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Desenvolvimentosolucaosuporte-Bibiano-2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO 
 
 
GEILSON DE MACEDO BIBIANO 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUÇÃO PARA SUPORTE 
À TOMADA DE DECISÃO EM UM ÓRGÃO PÚBLICO COM 
APLICAÇÃO CONCOMITANTE DA GESTÃO DA 
INFORMAÇÃO E DE UMA FERRAMENTA DE BUSINESS 
INTELLIGENCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
2022 
 
 
GEILSON DE MACEDO BIBIANO 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUÇÃO PARA SUPORTE 
À TOMADA DE DECISÃO EM UM ÓRGÃO PÚBLICO COM 
APLICAÇÃO CONCOMITANTE DA GESTÃO DA 
INFORMAÇÃO E DE UMA FERRAMENTA DE BUSINESS 
INTELLIGENCE 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Gestão da Informação e do 
Conhecimento da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte como parte das exigências para 
obtenção do título de Mestre em Gestão da 
Informação e do Conhecimento. 
 
Área de concentração: Informação e conhecimento na 
sociedade contemporânea. 
 
Linha de pesquisa: Gestão, comunicação e uso da 
informação. 
 
Orientador: Prof. Dr. Wattson José Saenz Perales 
 
 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
2022 
Bibiano, Geilson de Macedo.
 Desenvolvimento de uma solução para suporte à tomada de
decisão em um órgão público com aplicação concomitante da gestão
da informação e de uma ferramenta de business intelligence /
Geilson de Macedo Bibiano. - 2022.
 79f.: il.
 Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão da Informação e
do Conhecimento) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação
em Gestão da Informação e do Conhecimento. Natal, RN, 2022.
 Orientador: Prof. Dr. Wattson José Saenz Perales.
 1. Gestão da informação - Dissertação. 2. Inteligência de
negócios - Dissertação. 3. Necessidades informacionais -
Dissertação. 4. Tomada de decisão - Dissertação. 5. Projetos
acadêmicos - Dissertação. I. Perales, Wattson José Saenz. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 005.94
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355
 
 
GEILSON DE MACEDO BIBIANO 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE UMA SOLUÇÃO PARA SUPORTE À TOMADA DE 
DECISÃO EM UM ÓRGÃO PÚBLICO COM APLICAÇÃO CONCOMITANTE DA 
GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DE UMA FERRAMENTA DE BUSINESS 
INTELLIGENCE 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em 
Gestão da Informação e do Conhecimento da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como parte das exigências para 
obtenção do título de Mestre em Gestão da Informação e do 
Conhecimento. 
 
Orientador: Prof. Dr. Wattson José Saenz Perales 
 
 
Aprovada em 02 / 08 / 2022 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
____________________________________ 
Prof. Dr. Wattson José Saenz Perales 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
(Orientador) 
 
____________________________________ 
Prof. Dr. Pedro Alves Barbosa Neto 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
(Examinador Interno) 
 
____________________________________ 
Prof. Dr. Wagner Junqueira de Araújo 
Universidade Federal da Paraíba 
(Examinador Externo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a você, leitor (a), que está em 
busca de aprender e compartilhar conhecimentos. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço à Deus, por ter me proporcionado a oportunidade de desenvolver a pesquisa 
e por ter me guiado nos momentos de dúvidas, mostrando que a desistência é sempre o caminho 
mais fácil, mas não é o caminho que Ele planejou. 
Agradeço à minha mãe, Gelva, que já no ensino infantil me ensinou que o ato de estudar 
é uma ferramenta de crescimento pessoal e social e, que o conhecimento nenhum sistema é 
capaz ignorar. 
Agradeço ao meu orientador, o professor Wattson Perales, pela paciência e pelos 
valiosos ensinamentos ao longo dessa jornada. 
Agradeço aos amigos que tenho a honra de compartilhar o ambiente de trabalho e que 
contribuíram de forma singular em diferentes etapas da pesquisa: Gilmar, que me orientou e me 
ajudou no início dessa jornada compartilhando seus conhecimentos e experiências; Anderson, 
que me ajudou na aplicação de TI quando meu conhecimento não era suficiente; Prof. Josué, 
por me incentivar e agregar conhecimento durante todas as etapas da investigação; Rose, Janilda 
e prof. Jorge, equipe excepcional que fortaleceu o alcance dos objetivos com as ricas 
contribuições de melhorias no estudo. 
Agradeço ao Profº. Pedro e ao Prof.º Wagner, membros da banca, pela disponibilidade 
e pelas indispensáveis contribuições ao estudo. 
Agradeço a todos os amigos que de forma direta ou indireta contribuíram para a pesquisa 
por meio do compartilhamento de conhecimentos, experiências e motivações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já sentiu a água do mar tocar seus pés após uma longa 
e cansativa jornada? É como um abraço da vida. 
 
 
 RESUMO 
 
A gestão da informação mostra-se necessária para o aperfeiçoamento de processos decisórios e 
para o alcance de objetivos e metas nas organizações. Neste cenário, torna-se imprescindível 
gerir o excesso de informações produzidas e entregar aquelas que são úteis para os tomadores 
de decisão. Assim, esta pesquisa busca desenvolver um produto - protótipo - de Business 
Intelligence, sob a ótica da gestão de informação, para dar suporte à tomada de decisão no 
processo de gerenciamento das reformulações de projetos acadêmicos na Diretoria de Projetos 
Acadêmicos - DPA/UFRN. Este processo é gerenciado pela DPA por meio do aplicativo Trello, 
onde são registrados os fluxos informacionais desde o início de uma solicitação de reformulação 
em projeto acadêmico até a sua implementação. O estudo propôs de forma específica quatro 
objetivos: 1. Identificar as necessidades informacionais dos atores da tomada de decisão no 
processo investigado; 2. Modelar um ambiente de BI para gerenciar as informações produzidas 
durante o gerenciamento das reformulações em projetos acadêmicos no âmbito da DPA; 3. 
Elaborar um painel de indicadores de desempenho para suporte à tomada de decisão; 4. Validar 
a solução desenvolvida frente às necessidades informacionais dos atores envolvidos. Os 
objetivos foram alcançados por meio de uma pesquisa aplicada, qualitativa e descritiva, 
adotando-se os procedimentos metodológicos propostos por Blessing e Chakrabarti (2009) na 
obra “DRM, A Design Research Methodology”. A coleta de dados do estudo foi realizada por 
meio de pesquisa documental, pesquisas bibliográficas, reunião dirigida e grupos focais, 
obtendo-se, como resultado, um protótipo de um painel de indicadores utilizando-se a 
ferramenta Microsoft Power BI com base em modelos de GI e a metodologia de BI. O produto 
atendeu as necessidades informacionais dos usuários, que o aplicam tanto no acompanhamento 
de desempenho do processo estudado quanto nas tomadas de decisões inicialmente voltadas 
para ações de melhoria contínua. 
 
Palavras-chave: Gestão da Informação. Inteligencia de negócios. Necessidades informacionais. 
Tomada de decisão. Projetos acadêmicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Information management proves to be necessary for the improvement of decision-making 
processes and for the achievement of objectives and goals in organizations. In this scenario, it 
becomes essential to manage the excess of information produced and to deliver those that are 
useful to decision makers. This research seeks to develop a Business Intelligence product - 
prototype - from the perspective of information management,to support decision-making in the 
academic projects management reformulation process in the Academic Projects Board - 
DPA/UFRN. This process is managed by DPA through the Trello application, where 
information flows from the beginning of an academic project reformulation request to its 
implementation. The study specifically proposed four objectives: 1. Identify the informational 
needs of the decision-making actors in the investigated process; 2. Model a BI environment to 
manage the information produced during the management of reformulations in academic 
projects under the DPA; 3. Develop an indicator performance panel to support decision making; 
4. Validate the developed solution from informational needs of the involved actors. The 
objectives were achieved by means of an applied, qualitative and descriptive research, adopting 
the methodological procedures proposed by Blessing and Chakrabarti (2009) in the work 
“DRM, A Design Research Methodology”. Data collection for the study was carried out 
through documentary research, bibliographic research, directed meeting and focus groups, 
obtaining, as result, a prototype of an indicators panel developed using the Microsoft Power BI 
tool based on GI models and BI methodology. The product fulfilled the information needs of 
the users, who apply it both in the performance of the study process and in making decisions 
initially aimed to continuous improvement actions. 
 
