proteínas.
2. O DNA dos cromossomos está organizado em unidades repetitivas chamadas de
nucleossomos, que são compostos por proteínas histonas e DNA enrolado ao seu
redor.
3. A organização dos nucleossomos forma uma estrutura em forma de fio, conhecida
como cromatina.
4. Durante a divisão celular, a cromatina se condensa e se organiza em cromossomos
mais compactos, que podem ser visualizados ao microscópio.
5. A estrutura dos cromossomos varia de acordo com a fase do ciclo celular, sendo mais
condensados durante a mitose e menos condensados durante a interfase.
15 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CITOLOGIA
MEMBRANA PLASMÁTICA
É uma estrutura que delimita a célula, separando o meio intracelular do meio
externo. Ela atua delimitando e mantendo a integridade da célula e como uma barreira
seletiva, permitindo que apenas algumas substâncias entrem, como oxigênio e nutrientes, e
outras saiam, como os resíduos.
Estrutura da membrana plasmática
• Proteínas integrais: eles estão total ou parcialmente embutidos na bicamada lipídica. Se
a atravessam completamente, apresentando regiões expostas ao meio intracelular e
extracelular, são chamadas de proteínas transmembrana. Penetram na membrana para
transportar substâncias.
• Proteínas periféricas: eles podem estar ligados às superfícies citoplasmáticas e
extracelulares da bicamada lipídica. Sinalização celular e interações proteína-proteína
16 SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Carboidratos: constituem as glicoproteínas, os açúcares ou glicídios. São encontrados,
geralmente, na porção da membrana que está em contato com o meio extracelular. Atuam no
reconhecimento, adesão e na proteção celular.
• Glicoproteína: sua natureza hidrofílica permite que funcionem no ambiente aquoso, onde
atuam no reconhecimento e ligação da célula a outras moléculas celulares.
• Colesterol: Diminui a fluidez da membrana. Mantém a integridade da membrana sem a
necessidade de uma parede celular
Bicamada lipídica
A bicamada lipídica é uma estrutura fundamental presente nas membranas celulares
de todos os organismos vivos. Ela é formada por duas camadas de moléculas de
fosfolipídios, que possuem uma cabeça hidrofílica e uma cauda hidrofóbica.
A bicamada lipídica é permeável a algumas moléculas, como gases e pequenos
compostos hidrofóbicos, mas impede a passagem de moléculas hidrofílicas e íons, que
precisam de proteínas transportadoras para atravessar a membrana.
17 SISTEMA CARDIOVASCULAR
TRANSPORTE ATRAVÉS DAMEMBRANA
Tipo de
Transporte Descrição
Exemplos de
Substâncias
Difusão Simples
Movimento passivo de moléculas de uma área de alta
concentração para uma área de baixa concentração, sem o
uso de energia
Oxigênio, Dióxido de
Carbono
Difusão Facilitada
Movimento passivo de moléculas de umaárea de alta
concentração para uma área de baixa concentração, com a
ajuda de proteínas transportadoras
Glicose,
Aminoácidos
Osmose
Movimento passivo de água de uma área de baixa
concentração de solutos para uma área de alta concentração
de solutos
Água
Transporte Ativo Movimento de moléculas de uma área de baixa concentraçãopara uma área de alta concentração, com o uso de energia
Íons (Na+, K+, Ca2+),
Aminoácidos
Endocitose Processo em que a célula engloba partículas ou fluidos doambiente, formando vesículas intracelulares
Bactérias, Partículas
grandes
Exocitose
Processo em que a célula libera substâncias do interior
celular para o meio extracelular, por meio da fusão de
vesículas com a membrana plasmática
Hormônios, Enzimas
OSMOLARIDADE
Osmoticidade
Osmoticidade é a medida da capacidade de uma solução para gerar uma pressão
osmótica. Quanto mais soluto contido na água, menos apta a atravessar a membrana até um
compartimento adjacente ela será. Isso resulta em um fluxo de água de regiões de baixa
concentração de soluto para regiões de maior concentração de soluto.
18 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Tonicidade
A capacidade de uma solução extracelular de fazer a água se mover para dentro e para
fora de uma célula por osmose é conhecida como tonicidade.
• Se uma célula for colocada em uma solução isotônica, não haverá fluxo resultante de água
para dentro nem para fora da célula, e o volume da célula permanecerá estável. Se a
concentração de soluto fora da célula for igual àquela dentro da célula, e os solutos não
puderem atravessar a membrana, então essa solução será isotônica à célula.
• Se uma célula for colocada em uma solução hipotônica, haverá um fluxo resultante de
água para dentro da célula, e a célula ganhará volume. Se a concentração de soluto fora
da célula for menor que aquela dentro da célula.
• Se uma célula for colocada em uma solução hipertônica, haverá um fluxo resultante de
água para fora da célula, e a célula perderá volume. Uma solução será hipertônica a uma
célula se sua concentração de soluto for maior que aquela dentro da célula.
19 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CITOPLASMA
Citoplasma é, geralmente, a maior opção da célula. Compreende o material presente na
região entre a membrana plasmática e o núcleo. Ele é constituído por um material
semifluido, gelatinoso chamado citosol ou hialoplasma.
• Núcleo Celular: envolvido pela membrana nuclear, o núcleo contém o material genético
das células (DNA)
• Nucléolos: Os nucléolos são os responsáveis por produzir os ribossomos, essenciais na
síntese de proteínas.
• Ribossomos: são organelas responsáveis pela síntese de proteínas nas células
• Vesículas: transportam ou digerem produtos celulares ou resíduos.
20 SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Retículo endoplasmático rugoso (granuloso): Relacionado com processos como síntese de
proteínas e adição de carboidratos a glicoproteínas.
• Complexo golgiense: Secreção de substâncias; modificação, armazenamento e
distribuição de substâncias produzidas no retículo endoplasmático
21 SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Microtúbulos: são estruturas proteicas que fazem parte do citoesqueleto nas células
eucarióticas.
- Transporte intracelular: responsáveis por transportar moléculas e organelas
dentro da célula.
- Divisão celular: durante a divisão celular, os microtúbulos desempenham um papel
crucial na organização dos cromossomos e no movimento dos cromossomos para as
células-filhas.
- Movimento celular: os microtúbulos também são responsáveis pelo movimento
celular. Eles formam os cílios e flagelos nas células eucarióticas, permitindo que elas
se movam.
• Retículo endoplasmático liso (não granuloso): responsável pelo transporte de substâncias,
síntese de lipídios, carboidratos e determinados hormônios, como a progesterona, e
degradação de substâncias tóxicas
• Mitocôndrias: são organelas membranosas responsáveis pela respiração celular, fenômeno
que permite à célula obter a energia química contida nos alimentos absorvidos.
22 SISTEMA CARDIOVASCULAR
• Vacúolos: Existem diferentes tipos de vacúolos, portanto, diferentes funções. Os vacúolos
digestivo formam-se após um processo de endocitose e participam da digestão
intracelular.
• Lisossomos: realizam a digestão intracelular e a autofagia (processo no qual utiliza suas
enzimas para reciclar o material orgânico da própria célula).
• Centríolos: são organelas celulares cilíndricas compostas por proteínas chamadas tubulinas,
que estão localizadas próximas ao núcleo da célula. Eles têm duas funções principais:
- Formação do citoesqueleto: Os centríolos são responsáveis por fornecer estrutura e
forma à célula. Eles ajudam a formar o citoesqueleto.
- Formação do fuso mitótico: Os centríolos também são importantes na divisão
celular. Eles são necessários para a formação do fuso mitótico, uma estrutura
composta de microtúbulos que se formam durante a divisão celular e ajudam a
separar os cromossomos durante a mitose e a meiose.
23 SISTEMA CARDIOVASCULAR
NÚCLEO
Componente Função
Membrana nuclear Separa o núcleo do citoplasma e controla a entrada e saída de moléculas
Nucleoplasma Meio aquoso que preenche o núcleo e contém os componentes nucleares
Cromossomos Armazenam o material genético, o DNA, em sua estrutura
Nucléolo Síntese de RNA e montagem de ribossomos
Retículo nuclear Rede de membranas associadas à membrana nuclear e envolvida notransporte de moléculas entre o núcleo e o citoplasma
Poros nucleares Regulam a entrada e saída de moléculas do núcleo
Matriz nuclear Estrutura tridimensional que suporta a organização do núcleo ecromossomos
24 SISTEMA CARDIOVASCULAR
INTERSTÍCIO
O interstício é um espaço anatômico que se encontra entre as células de diversos
tecidos do corpo humano. Ele é preenchido por um líquido denominado líquido
intersticial, que é composto por água, sais minerais, proteínas e outras moléculas. Algumas
das funções do interstício incluem:
● Permitir a difusão de substâncias entre os capilares sanguíneos e as células dos
tecidos adjacentes
● Servir como um reservatório de líquido, que pode ser mobilizado em situações de
necessidade, como durante a atividade física;
● Contribuir para a resposta inflamatória, uma vez que as células imunológicas
podem migrar para o interstício a partir dos vasos sanguíneos.
