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4 HISTÓRIA, MEMÓRIA E GÊNERO

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HISTÓRIA, MEMÓRIA E GÊNERO:
Através de uma entrevista comentada
 Ricardo Luis Herpich
 ricardoprofe.historia@gmail.com
 Metodologia do Ensino de História
RESUMO
O presente artigo visa abordar a utilização dos conceitos de história, memória e gênero na historiografia atual, e consequentemente de que forma esses conceitos se entrelaçam. Esta pesquisa busca ainda, realizar e analisar uma entrevista com uma mulher, de significativa relevância em minha vida, evidenciando fatos importantes de sua identidade e trajetória de vida, por meio da utilização da história oral. Por fim, este trabalho pretende debater as memórias apresentadas durante a entrevista, comparando com as questões de gênero que vem sendo amplamente debatidas e inseridas num novo contexto da História.
Palavras-chave: História, Memória e Gênero.
ABSTRACT
This article aims to address the use of the concepts of history, memory and gender in current historiography, and consequently how these concepts intertwine. This research also seeks to carry out and analyze an interview with a woman, of significant relevance in my life, highlighting important facts of her identity and life trajectory, through the use of oral history. Finally, this work intends to discuss the memories presented during the interview, comparing them with the gender issues that have been widely debated and inserted in a new context of History.
INTRODUÇÃO
Esse artigo busca abordar como os conceitos de história, memória e gênero vem sendo apresentados no contexto atual, através de pesquisas e produções recentes na área das ciências humanas.
Também analisará de que forma podemos preservar e divulgar lembranças e memórias e transformá-las em histórias significativas para construção dos processos identitários, sejam individuais ou coletivos.
A pesquisa foi constituída a partir do uso da memória oral, na qual se visa descobrir por meio de uma entrevista as experiências vividas por uma mulher, cuja história é de fundamental importância em minha vida.  
Sendo assim, esse trabalho está inserido no contexto dos estudos de gênero, uma vez que busca comparar a história de vida da entrevistada com as questões de gênero estudadas no decorrer do curso.
HISTÓRIA, MEMÓRIA E GÊNERO
Os séculos XX e XXI, foram os mais revolucionários da história. O mundo, ou seja, a vida dos homens e mulheres que vivem na Terra, nunca foi transformada de maneira tão profunda, dramática e extraordinária dentro de um período tão curto. As gerações que não viram como o mundo era antes têm dificuldade em perceber isso intuitivamente (HOBSBAWN; RANGER, 1995). 
Assim, se faz importante perceber que o mundo vem se transformando de maneira rápida, modificando a vida das pessoas e, por conseguinte, as tradições e identidades locais, pois estas comunidades não vivem de forma isolada e sofreram influências, já que a cultura não é estagnada, está sempre em constante movimento, juntamente com as pessoas. (CARDOSO, 2019). 
Nesse contexto, a função da história é construir o passado, dotando uma sociedade de uma visão de tempo que vai muito além daquilo que definimos como presente. Desta forma, a história serve para que possamos realizar no plano do conhecimento, do pensamento, do imaginário, da memória, aquilo que não podemos fazer no plano da realidade empírica: sair do presente, nos ausentarmos da temporalidade que nos cerca, olhar este tempo de fora e ter com ele uma relação de distanciamento, de estranhamento, ter, dele, uma nova perspectiva. (JÚNIOR, 2012).
Com isso, os historiadores devem perceber-se como um ser que faz parte de um processo de rupturas e permanências, continuidades e descontinuidades, pois “o ensino e a escrita da História implicam sempre a tomada de posição política e a defesa de valores, mesmo quando não se está atento para esses aspectos” (JÚNIOR, 2012, p.32-33).
Pois, conforme Chartier, 
[...] a leitura das diferentes temporalidades que fazem que o presente seja o que é, herança e ruptura, invenção e inércia ao mesmo tempo, continua sendo a tarefa singular dos historiadores e sua responsabilidade principal para com seus contemporâneos. (2010, p.68)
Para Philippe Joutard, “ambas (história e memória) têm em comum a representação do que foi e não é mais, contudo a ligação delas com o passado se faz de maneira distinta”. (2007, p.223). A memória é uma lembrança do passado, selecionada de forma afetiva por se tratar de uma memória individual e uma lembrança pessoal, ela é marcada pelo esquecimento de detalhes ou a ocultação dos mesmos em virtude da construção de uma memória embelezada. 