Keywords: Information management. Business Intelligence. Information needs. Decision-
making. Academic projects. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 - Atividades da etapa de identificação de necessidades e requisitos ............. 31 
Quadro 02 - Etapas da pesquisa baseada em DRM ......................................................... 42 
Quadro 03 - Etapas e estudos da pesquisa - desenvolvimento de uma nova solução...... 42 
Quadro 04 - Técnicas de coleta de dados para cada objetivo específico da pesquisa ..... 47 
Quadro 05 - Detalhamento do quadro de gerenciamento das reformulações .................. 52 
Quadro 06 - Compilado das necessidades informacionais dos usuários ......................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 - Modelo genérico de gestão da informação de Davenport (1998) ................ 21 
Figura 02 - Modelo de gestão da informação de McGee e Prusak (1994) ...................... 22 
Figura 03 - Metáfora do Modelo Sense Making de Brenda Dervin ................................ 27 
Figura 04 - Dinâmica dos fluxos de informações ............................................................ 29 
Figura 05 - Modelo de fluxo de informação nas organizações........................................ 30 
Figura 06 - Ciclo de análise do Business Intelligence ..................................................... 37 
Figura 07 - Correlação entre a metodologia de BI e os modelos de GI referenciados .... 38 
Figura 08 - Design Research: intenção, objetivos e facetas do design ........................... 41 
Figura 09 - Detalhamento da metodologia baseada em DRM ......................................... 43 
Figura 10 - Dinâmica de reformulações em projetos acadêmicos ................................... 46 
Figura 11 - Visão geral do processo de gerenciamento de reformulações no Trello ...... 51 
Figura 12 - Esboço desenvolvido a partir da reunião dirigida ......................................... 54 
Figura 13 - Processo de reformulações em projetos acadêmicos .................................... 57 
Figura 14 - Percurso da coleta de dados do Trello .......................................................... 59 
Figura 15 - Painel de indicadores - produto final ............................................................ 61 
Figura 16 - Recorte do painel com a ilustração dos indicadores criados ........................ 62 
Figura 17 - Campos personalizados no Trello para registro de dados............................. 63 
Figura 18 - Última etapa do processo (destaque vermelho) ............................................ 64 
Figura 19 - Histórico de movimentações dos cartões no Trello ...................................... 65 
Figura 20 - Ícone da função de relatórios ........................................................................ 66 
Figura 21 - Relatório de reformulações por tipo de erro que provocou retrabalho ......... 67 
Figura 22 - Relatório de reformulações por tempo de tramitação em cada etapa ........... 68 
Figura 23 - Relatório de projetos e suas respectivas quantidades de reformulações ....... 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
GI Gestão da Informação 
BI Business Intelligence 
PROPLAN Pró-Reitoria de Planejamento 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
DPA Diretoria de Projetos Acadêmicos 
FUNPEC Fundação Norteriograndense de Pesquisa e Cultura 
BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações 
UFTM Universidade Federal do Triângulo Mineiro 
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
TI Tecnologia da informação 
KPI key performance indicator 
ETL Extract, Transform and Load 
DW Data Warehouse 
DRM Design Research Methodology 
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................13
2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................19
2.1 Gestão da informação..............................................................................................19
2.1.1 Comportamento informacional...............................................................................24
2.1.1.1 Necessidades informacionais...............................................................................25
2.1.2 Fluxo de informação...............................................................................................28
2.1.3 Business Intelligence e gestão da informação: aplicação prática...........................32
2.1.3.1 Metodologia de Business Intelligence.................................................................35
3 METODOLOGIA.......................................................................................................39
3.1 Procedimentos metodológicos.................................................................................40
3.1.1 Etapas da pesquisa..................................................................................................41
3.1.1.1 Clarificação da pesquisa......................................................................................43
3.1.1.2 Estudo descritivo I...............................................................................................44
3.1.1.3 Estudo prescritivo................................................................................................50
3.1.1.4 Estudo descritivo II..............................................................................................50
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS....................................................51
4.1 Objetivo 1 - Identificação das necessidades informacionais................................51
4.2 Objetivo 2 - Modelagem do ambiente de BI..........................................................56
4.2.1 Coleta de dados.......................................................................................................57
4.2.2 Transformação........................................................................................................59
4.2.3 Carga.......................................................................................................................59
4.2.4 Armazenamento......................................................................................................59
4.3 Objetivo3 - Elaboração de um painel de indicadores de desempenho...............60
4.4 Objetivo 4 - Validação da solução desenvolvida...................................................69
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................71
REFERÊNCIAS.............................................................................................................73
APÊNDICE I..................................................................................................................78
APÊNDICE II................................................................................................................80
13 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A informação e a tomada de decisão estão intimamente ligadas dentro dos 
ambientes organizacionais. De um lado, a informação figura como bem intangível das 
organizações e, de outro, a tomada de decisão é subsidiada por esse bem. A informação 
configura-se como um recurso que, através de uma boa gestão, permite à organização 
melhorar seu desempenho na busca pelo cumprimento de metas e objetivos 
organizacionais. “Como qualquer outro recurso, a informação deve ser reconhecida por 
sua importância na estrutura organizacional, visto que é insumo básico para o 
desenvolvimento das diversas atividades estratégicas, táticas e operacionais” 
(VALENTIM et al. 2008, p.186). 
A informação norteia a tomada de decisão nas organizações e, segundo Choo 
(2006), cada modelo de processo decisório possui abordagens diferentes na obtenção e 
uso das informações, que podem reduzir as incertezas nas tomadas de decisão de três 
formas distintas: 1) Gerando uma situação de escolha através da estruturação do 
problema, que determina quais informações são necessárias no processo decisório; 2) 
Definindo preferências e selecionando regras; e, 3) Representando alternativas viáveis e 
suas possíveis consequências. 
 Cabe à organização, seja ela pública ou privada, gerir o grande volume de 
informações que produzem buscando identificar e filtrar aquelas que são úteis e 
interessantes para os tomadores de decisão. Os membros da organização possuem o papel 
de interpretar as informações e usá-las de forma satisfatória e alinhada ao 
desenvolvimento organizacional. Para tanto, os fluxos de informações entre as unidades 
das organizações devem apresentar sinergia de forma que não existam barreiras ou 
dificuldades no acesso às informações relevantes, caso contrário, pode haver o 
comprometimento da qualidade da gestão. 
Na literatura, a gestão de informação (GI) encontra-se amparada por vários 
modelos que a orientam por meio do estabelecimento de etapas e fluxos informacionais 
que norteiam a obtenção, o tratamento, o armazenamento, o compartilhamento e o uso da 
informação no ambiente organizacional. Nesta perspectiva, este trabalho faz uma 
abordagem de GI a partir do entendimento da origem do termo e os conceitos que o 
definem. Ademais, são introduzidos alguns modelos de gestão informacional para 
clarificação da pesquisa, explicando-se as etapas que envolvem uma GI e os fatores 
envolvidos no processo de gestão. 
14 
 
