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UNISL-AFYA CASO CLÍNICO DE N1 PORTO VELHO-RO 2022 GABRIELE FERREIRA DA SILVA TURMA XXXI CASO CLINICO DE N1 Trabalho apresentado ao Curso de Medicina Da UNISL-AFYA, para obtenção de nota parcial na disciplina de Projeto Integrador V, elaborado sob a orientação do Professor Vanessa. PORTO VELHO-RO 2022 HIPOTESES, EXAMES E CONDUTAS DIAGNÓSTICAS PARA O CASO: Caso Clínico Paciente Elvira, 19 anos, branca, solteira, estudante de direito, natural e procedente de Porto Velho (RO). Chega ao hospital com a queixa de “Manchas nas mãos e nos pés”. Relata que há 2 meses iniciou um quadro progressivo de astenia, anorexia, palidez e sonolência, tendo sido feito um diagnóstico de anemia por deficiência de ferro e instituído tratamento clínico. O quadro evoluiu progressivamente para náuseas, vômitos, edema em membros inferiores, febre alta (TAX > 38,5ºC), dispneia aos mínimos esforços e manchas hemorrágicas subungueais, digitais, palmares e plantares o que a fez prontamente procurar atendimento em hospital terciário. Após a avaliação, o médico plantonista optou por realizar internação para tratamento de suporte. Posteriormente foi encaminhada a enfermaria de Clínica Médica do hospital para a condução do caso. Relatou que possui vida sexual ativa, ciclo menstrual regular e sem perdas sanguíneas excessivas. Realizou extração dentária em condições inadequadas há 2 meses antes do início dos sintomas. Apresente mãe portadora de HAS, DM e cardiopatia e irmão com história de febre reumática, nega tabagismo, etilismo ou uso de drogas ilícitas. Apresenta boas condições econômicas e de moradia. EXAME FÍSICO Ectoscopia: REG, febril 38,5ºC, ictérica 1+/4+, hipocorada 2+/4+ e toxemiada. Sinais vitais: PA 80x40mmHG, FC 110bpm, FR 34irpm, Sat02 94%. Oftalmoscopia: manchas hemorrágicas conjuntiva e em retina (fundoscopia). Pulmonar: tórax simétrico, expansibilidade diminuída à direita, estertores bolhosos em bases, maciez à percussão e MV diminuído à direita. Cardiovascular: ritmo cardíaco irregular e taquicárdico em 2 tempos, com bulhas hipofonéticas, com sopro sistólico mais audível em foco mitral, ictus cordis palpável (3 polpas digitais) e turgência jugular a 45ºC. Abdômen: plano, RHA+, tenso e doloroso a palpação, notavelmente em HCD, hepatomegalia 4cm do rebordo costal, sem massas ou peritonismo. Extremidades: edema de MMII 3+/4+, pulsos filiformes, TEC de 5 segundos, manchas púrpuricas digitais, palmares e plantares e hemorragia subungueal. 1)Endocardite infecciosa (HIPOTESE PRINCIPAL) - é possivel que a extração incorreta do dente causou um processo infeccioso causado por bactérias que conseguiram chegar ao sangue, se disseminar e lesionar o tecido cardíaco. Com isso, a paciente apresentou sintomas como astenia, anorexia, febre alta, toxemia, além de alterações cardíacas que evidenciam uma insuficiência cardíaca como ritmo irregular, taquicardia, bulhas hipofoneticas, turgência jugular, cansaço físico, fadiga, palidez, hepatomegalia dolorosa e sinais periféricos caracterizados por hemorragias subungueais nos dedos dos pés ou das mãos que são manifestações e sinais presentes na endocardite infecciosa aguda. Exames: Hemograma completo, ácido úrico, ureia, creatinina, Ácido Úrico, Ureia, Creatinina Bilirrubina Total, Bilirrubina Direta, Bilirrubina Indireta e ASLO, Raio X e Ecocardiograma. O diagnóstico é realizado através dos critérios de Duke, é preciso ter 2 critérios maiores ou 1 critério maior mais 2 menores ou 5 menores. CRITÉRIOS DE DUKE MODIFICADOS MAIORES 1- Hemoculturas positivas: – Micro-organismos típicos para EI*, isolados em duas amostras separadas; – Hemoculturas persistentemente positivas para QUALQUER micro-organismo (todas de três ou a maioria de quatro ou mais, sendo o intervalo entre a coleta da primeira e da última de no mínimo 1h, ou apenas duas, quando o intervalo de coleta for > 12h). 