O interstício é caracterizado por sua estrutura complexa e dinâmica, que inclui uma
rede de fibras colágenas e elásticas, células especializadas chamadas fibroblastos, e vários
tipos de células imunológicas, como linfócitos e macrófagos.
25 SISTEMA CARDIOVASCULAR
HOMEOSTASE
Retroalimentação Positiva e Negativa
A retroalimentação, também conhecida como feedback, é um processo de controle
que permite que os organismos se adaptem a mudanças ambientais ou a estímulos
internos. A retroalimentação positiva e negativa são dois tipos diferentes de mecanismos de
controle de feedback que operam em sistemas biológicos.
A retroalimentação positiva é um mecanismo de reforço em que uma mudança
inicial em uma variável provoca uma mudança maior na mesma direção (contração
uterina durante o parto). A retroalimentação negativa é um mecanismo de controle que
opera para manter a estabilidade em um sistema, reduzindo qualquer desvio da
condição normal (regulação do açúcar no sangue).
Níveis de Regulação
Regulação Molecular
A regulação molecular da homeostase ocorre principalmente por meio de feedback
negativo. Nesse processo, o próprio corpo detecta mudanças nos níveis de uma substância
ou parâmetro e atua para reverter essas mudanças (regulação da glicemia).
Nervosa
A regulação nervosa da homeostase ocorre por meio do sistema nervoso autônomo,
que controla funções involuntárias do corpo, como a respiração, a circulação e a digestão. O
sistema nervoso autônomo é dividido em dois ramos principais: o sistema nervoso simpático
e o sistema nervoso parassimpático.
Endócrina
A regulação endócrina é uma das formas pelas quais o corpo humano mantém a
homeostase. A regulação endócrina ocorre através do sistema endócrino, queé composto
por glândulas endócrinas que produzem e liberam hormônios diretamente na corrente
sanguínea.
26 SISTEMA CARDIOVASCULAR
EMBRIOLOGIA
PRIMEIRA SEMANA
● Fertilização do óvulo pelo espermatozoide formando o zigoto.
● Migração do zigoto pela tuba uterina em direção ao útero.
● Divisão celular sucessiva formando a mórula, que se torna um blastocisto.
● Implantação do blastocisto no endométrio uterino, iniciando a formação da placenta e
do saco gestacional.
Clivagem do zigoto
Após a fecundação, ocorrem divisões celulares mitóticas rápidas do zigoto
chamadas de clivagem. No segundo dia após a fertilização, a segunda clivagem é concluída
e existem 4 células. No final do terceiro dia, existem 16 células. As células
progressivamente menores produzidas pela clivagem são chamadas blastômeros.
Clivagens sucessivas por fim produzem uma esfera sólida de células chamada de mórula.
A mórula ainda está circundada pela zona pelúcida e tem aproximadamente o mesmo
tamanho do zigoto original.
Formação do blastocisto
No final do quarto dia, o número de células na mórula aumenta enquanto ela
continua movendo-se ao longo da tuba uterina até a cavidade uterina. Quando a mórula
entra na cavidade uterina no 4o ou 5o dia, uma secreção rica em glicogênio liberada
pelas glândulas do endométrio do útero passa para a cavidade uterina e entra na
mórula através da zona pelúcida. Este líquido, chamado de leite uterino, juntamente com os
nutrientes armazenados no citoplasma dos blastômeros da mórula, fornece nutrição para a
mórula em desenvolvimento. Na fase de 32 células, o líquido entra na mórula,
acumula-se entre os blastômeros, e reorganiza-os em torno de uma grande cavidade
cheia de líquido chamada cavidade do blastocisto, também chamada de blastocele.
Durante a formação do blastocisto surgem duas populações distintas de células:
o embrioblasto e o trofoblasto. O embrioblasto, ou massa celular interna, está localizado
internamente e, por fim, se desenvolve no embrião. O trofoblasto é a camada superficial
externa de células que formam a parede esférica do blastocisto. O trofoblasto por fim se
desenvolve no saco coriônico externo que circunda o feto e a face fetal da placenta, o
local de troca de nutrientes e resíduos entre a mãe e o feto.
27 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Implantação
O endométrio se encontra na sua fase secretora. Aproximadamente 6 dias após a
fertilização, o blastocisto se insere frouxamente ao endométrio, em um processo chamado
de implantação. À medida que o blastocisto se implanta, geralmente na parte posterior do
fundo ou no corpo do útero, ele orienta a massa celular interna em direção ao
endométrio. Aproximadamente 7 dias após a fertilização, o blastocisto adere com mais
firmeza ao endométrio, as glândulas uterinas na vizinhança se ampliam, e o endométrio
se torna mais vascularizado.
28 SISTEMA CARDIOVASCULAR
SEGUNDA SEMANA
● Formação do disco embrionário bilaminar composto pelo epiblasto e hipoblasto.
● Formação da cavidade amniótica pelo epiblasto.
● Formação do saco vitelínico pelo hipoblasto.
● Formação do tecido extraembrionário (cório) que dará origem à placenta.
● Início da formação do embrião propriamente dito, a partir da gastrulação.
Desenvolvimento do trofoblasto
Aproximadamente 8 dias após a fertilização, o trofoblasto se desenvolve em duas
camadas na região de contato entre o blastocisto e o endométrio. Estas são o
sinciciotrofoblasto, que não contém células distintas limitantes, e o citotrofoblasto entre o
embrioblasto e o sinciciotrofoblasto. As duas camadas do trofoblasto tornam-se parte do
cório à medida que passam por crescimento adicional.
Durante a implantação, o sinciciotrofoblasto secreta enzimas que possibilitam que
o blastocisto penetre o revestimento do útero pela digestão e liquefação das células do
endométrio. Por fim, o blastocisto se entoca no endométrio e terço interior do miométrio.
Outra secreção do sinciciotrofoblasto é a gonadotrofina coriônica humana (hCG), que
tem ações semelhantes às do LH. A gonadotropina coriônica humana resgata o corpo lúteo
da degeneração e sustenta sua secreção de progesterona e estrogênios. Esses hormônios
mantêm o revestimento do útero em um estado secretor, evitando a menstruação.
Desenvolvimento do disco embrionário bilaminar
Como as do trofoblasto, as células do embrioblasto também se diferenciam em
duas camadas em torno de 8 dias após a fertilização: o hipoblasto (endoderme primitiva) e
o epiblasto (ectoderme primitiva). As células do hipoblasto e do epiblasto em conjunto
formam um disco plano chamado de disco embrionário bilaminar. Logo surge uma
pequena cavidade no interior do epiblasto que, por fim, se alarga formando a cavidade
amniótica.
29 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Desenvolvimento do âmnio
Inicialmente, o âmnio recobre apenas o disco embrionário bilaminar. No entanto,
conforme o disco embrionário aumenta de tamanho e começa a se dobrar, o âmnio por
fim circunda todo o embrião, criando a cavidade amniótica que se enche de líquido
amniótico. O líquido amniótico serve como um amortecedor de impactos para o feto,
ajuda a regular a temperatura do corpo fetal, ajuda a evitar que o feto seque, e evita
aderências entre a pele do feto e os tecidos circundantes. O âmnio geralmente rompe pouco
antes do nascimento; ele e seu líquido constituem a “bolsa d’água”.
Desenvolvimento do saco vitelino
Também no oitavo dia após a fertilização, as células da borda da hipoblasto
migram e recobrem a superfície interna da parede de blastocisto. As células cilíndricas
que migraram se tornam escamosas (planas) e então formam uma membrana fina conhecida
como membrana exocelômica. Juntamente com o hipoblasto, a membrana exocelômica
forma a parede do saco vitelino, a antiga cavidade do blastocisto durante o início do
desenvolvimento. Como resultado, o disco embrionário bilaminar está agora posicionado
entre a cavidade amniótica e o saco vitelino.