 
 
Nesse cenário, realiza-se um estudo e aplicação da metodologia do Business 
Intelligence (BI) como um processo de gestão informacional voltado para a tomada de 
decisão, definindo-se o termo Business Intelligence e explicando BI como uma 
metodologia de gestão e não apenas como uma ferramenta ou tecnologia, de forma que 
BI tem sido usado como forma de solucionar problemas de negócios organizacionais 
relacionados aos dados. Diretamente, o BI não é responsável pelas ações de tomada de 
decisão e, sim, pela entrega das informações certas para que melhores ações sejam 
tomadas. Nessa linha de raciocínio, a gestão de informação dentro de uma empresa ou 
órgão público pode-se valer do processo de BI, abordando tratamento de dados, a 
eliminação de redundâncias, o manuseio, o uso e compartilhamento de informações, além 
do uso de indicadores de desempenho organizacionais, gráficos e tabelas dinâmicas. 
 A presente pesquisa foi realizada no ambiente organizacional da Pró-Reitoria de 
Planejamento - PROPLAN da UFRN, com foco no uso estratégico das informações que 
são produzidas durante o processo de gerenciamento das reformulações em projetos 
acadêmicos que é realizado pela Diretoria de Projetos Acadêmicos - DPA. 
Reformulações em projetos acadêmicos é um processo que se inicia quando os 
coordenadores responsáveis pelos projetos solicitam à Fundação Norteriograndense de 
Pesquisa e Cultura (FUNPEC1), instituição que apoia a execução dos projetos, alguma 
alteração no plano de trabalho original - as alterações podem ser mudanças no plano de 
aplicação dos recursos financeiros ou no número de membros participantes do projeto, 
por exemplo. Assim, após os procedimentos administrativos da solicitação, a FUNPEC 
encaminha um documento para a DPA contendo o pedido da respectiva reformulação. 
Em seguida, a DPA realiza análises de conformidades da solicitação e realiza os devidos 
encaminhamentos internamente e, em alguns casos, com outras unidades externas à DPA. 
A equipe da DPA, envolvida no processo de reformulações em projetos 
acadêmicos, compreende 8 (oito) profissionais, sendo um diretor, um pró-reitor de 
planejamento, uma coordenadora e 5 (cinco) analistas de projetos. Atualmente, a equipe 
realiza o gerenciamento do processo através do aplicativo Trello, espaço virtual que 
possui listas/colunas com várias tarefas representadas por cartões, que podem ser 
movidos, editados e compartilhados com os vários membros participantes. Embora a 
 
1 FUNPEC é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria e 
com autonomia patrimonial, financeira e administrativa e com estatuto próprio. A missão da FUNPEC é 
estimular, apoiar e gerenciar atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento científico, tecnológico e 
cultural, promovendo a integração entre a UFRN e a Comunidade, através de parcerias com Instituições 
Públicas e Privadas. Disponível em: https://funpec.br/fundacao/a-funpec/. Acesso em: 20 jun. 2022. 
15 
 
 
 
DPA produza um grande volume de dados através da gestão na ferramenta Trello, esses 
mesmos dados não são agregados nem transformados em informações que possam 
possibilitar uma melhor compreensão do processo. Dessa forma, os tomadores de 
decisões não conseguem investigar os aspectos positivos e negativos no gerenciamento 
das reformulações e, consequentemente, ficam limitados em promover ajustes e 
melhorias para uma melhor eficiência do processo como um todo. 
 Nesta perspectiva, tem-se o problema que é objeto deste estudo: Como o BI pode 
aperfeiçoar a tomada de decisão no processo de gerenciamento das reformulações 
em projetos acadêmicos que tramitam na DPA sob a ótica da gestão da informação? 
 Frente ao problema de pesquisa exposto, foi estabelecido o objetivo geral da 
pesquisa: Desenvolver um produto de Business Intelligence, sob a ótica da gestão de 
informação, para dar suporte à tomada de decisão gerencial no processo de 
gerenciamento das reformulações de projetos acadêmicos na DPA. 
 A fim de atingir o objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos 
específicos: 
1. Identificar as necessidades informacionais dos atores da tomada de decisão no 
processo de gerenciamento de reformulações de projetos acadêmicos que 
tramitam na DPA; 
2. Modelar um ambiente de BI para gerenciar as informações produzidas durante o 
gerenciamento das reformulações em projetos acadêmicos no âmbito da DPA; 
3. Elaborar um painel de indicadores de desempenho para suporte à tomada de 
decisão no processo investigado; 
4. Validar a solução desenvolvida frente às necessidades informacionais dos atores 
envolvidos. 
 
Justifica-se a presente pesquisa quanto a sua importância na esfera acadêmica, 
institucional e profissional/pessoal. No âmbito acadêmico, a justificativada pesquisa se 
debruça na interdisciplinaridade da gestão da informação e na relevância que o estudo 
possui para a área da Ciência da Informação. 
Através de um estudo bibliométrico da produção científica sobre o tema da 
pesquisa, na base de dados Scopus (Elsevier) e na base da Biblioteca Digital de Teses e 
Dissertações (BDTD), foi observado que não há uma quantidade significativa de 
trabalhos que tratam de maneira conjunta os termos: Information management (gestão da 
16 
 
 
 
informação), decision making (tomada de decisão) e business intelligence (inteligência 
de negócios). 
Na base de dados da Scopus, foram utilizados os termos de busca: Information 
management, decision making e business intelligence. Além disso, foram aplicados os 
filtros de período de 2012 a 2022 e dos idiomas inglês e português. 
Assim, foram constatadas 112 (cento e doze) publicações científicas que atendiam 
aos termos pesquisados, das quais apenas 4 (quatro) produções eram nacionais. Os 
autores, em sua maioria, deram preferência pela produção de documentos para 
apresentações em conferências, contabilizando 85 (oitenta e cinco) trabalhos. Porém, 
também foram produzidos 24 (vinte e quatro) artigos, 2 (dois) capítulos de livros e uma 
revisão sobre o tema. 
Nos últimos 10 (dez) anos, de 2012 a 2021, houve uma média de 11 (onze) 
publicações a respeito do tema investigado. Sendo que no ano atual, no período de 
referência até junho de 2022, foram produzidos apenas 2 (dois) trabalhos e, no ano de 
2021 foram realizadas 7 (sete) publicações, metade do valor em relação ao ano anterior, 
2020, que contabilizou 14 (quatorze) trabalhos realizados, indicando um decréscimo no 
número de publicações a partir de 2021. 
Quanto às áreas das publicações realizadas sobre o tema, destaca-se a área de 
ciências da computação, com 91 (noventa e um) estudos associados, seguida pela área de 
engenharia, com 36 (trinta e seis) publicações e, a área de negócios, com 30 (trinta). A 
área de estudo de ciências sociais, na qual este trabalho se desenvolve, ocupa o sexto lugar 
no quesito número de publicações associadas, totalizando 9 (nove) produções. 
Em relação ao estudo bibliométrico na base de dados da BDTD, foram utilizados 
os seguintes termos de busca: Gestão da Informação, inteligência de negócios e tomada 
de decisão. E os filtros aplicados foram com os períodos de 2012 a 2022 e os idiomas 
inglês e português. 
 O resultado na BDTD retornou 17 (dezessete) trabalhos, sendo 12 (doze) 
dissertações e 5 (cinco) teses, tendo a Universidade de São Paulo - USP com mais estudos 
sobre o tema, com 3 (três) trabalhos, seguida pela Universidade Federal do Triângulo 
Mineiro - UFTM, com 2 (dois) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, 
também com 2 (dois) publicações. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte - 
UFRN, instituição de ensino onde foi realizada esta dissertação, não apresentou trabalhos 
sobre o tema estudado. 
17 
 
