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Política Nacional de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica 1 💊 Política Nacional de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica Introdução Política Nacional de Medicamentos – 1998 Garantir a qualidade, eficácia, segurança e o uso racional dos medicamentos considerados essenciais; Estabelece prioridades e o papel de cada ente do SUS na efetivação das propostas; Principais diretrizes: Estabelecimento da relação de medicamentos essenciais; Reorientação da assistência farmacêutica; Estímulo à produção de medicamentos; Regulamentação sanitária. Política Nacional de Assistência Farmacêutica – 2004 Conjunto de ações voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde, de forma a garantir os princípios da universalidade, integralidade e equidade; Ciclo da Assistência Farmacêutica Componentes e Responsabilidades A assistência farmacêutica se organiza a partir de três componentes: 1. Componente básico; 2. Componente estratégico; 3. Componente especializado. Componente Básico Portaria nº 1.555/2013 – Dispõe sobre as normas de financiamento e de execução do CBAF/SUS; Destinado a aquisição de medicamentos e insumos da assistência farmacêutica no âmbito da atenção básica; Inclui medicamentos relacionados a agravos e programas de saúde específicos; A dispensação ocorre principalmente em unidades básicas de saúde mediante apresentação da prescrição médica; Financiado por esquema tripartite (recursos financeiros repassados pela União, pelas secretárias municipais ou estaduais); Política Nacional de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica 2 O valor repassado varia de acordo com o índice de desenvolvimento humano por habitante no município. Componente Estratégico Destinado a aquisição de medicamentos e de insumos para controle de endemias (tuberculose, hanseníase, malária, etc.), ARV, sangue e hemoderivados, e imunobiológicos; Os medicamentos são adquiridos e distribuídos pelo Ministério da Saúde e estados e dispensados pelo município de acordo com a demanda; O acesso aos componentes estratégicos ocorre em unidades específicas, normalmente após notificação; 🚭 Nem todos os municípios recebem continuamente os medicamentos do componente estratégico. Em alguns casos, é necessário um número mínimo de pacientes cadastrados para que o município possa receber os insumos específicos. Componente Especializado Compreende três grupos de medicamentos: Destinados a doenças raras ou de baixa prevalência com medicamentos de custo elevado; Destinados a doenças prevalentes com custo de medicamento elevado; Destinados a diagnósticos ou condutas inseridos na atenção especializada. Busca garantir a integralidade do tratamento medicamentoso em nível ambulatorial nas linhas de cuidado definidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT); Consideram os seguintes critérios na instituição do tratamento: Eficácia; Segurança; Efetividade; Custo-efetividade. Seguem um algoritmo terapêutico farmacológico sumarizando as linhas de cuidado para cada fase evolutiva da enfermidade tratada; É necessário seguir o algoritmo para obter a tecnologia requerida via SUS. Os medicamentos integrantes do componente especializado são divididos em três grupos: Grupo 01 (A e B) – Medicamentos sob Responsabilidade da União: Critérios: Maior compelxidade da doença; Refratariedade ou intolerância a primeirae/ou a segunda linha de tratamento; Representam elevado impacto financeiro. Grupo 02 – Medicamentos sob Responsabilidade dos Estados: Critérios: Menor complexidade da doença em relação aos elencados no grupo 0; Refratariedade ou intolerância a primeira linha de tratamento. Grupo 03 – Medicamentos sob Responsabilidade dos Municípios: Critérios: Medicamentos constantes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e indicados pelos PCDT como primeira linha para tratamento. Acesso ao Componente Especializado Solicitação Requerimento do medicamento prescrito feito pelo próprio paciente ou por seu responsável; Antes do requerimento, deve-se conferir se ele consta na relação estadual de medicamentos; Política Nacional de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica 3 Paciente deve providenciar todos os documentos e exames exigidos para obtenção do tratamento específico, incluindo um laudo realizado pelo médico prescritor; Este laudo é conhecido como LME (laudo médico especializado). Após reunir os documentos exigidos, o paciente deve comparecer ao