O saco vitelino tem várias funções importantes nos humanos: fornece nutrientes
para o embrião durante a segunda e terceira semanas de desenvolvimento; é a fonte das
células sanguíneas da terceira à sexta semana; contém as primeiras células (células
germinativas primordiais) que irão, por fim, migrar para as gônadas em desenvolvimento,
diferenciar-se em células germinativas primitivas e formar gametas.
Desenvolvimento dos sinusóides
Conforme o sinciciotrofoblasto se expande, pequenos espaços chamados lacunas
se desenvolvem em seu interior.
Por volta do 12º dia de desenvolvimento, as lacunas se fundem formando espaços
maiores e interconectados chamados redes lacunares (Figura 29.6C). Os capilares
endometriais em torno do embrião em desenvolvimento tornam-se dilatados e são
chamados de sinusoides maternos. Conforme o sinciciotrofoblasto corrói alguns dos
sinusoides maternos e glândulas uterinas, o sangue e as secreções das glândulas maternas
entram nas redes lacunares e fluem ao longo delas. O sangue materno é tanto uma fonte
rica de materiais para a nutrição embrionária quanto um local de eliminação dos
resíduos do embrião.
30 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Desenvolvimento do celoma extraembrionário
Por volta do 12º dia após a fertilização, desenvolve-se a mesoderme
extraembrionária. Estas células mesodérmicas são derivadas do saco vitelino e formam
uma camada de tecido conjuntivo (mesênquima) em torno do âmnio e do saco vitelino.
Logo uma série de grandes cavidades se desenvolve na mesoderme extraembrionária, que
depois se fundem para formar uma cavidade única maior, chamada celoma
extraembrionário.
Desenvolvimento do cório
A mesoderme extraembrionária, em conjunto com as duas camadas do trofoblasto,
forma o cório. O cório envolve o embrião e, mais tarde, o feto. Por fim, torna-se a principal
parte embrionária da placenta, a estrutura para a troca de materiais entre a mãe e o feto.
O cório também protege o embrião e o feto das respostas imunes da mãe de duas
maneiras:
(1) Ele secreta proteínas que bloqueiam a produção de anticorpos pela mãe.
(2) Ele estimula a produção de linfócitosT que suprimem a resposta imune normal do útero.
Por fim, o cório produz gonadotropina coriônica humana (hCG).
A camada interna do cório funde-se ao âmnio. Com o desenvolvimento do cório, o
celoma extraembrionário é agora chamado de cavidade coriônica. Até o final da segunda
semana de desenvolvimento, o disco embrionário bilaminar torna-se conectado ao
trofoblasto por uma banda de mesoderme extraembrionária chamada de pedúnculo
vitelino (futuro cordão umbilical).
31 SISTEMA CARDIOVASCULAR
32 SISTEMA CARDIOVASCULAR
EMBRIOGÊNESE CARDÍACA
EMBRIOGÊNESE
● As células progenitoras cardíacas migram para uma posição cranial às pregas neurais,
formando a área cardiogênica primária (ACP) ou primeiro campo cardíaco (PCC).
● As células da área cardiogênica secundária (ACS) ou segundo campo cardíaco
(SCC) formam o restante do coração, incluindo parte dos átrios, do ventrículo
direito, do cone arterial e do tronco arterioso.
● A sinalização de lateralidade regula as contribuições das células da crista neural para
septação da via de saída, incluindo a espiralização.
● No 22º dia do desenvolvimento, a parede corporal lateral se dobra, aproximando os
dois lados da ferradura na linha média, formando um tubo cardíaco único e
levemente dobrado
● Durante a quarta semana, o coração sofre uma alça cardíaca, fazendo com que o
coração se dobre sobre si e adote sua posição normal.
33 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CIRCULA FETAL E NEONATAL
Circulação fetal
Antes do nascimento, o sangue proveniente da placenta, com cerca de 80% de
saturação de oxigênio, retorna para o feto pela veia umbilical. Chegando ao fígado, a
maior parte desse sangue flui pelo ducto venoso diretamente para a veia cava inferior,
sem passar pelo fígado. Um volume menor de sangue entra nos sinusoides hepáticos e se
mistura com o sangue da circulação porta. O mecanismo de esfíncter no ducto venoso
fecha a entrada da veia umbilical e regula o fluxo sanguíneo umbilical pelos sinusoides
hepáticos. Esse esfíncter se fecha quando a contração uterina faz com que o retorno
venoso seja muito alto, evitando uma sobrecarga repentina para o coração.
Após um pequeno percurso na veia cava inferior, onde o sangue placentário se
mistura com o sangue não oxigenado que retorna dos membros inferiores, ele entra no átrio
direito. Ali, ele é levado para o forame oval pela veia cava inferior, de modo que um
volume maior do sangue passa diretamente para o átrio esquerdo. Um pequeno volume
de sangue não consegue fazer isso por causa da extremidade inferior do septo secundário, a
crista dividens, e permanece no átrio direito. Ali, ele se mistura com o sangue dessaturado
que retorna da cabeça e dos braços através da veia cava superior.
Circulação fetal antes do nascimento. Setas,
sentido do fluxo sanguíneo.
Observe onde o sangue oxigenado se mistura
com o sangue não oxigenado:
Fígado (I)
Veia cava inferior (II)
Átrio direito (III)
Átrio esquerdo (IV)
Entrada do ducto arterioso na aorta
descendente (V)
34 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Do átrio esquerdo, onde ele se mistura com um pequeno volume de sangue
dessaturado que retorna dos pulmões, o sangue entra no ventrículo esquerdo e na aorta
ascendente. Uma vez que as artérias coronárias e carótida são as primeiras ramificações da
aorta ascendente, a musculatura cardíaca e o cérebro são abastecidos com sangue bem
oxigenado. O sangue dessaturado da veia cava superior flui através do ventrículo direito para
o tronco pulmonar. Durante a vida fetal, a resistência nos vasos pulmonares é alta, de
modo que boa parte desse sangue passa diretamente pelo ducto arterioso para a aorta
descendente, onde se mistura com o sangue da aorta proximal. Após sua passagem pela aorta
descendente, o sangue flui para a placenta pelas duas artérias umbilicais. A saturação de
oxigênio nas artérias umbilicais é de aproximadamente 58%.
Ao longo de seu percurso desde a placenta até os órgãos do feto, o sangue na veia
umbilical perde gradualmente seu alto teor de oxigênio à medida que se mistura com o
sangue dessaturado. A mistura ocorre nos seguintes locais:
1. Fígado, pela mistura com um pequeno volume de sangue que retorna do sistema porta
2. Veia cava inferior, que carrega sangue desoxigenado que retorna dos membros
inferiores, da pelve e dos rins
3. Átrio direito, pela mistura com o sangue da cabeça e dos membros superiores
4. Átrio esquerdo, pela mistura com o sangue que retorna dos pulmões
5. Entrada do ducto arterioso na aorta descendente.
Alterações circulatórias no nascimento
Alterações no sistema vascular ao nascimento são causadas pela cessação do fluxo
sanguíneo placentário e pelo início da respiração. Depois que o ducto arterioso se fecha pela
contração muscular de sua parede, o volume de sangue que flui pelos vasos pulmonares
aumenta rapidamente. Isso, por sua vez, aumenta a pressão no átrio esquerdo.
Simultaneamente, a pressão no átrio direito diminui como resultado da interrupção do
fluxo sanguíneo placentário. O septo primário é, então, aposto ao secundário, e o forame
oval se fecha funcionalmente.
O fechamento da veia umbilical e do ducto arterioso ocorre logo após o
fechamento das artérias umbilicais. Assim, o sangue da placenta pode entrar no
recém-nascido por algum tempo após o nascimento.
O fechamento do ducto arterioso pela contração de sua parede muscular ocorre
quase imediatamente após o nascimento; é mediado pela bradicinina, uma substância
liberada pelos pulmões durante a insuflação inicial.
O fechamento do forame oval é causado pelo aumento de pressão no átrio
esquerdo combinado com diminuição da pressão do lado direito. A primeira respiração
pressiona o septo primário contra o septo secundário.
35 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Circulação humana após o nascimento. Observe as mudanças que ocorrem como resultado do início da respiração e
da interrupção do fluxo sanguíneo placentário. Setas, sentido do fluxo sanguíneo.
