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Puberdade Hormônio Local de Produção Função Desempenhada GnRH Hipotálamo Estimular a adenohipófise a produzir LH e FSH. LH Adenohipófise 1. Estimula a secreção de estrogênio pelos folículos. 2. Estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos. 3. Estimula a produção de testosterona pelas células de de Leyding. FSH Adenohipófise 1. Inicia o crescimento folicular. 2. Estimula a secreção de estrogênio no ovário. 3. Estimula a espermatogênese pelas células dos túbulos seminíferos. Estrogênio Ovários e Adrenal 1. Desenvolvimento e manutenção das estruturas reprodutivas femininas, das características sexuais secundárias e das mamas. 2. Baixam o nível sanguíneo de colesterol. 3. Aumentam o anabolismo proteico, incluindo a formação de ossos fortes. Progesterona Ovários e Adrenal 1. Mantém o endométrio para a implantação de um óvulo fertilizado e prepara as glândulas mamárias para a secreção de leite. 2. Inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que está implantado ou do feto em desenvolvimento. 3. Altos níveis desse hormônio controlam a secreção do GnRH. Testosterona Testículos e Adrenal 1. Estimula o aparecimento dos caracteres sexuais secundários. 2. Induz o amadurecimento dos genitais, promove o impulso sexual e controla a produção de espermatozoides. 3. A produção de testosterona começa a aumentar significativamente durante a puberdade e diminui após os 30 anos de idade. 4. O níveis de testosterona de um homem podem afetar seu humor. 5. Os ovários também produzem testosterona, embora essa ♥ As gônadas são órgãos que produzem gametas (espermatozoide nos homens e ovócitos nas mulheres). Além da sua função reprodutora, as gônadas fabricam os hormônios esteroides, inclusive dois estrogênios (estradiol e estrona) e progesterona. ♥ Esses hormônios sexuais femininos, juntamente com o FSH e o LH, regulam o ciclo menstrual, mantêm a gravidez e preparam as glândulas mamárias para a lactação. ♥ As gônadas masculinas, os testículos, são glândulas ovais localizadas no escroto. ♥ O principal hormônio produzido e secretado é a testosterona. ♥ A testosterona promove a migração (descida) dos testículos para o escroto antes do nascimento, regula a produção de espermatozoides e estimula o desenvolvimento e as manutenção de características secundárias masculinas, como o crescimento da barba e engrossamento da voz. ♥ A puberdade compreende o período de transição entre a infância e a vida adulta. ♥ Ela se caracteriza por aparecimento dos caracteres sexuais secundários, aceleração do crescimento linear e maturação gonadal, resultando na aquisição da função reprodutiva e em modificações psicológicas em ambos os sexos. ♥ Esse processo está intimamente relacionado com eixo Hipotálamo-Hipófise-Gônada (HHG). ♥ O núcleo arqueado do hipotálamo e seus neurônios liberam GnHR, o qual é transportado para hipófise anterior estimula a liberação do LH e do FSH. ♥ O desenvolvimento puberal é constituído por dois eventos fisiológicos independentes: 1. A adrenarca: definida como o aumento de andrógenos adrenais e de seus precursores, principalmente deidroepiandrosterona (DHEA) e sua forma sulfatada (DHEA-S). quantidade seja reduzida se comparada aos níveis de testosterona no homem. Relaxina Produzida pelo corpo lúteo durante cada ciclo mensal Relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio. Inibina Secretada pelo corpo lúteo Inibe a secreção de FSH. 2. A gonadarca: caracterizada pela reativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada (eixo gonadotrófico). ♥ A puberdade normal no menino inicia - se entre os 9 e 14 anos. ♥ Seu primeiro sinal é o aumento testicular, atingindo 2,5 cm de diâmetro. ♥ Em seguida, ocorre a pubarca, caracterizada pelo aparecimento de pelos axilares e pubianos. ♥ O estirão de crescimento no sexo masculino ocorre no final da puberdade. ♥ Nesse momento, os