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8 - Poder Judiciário

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
Poder Judiciário
Livro Eletrônico
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Aragonê Fernandes
Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Judiciário ..............................................................................................................4
Apresentação da Metodologia ........................................................................................4
1. Disposições Gerais – Artigos 92 a 100 ........................................................................4
1.1. Órgãos do Poder Judiciário .......................................................................................5
1.2. Ingresso na Carreira da Magistratura ....................................................................... 7
1.3. Promoção na Carreira ............................................................................................. 11
1.4. Hipóteses de Perda do Cargo ................................................................................. 13
1.5. Das Sessões Administrativas ................................................................................. 16
1.6. Possibilidade de Criação de Órgão Especial ............................................................ 16
1.7. Cláusula de Reserva de Plenário .............................................................................17
1.8. Fim das Férias Coletivas ....................................................................................... 20
1.9. Regra do Quinto Constitucional .............................................................................. 21
1.10. Garantias dos Magistrados ...................................................................................22
1.11. Proibições dos Magistrados ...................................................................................25
1.12. Julgamento de Juízes e de Membros do Ministério Público ....................................27
1.13. Autonomia Administrativa, Financeira e Orçamentária dos Tribunais ....................29
1.14. Juizados Especiais .................................................................................................32
1.15. Precatórios ...........................................................................................................34
2. Dos Tribunais – Composição e Competências – Artigos 101 a 126 ..............................43
2.1. Supremo Tribunal Federal ......................................................................................45
2.2. Conselho Nacional de Justiça .................................................................................75
2.3. Superior Tribunal de Justiça ................................................................................. 82
2. 4. Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais .................................................... 101
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Poder Judiciário
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2.5. Tribunais e Juízes do Trabalho .............................................................................. 113
2.6. Tribunais e Juízes Eleitorais ................................................................................. 125
2.7. Tribunais e Juízes Militares .................................................................................. 129
2.8. Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal ........................................... 133
3. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula ............................................................ 140
Questões de Concurso ............................................................................................... 144
Gabarito .................................................................................................................... 180
Gabarito Comentado .................................................................................................. 182
Questões de Concurso ............................................................................................... 264
Gabarito .....................................................................................................................276
Gabarito Comentado ...................................................................................................278
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Poder Judiciário
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PODER JUDICIÁRIO
ApresentAção dA MetodologiA
Caro(a) aluno(a),
O capítulo destinado ao Poder Judiciário é frequentemente cobrado nas provas de con-
curso. Diferentemente do que você possa imaginar, questões relacionadas ao Judiciário caem 
também em certames de outras áreas e Poderes. É o caso, por exemplo, de concursos nas 
carreiras policiais, do Executivo, do Ministério Público e do Legislativo.
O ponto-chave aqui é mesclar a leitura da Constituição com a interpretação dada pelo STF 
e pelo STJ. A doutrina, neste ponto, não é tão importante.
As disposições gerais – artigos 92 a 100 – são exaustivamente cobradas nas provas. 
Logo, fazer questões das provas anteriores será de fundamental importância para assimila-
ção do conteúdo.
Tem mais: a competência dos Tribunais, para muitos, é um verdadeiro tormento! Vou ten-
tar tornar as coisas mais simples, decodificando o juridiquês.
Mãos à obra!
1. disposições gerAis – Artigos 92 A 100
Eu já avisei anteriormente e aproveito para reafirmar: as disposições gerais são exaustiva-
mente cobradas nas provas.
Você vai ver que várias vezes eu farei menção à EC n. 45/2004, responsável pela ‘Re-
forma do Poder Judiciário’. A bem da verdade, ela (a EC n. 45) tratou também de outros 
pontos, mas é no Judiciário e nas funções essenciais à Justiça que ela promoveu modifi-
cações mais consistentes.
E tem mais: eu diria que ela é a “Reforma do Judiciário – Parte I”, pois contemplou apenas 
os assuntos acerca dos quais houve consenso. Ficaram de fora outros pontos, mas isso não 
nos interessa, ao menos por ora...
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Poder Judiciário
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1.1. Órgãos do poder Judiciário
Logo aqui começam várias indagações. Então, a melhor coisa a fazer é transcrever o ar-
tigo 92, para depois pontuar as observações que eu entendo necessárias.
Avançando, o artigo 92 da Constituição diz que o Judiciário é composto pelos seguin-
tes órgãos:
I – o Supremo Tribunal Federal – STF;
I – A – o Conselho Nacional de Justiça – CNJ (EC n. 45/2004);
II – o Superior Tribunal de Justiça – STJ;
II – A – o Tribunal Superior do Trabalho – TST (EC n. 92/2016);
III – os Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais (TSE e TRE) e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares (STM) e auditorias militares;
VII – os Tribunais (TJ) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
A primeira coisa a destacar é que o CNJ, como você viu, está inserido como órgão do Poder 
Judiciário.
E qual a importância dessa constatação?Ora, há inúmeras questões de prova indicando que o CNJ faria o controle externo do 
Judiciário. Você, no entanto, tem que lembrar que o controle feito pelo CNJ é interno (STF, 
ADI n. 3.395).
Há mais: a EC n. 92/2016 inseriu o inciso II-A, deixando clara a presença do TST entre os 
órgãos. Antes dessa inovação, havia apenas o registro da expressão “Tribunais e Juízes do 
Trabalho”. A novidade, sem dúvida, aparecerá nas próximas provas!
Mas o mais importante vem de algo que não está no artigo 92: as turmas recursais! Objeto 
de cobrança em diversas provas, objetivas e subjetivas (eu mesmo já fiz concurso em que o 
tema foi cobrado – juiz do TJ-PB): o STF entendeu que as Turmas Recursais não são órgãos 
do Poder Judiciário.
Na mesma linha, o acesso a elas não caracteriza promoção, e sim, mera designação. Con-
sequentemente, não é necessária a observância dos critérios de antiguidade e merecimento 
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Poder Judiciário
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(RE n. 590.409/RJ). Em consequência, não haverá vagas para os membros do MP e da OAB 
(quinto constitucional).
Avançando, diz o texto constitucional que o STF e os Tribunais Superiores têm sede na Capital 
Federal e jurisdição em todo o território nacional. Já o CNJ, criado pela EC n. 45/2004, embora te-
nha sede na Capital Federal, não possui jurisdição – ele não tem competências jurisdicionais.
A Justiça desportiva (STJD e TJD), o Tribunal Marítimo, os Tribunais de Contas e os Tri-
bunais Arbitrais não são integrantes do Poder Judiciário. Eles são tribunais administrativos.
Foi também a EC n. 45/2004 a responsável pela extinção dos Tribunais de Alçada – TA, 
que pertenciam à estrutura do Poder Judiciário estadual (ficavam posicionados um pouco 
abaixo dos TJs). Os membros que integravam os TAs foram transformados em desembarga-
dores de Tribunais de Justiça.
Falando nisso, entendo ser importante fazer uma observação, pois muita gente confunde 
e outros não sabem, mas ficam com vergonha de perguntar: os membros do Poder Judiciário 
de 1ª instância (1º grau) são chamados de juízes; aqueles que atuam na 2ª instância (2º grau) 
recebem o nome de desembargador; os que trabalham nos Tribunais Superiores e no STF são 
denominados ministros. Embora haja essa diferenciação na nomenclatura, todos podem ser 
chamados de magistrados.
Outra informação importante, especialmente para as provas objetivas: o STF entende que 
o princípio do duplo grau de jurisdição não está previsto nem explícita nem implicitamente na 
CF/1988. Ele existiria na legislação supralegal (Pacto de São José da Costa Rica), e não na 
Constituição (STF, AI n. 513.044).
De outro lado, não haveria afronta ao princípio do juízo natural no fato de os órgãos fra-
cionários dos Tribunais (turmas, câmaras ou seções) serem compostos majoritariamente por 
juízes de primeiro grau, convocados (STF, RE n. 597.133).
Lembramos, por fim, que não existe Poder Judiciário, Ministério Público ou mesmo Defen-
soria Pública na esfera municipal.