Estrutura no Feto Estrutura no Adulto
Ducto Arterioso Ligamento Arterioso
Ducto Venoso Ligamento Venoso
Veia Umbilical Ligamento Redondo
Artério Umbilical Ligamento Umbilical
Forame Oval Fossa Oval
36 SISTEMA CARDIOVASCULAR
HEMATOPOIESE
Hematopoiese Embrionária (Mesoblástica)
É no saco vitelínico (mesoderma) que se observa a primeira onda de produção de
células vermelhas do sangue, sempre acompanhada do fenômeno de vasculogênese.
Assim são formados a rede vascular e os elementos necessários para levar oxigenação e
nutrientes aos tecidos em formação. Os grupamentos celulares do saco vitelínico têm
potencial para se diferenciar em células vasculogênicas ou hematopoiéticas, e por isso
são chamadas de hemangioblastos.
Hematopoiese Fetal (Hepática)
Ainda durante a gestação, da quarta a sexta semana de vida fetal, as células-tronco
hematopoiéticas migram do saco vitelínico para o fígado e as células do sangue são, então,
formadas no fígado e também no baço. Nesse período, além de haver eritropoiese, surgem
outras linhagens hematopoiéticas, como granulócitos e megacariócitos.
Alguns outros órgãos contribuem com a formação celular durante a fase hepática,
principalmente o baço, o timo e os linfonodos, que colaboram especialmente com a
produção de linfócitos.
Hematopoiese no Período Extra-Uterino (Medular)
Por volta da 11a semana gestacional ocorre a colonização da medula óssea pelas
células hematopoiéticas. Durante o resto da infância, há substituição progressiva da medula
dos ossos longos por gordura, de modo que a medula hematopoética no adulto (fase adulta) é
confinada ao esqueleto central e às extremidades proximais do fêmur e do úmero.
Fase da vida Local da hematopoiese
Embrionária Saco vitelino
Fetal Fígado
Extra-uterino Medula óssea
37 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Fatores de Risco para Malformação Congênita
1. Idade materna avançada: mulheres grávidas com 35 anos ou mais têm um risco
aumentado de ter um bebê com uma malformação congênita.
2. Uso de drogas, álcool e tabaco: o uso de substâncias durante a gravidez pode afetar o
desenvolvimento fetal e aumentaro risco de malformações congênitas.
3. Exposição a produtos químicos e toxinas: a exposição a produtos químicos tóxicos,
como chumbo e mercúrio, pode aumentar o risco de malformações congênitas.
4. Condições médicas maternas: certas condições médicas, como diabetes e epilepsia,
podem aumentar o risco de malformações congênitas.
5. Fatores genéticos: algumas malformações congênitas são causadas por alterações
genéticas herdadas dos pais.
6. Infecções maternas: certas infecções durante a gravidez, como rubéola, toxoplasmose
e citomegalovírus, podem aumentar o risco de malformações congênitas.
7. Uso de medicamentos: alguns medicamentos, como os anticonvulsivantes, podem
aumentar o risco de malformações congênitas.
8. Exposição a radiação: a exposição a altos níveis de radiação durante a gravidez pode
aumentar o risco de malformações congênitas.
Comunicação Interatrial (CIA)
É uma abertura no septo que separa as câmaras superiores do coração (átrios),
que permite a passagem de sangue oxigenado do lado esquerdo para o direito. Pode ser
assintomática ou causar cansaço, falta de ar e infecções respiratórias frequentes.
38 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Comunicação Interventricular (CIV)
É uma abertura no septo que separa as câmaras inferiores do coração
(ventrículos), que permite a mistura de sangue oxigenado e desoxigenado. Pode ser
assintomática ou causar cansaço, falta de ar e infecções respiratórias frequentes.
Tetralogia de Fallot
Causa cianose (coloração azulada da pele e das mucosas), cansaço, falta de ar e
episódios de hipoxemia (baixa oxigenação do sangue). É uma combinação de quatro
anomalias cardíacas:
- Estenose pulmonar (estreitamento da artéria que leva sangue do coração para os pulmões)
- Comunicação interventricular
- Deslocamento da aorta (que sai do ventrículo direito em vez do esquerdo)
- Hipertrofia concêntrica ventricular direita (aumento do músculo do ventrículo direito)
39 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Estenose Aórtica
É o estreitamento da válvula aórtica, que impede o fluxo sanguíneo normal do
coração para o resto do corpo. Pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida, e causa
cansaço, falta de ar, tonturas, desmaios e dor no peito.
40 SISTEMA CARDIOVASCULAR
ANATOMIA DO CORAÇÃO
MEDIASTINO
O mediastino, ocupado pela massa de tecido entre as duas cavidades pulmonares, é o
compartimento central da cavidade torácica. É coberto de cada lado pela parte mediastinal da
pleura parietal e contém todas as vísceras e estruturas torácicas, exceto os pulmões. O
mediastino estende-se da abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente e do
esterno e cartilagens costais anteriormente até os corpos das vértebras torácicas
posteriormente.
A frouxidão do tecido conjuntivo e a elasticidade dos pulmões e da pleura
parietal de cada lado do mediastino permitem a acomodação do movimento, bem como
de alterações de volume e pressão na cavidade torácica, como as decorrentes de
movimentos do diafragma, da parede torácica e da árvore traqueobronquial durante a
respiração, contração (batimentos) do coração e pulsações das grandes artérias, e passagem
de substâncias ingeridas através do esôfago.
O mediastino superior estende-se inferiormente da abertura superior do tórax até o
plano horizontal, que inclui o ângulo do esterno anteriormente e atravessa aproximadamente
a junção (disco IV) das vértebras T IV e T V posteriormente, em geral, denominado plano
transverso do tórax. O mediastino inferior — situado entre o plano transverso do tórax e o
diafragma — é subdividido, ainda, pelo pericárdio em partes anterior, média e posterior. O
mediastino médio inclui o pericárdio, o coração e as raízes de seus grandes vasos — parte
ascendente da aorta, tronco pulmonar e VCS — que entram e saem do coração.
41 SISTEMA CARDIOVASCULAR
ANATOMIA EXTERNA DO CORAÇÃO
Os átrios são demarcados dos ventrículos pelo sulco coronário e os ventrículos direito
e esquerdo são separados pelos sulcos interventriculares (IV) anterior e posterior. O coração
parece trapezoide em uma vista anterior ou posterior, mas seu formato tridimensional é
semelhante ao de uma pirâmide tombada com o ápice (voltado anteriormente e para a
esquerda), uma base e quatro faces.
O ápice do coração:
•É formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo
•Normalmente permanece imóvel durante todo o ciclo cardíaco
•É o local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva atrioventricular
esquerda (mitral) (batimento apical); o ápice está situado sob o local onde os batimentos
cardíacos podem ser auscultados na parede torácica.
A base do coração:
•É a face posterior do coração
•É formada principalmente pelo átrio esquerdo, com menor contribuição do átrio direito
•Estende-se superiormente até a bifurcação do tronco pulmonar e inferiormente até o sulco
coronário
42 SISTEMA CARDIOVASCULAR
•Recebe as veias pulmonares nos lados direito e esquerdo de sua parte atrial esquerda e as
veias cavas superior e inferior nas extremidades superior e inferior de sua parte atrial direita.
As quatro faces do coração são:
1. Face esternocostal (anterior), formada principalmente pelo ventrículo direito
2. Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e em parte
pelo ventrículo direito
3. Face pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio direito
4. Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; forma a
impressão cardíaca do pulmão esquerdo.
As quatro margens do coração são:
1. Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo átrio direito e estendendo-se entre a
VCS e a VCI
2. Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente pelo ventrículo direito e
pequena parte pelo ventrículo esquerdo
3. Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo e pequena parte pela aurícula esquerda
4. Margem superior, formada pelos átrios e aurículas direitos e esquerdos em vista anterior; a
parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra no seu
lado direito. Posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar e anteriormente à VCS, essa
margem forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio.