Para Halbwachs (2003, p. 160): 
A memória (...) é uma reconstrução psíquica e intelectual que acarreta de fato uma representação seletiva do passado, um passado que nunca é aquele do indivíduo somente, mas de um indivíduo inserido num contexto familiar, social, nacional. Portanto toda memória é, por definição, ‘coletiva’. Seu atributo mais imediato é garantir a continuidade do tempo e permitir resistir à alteridade, ao ‘tempo que muda’, às rupturas que são o destino de toda vida humana; em suma, ela constitui – eis uma banalidade – um elemento essencial da identidade, da percepção de si e dos outros.
Na mesma linha Pollak defende que memória é um fenômeno construído (POLLAK, 1992, p. 4). Onde a memória, individual ou coletiva, é constituída por acontecimentos, personagens e lugares. E esses elementos precisam estar organizados para que as narrativas memoriais ganhem sentido, adquiram justificação e credibilidade, tornando – se o que Pierre Nora chamaria de os “lugares de memória”. (MESQUITA, 2008)
Esta memória é formada a partir da afetividade, onde há uma adesão emocional dos indivíduos ao grupo. Nesse processo de negociação, Halbwachs expressa que não adianta termos acesso às lembranças e testemunhos de outros, se não houver pontos de contatos suficientes entre a nossa memória e a deles. Logo, por excelência a memória é antes de tudo coletiva. Segundo Pollak, a memória coletiva tem como funções manter a coesão interna e defender as fronteiras de grupos. Uma vez que, está memória fornece os pontos de referência que aproximam os indivíduos, independentemente do tempo, da repressão que possam sofrer do aparelho estatal e até de invasões de outros povos. (CUNHA, 2016)
Assim, o conceito de memória está ligado à memória social e coletiva, conforme cita Le Goff (2003, p. 422), “o estudo da memória social é um dos elementos fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história”. O autor ainda acrescenta que “a memória coletiva é não somente uma conquista, é também um instrumento e um objeto de poder” (LE GOFF, 2003, p. 410). 
Dentro desse contexto de poder, a narrativa histórica tradicional sempre deu pouco espaço para as mulheres, justamente na medida em que privilegiava a cena pública – a política, a guerra - onde elas aparecem pouco (PINTO, 2010)
Contudo, Joan Scott (1990) nos lembra que o poder não é unitário, centralizado e coerente num determinado contexto social. Para ela , no interior dos campos de força há espaço para ações humanas no que se refere à construção de identidades, bem como a possibilidade de negar, resistir e reinterpretar. 
Assim, ao considerarmos os conceitos de identidades femininas e masculinas, as mesmas, não são fundadas biologicamente, mas sim construídas pela cultura. O gênero, pensado por Joan Scott (1990), não limita o conceito à esfera da família ou da divisão sexual do trabalho. Para ela, a elaboração do vocábulo significou a constituição de um campo real de investigação, na qual, seus pesquisadores possuem um compromisso teórico bastante relevante de explicar as razões pelas quais as relações de poder são construídas na sociedade, como funcionam e como mudam. (TEDESCO, 2018)
Já Linda Nicholsen (2000) sugeriu a realização de investigaçõessobre mulheres em contextos específicos que possam contribuir para mostrar as ambiguidades do passado, ao que Michele Perrot contribuiu dizendo:
Escrever uma história das mulheres é um empreendimento relativamente novo e revelador de uma profunda transformação: está vinculado estreitamente à concepção de que as mulheres têm uma história e não são apenas destinadas à reprodução, que elas são agentes históricos e possuem uma historicidade relativa às ações cotidianas, uma historicidade das relações entre os sexos. Escrever tal história significa levá-la a sério, querer superar o espinhoso problema das fontes ("Não se sabe nada das mulheres", diz-se em tom de desculpa). Também significa criticar a própria estrutura de um relato apresentado como universal, nas próprias palavras que o constituem, não somente para explicitar os vazios e os elos ausentes, mas para sugerir uma outra leitura possível. (PERROT, 1995, p. 09)
Desta forma, uma “análise de gênero”, construída a partir das memórias da minha entrevistada, para Pollak (1992, p.2), “deve ser entendida também, ou, sobretudo, como um fenômeno coletivo e social, ou seja, como um fenômeno construído coletivamente e submetido a flutuações, transformações e mudanças constantes”. 