 
 
Portanto, o estudo bibliométrico demonstra que não foram realizados muitos 
estudos sobre o tema investigado e, que no âmbito nacional, há poucas produções. 
Outrossim, a UFRN não apresentou trabalhos para os critérios de busca na BDTD, 
indicando que esta dissertação pode aumentar o rol de temas estudados em projetos de 
pesquisa da Universidade. 
Na esfera institucional, a pesquisa é relevante para o aperfeiçoamento da gestão 
da informação e de processos decisórios a partir do estudo do processo investigado neste 
trabalho, uma vez que é um passo importante para disseminar e aplicar os aprendizados 
da pesquisa em outros processos institucionais. Ademais, de acordo com o Mapa 
Estratégico 2019-2023 da UFRN, o foco da pesquisa insere-se na perspectiva do 
desenvolvimento institucional, que traz os “[...] objetivos estratégicos relacionados com 
gestão de pessoas, infraestrutura, comunicação e tecnologia da informação que, geridos 
por meio de boas práticas de gestão estratégica, governança, processos e riscos, levam à 
excelência da gestão” (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 
2019). 
Na esfera profissional, o pesquisador exerce a função de coordenador de 
informações institucionais na Pró-Reitoria de Planejamento da UFRN e observou uma 
carência de gestão informacional voltada para a tomada de decisão. Assim, enxergou a 
oportunidade de desenvolver um estudo a partir de um processo específico, mas que 
poderia ser replicado para outros processos organizacionais e, principalmente, ser capaz 
de inserir uma semente na cultura organizacional da PROPLAN quanto à gestão, tornando 
realidade o processo de tomada de decisão suportado por produtos gerados através da 
concepção de GI. O pesquisador vivencia, no serviço público, um momento de 
transformação digital, de inserção e de uso de novas tecnologias no compartilhamento de 
informações e busca conectar a literatura sobre GI com a prática, contribuindo não apenas 
para seu crescimento profissional, como também para o próprio ambiente organizacional 
no qual está inserido. 
O próximo capítulo traz a fundamentação teórica da pesquisa. Inicialmente, 
aborda-se a definição de gestão da informação e realiza-se um estudo sobre modelos de 
GI que guiam a pesquisa. Em seguida, expõe-se o tema comportamento informacional 
dos usuários para embasar a identificação das necessidades informacionais proposta no 
estudo. Logo após, explica-se o assunto sobre fluxo de informação, trazendo suas 
definições e seus elementos, além de ser apresentado o modelo de fluxo de informação 
de Beal (2004). No tópico subsequente, são apresentadas as definições, as características 
18 
 
 
 
e a metodologia de Business Intelligence, correlacionando a metodologia de BI com os 
modelos de GI referenciados na pesquisa. 
O capítulo seguinte, metodologia, apresenta a caracterização da pesquisa quanto 
a sua natureza e ao seu objetivo, assim como explica de forma detalhada o percurso 
metodológico seguido pelo pesquisador e como os objetivos propostos foram alcançados. 
Por fim, os dois últimos capítulo trazem, respectivamente, a análise e discussão 
dos resultados e as considerações finais do estudo realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 Neste capítulo são abordados os tópicos que norteiam a pesquisa. Primeiro, 
apresenta-se a definição de gestão da informação e um estudo sobre os modelos de GI de 
Daveport (1998) e McGee e Prusak (1994), que foram adotados pela pesquisa devido as 
suas características e suas respectivas aplicabilidades no estudo. No segundo tópico, 
comportamento informacional, estuda-se o assunto necessidades informacionais dos 
usuários, que se mostra fundamental para a pesquisa, visto que o tema se alinha ao 
primeiro objetivo específico do estudo. No terceiro tópico, são abordadas as definições 
de fluxo de informação e seus elementos, assim como o modelo de fluxo de informação 
de Beal (2004), uma vez que a pesquisa recai sobre um processo que naturalmente 
envolve um fluxo informacional. Por fim, o último tópico traz as definições, os elementos 
e a metodologia de aplicação de Business Intelligence e, para guiar o alcance dos objetivos 
propostos da pesquisa, correlaciona-se a metodologia de BI com os modelos de GI 
estudados. 
 
2.1 Gestão da informação 
 
Detlor (2010) define a Gestão da Informação como o gerenciamento dos processos 
e sistemas que criam, adquirem, organizam, armazenam, distribuem e usam informações 
com o objetivo de ajudar as organizações a acessar, processar e usar informações de forma 
eficiente e eficaz. Valentim et al (2008), por sua vez, entende que GI é o 
 
[...] conjunto de ações que visa desde a identificação das 
necessidades informacionais, o mapeamento dos fluxos formais 
(conhecimento explícito) de informação nos diferentes 
ambientes da organização, até a coleta, filtragem, análise,organização, armazenagem e disseminação, objetivando apoiar 
o desenvolvimento das atividades cotidianas e a tomada de 
decisão no ambiente corporativo. (VALENTIM 2008 et al, p. 
187) 
 
Barbosa (2008) destaca que o foco principal da GI é a informação ou 
conhecimento explícito, por meio do gerenciamento de diferentes documentos que são 
produzidos, armazenados e utilizados no ambiente organizacional. Para Pereira (2003), a 
GI é multidisciplinar e une conhecimentos e habilidades das áreas de Administração, 
Ciências da Informação e Tecnologias da Informação. Além disso, a autora afirma que na 
20 
 
 
 
prática, a gestão da informação é feita por meio de métodos, metodologias e técnicas para 
coletar, processar, difundir e usar as informações que são úteis à tomada de decisões. 
Hoje em dia, as organizações produzem uma grande massa de informações e os 
gestores estão diante de constantes mudanças tecnológicas que contribuem tanto para a 
geração de novas informações quanto para o próprio entendimento e uso daquelas que 
sejam úteis para a tomada de decisão. Segundo Detlor (2010), as informações produzidas 
pelas organizações devem ser tratadas como um recurso estratégico que precisa ser 
gerenciado como qualquer outro recurso da organização, onde as tecnologias da 
informação (TIs) devem fazer parte de qualquer plano de gerenciamento de informações, 
pois as TIs desempenham um papel importante na medida que ditam como as informações 
são gerenciadas dentro da organização. “Diante de um mundo informacional inserido no 
paradigma das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), as organizações são 
protagonistas de um ambiente que se caracteriza por uma grande produção informacional, 
e que precisa ser organizada para seu acesso e uso” (VALENTIM, 2010, pg. 144). 
 De acordo com Turban et al (2010), as organizações, privadas ou públicas, estão 
sob pressão das constantes mudanças informacionais que as obrigam a serem inovadoras 
na forma que trabalham. Assim, as decisões organizacionais necessitam de quantidades 
consideráveis de dados, informações e conhecimento. “O tomador de decisão necessita 
de informações relevantes, mas, antes de tudo, precisa de dispositivos de filtros pois, está 
exposto a uma massa infinita de informações irrelevantes, muitas delas, que ele mesmo 
solicitara” (SANTOS, 2000, p.205). E para processá-las, geralmente se necessita de um 
bom sistema informacional, que “é o conjunto interdependente das [...] tecnologias de 
informação (hardware e software), dos procedimentos e métodos que deveriam permitir 
à empresa dispor, no tempo desejado, das informações que necessita (ou necessitará) para 
seu funcionamento atual e para sua evolução” (SIQUEIRA, 2005, pg. 5). Segundo Braga 
(2000), as tecnologias da informação permitem gerir as informações em novos moldes, 
agilizando o fluxo de informações e facilitando a tomada de decisão. 
 Davenport (1998), em sua obra Ecologia da Informação, apresenta um modelo de 
gestão da informação em que as TIs são apenas recursos que podem ser utilizados no 
processo de GI e que a ênfase durante a criação, a distribuição, a compreensão e o uso da 
informação deve ser o recurso humano disponível. Em seu modelo, o autor define quatro 
passos genéricos, ilustrados na figura 01, que podem ser gerenciados de acordo com a 
realidade da organização: A determinação das exigências, a obtenção, a distribuição e a 
utilização. 
21 
 