2- Ecocardiograma Positivo: – Massa intracardíaca oscilante, sobre a valva ou suas estruturas de suporte (ex.: cordoália tendínea), ou no trajeto dos jatos regurgitantes, ou em material exógeno implantado; – Abscesso endomiocárdico ou valvar; – Valva protética apresentando deiscência parcial que não existia previamente; – Regurgitação valvar que não existia previamente (aumento ou modificação de regurgitação previamente existente não são suficientes para contar como critério). 3- Sorologia positiva para Coxiella burnetti (título de IgG > 1:800) ou uma única amostra de hemocultura positiva para este germe MENORES 1- Predisposição: lesão cardíaca predisponente ou uso de drogas IV. 2- Febre maior ou igual a 38ºC. 3- Fenômenos vasculares: êmbolo arterial grande, infartos sépticos pulmonares, hemorragia intracraniana, hemorragia conjuntival, manchas de Janeway, aneurisma micótico. 4- Fenômenos imunológicos: glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth, fator reumatoide. 5- Evidências microbiológicas que não preencham o critério MAJOR. A conduta, após pedir os exames, analisar e comprovar que é endocardite, seria analisar o tipo de bactéria e administrar o antibiótico mais coerente para destruir a bactéria causadora, além disso, é necessário o uso de outros medicamentos para tratar os sintomas conforme a necessidade. 2)Febre reumática- Caracteriza-se por sintomas cardíacos, neurológicos e cutâneos, principalmente três semanas após a infecção pelo estreptococo, no entanto o comprometimento cardíaco é o mais acentuado através de sopros, também apresenta sintomas como cansaço, fadiga com agravamento para insuficiência cardíaca, sintomas esses presentes no paciente. EXAMES: Hemograma completo, eletrocardiograma, ecocardiograma, ASLO, cultura orofaríngea e provas de atividade inflamatória (vhs e PCR). Assim, para diagnosticar o encontro de dois sinais clínicos mais significativos, como a coréia e o sopro cardíaco, associado a evidência de infecção recente pelo estreptococo já é suficiente para confirmar a hipótese. CONDUTA: Após o resultado do exame e caso seja confirmado FR é preciso iniciar o tratamento buscando eliminar o estreptococo (tratamento inicial) e prevenir novas infecções (fase de profilaxia). 3)Sepse: É desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção, na maior parte das vezes causada por bactérias. É possivel ser esse diagnóstico devido ao inicio da doença, pois na paciente o foco foi a retirada do dente de forma inadequada com isso proliferou bactérias que fez o paciente desenvolver sintomas como febre alta, respiração acelerada dificuldade para respirar, ritmo cardíaco acelerado que são característicos da Sepse. EXAMES: Gasometria arterial, função renal como ureia, creatinina, contagem de plaquetas de leucócitos, diferencial sanguíneo, produtos de degradação da fibrina, lactato, culturas de bactérias. CONDUTA: Esse caso é preciso internação na UTI intensiva, após confirmação é preciso tratar com antibiótico de largo espectro e tratar outros sintomas conforme a necessidade do paciente. 4)LUPUS- É uma doença autoimune que apresenta febre alta, dores pelo corpo, manchas vermelhas, alterações no sistema cardíaco e vascular, anemia leucopenia , fadiga, cansaço, por isso essa doença pode ser uma hipótese para o caso , pois a paciente apresenta sintomas semelhantes. EXAMES: hemograma completo e o exame FAN, caso FAN for positivo indica que há uma doença autoimune como o lúpus. 5) Tuberculose- essa hipótese é uma doença causada por bactérias, causa sintomas como febre, cansaço, fadiga como a paciente apresentou. EXAMES: exame microscópico direto (BAAR), cultura para micobactéria com identificação de espécie, teste de sensibilidade antimicrobiana,teste rápido para tuberculose (TR-TB) e radiografia de tórax. CONDUTA: após receber os resultados do exame é preciso começar o antibiótico para assim tratar o paciente, lembrando que pacientes com tuberculose no internamento precisam ficar em isolamento pois transmitem por aerossóis. 3