43 SISTEMA CARDIOVASCULAR
44 SISTEMA CARDIOVASCULAR
1 Artéria subclávia esquerda
2 Artéria carótida comum
esquerda
3 Tronco braquiocefálico
4 Veia cava superior
5 Aorta ascendente
6 Bulbo da aorta
7 Aurícula direita
8 Átrio direito
9 Sulco coronário
10 Ventrículo direito
11 Arco aórtico
12 Ligamento arterial
13 Veias pulmonares esquerdas
14 Aurícula esquerda
15 Tronco pulmonar
16 Seio do tronco pulmonar
17 Sulco interventricular
anterior
18 Ventrículo esquerdo
19 Ápice do coração
20 Átrio esquerdo
21 Gordura epicárdica
sobrejacente ao seio coronário
22 Sulco interventricular
posterior
23 Artéria pulmonar
24 Veias pulmonares direitas
25 Veia cava inferior
26 Veias pulmonares
45 SISTEMA CARDIOVASCULAR
1 Tronco braquiocefálico
2 Artéria pulmonar direita
3 Veia cava superior
4 Veias pulmonares direitas
5 Aorta ascendente
6 Átrio direito
7 Artéria coronária direita
8 Ventrículo direito
9 Artéria carótida comum esquerda e artéria
subclávia esquerda
10 Aorta descendente (parte torácica)
11 Ligamento arterial (remanescente do ducto
arterial)
12 Artéria pulmonar esquerda
13 Arco aórtico
14 Veias pulmonares esquerdas
15 Tronco pulmonar
16 Átrio esquerdo
17 Artéria coronária esquerda
18 Ramo diagonal da veia interventricular anterior
19 Ramo interventricular da artéria coronária
esquerda
20 Ventrículo esquerdo
ANATOMIA INTERNA DO CORAÇÃO
O coração, que é um pouco maior do que uma mão fechada, é uma bomba dupla,
autoajustável, de sucção e pressão. As partes trabalham em conjunto para impulsionar o
sangue para todos os locais do corpo. O lado direito do coração (coração direito) recebe
sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e VCI e o bombeia através do tronco e
das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração
(coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial)dos pulmões através das veias
pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo.
O coração tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e
esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as
câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) cardíacas
(câmaras direitas e esquerdas) constituem o ciclo cardíaco. O ciclo começa com um período
de alongamento e enchimento ventricular (diástole) e termina com um período de
encurtamento e esvaziamento ventricular (sístole).
A parede de cada câmara cardíaca tem três camadas, da superficial para a profunda:
•Endocárdio, uma fina camada interna (endotélio e tecido conjuntivo subendotelial) ou
membrana de revestimento do coração que também cobre suas valvas
46 SISTEMA CARDIOVASCULAR
•Miocárdio, uma camada intermediária helicoidal e espessa, formada por músculo cardíaco
•Epicárdio, uma camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina visceral do pericárdio
seroso.
As paredes do coração são formadas principalmente por miocárdio espesso, sobretudo
nos ventrículos. A contração dos ventrículos produz um movimento de torção devido à
orientação helicoidal dupla das fibras musculares cardíacas. Inicialmente, esse movimento
ejeta o sangue dos ventrículos enquanto a camada espiral externa (basal) contrai, primeiro
estreitando e depois encurtando o coração, reduzindo o volume das câmaras ventriculares. A
contração sequencial contínua da camada espiral interna (apical) alonga o coração, seguida
por alargamento enquanto o miocárdio relaxa rapidamente, aumentando o volume das
câmaras para receber sangue dos átrios.
As fibras musculares cardíacas estão fixadas ao esqueleto fibroso do coração. Essa é
uma estrutura complexa de colágeno denso que forma quatro anéis fibrosos que circundam os
óstios das valvas, um trígono fibroso direito e outro esquerdo (formados por conexões entre
os anéis), e as partes membranáceas dos septos interatrial e interventricular. O esqueleto
fibroso do coração:
•Mantém os óstios das valvas AV e arteriais permeáveis e impede que sejam excessivamente
distendidos por um aumento do volume de sangue bombeado através deles
•Oferece inserção para as válvulas das valvas
•Oferece inserção para o miocárdio, que, quando não espiralado, forma uma faixa miocárdica
ventricular contínua originada principalmente no anel fibroso da valva do tronco pulmonar e
inserida principalmente no anel fibroso da valva da aorta
47 SISTEMA CARDIOVASCULAR
•Forma um “isolante” elétrico, separando os impulsos conduzidos mioentericamente dos
átrios e ventrículos, de forma que a contração dessas câmaras seja independente, e
circundando e dando passagem à parte inicial do fascículo AV do complexo estimulante do
coração.
48 SISTEMA CARDIOVASCULAR
49 SISTEMA CARDIOVASCULAR
50 SISTEMA CARDIOVASCULAR
51 SISTEMA CARDIOVASCULAR
PERICÁRDIO
O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que cobre o coração e o início de seus
grandes vasos. O pericárdio é um saco fechado formado por duas camadas. A camada externa
resistente, o pericárdio fibroso, é contínua com o centro tendíneo do diafragma. A face
interna do pericárdio fibroso é revestida por uma membrana serosa brilhante, a lâmina
parietal do pericárdio seroso. Essa lâmina é refletida sobre o coração nos grandes vasos
(aorta, tronco e veias pulmonares e veias cavas superior e inferior) como a lâmina visceral do
pericárdio seroso. O pericárdio seroso é composto principalmente por mesotélio, uma única
camada de células achatadas que formam um epitélio de revestimento da face interna do
pericárdio fibroso e da face externa do coração. O pericárdio fibroso é:
52 SISTEMA CARDIOVASCULAR
•Contínuo superiormente com a túnica adventícia (tecido conjuntivo perivascular) dos
grandes vasos que entram e saem do coração e com a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical
•Fixado anteriormente à face posterior do esterno pelos ligamentos esternopericárdicos
•Unido posteriormente por tecido conjuntivo frouxo às estruturas no mediastino posterior
•Contínuo inferiormente com o centro tendíneo do diafragma.
A parede inferior do saco pericárdico fibroso apresenta-se bem fixada e confluente
(parcialmente fundida) centralmente com o centro tendíneo do diafragma. O local de
continuidade foi denominado ligamento pericardicofrênico. Graças às inserções descritas, o
coração está relativamente bem preso no lugar dentro desse saco pericárdico fibroso. O
pericárdio é influenciado por movimentos do coração e dos grandes vasos, do esterno e do
diafragma.
O coração e as raízes dos grandes vasos no interior do saco pericárdico apresentam
relação anterior com o esterno, as cartilagens costais e as extremidades anteriores das costelas
III a V no lado esquerdo. O coração e o saco pericárdico estão situados obliquamente, cerca
de dois terços à esquerda e um terço à direita do plano mediano. Se você girar o rosto para a
esquerda cerca de 45° sem girar os ombros, a rotação da cabeça é semelhante à rotação do
coração em relação ao tronco.
A cavidade do pericárdio é um espaço virtual entre as camadas opostas das lâminas
parietal e visceral do pericárdio seroso. Normalmente contém uma fina película de líquido
pericárdico que permite ao coração se movimentar e bater sem atrito.
A lâmina visceral do pericárdio seroso forma o epicárdio, a mais externa das três
camadas da parede cardíaca. Estende-se sobre o início dos grandes vasos e torna-se contínuo
com a lâmina parietal do pericárdio seroso (1) no local onde a aorta e o tronco pulmonar
deixam o coração e (2) no local onde a veia cava superior (VCS), a veia cava inferior (VCI) e
as veias pulmonares entram no coração. O seio transverso do pericárdio é uma passagem
transversal dentro da cavidade pericárdica entre esses dois grupos de vasos e as reflexões do
pericárdio seroso ao seu redor. A reflexão do pericárdio seroso ao redor do segundo grupo de
vasos forma o seio oblíquo do pericárdio.
53 SISTEMA CARDIOVASCULAR
VALVAS CARDÍACAS
O coração tem quatro câmaras principais, duas superiores chamadas átrios e duas
inferiores chamadas ventrículos. Há duas válvulas principais no coração, a válvula mitral e a
válvula tricúspide, que separam os átrios dos ventrículos. Existem também duas válvulas
semilunares que estão localizadas nas artérias principais que saem do coração - a válvula
aórtica e a válvula pulmonar.
54 SISTEMA CARDIOVASCULAR
55 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CIRCULAÇÃO CORONARIANA
56 SISTEMA CARDIOVASCULAR
57 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CIRCULAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
58 SISTEMA CARDIOVASCULAR
CIRCULAÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES
HISTOLOGIA DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
CITOLOGIA DOS CARDIOMIÓCITOS
Os cardiomiócitos são as células musculares do coração responsáveis pela contração e
propulsão do sangue pelo corpo. Eles possuem características únicas, incluindo túbulos T,
junções comunicantes e grande número de mitocôndrias.
