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Hepatites virais HEPATITE B Acredita-se que as hepatites virais sejam a maior causa de transplantes hepáticos no mundo. Entre elas, há a hepatite B, uma doença de elevada transmissibilidade e impacto em saúde publica. Aproximadamente um terço da população mundial atual já se expos ao vírus da hepatite B (HBV) – e estima-se que 240 milhões de pessoas estejam infectadas cronicamente. A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no mundo. De acordo com a OMS, estima-se que aproximadamente dois bilhões de indivíduos tenham tido contato com o HBV; desses, 240 milhoes tem hepatite B crônica. A infecção crônica pode evoluir para cirrose e para o CHC (carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma) além de eventos de elevada morbimortalidade. Características do vírus · Silenciosa · Insidiosa · Assintomática ou oligossintomática · Alta infectividade – tem uma facilidade muito grande de adentrar o organismo e se multiplicar, mas tem baixa patogenicidade – por mais que consiga adentrar, nem sempre vai causar a doença propriamente dita · Vírus de DNA · Oncogênico · Hepatropismo – afinidade pelos hepatócitos · Sobrevive até 7 dias fora do corpo - por isso não compartilhar os objetos pessoais, principalmente os perfuro-cortantes Sintomatologia PROTOCOLOS HEPATITES VIRAIS 1 · · Fadiga · Mal estar · Icterícia - ocorre em menos de 1/3 dos pacientes · Náusea · Vomito · Mialgia · Febre · Hepatomegalia Os sintomas são bem característicos de uma virose, então pode acabar passando despercebido durante a consulta. Por isso, é necessário abordar as práticas sexuais do paciente com normalidade. · São poucos os casos onde é observada essa sintomatologia. A INFECÇÃO · Incubação média de 75 dias após a exposição, mas pode variar de 30 a 180 dias · Janela imunológica (período onde não é possível observar o vírus nos exames laboratoriais) mínima de 30 dias e máxima de 6 meses. Passou de 6 meses e o exame ainda dá negativo, não tem mais risco A infecção pelo vírus da hepatite B pode causar hepatite aguda ou crônica; habitualmente, ambas as formas são oligossintomáticas (poucos sintomas ou nenhum sintoma característico). Infecções causadas pelo vírus da hepatite B raramente causam icterícia (coloração amarelada de pele, mucosas e escleróticas): menos de um terço dos indivíduos infectados apresenta esse sinal clínico. · Alterações mínimas ou inexistentes ao exame físico Aproximadamente 5% a 10% dos indivíduos infectados tornam-se portadores crônicos do HBV. Os outros 95% criam a cicatriz sorológica (organismo vence a infecção e cria imunidade contra a hepatite B). Cerca de 20% a 25% dos casos crônicos de hepatite B que apresentam replicação do vírus evoluem para doença hepática avançada. · Se HBsAg fica presente nos exames por mais de 6 meses = hepatite crônica VIAS DE TRANSMISSÃO A hepatite B é uma doença de transmissão parenteral. A transmissão do agente infeccioso pode ocorrer por: · Solução de continuidade (pele e mucosas) · Via parenteral (compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança, entre outros) · Leite materno – o risco é insignificante, por isso é importante manter o aleitamento materno. O risco teórico é quando não tem evidencias de que isso já aconteceu, mas que teoricamente já aconteceu · Relações sexuais desprotegidas, sendo esta a via predominante · A transmissão vertical (materno-infantil) também é importante e ocasiona uma evolução desfavorável, com maior chance de cronificação. Quando a mulher é diagnosticada no segundo ou terceiro trimestres de gestação, o prognostico para a criança não é muito bom FASES I. Fase