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30 Piometra Acúmulo de material purulento Afecção que apresenta risco à vida. Desenvolvida durante diestro (70 dias não prenhe) A hiperplasia endometrial é algo fisiológico, mas em casos de acúmulo de bactérias, por exemplo, pode se tornar anormal. Por isso, a piometra é decorrente de uma hiperplasia endometrial cística é uma resposta uterina anormal durante o diestro e tem uma alta produção ou uma prolongada de progesterona ou administração exógena (injeção anti-concenpcional) A produção da progesterona ocorre por meio do corpo lúteo. No caso da piometra, há um aumento da produção ou administração de progesterona → estimula o aumento da atividade secretora das glândulas do endométrio (parede que reveste internamente o útero e há a implementação do embrião). O aumento da secreção, vai começar a acumular líquidos e secreções de glândula. Além disso, a progesterona diminui a atividade do miométrio (musculatura do útero), mas nesse caso é patológico. Esse tecido glandular uterino vai se tornando cada vez mais cístico, edematoso e espessado. Ocorre infiltrado de linfócitos e plasmócitos. → acúmulo de fluido nas glândulas endometriais e no lúmen do útero. A progesterona inibe a contratilidade miometrial → prejudicando a drenagem das secreções produzidas. Em conjunto, tem um ambiente anormal, ou seja a flora bacteriana está alterada, excesso de secreção → PIOMETRA. Com a administração exógena do anticoncepcional ocorre também o aumento de estrógeno. Assim, além da progesterona está alta, o estrógeno aumenta os receptores de progesterona no útero, ou seja, o útero vai ficar mais propício para absorver progesterona Com isso, inibe a resposta dos leucócitos às bactérias. Essa afinidade bacteriana que a E. coli (que é da flora fisiológica vaginal) tem pela parede do endométrio é prejudicial. No trato urinário, essas bactérias podem causar uma bacteremia transitória. ABERTA A cérvix está aberta, então acontece uma drenagem do fluido e há saída da secreção. Vê uma secreção purulenta na vulva (corrimento vaginal), da cadela e da gata. O útero nesse caso não está tão distendido apesar de está com o volume aumentado çõ As cadelas costumam sangrar após a ovulação, as gatas não sagram. Por isso, se atende uma gata sangrando pela vulva, as chances de ser piometra são muito grandes. 31 FECHADA A cérvix está fechada e a secreção fica acumulando dentro do útero, acumulando até ao ponto que pode romper. Se romper uma piometra intra-abdominal, é um risco altíssimo. Importante ter cuidado com a desidratação do paciente, septicemia e endotoxemia. A superdistenção uterina, além de da possibilidade de ruptura do órgão, pode sair pelo oviduto. É a mesma da OSH eletiva • Hipoglicemia Pode ser por conta da sepse e do choque séptico que esgotam o glicogênio. • Possibilidade de hiperglicemia transitória Ocasionada por conta da produção do GH que vai ser induzida pela progesterona, causando hiperglicemia e glicosúria persistente. • Disfunção renal Azotemia pré-renal, glomerulopatia primária, redução concentração tubular, filtração e nefropatia. • Disfunção hepática • Anemia Supressão da eritropoiese pela inflamação crônica, perda de hemácias intra uterina, hemodiluição ou hemorragia transoperatória • Neutrofilia Com desvio a esquerda (mais comum em piometras fechadas, na aberta pode estar normal) • Neutrófilos tóxicos • Leucopenia – na sepse (infecção generalizada) pode ter leucopenia Leucocitose + linfopenia = é em casos muito graves. Piometra em felinos Menos comum que em cães, porque as gastas para ter aumento significativo de progesterona é somente após a ovulação. Mas para ovular precisa ter um estímulo mecânico (contato do pênis com a vulvula – copula). Mais comum em gatas em que há administração de injeções anticoncepcionais. A antibiótico terapia não é feita na eletiva, mas na piometra faz sim, podendo ser feito antes da cirurgia. Em piometra, faz-se a omentopexia (pega o omento e passa por cima do coto) para proteger a região do coto que ficou, auxiliando no aumento da vascularização e recuperação mais rápida do tecido também. Antibióticos usados: amicacina, gentamicina, estreptomicina, tobramicina Existe tratamento conservativo para piometra, mas não é recomendado. É usado em animais de muito valor genético ou naqueles animais que não podem no momento passar por um procedimento cirúrgico. Antibiótico de 2 a 3 semanas, PGF2 ou agelpistrona (antiprogestina) + cloprostenol (PG sintético) O peritônio reveste a cavidade abdominal, exceto a região caudal da cavidade pélvica. A região mais cranial da bexiga ainda é. Nas fêmeas, tem o infundíbulo que fica guiando o óvulo para que caia no ovário. O acúmulo de líquido dentro do útero pode extravasar pro infundíbulo e cair na cavidade abdominal → peritonite. Outra coisa que pode ocorrer, é ascensão das bactérias para o rim já que tem o ligamento suspensor muito próximo – pielonefrite, glomerulonefrite. ú 32 Esses tratamentos só se fazem em animais metabolicamente estáveis e de alto valor genético. Isso é feito em animais com piometra aberta. Não adianta entrar com antibiótico em piometra fechadas. Complicações: ruptura uterina, pielonefrite, glometulonefrite, sepse, óbito. As possibilidades de reincidência são de 20%. Por isso, a melhor solução é cirurgia. Quando vai tirar o ovário, é importante que tire ele todo para evitar a → Síndrome do ovário remanescente Esta ocorre quando não retira o ovário todo e a fêmea. Se fica o ovário dentro da cavidade, o mínimo de células possível, continua produzindo progesterona e o animal entra no cio. Podendo causar piometra de coto → é uma piometra que ocorre no coto uterino. Cuidado com o excesso de fios → pois mesmo que absorvível pode causar um granuloma í á