Os túbulos T são estruturas tubulares que se estendem através do citoplasma do cardiomiócito
e estão localizados em áreas onde as fibras musculares se encontram. Eles permitem a
propagação do potencial de ação do sinal elétrico em toda a célula, garantindo uma
contração sincronizada do coração.
As junções comunicantes, também conhecidas como junções gap, são canais de
comunicação entre os cardiomiócitos que permitem a transferência de íons e moléculas
entre as células adjacentes. Essas junções ajudam a garantir a contração coordenada do
coração.
59 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Além disso, os cardiomiócitos têm um grande número de mitocôndrias, responsáveis pela
produção de energia para a contração muscular. O metabolismo dessas células é
altamente dependente da oxigenação adequada para garantir a manutenção da atividade
contrátil.
Em cada disco intercalado, as membranas celulares se fundem para formar junções
de comunicação permeáveis (gap junctions, ou junções comunicantes) que permitem a
difusão rápida de íons. Portanto, do ponto de vista funcional, osíons se movem com
facilidade no líquido intracelular ao longo dos eixos longitudinais das fibras do músculo
cardíaco, de modo que os potenciais de ação viajam facilmente de uma célula do
músculo cardíaco para a próxima, passando pelos discos intercalados.
60 SISTEMA CARDIOVASCULAR
PERICÁRDIO
O pericárdio é uma membrana fibroserosa que reveste e protege o coração. Ele é
composto por duas camadas: uma camada externa fibrosa, chamada de pericárdio fibroso, e
uma camada interna serosa, chamada de pericárdio seroso.
O pericárdio fibroso é uma camada espessa e resistente, constituída por tecido
conjuntivo denso, que envolve o coração e o separa dos órgãos adjacentes, evitando o
atrito entre eles durante os movimentos cardíacos.
O pericárdio seroso é dividido em duas camadas: uma camada visceral, que adere
diretamente à superfície externa do coração, e uma camada parietal, que reveste a
superfície interna do pericárdio fibroso. Entre as camadas visceral e parietal, há um espaço
virtual preenchido com líquido seroso, denominado cavidade pericárdica, que permite que o
coração se mova livremente durante a contração e o relaxamento.
A camada visceral do pericárdio seroso é composta por uma camada única de
células mesoteliais, revestindo uma camada delgada de tecido conjuntivo frouxo, rico
em fibras elásticas. A camada parietal (epicárdio) é constituída por tecido conjuntivo
frouxo, rico em fibras colágenas e elásticas, e possui uma camada subserosa de tecido
adiposo.
61 SISTEMA CARDIOVASCULAR
HISTOLOGIA DO CORAÇÃO
Epicárdio
Coração está coberto externamente por um epitélio pavimentoso simples
(mesotélio), o qual se apoia em uma fina camada de tecido conjuntivo denso
(submesotelial), que constitui o epicárdio. A camada subepicárdica de tecido conjuntivo
frouxo contém veias, nervos e gânglios nervosos. O tecido adiposo que geralmente
envolve o coração se acumula nessa camada. O epicárdio corresponde ao folheto visceral
do pericárdio, membrana serosa que envolve o coração. Entre o folheto visceral (epicárdio)
e o folheto parietal, existe uma quantidade pequena de líquido (produzido pelas células
mesoteliais) que facilita os movimentos do coração.
62 SISTEMA CARDIOVASCULAR
63 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Miocárdio
É a mais espessa das túnicas do coração e consiste em células musculares cardíacas
organizadas em camadas que envolvem as câmaras do coração como uma espiral complexa.
Endocárdio
Composto por três camadas:
● Camada Subendocárdica; tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos, nervos e
Fibras de Purkinje
● Camada Subendotelial; tecido conjuntivo, fibroblastos e fibras musculares lisas
● Endotélio; epitélio pavimentoso simples
64 SISTEMA CARDIOVASCULAR
É o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos e é constituído por endotélio, que
repousa sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo frouxo que
contém fibras elásticas e colágenas, bem como algumas células musculares lisas.
Conectando o miocárdio à camada subendotelial, existe uma camada de tecido
conjuntivo (subendocárdica) que contém veias, nervos e ramos do sistema de condução
do impulso do coração (células de Purkinje).
65 SISTEMA CARDIOVASCULAR
A. Fibras de Purkinje do sistema de condução do impulso. B. Detalhes das fibras de Purkinje, as quais são
caracterizadas pelo reduzido número de miofibrilas, localizadas preferencialmente na periferia da célula.
A área mais clara em volta do núcleo (setas) das células condutoras é consequência do acúmulo de
glicogênio naquele local, o qual não é preservado neste tipo de preparação. (HE. A. Pequeno aumento. B.
Grande aumento.)
66 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Esqueleto Fibroso
O esqueleto cardíaco é composto de tecido conjuntivo denso. Seus principais
componentes são o septo membranoso, o trígono fibroso e o ânulo fibroso. Essas estruturas
são formadas por um tecido conjuntivo denso, com fibras de colágeno grossas orientadas em
várias direções.
Valvas Cardíacas
Constituídas por uma placa de tecido conjuntivo elástico e colágeno denso.
Recoberta com endotélio. Não possui vasos sanguíneos.
67 SISTEMA CARDIOVASCULAR
HISTOLOGIA DOS VASOS
A parede dos vasos é formada pelos seguintes componentes estruturais básicos: o
epitélio, chamado de endotélio, o tecido muscular e o tecido conjuntivo. A associação
desses tecidos forma as camadas ou túnicas dos vasos sanguíneos. A quantidade e a
organização desses tecidos no sistema circulatório são influenciadas por fatores mecânicos,
representados primariamente pela pressão sanguínea, e fatores metabólicos, que refletem a
necessidade local dos tecidos. Todos são encontrados em diferentes proporções na
parede dos vasos, exceto nos capilares e nas vênulas pós-capilares, nos quais os únicos
elementos estruturais representados são o endotélio e sua membrana basal.
Endotélio
O endotélio é um tipo especial de epitélio (simples pavimentoso) que forma uma
barreira semipermeável interposta entre dois compartimentos do meio interno: o plasma
sanguíneo e o líquido intersticial. O endotélio é altamente diferenciado para mediar e
monitorar ativamente as extensas trocas bidirecionais de pequenas moléculas e, ao mesmo
tempo, restringir o transporte de macromoléculas.
As células endoteliais são funcionalmente diversas conforme o vaso que elas
revestem. Os vasos capilares são frequentemente chamados de vasos de troca, uma vez que é
nesses locais que são transferidos oxigênio, gás carbônico, água, solutos, macromoléculas,
substratos e metabólitos do sangue para os tecidos e dos tecidos para o sangue. Além de seu
papel nas trocas entre o sangue e os tecidos, as células endoteliais executam várias outras
funções, como:
■ Conversão de angiotensina I em angiotensina II
■ Conversão de bradicinina, serotonina, prostaglandinas, norepinefrina (noradrenalina),
trombina, etc. em compostos biologicamente inertes.
■ Lipólise de lipoproteínas por enzimas localizadas na superfície das células endoteliais
para transformá-las em triglicerídios e colesterol (substratos para síntese de hormônios
esteroides e para a estrutura da membrana).
■ Produção de fatores vasoativos que influenciam o tônus vascular, como as endotelinas, os
agentes vasodilatadores (p. ex., óxido nítrico) e os fatores de relaxamento.
Fatores de crescimento, como o fator de crescimento do endotélio vascular
(VEGF), têm papel central na formação do sistema vascular durante o desenvolvimento
embrionário, na regulação do crescimento capilar em condições normais e patológicas em
adultos e na manutenção da normalidade da vascularização.
68 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Músculo Liso
O tecido muscular liso faz parte de todos os vasos sanguíneos, com exceção dos
capilares e das vênulas pericíticas. As células musculares lisas localizam-se na túnica
média dos vasos, onde se organizam em camadas helicoidais. Cada célula muscular é envolta
por uma lâmina basal e por uma quantidade variável de tecido conjuntivo produzido por elas
próprias. As células musculares lisas vasculares, principalmente em arteríolas e pequenas
artérias, são frequentemente conectadas por junções comunicantes (gap).