Imunotolerantes · Apesar da replicação viral abundante, o organismo tolera a infecção. Nessa fase, há elevada replicação viral (>20.000 UI/mL), sem evidências de agressão hepatocelular. A denominação de fase de imunotolerância deve-se ao fato de a replicação viral ser tolerada pelo sistema imunológico do hospedeiro. Tem maior possibilidade de transmissão da doença. II. Fase imunorreativa Nessa fase, a tolerância imunológica esgota-se diante da incapacidade do sistema imune de eliminar o vírus. É caracterizada pelo teste HBeAg reagente e por menores índices de HBV-DNA sérico, indicativo de menor replicação viral. Os valores das aminotransferases podem apresentar flutuações, e a atividade necroinflamatória no fígado, por sua vez, pode ser moderada ou grave. A progressão da fibrose é acelerada. Essa fase pode durar de várias semanas a vários anos e é alcançada mais rapidamente por indivíduos infectados na idade adulta. Encerra-se com a soroconversão para anti-HBe. · MENOR REPLICAÇÃO VIRAL · ATIVIDADE NECROINFLAMATÓRIA III. Fase de portador inativo O sistema imunológico reprime o vírus, sendo que ele só chega nessa fase depois de um tratamento assíduo. Tem bom prognostico se o paciente apresentar essas características. Devido à dinâmica da hepatite B, é necessário acompanhar os níveis de aminotransferases e HBV-DNA sérico antes de classificar o paciente nessa fase. Ela é caracterizada por níveis muito baixos – ou até mesmo indetectáveis – de HBV-DNA sérico, com normalização das aminotransferases e, habitualmente, soroconversão anti-HBe. Nessa situação, o sistema imunológico do hospedeiro é capaz de reprimir a replicação viral, reduzindo o risco de cirrose e CHC. Esse processo corresponde a um bom prognóstico. Pacientes que estejam estabelecidos nessa fase devem ser acompanhados regularmente e submetidos a investigação clínica se apresentarem elevações de transaminases com baixos títulos de HBV-DNA sérico. · Pode converter e ficar curado da hepatite B IV. Fase de reativação Essa fase pode surgir após o período inativo, quando ocorrerem mutações na região pré-core e/ou core-promoter do vírus, mantendo-se a replicação viral mesmo na vigência de HBeAg não reagente. A atividade necroinflamatória e de fibrose no fígado persistem durante essa fase. A hepatite B crônica HBeAg não reagente também está associada a baixas taxas de remissão espontânea e risco elevado para complicações, como cirrose descompensada e CHC. O acompanhamento regular é imperativo para o paciente nessa fase. O vírus sofre uma mutação genética e se multiplica porque o paciente não tem anticorpos para combater o novo vírus, que leva pode levar a cirrose ou hepatocarcinoma Isso não acontece muito, mas é uma possibilidade V. Fase HBsAg negativa (não reagente) Mesmo após resposta imune com eliminação do HBsAg, há possibilidade de uma baixa replicação viral (índices indetectáveis ou muito baixos de HBV-DNA sérico). Existem poucas informações sobre a importância dessa infecção oculta e persistente, mas compreende-se que a reativação pode ocorrer em pacientes com perfil sorológico atípico, caracterizado pela presença de anti-HBc reagente, independentemente da reatividade para anti-HBs. O acompanhamento regular também está indicado para os pacientes nessa fase, principalmente em situações de imunossupressão. Não tem o antígeno circulando, mas mesmo assim vai continuar tendo replicação viral, o que caracteriza uma infecção oculta. · A imunossupressão pode causar a reativação do vírus da hepatite B RASTREAMENTO HEPATITE B – DIAGNÓSTICO Para fins de otimização do diagnóstico e dos recursos, recomenda-se a realização dos testes para