Veja a seguir o organograma do Judiciário:
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Organograma do Poder Judiciário
STFSTF CNJCNJ
STMSTM TSETSE TSTTST STJSTJ
TM*1 TRE TRT TRF TJ*2
Auditorias
militares
Juízes e 
juntas
eleitorais
Juízes do 
trabalho
Turma recur-
sal de juiza-
dos especiais 
federais*3 Juízes
federais
Juízes esta-
duais
Turma recur-
sal de juizados 
especiais*3
Juizados 
especiais 
federais
Juizados
especiais
*1: só haverá em tempos de guerra.
*2: nos estados em que o efetivo de militares (PM e Bombeiros) superar 20.000 integrantes, pode ser criado 
um TJM (Tribunal de Justiça Militar). Caso ele não exista, esses militares são julgados no TJ.
*3: em regra, decisão proferida por Turma Recursal de juizados Especiais é definitiva. Exceções: a) se houver 
violação à CF, pode ser interposto recurso extraordinário (RE) para o STF; b) pode ser impetrado habeas 
corpus (HC) e mandado de segurança (MS), apontando-se como autoridade coatora a Turma Recursal. 
Nesse caso, o julgamento será feito pelo respectivo TJ ou TRF (antes também ia direto para STF); c) a deci-
são de Turma Recursal não pode ser questionada por meio de recurso especial no STJ (STJ, Súmula n. 203), 
mas há outros meios de impugnação, que serão detalhados à frente.
1.2. ingresso nA cArreirA dA MAgistrAturA
Há previsão de que lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura. Essa lei ainda não foi editada. Em razão disso, continuam sendo observadas 
as regras contidas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC n. 35/1979) naquilo que não 
contrariarem o atual texto constitucional.
O cargo inicial para ingresso na carreira da Magistratura é o de juiz substituto. O candidato 
deve se submeter a concurso público de provas e títulos, sendo obrigatória a participação da 
OAB em todas as fases da disputa.
Muitas vezes recebo questionamentos de pessoas com 35, 40, 45 anos ou mais pergun-
tando se já estão velhas para disputar vagas em concursos de alto rendimento, como a Magis-
tratura.
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Posso te dizer que há dois movimentos bem notados, inclusive nas pesquisas feitas pelo 
CNJ: há um ingresso crescente de mulheres e de jovens. No entanto, isso não significa que o 
pessoal que está “na casa dos enta” sofra algum tipo de preconceito ou que não tenham chance.
Aliás, o STF declarou a inconstitucionalidade (formal e material) da Lei 11.697/2008, na 
parte em que fixava a idade mínima de 25 e máxima de 50 (cinquenta) anos para ingresso na 
carreira. A inconstitucionalidade formal deriva do fato de a matéria dever ser regulada por lei 
complementar, e a inconstitucionalidade material porque feriria os princípios da igualdade e da 
proporcionalidade (STF, ADI n. 5.329). De igual modo, houve a declaração de inconstitucionali-
dade de normas de outros Estados, exatamente pela necessidade de edição de LC de iniciativa 
do STF. Foi o caso da lei cearense, que exigia idade mínima de 21 e máxima de 65 anos (STF, 
ADI n. 6.794).
Uma inovação trazida pela EC n. 45/2004 é a chamada quarentena de entrada. De acordo 
com essa regra, exige-se do bacharel em Direito no mínimo três anos de atividade jurídica. O 
dispositivo surgiu com o claro intuito de que o futuro julgador tenha mais experiência, dada a 
relevância das funções que exercerá.
Para regulamentar o conceito ‘atividade jurídica’, o CNJ editou a Resolução n. 75/2009 e o 
CNMP a Resolução n. 40/2009. Nelas são previstas diversas hipóteses de contagem do prazo 
de três anos. Destaco que não há a obrigatoriedade de o candidato exercer a advocacia, sendo 
esta apenas uma das diversas hipóteses.
Eu, por exemplo, usei tanto no concurso de promotor de justiça quanto no de juiz o período 
em que fui analista judiciário do STF e assessor de ministro do STJ – eu também passei para 
defensorpúblico, mas na época (2011) não foi exigido o triênio de prática jurídica.
Em decisão recorrentemente cobrada nas provas, o STF entendeu que a contagem do prazo 
de três anos se inicia com a conclusão do curso, e não com a colação de grau (STF, ADI n. 3.460).
Ainda sobre o tema, há uma decisão importantíssima (para as provas e para a vida!):
A comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de exercício em cargo não 
privativo de bacharel em Direito, desde que ausentes dúvidas acerca da natureza eminen-
temente jurídica das funções desempenhadas (STF, MS n. 28.226).
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Assim, nada impede que o(a) candidato(a) que trabalha como técnico(a) judiciário(a) (ní-
vel médio) de um Tribunal ou técnico(a) administrativo(a) no Ministério Público se candidate 
ao concurso da Magistratura (ou MP ou Defensoria), quando comprovar que desempenhava a 
chamada atividade-fim.
Uma dúvida comum: e o pessoal que trabalha como agente ou escrivão de polícia, pode 
também usar o tempo de atividade policial para contagem de atividade jurídica?
A resposta é positiva, de acordo com o CNJ. Para isso, obviamente o candidato precisa 
ser bacharel em direito e juntar certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, 
indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização pre-
ponderante de conhecimento jurídico (CNJ, Consulta n. 0009079-37.2017.2.00.0000).
Tem mais um ponto frequente de perguntas no fórum de dúvidas: na magistratura, o CNJ 
não admite a utilização de pós-graduação, mestrado ou doutorado para a contagem de atividade 
jurídica. Repare que eu falei na magistratura, porque, em relação ao Ministério Público, o CNMP 
editou a Resolução n. 40/2009, prevendo que a pós-graduação conta como um ano de prática 
jurídica, enquanto o mestrado e o doutorado equivalem a dois e três anos, respectivamente.
Agora fique atento(a) a um julgamento do STF que tem causado grande confusão no pes-
soal: o Conselho Federal da OAB ajuizou uma ADI pedindo que fosse declarada a inconsti-
tucionalidade das resoluções do CNJ e do CNMP que permitiam a contagem de tempo de 
atividade jurídica usando pós, mestrado e doutorado.
Ao julgar o caso, o STF primeiro disse que, em relação à resolução do CNJ, o pedido es-
tava prejudicado, porque desde 2009, ano da edição da Resolução n. 75, os concursos para a 
magistratura não permitiriam a contagem. 
Por outro lado, no que se refere à Resolução n. 40 do CNMP, o Tribunal decidiu que ela foi 
editada dentro da autonomia do órgão, sendo válida. Ou seja: nos concursos para o Ministério 
Público podem ser usados a pós-graduação, o mestrado ou o doutorado para a contagem de 
tempo de atividade jurídica.
A partir daí, um montão de gente começou a falar que agora essa contagem valeria tam-
bém para a magistratura. Só que isso está errado! A decisão do STF foi restrita ao Ministério 
Público, até porque se discutia uma resolução do CNMP.
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Aragonê, mas, se o CNJ quiser, ele pode editar nova resolução nos mesmos moldes da 
que foi feita pelo CNMP?
Claro que pode, dentro de sua autonomia. Se isso acontecer, passa a ser possível. Até lá, 
nada feito!
Aragonê, e como fica para concursos para defensor e advogado público?
Não há uma regra unificada nacionalmente. Vale, então, o que estiver previsto no edital. 
Em regra, os editais admitem para essas carreiras a contagem até de tempo de estágio obri-
gatório da faculdade, o que facilita as coisas.
Posso sistematizar?
Carreira Exigência de três anos de atividade jurídica
Pós-graduação, mestrado e doutorado 
podem contar?
MagistraturaMagistratura Sim Não
Ministério PúblicoMinistério Público Sim Sim
Defensoria PúblicaDefensoria Pública
Não está sendo aplicada até que venha 
regulamentação por lei.
Valerá a regra do edital.
Advocacia PúblicaAdvocacia Pública Na CF, não. Valerá a regra do edital. Valerá a regra do edital.
Outra coisa: em regra, os requisitos do cargo público devem ser comprovados no ato da 
posse (STJ, Súmula n. 266). No entanto, para a Magistratura e para o Ministério Público, a 
comprovação deve ser feita na inscrição definitiva (STF, RE n. 655.265 e artigo 3º da Resolu-
ção n. 40, do CNMP).