valores de tetosterona, comumente, estão acima de 100mg/mL e a idade óssea encontra - se entre 13 e 15 anos. ♥ As cartilagens epifisárias se fecham após 1 a 2 anos do final do estirão puberal, ou seja, o crescimento acaba aos 18 anos de idade óssea. ♥ A puberdade normal na menina inicia - se entre os 8 e 13 anos. ♥ Seu primeiro sinal é o auamento na velocidade de crescimento. ♥ Posteriormente, ocorre a adrenarca, que depende de andrógenos adrenais, aparecimento de pelos pubianos, axilares, oleosidade da pele, acne e odor axilar. ♥ Por último, acontece a menarca (em torno de 12 anos), que marca o fim da puberdade mas em velocidade reduzida, e as cartilagens epifisárias se fecham por volta dos 16 anos da idade óssea. O evento hormonal que determina a gonadarca é o incremento da amplitude e frequência dos pulsos do hormônio GnRH na circulação porta hipofisária. Meninos A pubarca depende mais da produção de andrógenos testiculares, enquanto nas meninas é dependente das adrenais. Estadiamento de Tanner no menino. Meninas Estadiamento de Tanner na menina. ♥ A puberdade precoce (PP) é definida pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos nas meninas e antes dos 9 anos nos meninos. ♥ A classificação da PP se divide da seguinte forma: ► Variantes do desenvolvimento puberal normal: 1. Telarca precoce isolada. 2. Pubarca precoce isolada. 3. Sangramento pré - puberal isolado (pode ter causa hormonal ou não). ► Puberdade Precoce: 1. Central ou dependente de gonadotrofinas (PPDG). 2. Periférica ou independente de gonadotrofinas (PPIG). ♥ Consiste no aumento uni ou bilateral das mamas em idade inferior a 8 anos, isolado, não acompanhado de aumento da velocidade de crescimento, pubarca, menarca, avanço de idade óssea ou qualquer outro sinal de puberdade verdadeira. ♥ É benigna, autolimitada, tem ótimo prognóstico, não compromete a estrutura final e nem a idade da menarca. ♥ Na telarca precoce isolada, deve - se orientar os pais e a criança sobre a benignidade do Estadiamento puberal. Critérios de Marshall-Tanner.. No entanto, a idade não deve ser utilizada como critério isolado, precisa - se analisar a progressão dos caracteres sexuais, a velocidade de crescimento e ritmo de maturação. Muitas vezes, as mamas podem regredir espontaneamente e voltar a crescer só na fase puberal, ou permanecem estáveis até a puberdade, quando então se desenvolvem completamente. quadro e a necessidade apenas de seguimento clínico, sem necessidade de uso de medicações. ♥ Deve se feita uma avaliação clínica peródica da criança, visto que 13% das telarcas precoces isoladas podem evoluir para puberdade precoce. ♥ Consiste no aparecimento de pelos pubianos e/ou axilares antes dos 8 anos nas meninas ou 9 anos nos meninos. ♥ O termo adrenarca precoce é utilizado para definir a elevação precoce dos andrógenos adrenais, resultando na pubarca precoce. ♥ Pode estar associado a alguns outros sinais de elevação de andrógenos, como acne, oleosidade da pele, odor axilar e odor corporal. ♥ A fisiopatologia ocorre por meio do aumento de andrógenos adrenais, por uma maturação precoce da camada reticulada da adrenal. ♥ Dentro da adrenal, algumas enzimas são constitucionalmente ativas, como a 17- hidroxilase . ♥ Durante a infância, essa enzima geralmente fica inerte e só se ativa em determinado momento da vida adulta (adrenarca, de modo que as adrenais passam a produzir andrógenos adrenais. Na pubarca precoce isolada, a 17-hidroxilase começa a funcionar precocemnete, e então a camada reticular da adrenal se ativa, iniciando a produção de hormônios androgênicos capazes de promover o crescimento exacerbado de pelos. ♥ Caracteriza - se por sangramento vaginal em meninas menores de 9 anos, sem caráter cíclico, sem outros sinais puberais, sem aumento de velocidade de crescimento, sem pubarca, sem avanço da idade óssea e sem anormalidades genitais. ♥ Pode ser decorrente