Tecido Conjuntivo
Componentes do tecido conjuntivo são encontrados nas paredes dos vasos sanguíneos
em quantidade e proporção que variam conforme as suas necessidades funcionais. Fibras
colágenas, um elemento abundante na parede do sistema vascular, são encontradas entre as
células musculares, na camada adventícia e também na camada subepitelial de alguns vasos.
Os colágenos dos tipos IV, III e I são encontrados nas membranas basais, túnicas média
e adventícia, respectivamente.
Fibras elásticas fornecem a resistência ao estiramento promovido pela expansão da
parede dos vasos. Essas fibras predominam nas grandes artérias, nas quais se organizam
em lamelas paralelas regularmente distribuídas entre as células musculares em toda a
espessura da camada média.
69 SISTEMA CARDIOVASCULAR
COMPONENTES DOS VASOS SANGUÍNEOS
A maioria dos vasos tem características estruturais em comum e mostra um plano
geral de construção.Entretanto, o mesmo tipo de vaso apresenta variações estruturais ao
longo de seu percurso. Os vasos sanguíneos são normalmente compostos das seguintes
camadas ou túnicas: túnica íntima, túnica média e túnica adventícia.
Túnica Íntima
A íntima apresenta uma camada de células endoteliais apoiada sobre uma lâmina
basal. Em torno dessa lâmina há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a camada
subendotelial, a qual pode conter, ocasionalmente, células musculares lisas. Em artérias, a
túnica íntima está separada da túnica média por uma lâmina elástica interna, a qual é o
componente mais externo da íntima. Essa lâmina, composta principalmente de elastina,
contém aberturas (fenestras) que possibilitam a difusão de substâncias para nutrir células
situadas mais profundamente na parede do vaso.
Túnica Média
A média consiste principalmente em camadas concêntricas de células musculares
lisas organizadas helicoidalmente. Interpostas entre as células musculares lisas existem
quantidades variáveis de matriz extracelular composta de fibras e lamelas elásticas, fibras
reticulares (colágeno do tipo III), proteoglicanos e glicoproteínas. As células musculares lisas
são as responsáveis pela produção dessas moléculas da matriz extracelular. Nas artérias do
70 SISTEMA CARDIOVASCULAR
tipo elástico, a maior parte da túnica média é ocupada por lâminas de material elástico.
Em artérias musculares menos calibrosas, a túnica média contém apenas uma lâmina
elástica externa no limite com a túnica adventícia.
Túnica Adventícia
A adventícia consiste principalmente em colágeno do tipo I e fibras elásticas. A
camada adventícia torna-se gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do órgão pelo
qual o vaso sanguíneo está passando.
Vasa vasorum
Vasos grandes normalmente contêm vasa vasorum (vasos dos vasos), que são
arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e, em menor
quantidade, na porção externa da média. Os vasa vasorum proveem a adventícia e a média de
metabólitos, uma vez que, em vasos maiores, as camadas são muito espessas para serem
nutridas somente por difusão a partir do sangue que circula no lúmen do vaso.
Inervação
A maioria dos vasos sanguíneos que contêm músculo liso nas paredes é provida por
uma rede profusa de fibras não mielínicas da inervação simpática (nervos vasomotores),
cujo neurotransmissor é a norepinefrina. Descarga de norepinefrina por essas terminações
nervosas resulta em vasoconstrição. Uma vez que as terminações nervosas eferentes
geralmente não penetram a túnica média das artérias, o neurotransmissor precisa
difundir-se por uma distância de vários micrômetros para poder atingir as células
musculares lisas da túnica média. Esses neurotransmissores atuam abrindo espaços entre
as junções intercelulares das células musculares lisas da média; dessa maneira, a
resposta ao neurotransmissor propaga-se para as células musculares das camadas mais
internas dessa túnica.
71 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Grandes Artérias Elásticas
As grandes artérias elásticas contribuem para estabilizar o fluxo sanguíneo e
incluem a aorta e seus grandes ramos. As paredes desses vasos têm cor amarelada
decorrente do acúmulo de elastina na túnica média. A íntima, rica em fibras elásticas, é
mais espessa que a túnica correspondente de uma artéria muscular. Uma lâmina elástica
interna, embora presente, não pode ser facilmente distinguida das demais lâminas elásticas
existentes entre as camadas musculares seguintes. A túnica média consiste em uma série de
lâminas elásticas perfuradas, concentricamente organizadas, cujo número aumenta com a
idade (há em torno de 40 lâminas no recém-nascido e 70 no adulto). Entre as lâminas
elásticas, situam-se células musculares lisas, fibras de colágeno, proteoglicanos e
glicoproteínas. A túnica adventícia é relativamente pouco desenvolvida.
A túnica média das grandes artérias contém várias lâminas elásticas que
contribuem para a importante função de tornar o fluxo de sangue mais uniforme.
Durante a contração ventricular (sístole), a lâmina elástica das grandes artérias está
distendida e reduz a variação da pressão. Durante relaxamento ventricular (diástole), a
pressão no ventrículo cai para níveis muito baixos, mas a propriedade elástica das grandes
artérias ajuda a manter a pressão arterial.
72 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Corpos Carotídeos
Pequenos quimiorreceptores sensíveis à concentração de dióxido de carbono e
oxigênio no sangue, encontrados perto da bifurcação da artéria carótida comum. Essas
estruturas são ricamente irrigadas por vasos capilares fenestrados que envolvem as células
dos tipos I e II. As do tipo II são células de suporte, enquanto as do tipo I contêm
numerosas vesículas que armazenam dopamina, serotonina e epinefrina.
A maioria dos nervos do corpo carotídeo são fibras aferentes (levam impulsos ao
sistema nervoso central). As células do tipo I são os principais elementos
quimiorreceptores dos corpos carotídeos, sensíveis à baixa tensão de oxigênio, à alta
concentração de gás carbônico e ao baixo pH do sangue arterial, todos voltados à saída
de K+ do intra para o extracelular, despolarizando as células quimiossensíveis. Com a
73 SISTEMA CARDIOVASCULAR
despolarização, abrem-se canais de Ca2+ dependentes de voltagem, e a entrada de Ca2+
favorece a exocitose do neurotransmissor, o qual ativa as terminações nervosas, gerando o
potencial de ação.
Ambas as fotomicrografias (A e B) são cortes de um corpo carotídeo. Essa estrutura é altamente vascularizada e sensível à hipoxia. Os espaços claros
em A, aparentemente vazios, correspondem a pequenos vasos sanguíneos. Suas células principais têm grânulos (*) com porção central densa contendo
catecolaminas e são envolvidas por células de sustentação semelhantes às células da glia.
Seios Carotídeos
São pequenas dilatações das artérias carótidas internas. Esses seios contêm
barorreceptores que detectam variações na pressão sanguínea e transmitem essa
informação ao sistema nervoso central. A camada média da parede arterial é mais delgada
nos seios carotídeos e responde a mudanças na pressão sanguínea. A camada íntima e a
adventícia são muito ricas em terminações nervosas. Os impulsos dos nervos aferentes são
processados pelo cérebro, de modo a controlar a vasoconstrição e a manter a pressão
sanguínea normal.
74 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Artérias Musculares Médias
Artérias musculares de diâmetro médio contém a túnica média formada
essencialmente por células musculares lisas. Nas artérias musculares, a íntima tem uma
camada subendotelial um pouco mais espessa do que a das arteríolas. A lâmina elástica
interna, o componente mais externo da íntima, é proeminente.
Essas células são entremeadas por um número variado de lamelas elásticas
(dependendo do tamanho do vaso), como também por fibras reticulares e proteoglicanos,
todos sintetizados pela própria célula muscular lisa. A lâmina elástica externa, o último
componente da túnica média, só é encontrada nas artérias musculares maiores. A adventícia
consiste em tecido conjuntivo frouxo. Nessa túnica também são encontrados vasos capilares
linfáticos, vasa vasorum e nervos da adventícia, estruturas que podem penetrar até a
porção mais externa da média. As artérias musculares podem controlar o fluxo de sangue
para os vários órgãos, contraindo ou relaxando as células musculares lisas de sua túnica
média.
Corte transversal de uma artéria muscular de médio calibre. A. Em pequeno aumento, observam-se suas túnicas: íntima (I), média (M) e adventícia
(Adv). Observe que nas artérias a túnica média é a camada mais espessa. B. Detalhe da túnica média, na qual predominam fibras musculares lisas.