Para que não haja dúvidas, deixe-me explicar aqui a “maratona” que é um concurso desse 
porte: primeiro, o candidato faz a inscrição preliminar. Depois, submete-se a provas objetivas, 
subjetivas e de sentença. Após a sentença (e antes da prova oral), é hora da inscrição defini-
tiva, oportunidade de comprovação também dos três anos de atividade jurídica. Finalizando, 
acontecem as provas orais e de títulos, esta é de caráter meramente classificatório.
Agora imagine a seguinte situação: um magistrado que tenha pedido exoneração poderia 
ser readmitido sem passar por novo concurso público? Essa situação inusitada é prevista em 
algumas leis estaduais. Contudo, o STF afasta essa possibilidade, por violar a regra do con-
curso público (STF, RMS n. 2.983).
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1.3. proMoção nA cArreirA
A promoção acontece de entrância para entrância, e da primeira para a segunda instância, 
sempre de maneira alternada, por antiguidade e merecimento, observadas as regras constan-
tes na seguinte ilustração:
Promoção por Promoção por 
merecimentomerecimento
1. se juiz estiver na lista por três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas, será obri-
gatoriamente promovido;
2. juiz tem de ter no mínimo dois anos na entrância e deve integrar a quinta parte entre os 
mais antigos, salvo se os que preenchem os requisitos não quiserem (Ex.: se Tribunal tem 
100 juízes, candidato deve ser um dos 20 mais antigos);
3. para aferir (medir) merecimento, devem ser utilizados critérios objetivos de produtivi-
dade e presteza no exercício da jurisdição + frequência e aproveitamento em cursos ofi-
ciais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
Promoção por Promoção por 
antiguidadeantiguidade
1. o Tribunal só pode recusar o juiz + antigo pelo voto fundamentado de 2/3 dos mem-
bros, assegurada ampla defesa.
Observações:
1) Se o juiz retiver, injustificadamente, os autos que estão em seu poder além do prazo legal, não será pro-
movido, nem por antiguidade nem por merecimento.
2) O ato de composição das turmas recursais não caracteriza promoção de magistrado para outra entrân-
cia ou mesmo de remoção, porém de mera designação para integrar órgão de primeiro grau.
Um esclarecimento: entrância é divisão existente nas leis de organização judiciária. Em 
alguns estados, há comarcas de primeira, segunda e terceira entrância (ou até entrância es-
pecial). A primeira contemplaria as Comarcas menores e a última estaria situada nos grandes 
centros. Parte-se da premissa de que as causas mais complexas estão nos grandes centros. 
Então,a lógica seria colocar os juízes iniciantes na primeira entrância, enquanto os mais ta-
rimbados ficariam nas demais.
A mudança de uma entrância para outra é uma espécie de promoção, que ocorre na ho-
rizontal. O mais importante é lembrar que o magistrado que atua em qualquer uma dessas 
entrâncias ainda será um juiz de 1º grau (1ª instância).
Nesse contexto, o magistrado só passará ao cargo de desembargador quando for promo-
vido da 1ª para a 2ª instância.
Avançando, o STF entendeu que, na promoção por antiguidade, o quórum de 2/3 (dois ter-
ços) deve considerar as cadeiras preenchidas e aqueles em condições legais de votar, e não 
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o número de cargos de desembargador. Em outras palavras, se o TJ conta com 40 cargos de 
desembargador, mas 10 deles estão afastados pelo CNJ, os 2/3 serão computados sobre o 
número 30 (STF, MS n. 31.361).
Além disso, não se permite que lei estadual autorize a contagem de tempo de serviço 
anteriormente prestado ao estado para efeito de antiguidade na carreira. A matéria deve ser 
regulada por lei complementar federal, de iniciativa do STF (STF, ADI 6.781).
Sobre a regrinha do merecimento, você viu que deve ser promovido aquele que figurar por 
três vezes consecutivas ou cinco alteradas, certo? Pois é, mas há alguns anos, na época de 
seu mandato, a Presidente Dilma Roussef escolheu outro magistrado na hora de promover 
um juiz federal a Desembargador. Houve a impetração de MS perante o STF, tendo o tribunal 
afastado a tese de ampla discricionariedade do Presidente, pois ele precisaria seguir os parâ-
metros constitucionais (STF, MS 30.585).
Outra coisa: até que venha outra lei complementar regulando a magistratura nacional, nos 
moldes determinados pela CF, deve ser observada a LC n. 35/1979, chamada de LOMAN.
Eu digo isso, porque não pode a legislação estadual estabelecer, como critério de antigui-
dade na carreira, o tempo de serviço no estado ou no serviço público em geral, ou ainda maior 
prole (você perderia fácil a disputa para o professor Gustavo Scatolino, hein?!), uma vez que 
na LOMAN não existem esses parâmetros. Em contrapartida, nada impede que a idade seja 
utilizada como diferenciador (STF, ADI n. 4.462/TO).
Por fim, como falei anteriormente, o ato de composição das turmas recursais não carac-
teriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de remoção, porém de mera 
designação para integrar órgão de primeiro grau, não se impondo, portanto, a observância 
dos critérios de merecimento ou antiguidade (STF, MS n. 28.254).
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1.4. HipÓteses de perdA do cArgo
Você já deve ter ouvido pelo noticiário que o juiz Fulano ou o promotor de justiça Ciclano 
foram pegos vendendo decisões judiciais, envolvidos em escândalos de corrupção e o repórter 
ao final dizendo que não daria nada, que no máximo receberiam aposentadoria compulsória 
com proventos integrais.
A primeira coisa que eu quero que você saiba é que essa punição administrativa se dava 
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Contudo, a EC n. 103/2019 – ela mesma, a reforma da Previdência – retirou da Constitui-
ção a aposentadoria compulsória como forma de punição.
Confira o antes e depois da reforma da Previdência:
Antes da EC n. 103/2019Antes da EC n. 103/2019 Após a EC n. 103/2019Após a EC n. 103/2019
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e apo-
sentadoria do magistrado, por interesse público, 
fundar-se-á em decisão por voto da maioria 
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho 
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do 
magistrado, por interesse público, fundar-se-á 
em decisão por voto da maioria absoluta do 
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de 
Justiça, assegurada ampla defesa;
Ué, quer dizer que agora nada mais acontecerá?
Claro que não é isso, né, gafanhoto!
Ao contrário do que você vê no noticiário, mesmo os magistrados vitalícios podem ser 
demitidos. Isso mesmo: demissão, sem ganhar nada, e de quebra ainda pode é ser condenado 
criminalmente, com penas de reclusão ou de detenção.
Como exemplo, lembre-se do juiz que foi flagrado dirigindo um carrão pertencente ao Eike 
Batista. Ele foi condenado à perda do cargo e a cumprir pena de oito anos de reclusão.
Além disso, o CNJ continua aplicando a aposentadoria compulsória com base na LOMAN. 
Prevaleceu o entendimento no sentido de que o texto constitucional mantém a possibilidade 
de aplicação de outras sanções.
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A título ilustrativo, em 2021, houve a aposentadoria compulsória de uma Desembargadora 
do TJ-MS acusada de acobertar infrações praticadas por seu filho, dando-lhe privilégios inde-
vidos. 
Avançando, o texto constitucional diferencia a situação considerando se o magistrado 
possui – ou não – vitaliciedade. Confira:
HIPÓTESES DE PERDA DO CARGO
Antes do vitaliciamentoAntes do vitaliciamento Após o vitaliciamentoApós o vitaliciamento
A perda do cargo pode ocorrer em duas hipóteses:
a) deliberação do Tribunal a que o juiz está vincu-
lado;
b) sentença judicial transitada em julgado.
A perda do cargo fica restrita à sentença judicial 
transitada em julgado*.
Há, ainda, outra hipótese de perda do cargo pouco lembrada pela doutrina, mas que já foi 
cobrada, por exemplo, na prova de juiz Federal da 2ª Região (RJ e ES), elaborada pelo CESPE.
Quando estudamos as competências do Senado Federal – art. 52 da CF/1988 –, vimos 
competir àquela Casa processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os ministros do STF 
e os membros do CNJ e do CNMP, além de outras autoridades.