detecção de HBsAg e do anti-HBC na AB Para o acompanhamento da infecção, utilizam-se marcadores séricos de imunidade (anti-HBs), a avaliação da presença do antígeno de superfície do HBV (HBsAg) e a quantificação do vírus na corrente sanguínea (carga viral/HBV-DNA). O aparecimento do anti-HBs e o desaparecimento do HBsAg e da carga viral indicam resolução da infecção pelo HBV na maioria dos casos. Em raras situações, a doença pode evoluir para a forma crônica, mesmo com esse perfil sorológico e viral. Marcadores sorológicos de triagem · Anti-Hbs: anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus da hepatiteB (variável). A pessoa está imune pela vacina ou por infecção previa · HBsAg: antígeno de superfície do vírus da hepatite B (30 DIAS). Indica que o vírus está no organismo da pessoa · Anti-HBc Total (IgM e IgG): É utilizado na triagem para a hepatite B por detectar tanto o anticorpo IgG quanto o anticorpo IgM (30 a 60 dias). Mostra que os anticorpos estão conseguindo combater o vírus. NÃO DEMONSTRA IMUNIDADE!! Marcadores para o acompanhamento dos pacientes que já foram diagnosticados · HBeAg: Caracteriza a fase de replicação viral e, quando reagente, indica alta infecciosidade · Anti-HBe: Surge após o desaparecimento do HBeAg e indica o fim da fase de replicação viral. IMPORTANTE!!! É considerado como caso de infecção crônica a persistência do marcador HBsAg por mais de 6 meses!CONDUTA HEPATITE B – INTERPRETAÇÃO (TRIAGEM) VACINA E O ANTI HBs A realização do anti-HBs é indicada apenas para profissionais de saúde. Deve ser realizado de 30 a 60 dias após a última dose do esquema vacinal. No caso de resultado sorológico <10 UI/ml, realizar uma nova dose (dose teste) e repetir a sorologia. Se permanecer com resultado negativo (<10 UI/ml), completar o esquema vacinal (2 doses). Se novamente a sorologia permanecer <10 UI/ml, considerar não respondedor. Caso o profissional de saúde realize o anti-HBs depois de 60 dias do término do esquema vacinal e o resultado for <10 UI/ml, realizar a dose teste e dosar novamente. Se novamente a sorologia permanecer <10 UI/ml, deverá completar o segundo e último esquema (2 doses). · Depois que a pessoa terminou o esquema vacinal com as 3 doses, entre 30 e 60 dias, vamos realizar o exame Anti-HBS. Para a pessoa ficar imune, o exame precisa ter um valor maior ou igual a 10UI/ml Outras indicações para a realização do anti-HBs são: pacientes renais crônicos e hemodialisados, hepatopatia crônica, portadores de VHC, Diabetes mellitus, transplante de órgãos sólidos e pacientes com neoplasias e/ou que necessitem quimioterapia, radioterapia, corticoterapia e outras imunodeficiências, transplantados de medula óssea, pacientes com doenças hemorrágicas e politransfundidos. VACINAÇÃO HEPATITE B 3 doses IM · 0, 1, 4 – intervalo mínimo · 0, 2, 6 – intervalo padrão · População em geral DIAGNÓSTICO POSITIVO PRA HEP B? VACINAR CONTRA HEP A!!! ACOMPANHAMENTO *Esses exames são feitos na especialidade médica, não na UBS TRATAMENTO O objetivo principal do tratamento é reduzir o risco de progressão da doença hepática e de seus desfechos primários, especificamente cirrose, CHC e óbito · Resultado ideal: a perda sustentada do HBsAg, com ou sem soroconversão para anti-HBs, é o resultado ideal da terapia. Esse perfil corresponde à completa remissão da atividade da hepatite crônica; porém, raramente é alcançado. Portanto, devem-se buscar desfechos alternativos para pacientes com HBsAg persistente e HBeAg reagente ou HBeAg não reagente: soroconversão para anti-HBe, redução de carga viral (resposta virológica) e/ou normalização de ALT (resposta bioquímica). Pacientes com HBsAg