de causas hormonais, como cistos ovarianos autônomos, ou de causas não hormonais, enesses casos é sempre necessário excluir manipulação genital e abuso sexual. Pode ocorrer aumento da velocidade de crescimento e de avanço de idade óssea em até 2 anos, mas sem progressão de outros sinais da puberdade., afetando ou não um pouco a estatura final. O prognóstico é bom, pois geralmente os sangramentos vaginais param espontaneamente e depois a puberdade normal é retomada na idade certa, e completada pelo início dos ciclos menstruais regulares no final do desenvolvimento puberal. ♥ Nesse tipo de PP, que depende da ativação do eixo HHG (dependente de gonadotrofinas), o desenvolvimento sexual ocorre na sequência da ouberdade fisiológica, com a maturação sexual completa, porém com início precoce. ♥ Devido à produção normal dos esteroides sexuais, os caracteres sexuais isossexuais, ou seja, concordantes com o sexo genético da criança. ♥ Nas meninas, inicia-se com aumento de VC, seguida da telarca, pubarca, e por último menarca, associada ao avanço de idade óssea. ♥ Nos meninos, inicia-se com aumento do volume testicular, seguido de pubarca, e, por fim, o estirão de crescimento associado ao avanço de idade óssea. ♥ As causas da PPDG são: 1. Idiopática (é mais comum em meninas, estando presente em mais de 80% dos casos e é um PP sem causa orgânica definida). 2. Genética (inclui mutações em genes específicos e anormalidade cromossômicas). 3. Neurogênica (é a mais presente em meninos e é consequência de doenças que acometem o SNC, nessa etiologia estão inclusos as malformações congênitas, o hamartoma hipotalâmico e os tumores que comprometem o funcionamento do SNC). ♥ A puberdade precoce central idiopática (PPCI) é um diagnóstico de exclusão que apenas pode ser estabelecido após adequada avaliação clínica, laboratorial e por exames de imagem. ♥ A PPCI pode evoluir de maneiras diferentes. Em 60% dos casos em meninas, a secreção de estradiol é regular e progressiva, resultando, se não tratada, em redução da estatura adulta e menarca antes dos 10 anos de idade. ♥ Nos 30% restantes, a estrogenização e a progressão dos caracteres sexuais são lentas, resultando em estatura adulta adequada e menarca em idade normal (forma pouco evolutiva ou lentamente progressiva). A PPDG é mais comum no sexo feminino que no sexo masculino. ♥ Os neuropeptídios e fatores hipotalâmicos implicados na regulação da síntese e secreção do GnRH são considerados candidatos na investigação da base genética dos distúrbios da puberdade. ♥ A ocorrência da forma familiar de PPC, caracterizada pela existência de mais de um indivíduo afetado na mesma família, reforça a influência de fatores genéticos modulando a idade de início da puberdade. ♥ Defeitos gênicos na kisspeptina (KISS1) e seu receptor (KISS1R ou GPR54) foram recentemente implicados na patogênese da PPC. ♥ Mutação inativadora no gene MKRN3 que possui um papel supressor no início da puberdade. ♥ A herança é autossômica dominante de transmissão paterna, visto que o alelo materno é silenciado (imprinting materno). ♥ Praticamente qualquer distúrbio intracraniano pode causar PPC, seja ele congênito (hidrocefalia, cistos aracnoides, cistos da bolsa de Rathke, toxoplasmose, hamartomas) ou adquirido (traumatismo craniano, doenças granulomatosas ou infecciosas, processos inflamatórios, síndromes convulsivas, anoxia perinatal, prolactinomas e tumores hipotalâmicos). A PPCI tende a se manifestar mais tardiamente do que nos casos em que há lesões do SNC. Em meninas, o início ocorre entre 6 e 7 anos de idade em cerca de 50% dos casos e entre 2 e 6 anos em 25%; em 18%, o problema surge antes dos 2 anos de idade. Puberdade precoce central (PPC) idiopática em menina de 9 anos. ♥ Gliomas ópticos, neoplasias hipotalâmicas (gliomas, astrocitomas, ependimomas, germinomas e, raramente, craniofaringiomas), cisto da pineal ou outros tumores do