núcleo de assistência farmacêutica da sua regional de saúde para solicitar o medicamento; Análise Após a entrega da documentação necessária, a solicitação é analisada; Dispensação Ocorre caso a solicitação seja deferida; Renovação Quando necessário, paciente pode solicitar renovação da medicação, segundo regras pré-estabelecidas. Farmácia Popular Trata-se de um programa que permite aos usuários obter medicamentos através da rede privada de farmácias e drogarias conveniadas; Alguns medicamentos são gratuitos (atenolol, captopril e metformina) e outros (budesonida e sinvastatina) são obtidos através de co- pagamento; Alternativa para obtenção dos medicamentos essenciais; Medicamentos que fazem parte do programa correspondem aos necessários para o tratamento das seguintes doenças: Hipertensão; Diabetes; Asma; Dislipidemia; Rinite; Doença de Parkinson; Osteoporose; Glaucoma; Anticoncepcionais. Prescrição A aquisição de medicamentos pelo SUS, independentemente da modalidade de compra, e as prescrições médicas devem adotar obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira (DCB); Para prescrever, é importante conhecer quais são os medicamentos financiados e oferecidos pelo SUS: Estes medicamentos integram as relações nacional, estadual ou municipal de medicamentos essenciais; 📂 A RENAME é a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais que compreendem os medicamentos selecionados e indicados pelo Ministério da Saúde para o tratamento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. A REANEM padroniza o uso de medicamentos no território nacional e contribui para a melhor alocação dos recursos financeiros. Os medicamentos são elencados de acordo com o princípio ativo e, por isso, é de suma importância saber diferenciar os tipos de medicamentos industrializados; Existem três tipos de medicamentos industrializados: Medicamentos de referência; Medicamentos genéricos; Medicamentos similiares. Medicamentos de Referência Produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária; Eficácia, segurança e qualidade foram comprovados cientificamente junto ao órgão federal competente na ocasião do registro. Política Nacional de Medicamentos e de Assistência Farmacêutica 4 Medicamentos Genéricos Medicamento similar ao produto de referência inovador; Pretende-se intercambiável ao medicamento de referência; Geralmente é produzido após a expiração ou a renúncia à patente; Comprovada eficácia, segurança e qualidade; Designado pela DCB; A regulamentação da Lei dos Genéricos (1999) possibilitou a introdução de dois conceitos importantes: equivalência farmacêutica e bioequivalência Garantem a intercambiabilidade do medicamento de referência pelo genérico. Medicamentos Similares Contém os mesmos princípios ativos, concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência; Difere apenas no tamanho, na forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, recipientes e veículos; Sempre deve ser indicado por nome comercial ou marca; Para ser intercambiável com o medicamento de referência, deve-se comprovar à ANVISA a equivalência farmacêutica, bioequivalência e biodisponibilidade. Essas informações devem constar na bula. A ANVISA publica lista de similares intercambiáveis e seus respectivos medicamentos de referência. Incorporação e Avaliação de Tecnologias A atualização da RENAME é contínua e executada pela Comissão Nacionalde Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec); O fluxo de incorporação de tecnologias pela Conitec se inicia com o recebimento de um pedido de incorporação; Essa solicitação pode ser feita por qualquer instituição, como a própria empresa fabricante da tecnologia; Devem ser apresentados estudos de eficácia, segurança, avaliação econômica e de impacto orçamentário para que seja possível avaliar a incorporação. A Conitec analisa os estudos apresentados pelo demandante e, se necessário, solicita e elaboração de estudos complementares; Mesmo após o registro da nova tecnologia, esta continua sendo avaliada (farmacovigilância); A farmacovigilância compreende a “ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos”; Fase IV dos estudos clínicos no processo de desenvolvimento de novos fármacos (pós-comercialização); A notificação de eventos adversos pode ser feita através do VigiMed (sistema disponibilizado pela ANVISA). Também pode ser feita diretamente para a indústria farmacêutica responsável pela fabricação do medicamento.
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