persistente: · HBeAg reagente: quando o resultado ideal é improvável, a soroconversão para anti-HBe é um desfecho satisfatório, pois essa resposta está associada a um melhor prognóstico. Independentemente da soroconversão para anti-HBe e da negativação do HBeAg, deve-se buscar a normalização da ALT e a redução do HBV-DNA para menos de 2.000 UI/mL ou no limite de indetectabilidade. Indica o final da replicação viral. · HBeAg não reagente e anti-HBe reagente: o desfecho que se busca é a normalização da ALT (regularização dos exames hepáticos) e a redução do HBV-DNA para menos de 2.000 UI/mL ou no limite de indetectabilidade (diminuição da carga viral). · Pacientes portadores de cirrose hepática: a redução da carga viral e o desaparecimento do HBeAg, espontâneos ou induzidos por tratamento, associam-se à diminuição no risco de carcinogênese, descompensação clínica e melhora da qualidade de vida. INDICAÇÃO · Paciente com HBeAg reagente e ALT > 2x limite superior da normalidade (LSN); · Adulto maior de 30 anos com HBeAg reagente; · Paciente com HBeAg não reagente, HBV-DNA >2.000 UI/mL e ALT > 2x LSN. Outros critérios de inclusão para tratamento independentemente dos resultados de HBeAg, HBV-DNA e ALT para hepatite B sem agente Delta: · História familiar de CHC; · Manifestações extra-hepáticas com acometimento motor incapacitante, artrite, vasculites, glomerulonefrite e poliarterite nodosa · Coinfecção HIV/HBV ou HCV/HBV; · Hepatite aguda grave (coagulopatias ou icterícia por mais de 14 dias); · Reativação de hepatite B crônica; · Cirrose/insuficiência hepática; · Biópsia hepática METAVIR ≥ A2F2 ou elastografia hepática > 7,0 kPa; · Prevenção de reativação viral em pacientes que irão receber terapia imunossupressora (IMSS) ou quimioterapia MEDICAMENTOS · Alfapeginterferona 2a 40 KDa – 180 mcg/semana via subcutânea (SC) - PEG · Alfapeginterferona 2b 12 KDa – 1,5 mcg/kg/semana via (SC) - PEG · Entecavir 0,5 mg – 0,5-1,0 mg/dia via oral (VO) · Tenofovir (fumarato de tenofovir desoproxila) 300 mg – 300 mg/dia (VO) – TDF Só iremos entrar com a PEG se o paciente estiver com replicação viral ativa, ou seja, HBeAg reagente Contraindicações ao tratamento com alfapeguinterferona: • Consumo atual de álcool e/ou drogas; • Cardiopatia grave; • Disfunção tireoidiana não controlada; • Distúrbios psiquiátricos não tratados; • Neoplasia recente; • Insuficiência hepática; • Antecedente de transplante, exceto hepático; • Distúrbios hematológicos: anemia, leucopenia, plaquetopenia; • Doença autoimune; • Intolerância ao medicamento Caso não se encaixe no tratamento com PEG, iniciar o TDF Contraindicações ao tratamento com tenofovir: • Doença renal crônica; • Osteoporose e outras doenças do metabolismo ósseo; • Terapia antirretroviral com didanosina (ddI); • Cirrose hepática (contraindicação relativa); • Intolerância ao medicamento. Entecavir: Utilização é recomendada quando há contraindicações para o uso dos medicamentos anteriores. ACOMPANHAMENTO ESPECIALIZADO · · Minimamente, duas a quatro vezes por ano · Orientações gerais · Observação de eventos adversas · Monitoramento laboratorial · Prevenção PREVENÇÃO · Uso do preservativo · Não compartilhamento de kit de manicure (mesmo de familiares), agulhas e seringas, barbeadores, esmalte e qualquer outro utensílio perfuro-cortante. · Tatuagens e piercings somente em locais com estrutura e profissionais adequados. · Vacina contra Hepatite B (inclusive durante pré-natal) · Uso de objetos pessoais (escova de dentes, cachimbos) · Uso de lubrificantes DROGAS: cocaína inalável, maconha, crack e injetáveis (heroína e cocaína) HEPATITE C O vírus da hepatite C (HCV) pertence