SNC podem causar PPC por interferirem nas vias nervosas que inibem a secreção de GnRH. ► O hamartoma hipotalâmico é uma malformação congênita, não neoplásica, constituída de tecido hipotalâmico ectópico na base do cérebro, no assoalho do terceiro ventrículo. ► Contém neurônios secretores de GnRH ou fatores estimuladores da secreção de GnRH. ► Pode ser assintomático, apresentar apenas manifestações neurológicas ou levar à puberdade precoce central associada ou não a sintomas neurológicos. ► O quadro clínico é caracterizado pelo desenvolvimento sexual muito precoce (geralmente antes dos 4 anos) e pode vir associado a epilepsias focais, generalizadas ou gelásticas (crises de risos imotivadas). ► O diagnóstico é confirmado por RM da região hipotálamo hipofisária, onde se encontra uma imagem típica: massa isointensa, entre o infundíbulo e os corpos mamilares, sem realce após o contraste. ► A avaliação hormonal revela resposta puberal das gonadotrofinas ao teste de estímulo com GnRH em ambos os sexos, concentrações elevadas de testosterona no sexo masculino e, eventualmente, estradiol elevado no sexo feminino. A idade óssea (IO) geralmente é avançada em relação à idade cronológica (IC). Aspecto da genitália em menino de 8 anos com puberdade precoce central, resultante de um hamartoma hipotalâmico. Ressonância magnética, corte sagital, de um paciente com puberdade precoce central demonstrando massa isointensa na região do infundíbulo compatível com hamartoma hipotalâmico . ♥ Do ponto de vista clínico, a PPC mimetiza a puberdade fisiológica em uma idade precoce, logo o aparecimento dos caracteres sexuais geralmente segue a seguinte ordem: telarca, pubarca e, posteriormente, menarca. ♥ Em ambas as formas de puberdade precoce, as concentrações elevadas dos esteroides sexuais determinam aceleração da velocidade de crescimento e da maturação esquelética, culminando em fusão prematura das epífises ósseas e comprometimento da estatura final nos casos não submetidos a tratamento adequado. ♥ A história clínica cuidadosa pode inferir dados relevantes no diagnóstico etiológico da puberdade precoce. São informações úteis: 1. A idade de aparecimento e o ritmo de evolução dos caracteres sexuais secundários (mamas e pelos pubianos nas meninas e aumento de testículos e pelos pubianos nos meninos). 2. A ocorrência de sangramento vaginal esporádico ou cíclico. 3. Relatos de traumas, infecções do SNC e sintomas neuro-oftalmológicos. 4. Antecedentes pessoais (condições de parto, períod o neonatal, doenças crônicas). 5. Aceleração do crescimento linear 6. História familiar de precocidade sexual. ♥ Ao exame físico, devem ser aferidos e avaliados os dados de peso e altura, bem como a idade estatural, utilizando-se as curvas de crescimento adequadas e o cálculo do desvio padrão (DP) da altura e do peso para a idade cronológica, pelo uso de tabelas apropriadas. ♥ Deve-se proceder à descrição dos caracteres sexuais secundários, incluindo a medida dos testículos nos meninos e o desenvolvimento mamário nas meninas, classificando-os de acordo com os critérios de Marshall e Tanner. ♥ Os pelos pubianos devem ser avaliados em ambos os sexos e classificados de acordo com os critérios de Tanner (estágios de 1 a 5). ♥ Outros sinais físicos devem ser pesquisados, como acne, oleosidade excessiva da pele e do cabelo, pelos axilares, odor corporal, desenvolvimento m uscular, bem como existência de massas abdominais ou pélvicas. ♥ O diagnóstico diferencial entre as formas de precocidade sexual baseia-se nas dosagens das gonadotrofinas em condição basal e durante o teste de estímulo com GnRH (GnRHteste). ♥ Esse teste consiste na administração de 100 Mg de GnRH IV, com coletas do LH e FSH nos tempos 0, 15, 30, 45 e 60 min. Um pico de LH > 9,6 U/L nos meninos e > 6,9 U/L nas meninas representa resposta puberal e, consequentemente, confirma o diagnóstico de PPC. Avaliação Clínica