Vários de seus núcleos mostram característico aspecto de saca-rolhas (setas). Próximo ao lúmen está presente a lâmina elástica interna (LE), limite da
túnica média com a túnica íntima. Em torno da delgada túnica adventícia há tecido conjuntivo contendo espessas fibras colágenas (C). (HE. Médio
aumento.)
Arteríolas
Geralmente têm um diâmetro inferior a 0,5 mm e lúmenrelativamente estreito. A
camada subendotelial é muito delgada. Nas arteríolas muito pequenas, a lâmina elástica
interna está ausente, e a camada média geralmente é composta por uma ou duas
camadas de células musculares lisas circularmente organizadas; não apresentam
nenhuma lâmina elástica externa.
75 SISTEMA CARDIOVASCULAR
76 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Cortes transversais de vasos de pequeno e médio calibres. A. Artéria (A) e veia (V) de pequeno calibre. A parede das artérias é quase sempre mais
espessa que a das veias. Compare seu diâmetro com o de um capilar sanguíneo (C). B. Artéria de médio calibre, em que se observa a lâmina elástica
interna intensamente corada. A túnica média é a camada mais espessa da artéria. (A. HE. Médio aumento. B. Tricrômico de Gomori. Pequeno
aumento.)
77 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Capilares
Os vasos capilares sofrem variações estruturais que os adaptam para exercer níveis
diferentes de troca metabólica entre o sangue e os tecidos circunvizinhos. Os capilares são
compostos de uma única camada de células endoteliais que se enrolam em forma de
tubo. Quando cortados transversalmente, observa-se que a parede dos capilares é, em geral,
formada por uma a três células, as quais repousam em uma lâmina basal cujos componentes
moleculares são produzidos pelas próprias células endoteliais.
78 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Tipos de microcirculação formados por pequenos vasos sanguíneos. A. Sequência usual de arteríola → metarteríola → capilar S vênula e veia. B.
Anastomose arteriovenosa. C. Sistema porta arterial como ocorre no glomérulo renal. D. Sistema porta venoso como ocorre no fígado.
O núcleo da célula endotelial, em geral, se projeta para o interior do lúmen do
capilar. Seu citoplasma contém poucas organelas, representadas principalmente por um
complexo de Golgi pequeno, mitocôndrias e polirribossomos livres, bem como algumas
cisternas de retículo endoplasmático granuloso. As células endoteliais prendem-se
lateralmente umas às outras, por meio de zônulas de oclusão.
79 SISTEMA CARDIOVASCULAR
As zônulas de oclusão desempenham importante papel na fisiologia do sistema
circulatório. Essas junções apresentam permeabilidade variável a macromoléculas, de
acordo com o tipo de vaso sanguíneo considerado, e desempenham um papel fisiológico
significativo tanto em condições normais como patológicas.
Em vários locais ao longo dos capilares e de vênulas pós-capilares, células de origem
mesenquimal, dotadas de longos processos citoplasmáticos, envolvem porções de células
endoteliais. Os pericitos são envoltos por uma lâmina basal própria, a qual pode fundir-se
com a lâmina basal das células endoteliais. Após a ocorrência de lesões no tecido, os pericitos
diferenciam-se para formar novos vasos sanguíneos e novas células do tecido
conjuntivo, participando, desse modo, do processo de reparação dos tecidos.
Os capilares sanguíneos podem ser reunidos em quatro grupos, dependendo da
continuidade da camada endotelial e de sua lâmina basal: o capilar contínuo ou somático, o
capilar fenestrado ou visceral, o capilar fenestrado e destituído de diafragma e o capilar
sinusoide.
Capilar contínuo, ou somático: é caracterizado pela ausência de fenestras em sua parede. Esse
tipo de vaso capilar é encontrado em todos os tipos de tecido muscular, em tecidos
conjuntivos, glândulas exócrinas e tecido nervoso. Em algumas regiões, mas não no
sistema nervoso, há numerosas vesículas de pinocitose em ambas as superfícies, apical e
basolateral, das células endoteliais. Vesículas de pinocitose também ocorrem como vesículas
isoladas no citoplasma dessas células e são responsáveis pelo transporte de macromoléculas
em ambas as direções, apical e basolateral, das células endoteliais.
Capilar fenestrado, ou visceral: caracterizado por grandes orifícios ou fenestras nas paredes
das células endoteliais, os quais são obstruídos por um diafragma. Este é mais delgado do que
a membrana plasmática da própria célula e não tem a estrutura trilaminar típica de uma
unidade de membrana. A lâmina basal dos vasos capilares fenestrados é contínua.
80 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Os capilares fenestrados são encontrados em tecidos nos quais acontece intercâmbio rápido
de substâncias entre os tecidos e o sangue, como o rim, o intestino e as glândulas
endócrinas.
Capilar fenestrado destituído de diafragma: característico do glomérulo renal. Nesse tipo de
capilar, na altura das fenestras, o sangue está separado dos tecidos apenas por uma lâmina
basal muito espessa e contínua.
Capilar sinusoide: tem as seguintes características:
- Caminho tortuoso e diâmetro bem maior que o dos demais capilares, o que reduz a
velocidade da circulação do sangue
- Suas células endoteliais formam uma camada descontínua e são separadas umas das outras
por espaços amplos
- O citoplasma das células endoteliais exibe fenestrações múltiplas, as quais são desprovidas
de diafragmas, e a lâmina basal é descontínua. Nesse tipo de capilar, macrófagos são
encontrados entre as células endoteliais.
Os vasos capilares sinusóides são encontrados principalmente no fígado e em
órgãos hematopoiéticos, como a medula óssea e o baço. A estrutura da parede desses vasos
facilita muito o intercâmbio entre o sangue e os tecidos.
Os vasos capilares anastomosam-se livremente, formando uma rede ampla que
interconecta arteríolas com vênulas. As arteríolas ramificam-se em vasos pequenos envoltos
por uma camada descontínua de músculo liso, as metarteríolas, as quais terminam por formar
os capilares. A contração do músculo liso das metarteríolas ajuda a regular a circulação
capilar em situações em que não seja necessário que o fluxo sanguíneo ocorra através de toda
a rede capilar.
Em alguns tecidos, existem anastomoses arteriovenosas, possibilitando que
arteríolas se esvaziem diretamente em vênulas. Esse é um mecanismo adicional que contribui
para regular a circulação nos capilares. Essas interconexões são abundantes no músculo
esquelético e na pele das mãos e dos pés. Quando vasos de uma anastomose arteriovenosa
se contraem, todo o sangue é forçado a atravessar a rede capilar. Quando eles relaxam, um
pouco de sangue flui diretamente para uma veia, em vez de circular nos vasos capilares.
A circulação capilar é controlada por excitação neural e hormonal, e a riqueza
de vasos da rede capilar é relacionada com a atividade metabólica dos tecidos. Tecidos
que têm taxas metabólicas altas, como rim, fígado e músculos cardíaco e esquelético, contêm
uma rede capilar abundante; o oposto é verdade para tecidos com baixas taxas metabólicas,
como o músculo liso e o tecido conjuntivo denso.
81 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Vênulas pós-capilares
A transição dos capilares para vênulas ocorre gradualmente. As que se seguem
imediatamente aos capilares têm diâmetro de 0,1 a 0,5 mm e extensão de 0,5 a 70 mm. A
parede dessas vênulas é formada apenas por uma camada de células endoteliais, em volta
das quais se situam células pericíticas contráteis. As junções entre as células endoteliais
são as mais frouxas de todo o sistema vascular.
Essas vênulas pericíticas têm várias características funcionais e morfológicas em
comum com os capilares; por exemplo, participam em processos inflamatórios e trocas de
moléculas entre o sangue e os tecidos. Mediadores da inflamação, como a histamina
produzida pelos mastócitos do tecido conjuntivo, alteram a permeabilidade vascular de
vênulas pós-capilares, facilitando a passagem de células da defesa do sangue para os tecidos.
A maioria das vênulas é do tipo muscular, contendo pelo menos algumas células
musculares lisas na sua parede. As vênulas também podem influenciar o fluxo de sangue
nas arteríolas por meio da produção e secreção de substâncias vasoativas difusíveis.
82 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Veias
Das vênulas, o sangue é coletado em veias de maior calibre, arbitrariamente
classificadas como veias pequenas, médias e grandes. A maioria das veias é de pequeno ou
médio calibre, com diâmetro entre 1 e 9 mm, e contém pelo menos algumas células
musculares

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