ENTREVISTA COMENTADA
Durante muitos séculos, variadas sociedades buscaram construir sua identidade por meio de parâmetros de pertencimento, recorrendo ao passado. Para tanto, tem se utilizado a metodologia da História oral, para escrever a memória e as percepções das pessoas que habitam este local, sendo as entrevistas a fonte primordial para escrever sobre as semelhanças e diferenças existentes no modo de vida da população visto que os depoimentos são importantes na preservação das memórias, tradições, bem como, das heranças identitárias.
Portanto, a história oral busca registrar as vivências e lembranças de um determinado grupo ou pessoa. Para Alberti (2008, p. 29) a “história oral não é um fim em si mesma, e sim, um meio de conhecimento”. Quando se trabalha com a história oral, se faz necessário valorizar a memória, as identidades e tradições, pois estas formam a história dos indivíduos que ali vivem.
Assim, a identidade é baseada na memória que pode ser individual ou coletiva, constituída a partir das escolhas feitas ao longo dos processos, o que nos leva ao surgimento de um sentimento de pertencimento a um lugar ou grupo e a construção identitária, conforme diz Bauman,
Tornamo-nos conscientes de que o pertencimento e a identidade não tem a solidez de uma rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que as decisões que o próprio indivíduo toma os caminhos que percorre, a maneira como age – e a determinação de se manter firme a tudo isso – são fatores cruciais tanto para o pertencimento quanto para a identidade (2005, p.17). 
Nessa memória social, o passado se constrói num jogo de forças constante e no seu interior a história é um dos discursos que procura marcar lembranças e determinar esquecimentos, pois lugares, memória e história são construções sociais que sofrem com a ação do tempo. (LE GOFF, 1996)
Em busca dessas memórias, dessa identidade, desse conhecimento é que me propus a realizar a entrevista com minha mãe “ Ersi Herpich, 66 anos, filha de Arthur Pedro Habeck e Alvina Margarida Habeck (nascida Sipp), nasci em 02 de outubro de 1954, na comunidade de Linha General Neto (atual município de Barão), na época Montenegro, sou casada com Adair Herpich a 47 anos, mãe de 3 filhos (Mariani, Edson e Ricardo) e avó de 4 netos (Thifani, Gabriel, Kauan e Pietra)”, conforme sua apresentação inicial.
A seguir pedi que falasse de suas recordações de infância, mas ao falarmos de lembranças, estamos falando de um processo de seleção de eventos, neste sentido, Delgado (2003 p. 23) discorre, “narrativas, memórias, histórias e identidades, são a humanidade em movimento. São os olhares que permeiam tempos heterogênicos. São a história em construção. São memórias que falam”.
Segundo a entrevistada “tive uma infância muito boa, meus pais eram muito queridos com todos os filhos, apesar de não ter muito dinheiro sempre deram muito carinho e educação, como eu era a filha mais nova de 8 irmãos (5 homens e 3 mulheres), convivi com a saída de casa de meus irmãos ao casarem o que me deixava bem triste”. Ela recorda ainda que “brincávamos com pedras, usávamos folhas para fazer roupas e só ganhei meu primeiro brinquedo (uma boneca) quando fiz 5 anos”.
De acordo Arend (2012, p 36) “A infância seria o momento fundamental dos processos de socialização para o ingresso no mundo adulto e estaria balizada, sobretudo, pelo saber escolar”. Sobre a escola relata “Comecei a ir para escola no ano que faria 7 anos, íamos a pé, a escola ficava a 3 quilômetros da minha casa, mas iam muitas crianças ao mesmo tempo e no início havia a companhia de 2 dos meus irmãos. Gostava muito de ir para escola, tive bons professores e nunca ganhei castigo, gostava de estudar de fazer contas, ditados e mapas”. 