Avaliação Laboratorial ♥ Com a síntese dos análogos agonistas de GnRH (aGnRH) de ação prolongada, tais agentes tornaram-se o tratamentode escolha da PPC. ♥ Esses compostos atuam na hipófise anterior, ligando-se aos receptores de GnRH de maneira competitiva com o GnRH endógeno, e promovendo dessensibilização e redução no número de receptores de GnRH (down- regulation”). Fluxograma de investigação laboratorial e diagnóstico diferencial da puberdade precoce. Os aGnRH determinam um estímulo inicial da síntese e secreção de gonadotrofinas, porém sua administração crônica resulta na supressão da produção desses hormônios, com consequente supressão da produção dos esteroides sexuais pelas gônadas ♥ Os principais objetivos do tratamento da PPC são: 1. Detectar e tratar as lesões expansivas intracranianas. 2. Interromper a maturação sexual até a idade normal para o desenvolvimento puberal. 3. Promover a regressão ou estabilização dos caracteres sexuais secundários. 4. Desacelerar a maturação esquelética. 5. Preservar o potencial de estatura normal (dentro do intervalo da estatura-alvo). 6. Evitar desproporções corporais. 7. Prevenir os problemas emocionais da criança e aliviar a ansiedade dos pais. 8. Reduzir o risco de abuso sexual e o início precoce da atividade sexual. 9. Prevenir a ocorrência de gestação em idade precoce. 10. Diminuir o risco de câncer de mama que está relacionado à ocorrência de menarca precoce. 11. Preservar a fertilidade. ♥ As formas progressivas de puberdade precoce exigem bloqueio puberal. ♥ As indicações de bloqueio puberal baseiam-se em parâmetros antropométricos e psicológicos: 1. Desenvolvimento puberal acelerado (progressão de um estágio puberal para o seguinte em um período de tempo mais curto do que o normal) . 2. Potencial de altura final anormal: 3. Razões psicossociais: ♥ Dentre os aGnRH depot disponíveis, o acetato de leuprolida, a triptorrelina e a gosserrelina são os mais utilizados. Sua eficácia e segurança foram comprovadas. ► Predisposição de altura final abaixo da estatura-alvo. ► Predisposição de altura final abaixo do percentil 2,5. ► DP da altura para a idade óssea < –2. ► Perda de potencial de altura durante o seguimento. ► Distúrbios comportamentais. ► Imaturidade emocional. ► Retardo mental. Convém ressaltar que deve ser cuidadosamente avaliada a indicação de uso de aGnRH, considerando exclusivamente os aspectos psicossociais da puberdade precoce ou com o intuito apenas de retardar a ocorrência da menarca. ♥ A Puberdade Precoce Periférica (PPP), também denominada pseudopuberdade precoce ou independente de gonadotrofinas, é decorrente da secreção autônoma de esteroides sexuais de origem principalmente gonádica, adrenal ou exógena, independentemente da ativação do eixo HHG. ♥ Dessa forma, esses casos não obedecem à cronologia dos eventos puberais normais e a maturação sexual é incompleta. ♥ Não há fertilidade, pois não ocorre seleção de folículos e nem espermatogênese. ♥ As principais causas da PPP são: 1. Adquiridas Tumores ovarianos, Tumores testiculares, Cistos foliculares autônomos, Germinomas, Gonadoblastomas, Tumor adrenal virilizante, Hiperplasia de células de Leydig, Hipotireoidismo primário e Insuficiência adrenal primária. 2. Genéticas Síndrome do excesso de aromatase (mutações ativadoras no gene receptor da aromatase, que ► Reação alérgica local (5% a 10% dos casos, a qual pode ser acompanhada da formação de um abscesso estéril que resulta em hiperemia, dor local e formação de nodulação, potencialmente levando a prejuízo na absorção do aGnRH e falha na supressão hormonal ). ► Dor no local da aplicação. ► Cefaleia. ► Sangramento vaginal após a primeira dose do aGnRH. ► Náuseas. ► Sintomas vasomotores, devido a hipoestrogenismo e hiperprolactinemia. Fluxograma de tratamento da puberdade precoce central com aGnRH depot. Outro aspecto importante é que os caracteres sexuais podem