Levando em conta que uma das consequências possíveis da condenação por crime de 
responsabilidade é a perda do cargo, salientamos que os ministros do STF e os membros do 
Judiciário que estejam integrando os conselhos acima referidos também poderão perder o 
cargo por decisão do Senado Federal.
Mas, aproveitando que falei das hipóteses de perda do cargo de magistrado, não há como 
deixar de falar nos casos de perda do cargo do servidor estável.
Mais do que isso, veja o quadro que preparei para você com as diferenças centrais entre 
estabilidade e vitaliciedade:
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PARÂMETRO ESTÁVELESTÁVEL VITALÍCIOVITALÍCIO
Período necessário 
para aquisição
Três anos de efetivo exercício
Dois anos de efetivo exercício para 
quem ingressana 1ª instância, por 
meio de concurso.
Obs.: os membros que entram dire-
tamente nos Tribunais são vitalícios 
desde a posse.
Hipóteses de
perda do cargo
I – sentença condenatória transitada em 
julgado;
II – mediante processo administrativo, em 
que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complemen-
tar, assegurada ampla defesa;
IV – se for ultrapassado limite de gastos 
com pessoal (artigo 169, § 4º, da Constitui-
ção).
Em regra, apenas sentença condena-
tória transitada em julgado.
Obs.: ministros do STF, PGR, membros 
do CNJ e do CNMP também podem 
perder o cargo por decisão do Senado 
Federal, no Crime de Responsabilidade 
(artigo 52, I, da Constituição).
Manutenção das 
prerrogativas do 
cargo após a apo-
sentadoria
Não.
Sim. Contudo, o foro especial cessa 
com a aposentadoria. Assim, mesmo 
desembargadores e ministros dos Tri-
bunais Superiores serão processados 
na 1ª instância após a aposentadoria.
A quem se aplica
A todos os servidores efetivos, aos mem-
bros da Defensoria Pública e da Advocacia 
Pública.
Aos membros do Judiciário, do Minis-
tério Público e dos Tribunais de 
Contas.
O STF decidiu ser inconstitucional lei estadual que preveja a exoneração de servidor em estágio 
probatório pelo simples fato de ele participar de movimento grevista. Na ocasião, entendeu-se 
que a norma previa indevida diferenciação entre estáveis e não estáveis (STF, ADI n. 3.235).
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1.5. dAs sessões AdMinistrAtivAs
As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as 
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
Antes da EC n. 45/2004, as decisões administrativas eram reservadas (fechadas).
1.6. possibilidAde de criAção de Órgão especiAl
O inciso XI, do artigo 93, da Constituição, diz que, se o Tribunal tiver mais de 25 membros, 
poderá ser criado órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros.
Esse órgão especial terá competência para o exercício das atribuições administrativas e 
jurisdicionais delegadas pelo Tribunal Pleno.
Para entender a necessidade de criação do órgão especial (que pode ter vários nomes, 
como Corte Especial ou Conselho Especial), basta pensar no funcionamento do TJSP, Tribunal 
que conta atualmente com quase 400 desembargadores. É notadamente mais fácil reunir 25 
do que 400 desses magistrados.
A composição do órgão deverá contar com metade das vagas preenchida pelo critério da 
antiguidade, enquanto a outra metade será por eleição do Tribunal Pleno.
Ainda sobre a composição do órgão especial, o do TRT-2 conta com 25 integrantes. Para 
compatibilizar a ideia do quinto constitucional com o mandamento constitucional, o Tribunal 
organizou da seguinte forma: 13 integrantes viriam da antiguidade e 12 da eleição. Dos 13 mais 
antigos, 10 deveriam ser desembargadores de carreira e três vindos do quinto; entre os 12 
escolhidos por eleição, 10 viriam da carreira e dois do quinto. No fim das contas, vinte seriam 
da carreira (começaram como juiz e subiram) e cinco seriam oriundos do quinto constitucional 
– MP ou OAB. A regra foi questionada, mas o STF confirmou a sua validade (STF, ADI n. 4.320).
Vale destacar que caberá ao Plenário do Tribunal definir quais são as atribuições que dele-
ga ao Órgão Especial (STF, MS n. 26.411).
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1.7. cláusulA de reservA de plenário
Eu diria que a cláusula de reserva de plenário é, ao mesmo tempo, importantíssima para 
quem se prepara para concursos públicos e pouco compreendida pelos candidatos!
Prevista no art. 97, da Constituição, é também chamada full bench (banco cheio).
Embora um juiz de primeira instância possa, isoladamente, declarar a inconstitucio-
nalidade de uma norma (controle difuso), nos Tribunais a regra é diferente. Isto porque 
se prevê que, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (Plenário) ou dos 
membros do órgão especial, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei 
ou ato normativo Poder Público.
Vale lembrar que, em matéria de controle de constitucionalidade, o ordenamento brasilei-
ro adota um sistema misto, abrangendo o controle difuso – de origem norte-americana – e o 
controle concentrado, sistema adotado na Europa.
O controle difuso de constitucionalidade pode ser feito por qualquer juiz ou Tribunal do 
País, enquanto o controle concentrado é realizado apenas pelo STF (guardião da Constituição 
Federal) e pelo TJ (guardião da Constituição Estadual).
Quando o controle difuso é feito por um Tribunal – ex.: STJ, TJDFT, TST –, incidirá a regra 
segundo a qual a norma somente será declarada inconstitucional se houver decisão nesse 
sentido de maioria absoluta dos membros do Tribunal ou de seu órgão especial – como visto 
anteriormente, este substitui o Plenário do Tribunal.
Pensando no STJ para ilustrar, a inconstitucionalidade não poderá ser declarada por um 
ministro, pela Turma ou por uma Seção, ficando reservada à Corte Especial, uma vez que lá há 
o órgão especial.
A razão da existência da referida cláusula é a seguinte: é certo que uma decisão proferida 
por um juiz de determinada Comarca é importante. No entanto, muito mais importante é uma 
decisão proferida por um Tribunal da envergadura do STJ, pois, nesse último caso, todos os 
Tribunais inferiores indicarão o julgamento a título de orientação e exemplo.
Vale dizer, as decisões dos Tribunais são mais importantes e, por isso, não podem ser 
tomadas monocraticamente ou por um pequeno número de julgadores (órgão fracionário).
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Esse tema, de difícil compreensão por grande parte dos estudantes, tem direta relação 
com a Súmula Vinculante n. 10, que tem esta redação:
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Qual a razão de ser da SV n. 10?
É o seguinte: muitas vezes, para fugir da exigência de submeter a questão relativa à in-
constitucionalidade ao Plenário – ou órgão especial –, os órgãos fracionários dos Tribunais 
(turmas, câmaras ou seções) dão ‘um jeitinho’: em vez de dizer que a norma é inconstitucio-
nal, eles deixam de aplicá-la. No fim das contas, só deixaram de aplicá-la por entender que 
era inconstitucional...
Por fim, cabe alertar que somente será necessário submeter a questão ao Plenário – ou 
ao órgão especial – quando se entender que a norma é inconstitucional, pois todas as normas 
nascem com presunção (relativa) de constitucionalidade.
Ou seja, para se afirmar a constitucionalidade da norma, não há necessidade de uma Tur-
ma mandar o caso parao Plenário, pois estará confirmando a regra, “chovendo no molhado”.
Foi exatamente dentro dessa diferença que trabalhou o examinador de recente concurso 
para a Magistratura no DF. Na ocasião, perguntou-se a diferença entre a Interpretação Con-
forme a Constituição e a Declaração de Inconstitucionalidade Parcial sem redução de Texto.
Antes mesmo de dar a resposta, vou lembrá-lo de uma dica: todas as vezes que for inda-
gada a diferença entre institutos, você deve encontrar inicialmente a semelhança.
Isto porque as perguntas giram em torno de temas com vários pontos de intersecção.
Exemplificando, não será perguntada a diferença entre caneta e relógio. A pergunta recairia 
sobre a diferença entre tênis e sapato. Em casos assim, o candidato responderia: “embora 
ambos sejam calçados, masculino e feminino (semelhança), o tênis é utilizado para ocasiões 
mais casuais, enquanto o sapato, para eventos formais (diferença).”