ao gênero Hepacivirus, família Flaviviridae. Sua estrutura genômica é composta por uma fita simples de ácido ribonucleico (RNA), de polaridade positiva, com aproximadamente 9.400 nucleotídeos. Existem, pelo menos, sete genótipos e 67 subtipos do vírus. · Silenciosa · Insidiosa · Assintomática OU oligossintomática · Menor infectividade (EM COMPARAÇÃO COM A HEP B) · Alta patogenicidade Menor poder de adentrar o organismo e se multiplicar, mas quando consegue, na maioria das vezes vai causar a doença. · Subclínica - Somente de 20 a 30% dos indivíduos apresentam sintomatologia característica. · Evolução - Pode evoluir por décadas, sem suspeição clínica. · Fatores como idade inferior a 40 anos, sexo feminino, genética podem interferir positivamente para a eliminação viral espontânea. Até 1993 o sangue não era testado, por isso recomenda-se que a pessoa que fez transfusão antes de 1993 faça um teste para hepatite C. SINTOMATOLOGIA: fadiga, mal-estar, icterícia, náusea, vômito, mialgia, febre e hepatomegalia · São em poucos casos onde observamos essa sintomatologia TRANSMISSÃO A transmissão do HCV ocorre principalmente por via parenteral, por meio do contato com sangue contaminado, a exemplo do compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas, reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicosou odontológicos, falha de esterilização de equipamentos de manicure e reutilização de material para realização de tatuagem, além do uso de sangue e seus derivados contaminados A transmissão sexual do HCV também tem sido relatada de forma esporádica. De modo geral, a transmissão sexual desse vírus é pouco comum e ocorre em relações sem uso de preservativo. Há também a possibilidade de transmissão vertical, em menor proporção dos casos O VÍRUS: RNA, oncogênico e também tem hepatotropismo EPIDEMIOLOGIA · Estima-se que 71mi de pessoas no mundo vivem com Hep C. · 400k morrem todos os anos devido as suas complicações · Em 2016, estimou-se que 0,7% da população brasileira tinha o marcador Anti-HCV reagente. · Está sendo diagnosticada comumente em pessoas acima de 50 anos. · A partir de 2014 teve um boom porque a testagem passou a preconizada e estimulada pelo MS. RASTREAMENTO MARCADORES SOROLÓGICOS · RNA-HCV = vírus · Anti-HCV = anticorpo Vale mencionar que em determinadas situações clínicas, a exemplo de pacientes com doença aguda pelo HCV em fase inicial (até 30 dias) e pacientes imunodeprimidos e/ou dialíticos, pode não haver presença de anticorpos anti-HCV, em razão da incapacidade imunológica desses pacientes para produzir anticorpos. Nessas situações, o diagnóstico da infecção pelo HCV deverá ser realizado pela presença do HCV-RNA, por método de biologia molecular. A janela imunológica pode ser de 30 dias a 6 meses. 2 semanas após a exposição já tem o RNA-HCV. Porém, esse exame é de CONFIRMAÇÃO, então quase sempre vamos começar com o Anti-HCV. · Em casos excepcionais vamos começar com o RNA, quando o paciente estiver em fase inicial e for imunodeprimido ou dialitico, já que é difícil ele ter o Anti-HCV. DIAGNÓSTICO – FASE AGUDA · RNA-HCV = 2 semanas após exposição · Anti-HCV = 30 a 60 dias após exposição Nos pacientes sintomáticos, os sintomas da infecção aguda costumam ocorrer entre 4 e 12 semanas após a exposição ao HCV. A fase aguda da hepatite C pode durar até seis meses, mas sua resolução costuma acontecer até a 12a semana Definição da fase aguda: · Soroconversão recente (há menos de seis meses) e com documentação de anti-HCV não reagente no início dos sintomas ou no momento da exposição, e anti-HCV reagente na segunda dosagem, realizada com intervalo de 90 dias; OU Anti-HCV não