ser iso ou heterossexuais. é uma enzima responsável por catalisar a aromatização dos androgénios em estrogénios, resultando na conversão da testosterona em estradiol e da androstenediona em estrona), Testotoxidade (mutação ativadora do LH-r de herança autossômica dominante. Causa PPP isossexual de início bem precoce, entre 2 e 4 anos de idade, com testículos aumentados de volume bilateralmente e valores elevados de testosterona, apesar de LH e FSH baixos., sendo restrita apenas ao sexo masculino), Mutações no gene receptor de glicoccorticoides e Síndrome de McCune-Albright (MCA). ♥ Os tumores de células de Leydig representam 1 a 3% de todos os tumores testiculares. ♥ São geralmente benignos, porém 10% deles podem apresentar comportamento maligno. ♥ Manifestam-se clinicamente com puberdade precoce e aumento unilateral do testículo, às vezes nodular. ♥ Concentrações elevadas de testosterona acompanhadas por valores pré-puberais ou suprimidos de gonadotrofinas indicam o diagnóstico de PPP. ♥ A ressecção cirúrgica do tumor é o tratamento de escolha. ♥ Cistos ovarianos foliculares secretam estrógenos de modo transitório, causando desenvolvimento mamário ou até mesmo hemorragia vaginal. Tumores Testiculares Cistos Foliculares Autônomos Cistos foliculares maiores podem determinar rotação sobre o pedículo e infarto, levando a um quadro de abdome agudo que requer intervenção cirúrgica. ♥ Os tumores ovarianos são raros, porém de importância reconhecida na idade pediátrica. ♥ Dor abdominal é uma manifestação clínica frequente. ♥ O valor de estradiol pode ser muito elevado, seguido por concentrações suprimidas de gonadotrofinas. ♥ Tumores que secretam HCG podem, eventualmente, causar PPP. ♥ Teratomas, corio - epiteliomas ou tumores mistos de células germinativas localizados no hipotálamo, mediastino, pulmões, gônadas ou retroperitônio foram associados à precocidade sexual. ♥ Hepatomas e hepatoblastomas também podem secretar HCG. ♥ Hipotireoidismo primário de longa duração, grave e não tratado, representa a única forma de PP em que se observam crescimento deficiente e retardo da idade óssea, caracterizando a Síndrome de Van Wyk- Grumbach. ♥ Cistos ovarianos (solitários ou múltiplos) podem ser observados à US pélvica. ♥ Em meninos, os testículos estão aumentados devido ao incremento do tamanho dos túbulos seminíferos, mas sinais de virilização ou maturação das células de Leydig estão ausentes. ♥ A síndrome é causada pelo TSH elevado, que pode atuar sobre os receptores do FSH, causando efeitos gonadotróficos. Tumores Ovarianos Germinomas No sexo feminino, esses tumores não causam PPP, visto que a presença isolada de LH sem aumento concomitante de FSH não é suficiente para desencadear puberdade precoce. Hipotireoidismo Primário Síndrome de Van Wyk-Grumbach. Puberdade precoce periférica em menina de 6 anos com hipotireoidismo primário ♥ A testotoxicose é uma condição genética rara com herança autossômica dominante, causada por mutações ativadoras constitutivas do gene do receptor de LH (LHCGR). ♥ A doença geralmente apresenta-se em torno de 2 a 4 anos com virilização progressiva, aumento da velocidade de crescimento e avanço da idade óssea, levando à baixa estatura na idade adulta, devido ao fechamento prematuro das epífises ósseas. ♥ Os testículos encontram-se aumentados de volume, com testosterona bastante elevada, porém com resposta bloqueada do LH e FSH ao estímulo com GnRH. ♥ O aumento do volume testicular é habitualmente discreto, uma vez que a mutação no receptor de LH ativa as células de Leydig e não os túbulos seminíferos . ♥ Meninas portadoras de mutações ativadoras do gene do receptor do LH não desenvolvem PPP e apresentam função reprodutiva normal. ♥ A Síndrome de McCune-Albright (SMA) é uma condição clínica esporádica e heterogênea caracterizada principalmente por uma tríade clássica: 1. “Manchas de café com leite” com bordas irregulares (85%). 