 
 
Figura 01. Modelo genérico de gestão da informação de Davenport (1998)
 
Fonte: Adaptado de Davenport (1998, p. 175) 
 
Segundo Davenport (1998), na etapa de determinação das exigências da 
informação, que é um problema difícil, as informações necessárias são identificadas com 
base na percepção dos atores quanto ao problema e a situação, havendo a identificação de 
como os gerentes e os funcionários percebem seus ambientes informacionais. O autor 
defende que essa etapa é a mais subjetiva e que apenas usufruir de tecnologias, como 
computadores, e agrupar dados para um determinado processo decisório, não é mais 
viável. Assim, faz-se necessária uma investigação individual ou em grupo da organização, 
com perguntas direcionadas aos gerentes sobre quais dados ou informações eles 
necessitam. Além disso, torna-se importante o acompanhamento do dia-a-dia dos gerentes 
e suas atividades na organização, observando-se os diferentes tipos de informações 
disponíveis para auxiliar na compreensão das necessidades informacionais. 
Quanto à etapa de obtenção da informação, Davenport (1998) diz que é uma 
atividade contínua que engloba três passos - exploração do ambiente informacional, 
classificação da informação e, formatação e estruturação das informações: 
● Exploração do ambiente informacional: De acordo com Davenport (1998), a 
exploração das informações deve ser realizada combinando as tecnologias 
informacionais com os recursos humanos, pois são as pessoas que realizam a 
filtragem de dados para agregar valor à informação, adicionando contexto e 
interpretação aos dados, por exemplo. O autor ainda defende que o melhor 
ambiente de exploração é aquele em que todos realizam a coleta de dados e o 
compartilhamento de informações. 
● Classificação da informação: Davenport (1998) afirma que classificar as 
informações é uma atividade que demanda bastante mão-de-obra, responsável por 
definir os esquemas iniciais e monitorar a necessidade de novas categorias de 
informações. O autor diz ainda que devem ser observados alguns pontos antes de 
classificar as informações: Quais informações devem ser classificadas, como sua 
classificação influenciará no comportamento individual das pessoas e como será 
feita a atualização da classificação. 
22 
 
 
 
● Formatação e estruturação das informações: Conforme Davenport (1998), é 
neste passo que as informações são estruturadas de acordo com os documentos 
que a organização possui, visto que eles apresentam contexto e resumem ou 
filtram informações utilizadas pelos gerentes. 
 A etapa de distribuição das informações refere-se ao momento em que os atores 
recebem as informações de que necessitam. A distribuição da informação, segundo 
Davenport (1998), é influenciada pela arquitetura da informação, pela estrutura política e 
pelo investimento tecnológico que a organização realiza. Assim, o processo que envolve 
pessoas, documentos e computadores são os melhores, de acordo com o autor. 
Por fim, na etapa de utilização da informação, o uso da informação, segundo 
Davenport (1998), é bastante pessoal, quanto ao modo que os atores procuram, absorvem 
e digerem as informações antes de uma tomada de decisão. 
 Com uma abordagem voltada para a tomada de decisão, Mcgee e Prusak (1994) 
criaram um modelo de GI em que a informação figura como um recurso estratégico da 
organização. E assim como o modelo de Davenport (1998), o modelo de Mcgee e Prusak 
(1994) é genérico - ilustrado na figura 02, pois pode ser adaptado para a realidade 
organizacional de cada empresa. Mcgee e Prusak (1994) definiram as seguintes etapas: 
identificação das necessidades e requisitos da informação, coleta, tratamento e 
apresentação, classificação e armazenamento, desenvolvimento de produtos e serviços, 
distribuição e disseminação da informação e, análise e uso da informação. 
 
Figura 02. Modelo de gestão da informação de McGee e Prusak (1994) 
 
Fonte: Adaptado de McGee e Prusak (1994, p. 108) 
 
 
23 
 
 
 
McGee e Prusak (1994) definiram a primeira etapa do modelo como sendo a 
identificação das necessidades e requisitos da informação, tarefa considerada a mais 
importante e complexa para a GI, pois os usuários possuem dificuldades em externalizar 
ou identificar suas reais necessidades informacionais. Dessa forma, os autores esclarecem 
que é importante que haja várias fontes de informações disponíveis no ambiente 
organizacional e, sobretudo, confiáveis. Segundo McGee e Prusak (1994,p. 116) os “[...] 
profissionais da informação precisam ter conhecimento das fontes de informação 
disponíveis que podem ser valiosas para o cliente ou sua organização antes de fazer a 
entrevista”. Assim, pode-se introduzir o termo necessidade de informação de forma mais 
precisa para os usuários. Ainda, de acordo com McGee e Prusak (1994), após construir o 
consenso sobre quais são as informações necessárias, desenvolve-se um plano de coleta 
das informações em suas respectivas origens. 
A coleta de informação é o momento em que as informações são obtidas das fontes 
disponíveis seguindo procedimentos manuais ou eletrônicos. Com as informações 
coletadas, o próximo passo é classificá-las e armazená-las em sistemas adequados e estes 
processos podem ser realizados em paralelo com o tratamento e apresentação das 
informações, evitando barreiras informacionais devido a grande quantidade de 
documentos que possa existir e facilitando o acesso dos usuários às informações, que 
podem ser lidas com mais rapidez. McGee e Prusak (1994) reforçam que o sucesso dessas 
etapas depende da correta identificação das necessidades informacionais, para o projeto 
ser dimensionado corretamente. Além disso, é essencial garantir que os sistemas estejam 
adaptados à forma com que os usuários trabalham com a informação. 
Durante o desenvolvimento de produtos e serviços de informação a participação 
humana é fundamental. Similar ao modelo de Davenport (1998), a ideia centrada nesta 
etapa é que as tecnologias da informação e comunicação são apenas recursos da 
organização, e sem o fator humano envolvido no processo, não seria possível criar um 
sistema informacional adequado. Segundo McGee e Prusak (1994), nesta etapa os 
usuários finais podem acrescentar notáveis perspectivas ao processo a partir de seus 
conhecimentos e experiências. 
 A etapa de distribuição e disseminação da informação deve ser marcada pela 
criação de canais de comunicação eficientes entre a origem e o destino das informações. 
Segundo McGee e Prusak (1994), neste processo é preciso que os usuários tenham ciência 
de quem está interessado ou precisando das informações no ambiente organizacional e, 
saibam onde consultar informações com facilidade. 
24 
 
 
 
 Por fim, chega-se na etapa de análise e uso da informação, que de acordo com 
McGee e Prusak (1994), é o momento que ocorre o preenchimento da lacuna intelectual 
dos usuários, reduzindo suas incertezas no processo de tomada de decisão. 
 Como a etapa inicial do modelo apresentado abarca a identificação das 
necessidades informacionais dos usuários, cabe um estudo mais detalhado sobre o que a 
literatura traz a respeito do tema. 
 