reagente e detecção do HCV-RNA em até 90 dias após o início dos sintomas ou a partir da data de exposição, quando esta for conhecida DIAGNÓSTICO – FASE CRÔNICA · Anti-HCV = reagente por mais de 6 meses · HCV-RNA = reagente por mais de 6 meses FLUXOGRAMA LABORATORIAL PARA DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE C Observação · Caso a suspeita de infecção pelo HCV persista, sugere-se que uma nova amostra seja coletada 30 dias após a data da primeira amostra. · A repetição do teste molecular está indicada, a critério médico, nos seguintes casos: (1) suspeita de nova exposição nos seis meses que antecedem a realização da sorologia; (2) forte suspeita clínica de doença pelo HCV; (3) qualquer suspeita em relação ao manuseio ou armazenamento do material utilizado para realização do teste molecular. Além disso, o teste molecular deverá ser repetido nos casos de pacientes em diálise. ATENÇÃO ESPECIALIZADA · Genotipagem (A PARTIR DAQUI É DEFINIDO O TTO) – é um vírus que teve muita mutação, então cada um tem um tratamento, para cada tipo de paciente (com cirrose, sem cirrose, renal, renal e com cirrose, etc) · Estadiamento da doença hepática · Exames complementares FARMACOS OBJETIVO DO TRATAMENTO · O objetivo do tratamento é a obtenção da resposta virológica sustentada (RVS), que se caracteriza pela ausência de HCV-RNA na 12a ou 24a semana após o término da terapia medicamentosa. · A hepatite C não confere imunidade protetora após a primeira infecção, havendo risco de reinfecção. SUSPENSÃO DO TRATAMENTO O tratamento deverá ser suspenso nas seguintes situações: · Ocorrência de eventos adversos importantes; · Ausência de adesão ao tratamento; · Identificação de situação que contraindique o tratamento, como a gestação; · Elevação das aminotransferases em níveis dez vezes acima do limite superior da normalidade; · Infecção bacteriana grave, independentemente da contagem de granulócitos; · Ocorrência de sepse; · Descompensação hepática, como ascite e encefalopatia, ou significativo aumento de bilirrubina direta, em pacientes previamente compensados; · Pacientes em uso de alfapeguinterferona com plaquetas HEPATITE A A principal via de transmissão é a via fecal-oral, por meio de alimentos e água. A hepatite A não tem tratamento definido (especifico), é um tratamento sintomatológico. Em 2018 em SP tivemos um surto de hepatite A entre gays e HSH devido a pratica sexual (anal-oral). PREVENÇÃO – MANDALA DE PREVENÇÃO COMBINADA PROTOCOLOS HEPATITES VIRAIS 1 Hepatites virais HEPATITE B Acredita - se que as hepatites virais sejam a maior causa de transplantes hepáticos no mundo. Entre elas, há a hepatite B, uma doença de elevada transmissibilidade e impacto em saúde publica. Aproximadamente um terço da população mundial atual já se expos ao vírus da hepatite B (HBV) – e estima - se que 240 milhões de pessoas este jam infectadas cronicamente. A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no mundo. De acordo com a OMS, estima - se que aproximadamente dois bilhões de indivíduos tenham tido contato com o HBV; desses, 240 milhoes tem hepatite B crô nica. A infecção crônica pode evoluir para cirrose e para o CHC (carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma) além de eventos de elevada morbimortalidade. Características do vírus · Silenciosa · Insidiosa · Assintomática ou oligossintomática · Alta infectivid ade – tem uma facilidade muito grande de adentrar o organismo e se multiplicar, mas tem baixa patogenicidade – por mais que consiga adentrar, nem sempre vai causar a doença propriamente dita · Vírus de DNA · Oncogênico · Hepatropismo – afinidade pelos hepatóci tos · Sobrevive até 