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Pois bem.
Voltando à questão feita no concurso do TJDFT, tanto a interpretação conforme à Consti-
tuição quanto à declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto são técnicas 
de manipulação situadas entre os limites constitucionalidade/inconstitucionalidade (elas es-
tariam dentro do grande gênero ‘sentenças intermediárias’, na subdivisão ‘sentenças normati-
vas’ – interpretativas). Além disso, as duas atuam em palavras plurissignificativas – até aqui, 
vimos as semelhanças!
Voltando à questão feita no concurso do TJDFT, tanto a interpretação conforme a 
Constituição quanto à declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto 
são técnicas de manipulação situadas entre os limites constitucionalidade/inconstitucio-
nalidade (elas estariam dentro do grande gênero ‘sentenças intermediárias’, na subdivisão 
‘decisões transitivas’). Além disso, as duas atuam em palavras plurissignificativas – até 
aqui, vimos as semelhanças!
Avançando sobre a distinção, tem-se que, na interpretação conforme a Constituição, se faz 
um juízo positivo de constitucionalidade. Em outras palavras, afirma-se a constitucionalidade, o 
que conduz à desnecessidade de remeter o caso ao Plenário (ou órgão especial, se houver).
Já na declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, o juízo é negati-
vo. Neste caso, como se profere um juízo de inconstitucionalidade (negativo), será necessária 
a observância da regra do artigo 97, da CF, ora em estudo.
Outra coisa: é desnecessária a submissão do caso à regra da reserva de plenário na hi-
pótese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do STF ou em 
súmula desse tribunal (STF, ARE n. 914.045).
Por outro lado, nas decisões do TCU (Súmula n. 347/STF)**, do CNJ e do CNMP, para afas-
tar a aplicação da norma entendida como inconstitucional, deverá ser observada a cláusula 
de reserva de plenário.
A título de exemplo, se o CNJ fizer o controle de validade dos atos (lembre-se de que ele 
não faz controle de constitucionalidade), precisará observar a decisão de maioria absoluta do 
colegiado, para dar mais segurança jurídica à decisão (STF, PET n. 4.656).
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Ah, eu tenho certeza de que você reparou no asterisco** que coloquei aí em cima. É que, 
embora a Súmula n. 347 não tenha sido formalmente cancelada, em abril de 2021, o Plenário 
do STF afastou a possibilidade de o TC fazer controle de constitucionalidade dentro de sua 
atuação (STF, MS n. 35.410).
Sistematizando:
Cláusula de Reserva de Plenário
QUEM precisa observar?QUEM precisa observar? QUEM não precisa observar?QUEM não precisa observar?
- Turmas, câmaras e seções dos tribunais de 2º grau e 
de tribunais superiores;
- TCU, CNJ e CNMP.
- Turmas do STF;
- turmas recursais de juizados especiais;
- juízes de primeiro grau.
QUANDO não precisa ser observadaQUANDO não precisa ser observada QUANDO precisa ser observadaQUANDO precisa ser observada
- Decisão de interpretação conforme a Constituição.
- Se já houver decisão do órgão especial ou plenário 
do Tribunal e do plenário do STF.
- No juízo de recepção/revogação de normas pré-
-constitucionais.
- Afastamento, no todo ou em parte, de norma, mesmo 
sem declaração expressa de inconstitucionalidade.
- Declaração de inconstitucionalidade parcial sem 
redução de texto.
Não há necessidade de observância da cláusula de reserva de plenário por juízes de primeira 
instância, por Turmas Recursais de juizados Especiais (embora colegiadas, são compostas 
por juízes de primeiro grau) e também pelas Turmas do STF (STF, AI n. 607.616).
1.8. FiM dAs FériAs coletivAs
A Reforma do Judiciário também extinguiu as férias coletivas nos juízos de 1º e 2º grau, ou 
seja, na 1ª e na 2ª instância a atividade jurisdicional será ininterrupta.
Por outro lado, as férias coletivas não acabaram no âmbito do STF e dos Tribunais Superio-
res. Nesses órgãos, elas continuam ocorrendo no período de 2 a 31 de janeiro e 2 a 31 de julho.
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1.9. regrA do Quinto constitucionAl
Um quinto (1/5) das vagas dos TRFs, dos TJs (dos Estados e do DF), do TST e dos TRTs 
será preenchido por membros do Ministério Público e da OAB, indicados em lista sêxtupla pe-
los órgãos de representação das classes.
Mas quem seria o “órgão de representação da classe” no caso do Ministério Público?
A pergunta é importante porque a CONAMP (Associação Nacional dos membros do Minis-
tério Público) questionou no STF o fato de a Lei n. 8.625/1993 atribuir ao Conselho Superior 
do MP a tarefa de definição da lista sêxtupla. A queixa principal era o fato de o Conselho ser 
composto apenas por procuradores de justiça (e não por promotores).
No entanto, o STF entendeu não haver inconstitucionalidade alguma, especialmente por-
que, embora composto exclusivamente por procuradores de justiça, a escolha passaria por 
votação de membros de toda a carreira (STF, ADI n. 4.134).
Caso 1/5 das vagas não resulte em número inteiro, o arredondamento deve ser feito sem-
pre para cima.
Exemplificando, no TST, onde se têm 27 ministros, 1/5 daria o resultado 5,4, que é arredonda-
do para seis vagas.
Depois que o respectivo Tribunal recebe a lista sêxtupla, ele deve fazer uma votação, re-
duzindo essa lista para tríplice (três nomes).
A partir daí, competirá ao chefe do Poder Executivo escolher um dos listados, no prazo de 20 dias.
Lembro que será do presidente da República a escolha referente aos membros do TST, dos 
TRTs e dos TRFs, pois esses Tribunais integram o Poder Judiciário da União. De outro lado, 
tratando-se de Poder Judiciário Estadual (TJ), a escolha caberá ao governador.
Há, ainda, a peculiar situação do Distrito Federal. Isto porque o TJDFT também é integrante 
do Poder Judiciário da União. Assim, é do presidente da República a prerrogativade escolher o 
membro que ocupará a cadeira do quinto constitucional no TJDF.
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Em relação aos membros do Ministério Público, exige-se que eles possuam mais de 10 
anos de carreira; quanto aos membros da OAB, além do requisito anterior, também há previsão 
de que eles possuam notório saber jurídico e reputação ilibada.
Ademais, o STF entende que viola o princípio da separação dos Poderes norma de Cons-
tituição Estadual que preveja aprovação, pela Assembleia Legislativa, de candidatos do 1/5 
constitucional à vaga no TJ (STF, ADI n. 4.150).
No âmbito do STJ, não há o 1/5 constitucional, mas sim o 1/3, pois há divisão igualitária entre 
desembargadores de TJ, Juízes de TRF (Desembargadores Federais) e membros do MP/OAB.
Pergunta: há a possibilidade de o Tribunal recusar a lista sêxtupla encaminhada pelo órgão 
de classe? Em caso positivo, haveria o dever de fundamentar a recusa?
A questão foi tratada no STF diante de impasse envolvendo vaga oriunda da OAB para o 
STJ. Na ocasião, o Tribunal entendeu pela possibilidade de recusa, e pela desnecessidade de 
fundamentação quanto a ela (STF, RMS n. 27.920).
1.10. gArAntiAs dos MAgistrAdos
Os magistrados possuem basicamente três garantias, que devem ser interpretadas não 
como privilégios, mas como prerrogativas para atuarem sem medo de retaliação de detento-
res do poder econômico ou político. São elas:
1.10.1. Vitaliciedade
É adquirida após dois anos de efetivo exercício, para aqueles que ingressam, mediante con-
curso público, na 1ª instância. Os membros que ingressam diretamente nos Tribunais, seja pelo 
quinto constitucional, seja por indicação (STF, STJ, TST, TSE etc.), são vitalícios desde a posse.
Lembro, ainda, que os conceitos de vitaliciedade e de titularidade não se confundem. 
Desse modo, pode um juiz titular não ser vitalício, assim como pode um juiz já vitalício ainda 
ser substituto.