2.1.1. Comportamento informacional 
 
O comportamento informacional está interligado às necessidades informacionais 
dos usuários e é investigado na área da ciência da informação por meio de estudos de 
usuários, que lidam com as informações de formas distintas. Esses usuários, segundo 
Silva (2013), manifestam um comportamento informacional na dimensão psicopessoal e 
sociocontextual, que são complementares entre si. A autora diz que a dimensão 
psicopessoal refere-se às características psicossomáticas próprias dos usuários, enquanto 
que a dimensão sociocontextual, que é estudada nesta pesquisa, refere-se ao contexto 
onde emergem as necessidades informacionais. 
Segundo Gasque e Costa (2010, p. 22), comportamento informacional “refere-se 
às atividades de busca, uso e transferência de informação nas quais uma pessoa se engaja 
quando identifica as próprias necessidades de informação”. Bert e Araújo (2017, p. 392) 
dizem que comportamento informacional relaciona-se “[...] com a identificação da 
necessidade de informação, percebida pelos sujeitos que estão em busca de resolver seus 
problemas informacionais.” Na concepção dos autores Pettigrew, Fidel e Bruce (2001, p. 
44), o termo comportamento informacional trata-se de “[...] como as pessoas necessitam, 
buscam, entregam e usam a informação em diferentes contextos”. Para González-Teruel 
(2005), o estudo do comportamento informacional ajuda a identificar quais os problemas 
informativos que os usuários possuem na vida profissional e quais são as barreiras que 
devem ser superadas para se obter as informações que necessitam. 
Na literatura, ao longo do tempo, os estudos de usuários ocorreram através de três 
abordagens: a tradicional, a alternativa e a sociocultural. Segundo a autora Tanus (2014), 
a abordagem tradicional refere-se ao usuário como ser passivo, que é mero utilizador de 
um sistema ou serviço. Em contrapartida, na abordagem alternativa, a autora diz que o 
usuário da informação é visto como um sujeito cognoscente e ativo ao longo do processo 
de busca e uso da informação. Enquanto que na abordagem sociocultural, os usuários são 
25 
 
 
 
qualificados como sujeitos informacionais e constroem e interpretam as informações 
coletivamente, considerando o contexto ou o ambiente em que estão inseridos. 
Para Figueiredo (1994), é por meio de estudos de usuários que são identificadas 
as necessidades de informações de um indivíduo e se essas necessidades estão sendo 
satisfeitas adequadamente. Segundo González-Teruel (2005), a observação sistemática 
do usuário oferece uma ferramenta de grande valor para tomar decisões na gestão das 
unidades de informação em uma organização. 
De acordo com Cunha, Amaral e Dantas (2015), há quatro categorias que definem 
os propósitos gerais dos estudos de usuários: 
 
1. Identificar as necessidades de informação para a tomada de 
decisão e para a avaliação de efetividade de um sistema ou 
serviço de informação; 
2. Analisar a interação do usuário com o sistema; 
3. Identificar as características gerais dos usuários; 
4. Apoiar os estudos científicos e os estudos comparativos. 
(CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015, p. 40) 
 
 Esta pesquisa busca atingir o primeiro propósito elencado pelos autores Cunha, 
Amaral e Dantas (2015) referente ao estudo de usuário - identificar as necessidades de 
informação para a tomada de decisão e para a avaliação de efetividade de um sistema ou 
serviço de informação. Assim, o tópico seguinte abordará sobre necessidades 
informacionais. 
 
2.1.1.1 Necessidades informacionais 
 
 
Há várias definições sobre necessidades informacionais na literatura e, segundo 
González-Teruel (2005), esse tema é visto desde uma perspectiva cognitiva, como uma 
situação problema, como um estado anômalo de conhecimento ou como um momento de 
incerteza. Segundo González (2004), as definições de necessidades da informação giram 
em torno de três aspectos: Fluxo de informação, comunicações formais e informais e uso 
das informações. “[…] deve ser considerado que a busca, requisito, demanda ou desejo 
de informações documentais é um reflexo que existe na necessidade de informação do 
indivíduo” (GONZÁLEZ, 2004, p. 61). Já MARTÍNEZ-SILVEIRA (2007, p. 119) diz 
26 
 
 
 
que “A necessidade só pode ser descoberta por dedução, através do comportamento, ou 
por um ato de enunciação da pessoa que a detém”. 
É importante diferenciar o termo necessidade de informação de alguns conceitos 
que são encontrados em estudos de usuários e que causam confusões terminológicas - 
desejo, necessidade, demanda, uso e requisito. Os autores Cunha, Amaral e Dantas 
(2015) dizem que o desejo se refere à percepção do indivíduo sobre a informação que 
precisa para resolver problemas, e que segundo Figueiredo (1994), desejo é aquilo que o 
usuário gostaria de ter. Já a necessidade, os Cunha, Amaral e Dantas (2015) explicam que 
está relacionada com a informação para resolver problemas e atividades que um indivíduo 
precisa realizar. “Necessidade é o que um indivíduo deve (ought) ter para o seu trabalho, 
pesquisa, edificação, recreação, etc.” (FIGUEIREDO, 1994, p. 34) A demanda, por sua 
vez, é vista como uma ação em que os indivíduos requerem informações, que nãonecessariamente são àquelas que eles necessitam. Por fim, Figueiredo (1994) diz que o 
uso é aquilo que o usuário de fato utiliza, enquanto o requisito é entendido como aquilo 
que é necessário, que é desejado e/ou demandado. 
Segundo Beal (2004), mapear as necessidades informacionais possibilita a 
realização de um planejamento mais eficaz durante um desenvolvimento de sistemas de 
informações, além de permitir um investimento mais assertivo em tecnologias da 
informação, pois há o entendimento daquilo que seja mais importante para os usuários. 
Esses estudos dos usuários podem ser realizados com enfoque centrado nos sistemas 
informacionais ou centrados nos próprios indivíduos. Dessa forma, conhecer as 
necessidades informacionais dos usuários com enfoque nos indivíduos é importante para 
construir um ambiente organizacional alinhado aos objetivos e estratégias de negócios, 
havendo a sinergia entre a estrutura tecnológica oferecida para a gestão da informação e 
os usuários que usam as TIs para sanar suas necessidades. Os usuários, geralmente, pedem 
as informações que acreditam que os sistemas podem entregar e não o que realmente 
precisam (CUNHA, AMARAL e DANTAS, 2015). Assim, com a identificação das 
necessidades informacionais, é possível definir as informações que integrarão os 
sistemas, influenciando o modo como os usuários buscam e usam essas informações 
(DANTAS e CARVALHO, 2017). Correlacionando necessidades e usos da informação, 
Le Coadic (1996) diz que esses termos são interdependentes e se relacionam de uma 
forma complexa capaz de determinar o comportamento dos usuários e suas práticas. 
Com o objetivo de representar as relações entre os usuários e as informações, 
vários modelos teóricos foram desenvolvidos nos estudos de usuários, como o modelo de 
27 
 
 
 
Brenda Dervin (1983), por exemplo. Brenda Dervin construiu o modelo conhecido como 
Sense Making (construção de significado), em 1983, do ponto de vista cognitivo, “[...] 
propôs o seu modelo ao entender que o indivíduo, como um ser humano em movimento, 
passa por diversas experiências de construção de significado e, diante de determinada 
situação, é obrigado a parar pela ausência de informação: o “vazio cognitivo” (CUNHA 
et al, 2015, pg. 102). 
Foi empregada, neste modelo, uma metáfora em torno dos elementos situação, 
lacuna (gap) e uso, sendo utilizada uma ponte como exemplo, que constitui o meio de 
preencher a lacuna entre a situação e o uso, conforme ilustrado na figura 03. 
 