7 dias fora do corpo - por isso não compartilhar os objetos pessoais, principalmente os perfuro - cortantes Sintomatologia · Fadiga · Mal estar · Icterícia - ocorre em menos de 1/3 dos pacientes · Náusea · Vomito · Mialgia · Febre · Hepatomegalia Os sintomas são bem característicos de uma virose, então pode acabar passando despercebido durante a consulta. Por isso, é necessário abordar as práticas sexuais do paciente com normalidade. · São poucos os casos onde é observada essa sintomatologia. A INF ECÇÃO · Incubação média de 75 dias após a exposição, mas pode variar de 30 a 180 dias · Janela imunológica (período onde não é possível observar o vírus nos exames laboratoriais) mínima de 30 dias e máxima de 6 meses. Passou de 6 meses e o exame ainda dá nega tivo, não tem mais risco A infecção pelo vírus da hepatite B pode causar hepatite aguda ou crônica; habitualmente, ambas as formas são oligossintomáticas (poucos sintomas ou nenhum sintoma característico). Infecções causadas pelo vírus da hepatite B rarame nte causam icterícia (coloração amarelada de pele, mucosas e escleróticas): menos de um terço dos indivíduos infectados apresenta esse sinal clínico. · Alterações mínimas ou inexistentes ao exame físico PROTOCOLOS HEPATITES VIRAIS 1 Hepatites virais HEPATITE B Acredita-se que as hepatites virais sejam a maior causa de transplantes hepáticos no mundo. Entre elas, há a hepatite B, uma doença de elevada transmissibilidade e impacto em saúde publica. Aproximadamente um terço da população mundial atual já se expos ao vírus da hepatite B (HBV) – e estima-se que 240 milhões de pessoas estejam infectadas cronicamente. A hepatite B é responsável por aproximadamente 780.000 óbitos ao ano no mundo. De acordocom a OMS, estima-se que aproximadamente dois bilhões de indivíduos tenham tido contato com o HBV; desses, 240 milhoes tem hepatite B crônica. A infecção crônica pode evoluir para cirrose e para o CHC (carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma) além de eventos de elevada morbimortalidade. Características do vírus Silenciosa Insidiosa Assintomática ou oligossintomática Alta infectividade – tem uma facilidade muito grande de adentrar o organismo e se multiplicar, mas tem baixa patogenicidade – por mais que consiga adentrar, nem sempre vai causar a doença propriamente dita Vírus de DNA Oncogênico Hepatropismo – afinidade pelos hepatócitos Sobrevive até 7 dias fora do corpo - por isso não compartilhar os objetos pessoais, principalmente os perfuro-cortantes Sintomatologia Fadiga Mal estar Icterícia - ocorre em menos de 1/3 dos pacientes Náusea Vomito Mialgia Febre Hepatomegalia Os sintomas são bem característicos de uma virose, então pode acabar passando despercebido durante a consulta. Por isso, é necessário abordar as práticas sexuais do paciente com normalidade. São poucos os casos onde é observada essa sintomatologia. A INFECÇÃO Incubação média de 75 dias após a exposição, mas pode variar de 30 a 180 dias Janela imunológica (período onde não é possível observar o vírus nos exames laboratoriais) mínima de 30 dias e máxima de 6 meses. Passou de 6 meses e o exame ainda dá negativo, não tem mais risco A infecção pelo vírus da hepatite B pode causar hepatite aguda ou crônica; habitualmente, ambas as formas são oligossintomáticas (poucos sintomas ou nenhum sintoma característico). Infecções causadas pelo vírus da hepatite B raramente causam icterícia (coloração amarelada de pele, mucosas e escleróticas): menos de um terço dos indivíduos infectados apresenta esse sinal clínico. Alterações mínimas ou inexistentes ao exame físico
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