Por outro lado, vitaliciedade e estabilidade apresentam algumas distinções, que já trabalhei 
anteriormente. Para se olhar para apenas uma delas, o prazo para a aquisição da estabilidade 
é bem maior – três, e não dois anos.
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Fique atento(a), pois os detentores de vitaliciedade (Magistrados, membros do Ministério 
Público e dos Tribunais de Contas) mantêm as prerrogativas do cargo após a aposentadoria, 
mas uma delas – talvez a mais importante para as provas – não é mantida: o foro especial.
Então, pedimos sua atenção porque o STF entende que, com a aposentadoria, acaba o foro 
por prerrogativa de função.
Exemplificando, um ministro do STJ que estivesse respondendo a ação penal perante o STF, 
caso se aposente, o processo passará a tramitar na 1ª instância (STF, RE n. 549.560)!
Tem mais: o fato de o cargo ser vitalício não impede a aposentadoria compulsória, quando 
atingido o limite de idade previsto no inciso II do § 1º do artigo 40 da CF. Se você lembra bem, 
a EC n. 88/2015 previu que a aposentadoria compulsória acontecerá aos 70 anos de idade ou, 
havendo lei complementar, aos 75 anos.
Na prática, já existe a LC n. 152/2015, de modo que o limite de 75 anos vem sendo aplicado 
a todos os servidores e membros, não só do Executivo, valendo também para a magistratura 
ou o Ministério Público (STF, ADI n. 5.490).
1.10.2. Inamovibilidade
Os juízes não podem ser removidos de ofício, salvo se houver motivo de interesse público. 
A decisão para afastar a inamovibilidade do magistrado será tomada pela maioria absoluta dos 
membros do Tribunal ou do CNJ. Fique de olho, pois esse quórum era de 2/3 até a EC n. 45/2004.
A questão queridinha das Bancas examinadoras nesse ponto diz respeito a outra peculia-
ridade: o STF entendeu que a inamovibilidade valeria para os magistrados titulares e para os 
substitutos. Em relação a estes, a inamovibilidade estaria na Comarca ou na Circunscrição 
(STF, MS n. 27.958). Além disso, não poderia o tema da remoção ser disciplinado pelo Consti-
tuinte estadual, devendo seguir a LOMAN, que é lei complementar federal, de iniciativa do STF 
(STF, ADI n. 3.358).
Ilustrando, um juiz substituto que esteja lotado na Comarca de Ribeirão Preto/SP poderá subs-
tituir os Colegas que estiverem afastados, doentes, em férias etc. Contudo, não se pode exigir 
que ele deixe sua Comarca. Do contrário, ele viveria como artistas circenses, vagando de uma 
Cidade para outra.
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Aproveitando que eu falei em titulares e em substitutos, a CF prevê que o juiz titular resi-
dirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal.
Obs.: � Aqui, valem duas observações: a primeira, no sentido de que só por lei complementar 
poderia ser imposta a perda de subsídio de juízes que se ausentassem das comarcas, 
de modo a ser inconstitucional o uso de provimento do TJ (ato interno) para essa fina-
lidade (STF, ADI n. 3.053); a segunda, para lembrar que o STF afastou o pagamento de 
auxílio-moradia a magistrados e a membros do Ministério Público (STF, AO n. 1.773).
1.10.3. Irredutibilidade de Subsídios
Nesse ponto, destaca-se a observância do teto do funcionalismo e o pagamento de tribu-
tos. Ademais, com base na tese de que não há direito a regime jurídico, o STF entendeu que 
magistrados não poderiam incorporar quintos incorporados em regime jurídico diverso (STF, 
RE n. 587.381).
Para você entender melhor, vou usar meu caso como exemplo: eu era Técnico Judiciário (nível 
médio) e possuía direito a 2/5 (dois quintos) de gratificação em chefia, proporcionais ao perí-
odo em que a lei ainda permitia a incorporação. Quando virei Analista (nível superior), pude 
trazer comigo aquele valor incorporado. Contudo, ao mudar de regramento, saindo da Lei n. 
8.112/1990 para LC n. 35/1979 (Lei da Magistratura Nacional), deixei de fazer jus à incorpo-
ração, perdendo aquela parcela.
Ah, importante lembrar que verbas de caráter indenizatório (exemplo, férias pagas em pe-
cúnia) não se submetem ao teto constitucional.
Outra coisa: por não encontrar respaldo na LOMAN, é inconstitucional norma estadual que 
preveja “verba de representação” para os cargos de presidente, vice-presidente, corregedor ou 
de decano do Tribunal (o membro mais antigo), também não podendo haver a incorporação 
desses valores aos subsídios (STF, ADI n. 3.072).
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Sistematizando:
Garantias dos Magistrados e do Ministério Público
VitaliciedadeVitaliciedadeAdquirida após dois anos de efetivo exercício. Exce-
ção: quem ingressa diretamente nos tribunais (ex.: 
1/5 constitucional) é vitalício desde a posse.
Após a vitaliciedade, só é possível perda do cargo por 
sentença judicial definitiva.
InamovibilidadeInamovibilidade Juiz não pode ser removido de ofício, salvo delibera-
ção de maioria absoluta do tribunal ou do CNJ. Vale 
para titulares e suplentes.
Irredutibilidade de subsídiosIrredutibilidade de subsídios Subsídio não pode ser reduzido. Precisa respeitar 
teto constitucional e descontos legais. Verbas de 
caráter indenizatório podem superar teto.
1.11. proibições dos MAgistrAdos
Se, de um lado, a Constituição assegura um leque de garantias, de outro consagra diversas 
vedações, justificadas pela importante função exercida por tais agentes estatais. Veja as prin-
cipais proibições previstas no art. 95:
1.11.1. Exercício de Outro Cargo ou Função
Veda-se o exercício de outro ofício ou profissão, ainda que em disponibilidade, salvo uma 
de Magistério.
Foi com base nesse dispositivo constitucional que o CNJ editou a Resolução n. 10/2005, 
a partir da qual se proibiu que os membros do Judiciário também integrassem a Justiça des-
portiva. Esse ato normativo foi questionado junto ao STF, que entendeu pela sua autoaplica-
bilidade (STF, MS n. 25.938).
Quando se fala “salvo uma de Magistério”, não há uma restrição numérica, mas sim ligada 
à compatibilidade de horários, para que não haja prejuízo à função judicante (STF, ADI n. 3.126).
Ainda sobre o tema, em recente decisão, o CNJ entendeu pela proibição do exercício de 
atividades de coaching, mentoria ou similares (Resolução n. 226/2016). Em fevereiro de 2021 
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foi a vez de o CNMP editar ato normativo semelhante, proibindo as mesmas atividades aos 
integrantes do Ministério Público. As alterações foram incorporadas à Resolução n. 73/2011.
Ah, considerando o entendimento do STF no sentido de que, na acumulação lícita de car-
gos públicos deve ser observado o teto de remuneração em cada cargo isoladamente e não 
na somatória dos valores, é possível que na prática o magistrado supere o subsídio mensal 
pago aos ministros do STF.
1.11.2. Quarentena de Saída
Todo cuidado é pouco aqui, pois são muitas questões cobrando este assunto: você viu que 
são exigidos três anos de atividade jurídica para o ingresso na carreira (quarentena de entrada).
Agora é hora de vermos a quarentena de saída, que nada mais é do que o período em que 
se proíbe que o magistrado exerça a advocacia no juízo ou Tribunal do qual se afastou, tam-
bém pelo período de três anos.
Note que a restrição alcança o Tribunal de onde o magistrado se afastou, ainda que a Cor-
te tenha jurisdição em todo o território nacional. Assim, poderia um ministro do STF advogar 
no STJ, por exemplo.
Há, ainda, uma importante polêmica sobre o tema: em 2013, o Conselho Federal da OAB 
editou ato segundo o qual a proibição de advogar se estenderia a todo o escritório integrado 
pelo magistrado aposentado. 
Esse ato foi questionado junto ao STF por meio de ADPF. Ao julgá-la, o Tribunal julgou pro-
cedente, afirmando que a restrição não seria admissível. Isso porque o princípio da liberdade 
do exercício profissional (artigo 5º, XIII, da CF) até permite restrições ao exercício do trabalho, 
mas isso dependeria de reserva legal qualificada. Em outras palavras, só por lei poderia existir 
a restrição, não se admitindo o ato editado pelo Conselho Federal da OAB.