2. Displasia óssea fibrosa poliostótica (97%). 3. Puberdade precoce periférica (52%). ♥ Ela é mais frequente no sexo feminino. ♥ No sexo feminino, a puberdadeprecoce da SMA resulta do desenvolvimento esporádico de cistos ovarianos funcionantes, que produzem Os pacientes afetados podem desenvolver ativação secundária do eixo hipotálamohipófise-gonadal após o início da terapia antiandrogênica. Testotoxicose familiar (TF) em menino de 7 anos. elevações transitórias do estradiol, independentemente da secreção de gonadotrofinas. ♥ As concentrações dos estrogênios séricos tendem a flutuar drasticamente, provocando manifestações episódicas de puberdade precoce. ♥ Esses sinais clínicos de puberdade precoce frequentemente ocorrem nos primeiros 2 anos de vida e incluem aumento transitório da mama, estrogenização da mucosa vaginal, crescimento acelerado e aparecimento súbito de sangramento menstrual que decorre da queda dos valores estrogênicos, em função da resolução espontânea do cisto ovariano. ♥ A doença óssea da SMA ocorre quando as células da medula óssea são afetadas pela mutação no GNSA1 e é caracterizada por lesões displásicas que consistem em tecido fibroso anormal no espaço medular. ♥ O córtex ósseo adjacente é afinado e, algumas vezes, o osso inteiro está alargado. As áreas mais acometidas são o fêmur proximal e a base do crânio. ♥ Marcadores de formação e reabsorção óssea estão aumentados, principalmente se as lesões forem múltiplas. ♥ As causas de PPP de origem adrenal incluem: 1. As formas virilizantes de hiperplasia adrenal congênita. 2. Resistência ao glicocorticoide. 3. Defeitos do gene DAX (essa proteína exerce um papel importante no desenvolvimento normal de vários tecidos produtores de hormonas. Estes tecidos incluem as glândulas adrenais, a pituitária e o hipotálamo). ♥ O tratamento clínico da PPP é constituído pela administração de medicamentos que Diante da suspeita de SMA, a radiografia de esqueleto e a cintilografia óssea podem revelar displasia fibrosa poliostótica. A síndrome de McCune-Albright tem como tríade característica manchas café com leite irregulares, displasia óssea poliostótica e puberdade precoce. bloqueiem a síntese ou a ação dos esteroides sexuais. ♥ Cirurgia: Em casos de tumores funcionantes, como tumores adrenais, ovarianos ou testiculares, bem como tumores produtores de HCG. ♥ Inibidores da esteroidogênese: ► Agentes Progestacionais. ► Antiandrogênicos (espironolactona e acetato de ciproterona). ► Inibidores de aromatase (anastrozol e letrozol). ► Além de terem efeito central inibindo LH e FSH, com isso reduzindo a progressão para PPDG secundária. ► Boa opção para tratamento de cistos ovarianos autônomos, testotoxicose e MCA. ► Cefaleia ► Edema ► Retenção hídrica ► Aumento de peso ► Estrias ► Úteis para PP isossexual em meninos ou heterossexual em meninas. ► Podem causar ginecomastia (distúrbio que ocorre no homem caracterizado pelo aumento das mamas, devido ao excesso de tecido da glândula mamária) pelo aumento dos valores de estrógenos após a aromatização da testosterona. ► Para evitar essa complicação, pode-se associar um inibidor de aromatase. ► Inibem a conversão de andrógenos em estrógenos. ► Úteis no tratamento de PP isossexual de meninas e na heterossexual de meninos, ou no tratamento da isossexual de meninos com antiandrogênios, visando reduzir a aromatização da testosterona em estradiol, evitando assim a ginecomastia ► Moduladores seletivos so receptor de estrógenio. (tamoxifeno). ► É um modulador seletivo do receptor de estrógeno, que antagoniza seu efeito em alguns tecidos. ► O estrogênio continua alto, mas ocorre redução da VC, da maturação óssea e do sangramento menstrual. ► É uma boa opção para PP isossexual em meninas, como MCA. Deve-se fazer monitoramento de hemograma, eletrólitos, transaminases e função renal.
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