Figura 03. Metáfora do Modelo Sense Making de Brenda Dervin 
 
Fonte: Pereira (2008) 
 
Para Dervin (1983), a situação (em tempo e espaço), é o contexto em que surge o 
problema informacional, enquanto que a lacuna ou gap, que provoca a descontinuidade 
no conhecimento fazendo surgir a necessidade informacional, é entendida como a 
distância entre a situação atual e a situação desejada. Já o uso, é compreendido como o 
elemento que representa o resultado atingido ao aplicar o processo de sense-making. 
Ainda segundo Dervin (1992), os usuários precisam de esforços para se 
perceberem e perceberem o meio ambiente da situação durante o processo de 
desenvolvimento das estratégias cognitivas que visam a obtenção de respostas a fim de 
serem preenchidas as devidas lacunas. As lacunas existentes entre a situação atual e 
aquela em que os usuários desejam alcançar são preenchidas através de estudos, pesquisas 
e por meio de fluxos formais e informais de informações, tópico visto a seguir. 
 
 
28 
 
 
 
2.1.2 Fluxo de informação 
 
Um ambiente organizacional proporciona um fluxo de dados, informações e 
conhecimento ao longo de sua estrutura. “É um espaço em que se estabelece a interação 
entre todos os componentes que ali existem, desde as pessoas e as tecnologias, até a 
informação com valor agregado, que servirá de subsídio para as ações organizacionais” 
(VALENTIM, 2012, p. 89). Neste contexto, Valentim (2012) define fluxo de informação: 
 
Os fluxos de informação podem ser entendidos como o meio em 
que o trinômio dados, informação e conhecimento percorre para 
chegar aos sujeitos organizacionais de uma organização e, que 
por sua vez, necessitam destes para realizarem suas atividades e 
tarefas e efetuarem suas ações, dentre elas a tomada de decisão 
(VALENTIM, 2012, p. 91). 
 
 
 Beal (2004) define fluxo de informação como o processo de identificação de 
necessidades e requisitos de informação, estabelecendo-se um ciclo contínuo de coleta, 
tratamento, distribuição ou armazenamento e uso para subsidiar as tomadas de decisão. 
Segundo Valentim (2007), os fluxos informacionais são classificados em dois 
tipos: Os fluxos formais e os informais. Os fluxos formais referem-se àqueles ligados ao 
organograma da organização, em que há as interrelações entre as diferentes unidades de 
trabalho/centros de custos como diretorias, gerências, divisões, departamentos, setores e 
seções. Já os fluxos informais são as relações entre as pessoas no ambiente 
organizacional. Conforme ilustrado na figura 04, a estrutura física (organograma) e a 
estrutura de recursos humanos alimentam a estrutura informacional da organização por 
meio da geração, gestão e uso de dados, informação e conhecimento. Para a Valentim e 
Teixeira (2012), os fluxos de informação se tornam efetivos quando se aplica a gestão 
informacional, que se apoia nos fluxos formais da organização ou conhecimento 
explícito, entendido como aquilo que se é registrado. 
 
[...] os fluxos de informação formais alicerçam a gestão da 
informação que, por sua vez, são imbricados aos sistemas de 
informação gerenciais, que são imbricados aos documentos 
produzidos, entre outras formas formais, cuja origem reside do 
desenvolvimento de atividades e tarefas cotidianas, bem como 
da tomada de decisão. (Valentim e Teixeira, 2012, p. 153). 
 
 
 
29 
 
 
 
Figura 04. Dinâmica dos fluxos informacionais 
 
Fonte: Valentim (2007) 
 
Para que os dados e informações do ambiente organizacional atendam às 
necessidades informacionais dos usuários nos diferentes níveis da organização - 
operacional, tático e estratégico - é preciso gerenciar os fluxos informacionais que 
subsidiam os processos decisórios, agregando, assim, valor à informação. Segundo 
Valentim (2012), os fluxos informacionais em cada nível organizacional são distintos e 
possuem diferentes aplicações dependendo dos conteúdos produzidos e dos objetivos. 
Ainda, de acordo com a autora, o mapeamento desses fluxos com enfoque nos dados, 
informação e conhecimento é feito por meio de um diagnóstico nos ambientes internos e 
externos, estabelecendo fluxos formais de informação para o consumo da organização. 
Netto (2017) explica que os fluxos informacionais são compostos por quatro 
elementos: 
1) Atores: São os agentes que atuam no fluxo de informação de formas 
distintas através de diferentes perfis e funções. 
2) Canais: São as vias de transmissão das informações no ambiente 
organizacional. Os canais de comunicação do fluxo informacional podem 
ser formais, quando há registros físicos, ou informais, quando não há 
registros. Atualmente, as tecnologias de informação e comunicação são 
peças importantes na construção de canais unificados entre diversos atores 
da organização. 
3) Fontes de informação: São os pontos geradores de informações no fluxo 
informacional, como pessoas, sistemas eletrônicos e produtos, que possam 
atender as necessidades dos atores envolvidos. 
30 
 
 
 
4) Tecnologias: São suportes no fluxo informacional que possibilitam o 
processamento, armazenamento, disseminação e utilização de 
informações. As tecnologias possibilitam a automatização das tarefas e o 
aumento da eficiência nos processos decisórios. 
Beal (2004), por sua vez, traz uma visão de fluxo informacional como um 
processo de ciclo contínuo, apresentando um modelo genérico de fluxo nas organizações, 
conforme ilustrado nafigura 05. As descrições das etapas de seu modelo, se assemelham 
bastante com aquelas presentes no modelo de GI de McGee e Prusak (1994), excetuando-
se a proposta de um processo cíclico e a possibilidade de descarte de informações 
obsoletas ou que perderam utilidade para a organização. Para Beal (2004), a exclusão de 
dados e informações inúteis do repositório da organização contribui para uma melhor 
eficiência no manuseio das informações. Ainda, segundo a autora, as atividades de cada 
etapa do fluxo informacional definem a qualidade da GI na organização. 
 
Figura 05. Modelo de fluxo de informação nas organizações 
 
Fonte: Beal (2004, p. 29) 
 
Na etapa de identificação de necessidades e requisitos, Beal (2004) destaca as 
seguintes atividades que podem contribuir para uma melhor GI: Observação das 
atividades gerenciais, identificação de documentos mais importantes para a gerência, 
mapeamento das informações e das necessidades informacionais e administração dos 
requisitos de sistemas, conforme síntese apresentada no quadro 01. 
 
 
31 
 
 
 
Quadro 01. Atividades da etapa de identificação de necessidades e requisitos 
Etapa de identificação de necessidades e requisitos 
Atividades Descrição 
Observação das atividades gerenciais Acompanhamento da rotina de trabalho 
dos gerentes para entender as tarefas 
administrativas e as necessidades 
informacionais 
Identificação dos documentos mais 
importantes para a gerência 
O uso de documentos como unidade de 
informação desempenha um papel 
importante no processo de identificação 
das necessidades e requisitos da 
informação 
Mapeamento da informação disponível Identificação e descrição de informações 
relevantes existentes na organização, 
deixando claro quais são as fontes, as 
unidades responsáveis, os serviços e os 
sistemas informacionais associados. 
Mapeamento das necessidades de 
informação 
Durante a identificação das informações 
necessárias para cada tipo de usuário, é 
importante entender para que e como ela é 
usada. Mapear as necessidades 
informacionais permite desenvolver 
sistemas e investir em TI com mais 
eficácia. 
Administração dos requisitos de sistemas Realização de uma abordagem sistemática 
na extração, organização, documentação e 
gestão de requisitos dos sistemas quando 
há implantação de um novo SI. 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Beal (2004) 
 