Assim, a restrição só pode alcançar o próprio magistrado que se afastou da atividade, não 
atingindo terceiros – os demais integrantes do escritório.
Nas palavras do Relator, 
por incidir severamente sobre a liberdade profissional, a vedação prescrita pelo art. 95, 
parágrafo único, V, da CF jamais poderia ser utilizada como fundamento normativo para 
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a aplicação de sanções éticas em face de terceiros, que nunca tiveram vínculo algum 
com a magistratura, sob pena de se atentar contra o princípio – medular em nosso orde-
namento – da intranscendência das sanções ou das medidas restritivas de direitos (STF, 
ADPF n. 310).
1.11.3. Dedicação a Atividades Político-partidária
Para os magistrados, esta vedação já estava prevista desde o texto original da Constitui-
ção, do ano de 1988, enquanto para os membros do Ministério Público foi incluída apenas no 
ano de 2004, com a Emenda n. 45.
Um ponto importante: a vedação não persiste durante a inatividade. Ou seja, com a aposen-
tadoria do magistrado, este poderia candidatar-se a mandato eletivo.
É por tal razão, por exemplo, que se fala na possibilidade de o ministro Joaquim Barbosa ou 
qualquer outro membro do Judiciário, que esteja aposentado, lançar-se candidato.
Sistematizando:
Proibições principais dos Magistrados e do Ministério Público
Exercer outro cargo ou funçãoExercer outro cargo ou função Não se pode exercer outro cargo ou função, ainda 
que em disponibilidade. A exceção fica por conta do 
magistério.
CNJ e CNMP impedem atuação por coaching, mento-
ria ou similares.
Atividade político-partidáriaAtividade político-partidária Para o Judiciário, proibição está desde a origem da 
Constituição.
Para o MP, nasce com a EC n. 45/2004.
Quarentena de saídaQuarentena de saída Juízes e promotores ficam impedidos de exercer a 
advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram 
antes de decorridos três anos.
1.12. JulgAMento de Juízes e de MeMbros do Ministério público
Os juízes estaduais e os do Distrito Federal serão julgados pelos respectivos Tribunais de Justi-
ça, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
É também do Tribunal de Justiça a competência para julgar os membros do Ministério 
Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Jus-
tiça Eleitoral.
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De outro lado, a questão não é tão simples quando envolver os membros do Ministério 
Público da União – MPU. Inicialmente, lembro que o MPU possui quatro ramos: MP Federal; 
MP do Trabalho; MP Militar; e MP do Distrito Federal e dos Territórios.
Veja as regras:
1) o PGR será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de responsabilidade, 
pelo Senado Federal;
2) os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou superiores) serão 
julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ;
3) os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos crimes co-
muns + responsabilidade, pelo respectivo TR;
4) os membros do MPDFT são julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo 
TRF, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (STF, RE n. 418.852).
Para ajudar a sistematizar, vou usar um quadro esquemático:
Foro para julgamento de membros doMinistério Público
Ministério Público ESTADUALMinistério Público ESTADUAL Ministério Público da UNIÃOMinistério Público da UNIÃO
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime
de responsabilidade
TJ
Em crime
de responsabilidade
Senado 
Federal
Se atuar em 2ª instância TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância TJ, exceto crime eleitoral Se atuar na 1ª instância
TRF, exceto
crime eleitoral
Os juízes do TJDFT são julgados nos crimes comuns e nos de responsabilidade pelo próprio 
TJDFT, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; já os promotores de Justiça do MPDFT 
serão julgados pelo TRF nos mesmos crimes.
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1.13. AutonoMiA AdMinistrAtivA, FinAnceirA e orçAMentáriA dos 
tribunAis
De acordo com a Constituição, cada Tribunal deve: a) elaborar seu regimento interno e eleger 
seus órgãos diretivos; b) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; c) propor a 
criação de novas varas; e d) prover, por concurso público, os cargos necessários à administração 
da Justiça (Ex.: analista, técnico), exceto os de confiança – que não precisam de concurso.
Sobre as eleições para cargos diretivos, três observações: a primeira é no sentido de que 
nada impede a criação de cargo de 2º vice-presidente – o TJDFT, por exemplo, possui – nem 
de corregedor-adjunto.
A segunda observação é para deixar claro que cabe aos desembargadores a escolha dos 
integrantes de órgãos diretivos no Tribunal, não podendo a norma estadual permitir que juízes 
vitalícios participem da eleição (STF, ADI n. 2.012).
Quanto à terceira, o STF firmou a compreensão de que o Tribunal de Justiça tem autonomia 
para disciplinar a eleição dos seus cargos de direção (presidente, vice-presidente e correge-
dor-geral de justiça) e que todos os seus membros podem concorrer às vagas. Essa decisão é 
importante, porque o artigo 102 da LOMAN (Lei da Magistratura Nacional) dizia que os Tribu-
nais escolheriam, dentre seus juízes mais antigos, em número correspondente ao dos cargos 
de direção. Ou seja, dava-se preferência ao critério da antiguidade. 
Acontece que, segundo o STF, a regra da LOMAN não foi recebida pela CF atual. Portanto, 
deve ser prestigiada a interpretação de que, após a EC n. 45/2005, a composição da direção 
do Tribunal passou a ser ditada não apenas pela antiguidade, mas também pela eleição, não 
havendo impedimento para que todos os membros da 2ª segunda instância pudessem concor-
rer aos cargos de cúpula, não sendo válida regra que limite a elegibilidade (STF, ADI n. 3.976).
Hora de avançar.
Outra coisa: exatamente por conta da autonomia administrativa do Judiciário, assim como 
no princípio da separação dos Poderes, o STF declarou a inconstitucionalidade de lei estadual 
que previa caber ao Poder Executivo fazer controle de qualidade de serviços públicos presta-
dos por órgãos do Poder Judiciário (STF, ADI n. 1.903).
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Invocando o artigo 96, I, a, da Constituição, o STF declarou a inconstitucionalidade de por-
taria editada pelo presidente de Tribunal de Justiça, a qual estabelecia novo horário de funcio-
namento da Corte Estadual. Na ocasião, entendeu-se pela necessidade de Resolução, editada 
pelo Colegiado (e não apenas pelo presidente) para tratar sobre o tema (STF, ADI n. 2.907).
Também dentro da autonomia do Tribunal, entendeu-se pela inconstitucionalidade de dis-
positivo de Constituição Estadual que previa horário de funcionamento entre 8-18h, “vedan-
do-se, qualquer que seja a justificativa, a redução desse horário de atendimento” (STF, ADI n. 
4.484). 
Outra coisa: exatamente por conta da autonomia administrativa do Judiciário, assim como 
no princípio da separação dos Poderes, o STF declarou a inconstitucionalidade de lei estadual 
que previa caber ao Poder Executivo fazer controle de qualidade de serviços públicos presta-
dos por órgãos do Poder Judiciário (STF, ADI n. 1.903).
Ainda segundo a Constituição, o STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça 
devem propor ao Legislativo: a) a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores; 
b) a criação de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares, bem como a fixação de 
subsídio de seus membros e dos juízes; c) a criação ou extinção dos Tribunais inferiores; e d) 
a alteração da organização e da divisão judiciárias.
Trata-se de iniciativa privativa de lei. Assim, não cabe aos outros Poderes dar início ao pro-
cesso legislativo nas matérias acima listadas.
Além disso, não se permite emenda parlamentar que provoque aumento de despesa 
em projeto de iniciativa do Poder Judiciário ou mesmo do Ministério Público (STF, ADIs n. 
4.062 e n. 4.075).
Embora a organização judiciária seja tratada por meio de lei em sentido formal, a jurispru-
dência do STF entende ser possível a especialização de varas também através de resolução do 
Tribunal de Justiça – e não apenas por meio de lei. Aliás, essa questão aparece frequentemente 
em provas de concursos, especialmente para cargos do Poder Judiciário (STF, HC n. 91.024).
Outra coisa: cabe aos TJs julgar os prefeitos por crimes comuns de natureza estadual, certo?