Perguntada por mim, por que não continuou estudando, a entrevistada disse “Não tive a oportunidade de continuar estudando porque como a escola era muito distante teria que me mudar para casa de uma outra família e também não pude ir embora porque minha mãe estava doente”.
Para Simone de Beavouir (2016) a força física foi por muito tempo o motivo da distinção entre os homens e mulheres, especialmente para o exercício de determinadas atividades, o que foi confirmado por nossa entrevistada, quando ela diz “desde os 12 anos de idade passei a fazer os serviços da casa, lavar, limpar e fazer a comida”, enquanto isso, “meus irmãos homens trabalhavam na lavoura”.
Sobre festas e diversão “frequentava as vezes bailes e os jogos de futebol”, mas afirma que “em virtude de ter se casado muito cedo e ter logo tido filhos”, tornou se dona de casa, na qual era responsável por criar os filhos, cuidar da casa, manter a família e realizar os trabalhos domésticos. (PERROT, 2006)
Quando foi questionada sobre ter um emprego formal, a entrevistada relatou “Ai tive que cuidar de meus filhos, da casa e dos meus pais que já estavam em idade avançada, por isso, nunca fui trabalhar fora de casa”, e acrescenta “não era como hoje, era tudo longe, não tinha ônibus e muitas fábricas, ai além de cuidar da casa, ainda tínhamos roça”.
Também relatou que apesar de “trabalhar na agricultura desde muito cedo, só foi ter talão de produtor, depois dos 40, porque não era comum as mulheres terem”, o que reafirma o estereótipo da dependência do marido e a falta de acesso das mulheres a direitos sociais, uma vez que:
A cidadania é uma noção complexa. polêmica, plural. No sentido amplo, ela significa participação na vida da Cidade (...) dos direitos que são ligados a ela, exercício dos deveres que lhe são atribuídos. Poderíamos distinguir. também uma cidadania civil, uma cidadania social, uma cidadania política, e, todas, colocaram problemas de acesso para as mulheres. (PERROT, 2005, p. 327)
Por fim, para finalizar salienta que “com muito trabalho, mesmo com todas as dificuldades, conseguiu conquistar suas coisas, ver os filhos crescerem e proporcionar para eles a oportunidade de estudar”, já sobre os dias atuais fala que “hoje minha maior felicidade é reunir a família, ver meus netos crescer e ter saúde”, aos 66 anos, ainda se mantem ativa cuidando da casa, do pátio e da sua horta.
Depois da entrevista, ela me mostrou várias fotos que tinham importância em suas lembranças, pois para Ecléa Bosi (1987), lembrar é ter a possibilidade de refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado, dentre as recordações que me mostrou, estavam uma foto de sua família quando tinha 5 anos, fotos de seu casamento, dos filhos pequenos, dos casamentos de seus filhos mais velhos, da formatura do filho mais novo, fotos dos netos e a foto da família quando estava comemorando 45 anos de casada. 
O que deixa claro que as experiências vividas marcam o corpo e a vivência do sujeito, constituindo memórias.Os objetos, as relações, os espaços, os tempos, as pessoas. Trata-se de levar as novas gerações a conhecerem suas próprias determinações, a construir relações de pertencimento a um grupo ou a uma história coletiva. (PEREIRA e SEFFNER, 2008)
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão deste trabalho demonstrou que apesar de ser um campo de estudo relativamente novo, as questões de gênero, vem ganhando uma grande importância historiográfica, desde o advento da Nova História Cultural e principalmente com a inserção da história dos excluídos como um dos temas mais pesquisados na área das Humanidades.
Além disso, os autores citados reforçam a valorização das questões de respeito à diversidade, onde o foco seja a construção dos processos históricos e a compreensão das diversas identidades culturais, com a formação de pesquisadores/pensadores capazes de promover uma mudança social ampla e democrática.
Também foi possível constar a importância do uso da memória oral, como forma de preservar a história, a memória e os processos identitários do entrevistado e do grupo social no qual está inserido.
Por fim está pesquisa propiciou a incrível experiência de conhecer um pouco mais da história de vida de minha entrevistada, dos percalços pelos quais passou, da força e da integridade que sempre enfrentou os obstáculos e principalmente de como se tornou esse exemplo tão importante de coragem, dignidade e perseverança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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