Acontece que o regimento interno de determinado Tribunal falava que o julgamento caberia 
à Câmara Criminal, mas, por meio de emenda parlamentar a um projeto de lei, foi modificada a 
competência para o julgamento caber ao Plenário do TJ.
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Analisando a lei, o STF afirmou ser:
inválida a inclusão de norma com conteúdo próprio à disciplina dos regimentos internos 
dos Tribunais, por emenda parlamentar, ao projeto de lei apresentado pelo Tribunal de 
Justiça com o propósito de dispor sobre a organização judiciária do Estado, uma vez que 
violada a reserva de iniciativa disposta no art. 96, II, “d”, da CF, prevalecendo a previsão do 
Regimento Interno (STF, ADI n. 3.915).
Os Tribunais elaborarão as propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados con-
juntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
Vamos, então, para mais um quadro, esquematizando o encaminhamento das propostas 
orçamentárias:
Encaminhamento de propostas orçamentárias
No âmbito da UniãoNo âmbito da União No âmbito dos Estados, DF e TerritóriosNo âmbito dos Estados, DF e Territórios
Compete ao presidente do STF e dos Tribunais Superio-
res, com aprovação dos respectivos Tribunais.
Compete ao presidente do Tribunal de Justiça, 
com aprovação dos respectivos Tribunais.
Se os órgãos responsáveis não encaminharem as propostas dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder 
Executivo considerará os valores aprovados na LDO vigente. Ou seja: vai repetir para o ano seguinte os valores 
repassados no ano corrente (na prática, é uma punição,porque as despesas normalmente são crescentes).
Se proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com limites da LDO, o Poder Executivo poderá 
ajustar valores.
Durante a tramitação do projeto da LOA, pode o Legislativo promover cortes no orçamento do Judiciário, 
mesmo que eles sejam muito drásticos. Por essa razão, o STF negou pedido formulado pela Associação 
Nacional dos Magistrados do Trabalho (ANAMATRA), que pretendia a declaração de inconstitucionalidade 
da Lei n. 13.255/2016, porque ela promoveu um corte de 90% nas despesas de investimento e de 24,9% nas 
de custeio no orçamento de 2016 da Justiça do Trabalho (STF, ADI n. 5.468).
Não pode haver realização de despesas nem assunção (assumir) obrigações que extrapolem limites da LDO. 
Exceção: se houver abertura de créditos suplementares ou especiais.
Por falar em orçamento – e em dinheiro –, uma lei do Rio Grande do Norte destinava de-
terminado percentual da taxa judiciária (custas judiciais) para Escola da Magistratura.
Questionada no STF, o Tribunal entendeu que:
O funcionamento de Escola da Magistratura como órgão integrante do Poder Judiciário 
visa a aprimorar a prestação jurisdicional, o que lhe permite ser financiada também por 
recursos decorrentes da utilização de tal serviço público.
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Ou seja, a validade da norma foi confirmada (STF, ADI n. 3.419).
1.14. JuizAdos especiAis
Diz o art. 98, I, da Constituição que a União, no DF e nos territórios, e os estados criarão 
juizados especiais, promovidos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações 
penais de menor potencial ofensivo.
Os popularmente conhecidos ‘juizados de pequenas causas’ – na verdade, juizados espe-
ciais – estão inseridos na estrutura dos Tribunais de Justiça (TJ) e dos Tribunais Regionais Fe-
derais (TRF). Eles surgiram com o claro intuito de resolver as causas de menor complexidade 
de maneira mais célere.
Nesse contexto, eventual recurso contra a decisão proferida pelos juizados especiais deve 
ser encaminhado à Turma Recursal, que é composta por três juízes de primeiro grau.
Note que na turma recursal não há desembargadores e, na linha do entendimento do STF, 
elas não são consideradas Tribunais (STF, RE n. 590.409).
Avançando, o STF entende que o acesso às Turmas Recursais não caracteriza promoção, e 
sim mera designação. Em consequência, não há necessidade de observância dos critérios de 
antiguidade e merecimento.
Em outras palavras, a definição dos critérios para composição da Turma Recursal seria um 
ato interno do próprio Tribunal (STF, MS n. 28.254).
Como regra, a decisão proferida pelas turmas recursais será irrecorrível.
No entanto, havendo violação à Constituição, caberá recurso extraordinário, endereçado 
ao STF. Há também a possibilidade de impetração de habeas corpus, que será julgado pelo 
respectivo TJ ou TRF. Tratando-se de mandado de segurança contra ato de turma recursal, a 
competência para julgamento é da própria turma (Súmula 376/STJ).
Nesse ponto, uma atenção especial para as provas: está superada a Súmula n. 690/STF, 
que previa a competência do STF para o julgamento de HC ou MS impetrados contra as turmas 
recursais.
Por outro lado, mesmo que violada a legislação federal, não será cabível a interposição de 
recurso especial contra decisão de turmas recursais (STJ, Súmula n. 203).
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Essa observação é importante, pois o(a) aluno(a) costuma fazer um paralelo entre o recur-
so extraordinário (RE) e o recurso especial (RESP), sendo o primeiro julgado pelo STF – guar-
dião da Constituição –, enquanto o último é da competência do STJ – guardião da lei federal.
Uma pergunta: decisão de turma recursal de juizado especial que contrarie o entendimen-
to do STJ pode ser combatida através de algum recurso?
Nesse caso, deve ser feita a seguinte diferenciação:
1. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial estadual: a lei dos juizados 
especiais estaduais – Lei n. 9.099/1995 – não prevê a existência de turma de uniformização 
de jurisprudência. Em razão disso, não haveria como se combater a decisão proferida pela 
turma recursal (ressalvado, como visto, o cabimento do recurso extraordinário por violação à 
Constituição ou a impetração do HC e do MS).
Por conta dessa falta de recurso próprio, o STF, num primeiro momento, firmou a compre-
ensão de que, se a decisão de turma recursal de juizado especial estadual contrariar a jurispru-
dência do STJ, será cabível reclamação para este tribunal (STJ) – (STF, RE n. 571.572).
Regulamentando a reclamação, o STJ editou a Resolução n. 12/2009. Contudo, no ano de 
2016, diante do excessivo número de reclamações que chegavam ao Tribunal contra decisões 
das Turmas Recursais Estaduais, o STJ editou outro ato normativo.
Pois é, atualmente, segundo a Resolução n. 3/2016 (já na vigência do Novo CPC), enten-
de-se que a parte que se sentir prejudicada com a decisão de Turma Recursal de juizado Es-
tadual deve ingressar com reclamação no próprio TJ. Ou seja, o STJ empurrou esse abacaxi 
para o TJ descascar...
Então, sistematizando, caberá reclamação para o TJ Estadual (ou TJDFT) quando a deci-
são da Turma Recursal de juizado Estadual contrariar jurisprudência do STJ que esteja conso-
lidada em: a) incidente de assunção de competência; b) incidente de resolução de demandas 
repetitivas (IRDR); c) julgamento de recurso especial repetitivo; d) enunciados das Súmulas 
do STJ; e) precedentes do STJ.
2. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial federal: a Lei n. 10.259/2001, 
que trata dos juizados especiais federais, trouxe um procedimento próprio para tratar da questão.
Segundo seu artigo 14, a parte que se sentir prejudicada com a decisão da Turma Recursal 
de juizado Federal poderá formular pedido de uniformização de jurisprudência para a Turma 
Regional de Uniformização de Jurisprudência (TRU). Daí, caberá novo pedido para a Turma 
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Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU). Se a orientação acolhida pela Turma de 
Uniformização contrariar súmula ou jurisprudência dominante no STJ, a parte interessada po-
derá provocar a manifestação deste (STJ), que dirimirá a divergência. Repito: a provocação do 
STJ não será feita por meio de recurso especial (STJ, Súmula n. 203).
3. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial da Fazenda Pública: a Lei n. 
12.153/2009, que trata dos juizados especiais da Fazenda Pública, também prevê a possibili-
dade de a questão ser submetida ao STJ, nas hipóteses de contrariedade a Súmulas do STJ, 
ou mesmo para uniformizar a orientação nas Turmas Estaduais.
Ou seja, em linhas gerais, o procedimento

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