Durante a etapa de obtenção das informações, Beal (2004) destaca duas atividades 
do fluxo informacional: a definição das fontes informacionais e a monitoração ambiental. 
Definir as fontes de informações é uma atividade importante para obtê-las sem ruídos e 
sem erros. E realizar a monitoração ambiental permite a coleta de dados alinhados com a 
estratégia da organização e auxilia na adaptação da organização às mudanças ambientais, 
uma vez que há obtenção de dados e análise do ambiente externo. 
 Na etapa de tratamento da informação, Beal (2004) explica duas atividades que 
são necessárias no processo: A adaptação da informação aos requisitos do usuário e a sua 
classificação. A atividade de adaptação da informação proporciona a melhoria da 
qualidade da informação a ser disponibilizada para o usuário, por meio da adequação do 
estilo e da linguagem e, através da condensação e contextualização da informação, 
comparando-a por meio de uma série histórica conforme necessidade do usuário. Quanto 
32 
 
 
 
à atividade de classificação da informação, Beal (2004) defende a importância em realizá-
la de acordo com a temática, ou seja, organizá-la por assunto ou categoria, facilitando a 
busca das informações pelo usuário conforme seu interesse; E de acordo com os requisitos 
de segurança da informação: sigilo, autenticidade, integridade e disponibilidade. 
 Quanto ao processo de distribuição da informação, Beal (2004) defende que a 
melhor forma de executá-la é combinando métodos de divulgação e de busca pelo usuário, 
que pode encontrar uma informação conforme seu interesse ou necessidade. Para a autora, 
“[...] a qualidade da distribuição está intimamente relacionada à qualidade da 
classificação temática da informação e dos mecanismos de busca e localização” (Beal, 
2004, p. 44). 
 O armazenamento das informações, segundo Beal (2004), deve ser feito de tal 
forma que garanta a integridade e disponibilidade dos dados. A autora sugere a 
centralização no armazenamento das informações e o uso de dispositivos eletrônicos, sem 
negligenciar a realização de backups de arquivos e a migração das informações para novas 
tecnologias, acompanhando o avanço tecnológico. 
 Na etapa do uso da informação, considerada a mais importante, Beal (2004) 
explica que o comportamento dos usuários afeta a qualidade do fluxo de informação e, 
que uma medida mitigadora do efeito negativo causado pela forma como os usuários 
lidam com as informações é estimular “[...] o compartilhamento das informações úteis e 
o uso da informação relevante disponível durante o processo decisório” (Beal, 2004, p. 
45). 
 Na sessão seguinte, será abordado o processo de aplicação da metodologia 
Business Intelligence correlacionando-o com a gestão da informação estudada até o 
momento. 
 
2.1.3 Business Intelligence e gestão informacional: aplicação prática 
 
Em 1958, tivemos a primeira definição de Business Intelligence com o autor Hans 
Peter Luhn, em sua obra intitulada “A business intelligence system”. Luhn definiu 
primeiro o termo business como um conjunto de atividades com diferentes objetivos em 
diversas áreas: na ciência, no comércio, na indústria, dentre muitos outros setores. Em 
seguida, define o termo intelligence como a habilidade em se compreender as 
interrelações entre fatos para atingir determinado objetivo. Apenas 30 anos depois, em 
1989, houve a menção ao termo BI novamente pelo autor Howard Dresner, que defendeu 
33 
 
 
 
BI como sendo um conjunto de concepções e métodos para o aperfeiçoamento da tomada 
de decisão nas organizações através de um sistema baseado em fatos (GROSSMANN; 
RINDERLE-MA, 2015). Segundo Grossmann e Rinderle-Ma (2015), na década de 1990, 
BI era entendido como um suporte à decisão baseado em dados conectados a repositórios 
centrais, por meio do uso de um processamento analítico online (OLAP) e de ferramentas 
capazes de gerar relatórios. 
 Para Lönnqvist e Pirttimäki (2006), o termo BI se refere a: 
 
1. Informações e conhecimentos relevantes que descrevem o 
ambiente de negócio, a própria organização e sua situação diante 
dos mercados, clientes, concorrentes e desafios econômicos. 
2. Um processo sistemático e organizado em que as 
organizações adquirem, analisam e disseminam informações 
oriundas de fontes internas e externas importantes para as 
atividades de negócio e para a tomada de decisão. 
(LÖNNQVIST e PIRTTIMÄKI, 2006, p. 32) 
 
 Na literatura, não há um consenso na definição do termo BI, enquanto há autores 
que entendem BI como um conjunto de ferramentas, há outros que definem BI como um 
conjunto de métodos, como uma metodologia para a gestão informacional, entendimento 
adotado nesta pesquisa. Para Pinheiro (2020), BI é o conjunto de tecnologias, 
instrumentos e aplicações que possibilitam a transformação de dados em informações e, 
estas são convertidas em conhecimento útil que auxilia na tomada de decisões 
devidamente fundamentadas, otimizando o desempenho das organizações. Já para 
Braguittoni (2017), “BI é uma metodologia, e não uma ferramenta” (BRAGUITTONI, 
2017, p. 01). Segundo o autor, BI pode ser implementado com qualquer ferramenta de 
controle de dados ou pacote de ferramentas próprias de BI para obter, organizar e permitir 
acesso a informações necessárias para a tomada de decisão. Scheps (2008) também 
defende que BI não se trata apenas da tecnologia, pois abrange a entrega de novas 
perspectivas e ferramentas para os tomadores de decisão, que devem ser capazes de 
formular perguntas a partirdo BI. 
 Segundo Beuren (2000), o conjunto de técnicas e estratégias do BI como gestão 
da informação representa uma prática analítica que permite a estruturação de um ambiente 
informacional, proporcionando uma gestão integrada de informações para estudos, 
observações e suporte à tomada de decisões no nível estratégico, em que, segundo Olszak 
et al. (2007), neste nível organizacional, BI permite a definição de objetivos e o 
acompanhamento dos mesmos. De acordo com Lönnqvist e Pirttimäki (2006), através do 
BI as organizações controlam o grande volume e fluxo de informações organizacionais 
34 
 
 
 
identificando e processando as informações de forma a gerar conhecimentos úteis à 
gestão. 
 Segundo Vercellis (2009), BI fornece conhecimento aos profissionais através de 
ferramentas e metodologias que proporcionam uma tomada de decisão efetiva e oportuna. 
De acordo com Scheps (2008), BI faz a conexão entre as informações e as ações dentro 
da organização e seu valor recai em sua capacidade em promover bons hábitos no 
processo decisório. Ainda conforme o autor, BI deve entregar quatro características 
essenciais para os usuários: respostas precisas, percepções valiosas, informações pontuais 
e conclusões que podem ser transformadas em ações. A organização deve possuir uma 
cultura dedicada aos princípios e práticas que produzam insights (percepções) úteis e de 
alta qualidade, havendo compromisso com uma abordagem racional de tomar decisões 
em todos os níveis da organização. 
 Para Grossmann e Rinderle-Ma (2015), o ponto de partida para aplicações de BI 
são os objetivos. Esses objetivos referem-se desde a aquisição de informações sobre 
alguns aspectos do processo de negócios até o aperfeiçoamento do próprio processo. Os 
objetivos podem ser analisados por meio dos chamados indicadores-chave de 
desempenho (do termo em inglês key performance indicators – KPIs), que permitem 
medir o desempenho do negócio em relação a alguns objetivos em qualquer perspectiva 
da organização. E a relação entre os indicadores e os fatores que influenciam seu 
comportamento podem ser usados nos processos de tomada de decisão. Scheps (2008) 
diz que os KPIs devem medir o que é importante para o sucesso de uma organização e 
serem específicos o suficiente para indicar onde encontrar a origem de um problema, caso 
exista. 
Um KPI conecta as atividades da organização aos objetivos por 
meio de medidas quantitativas. Os indicadores podem se referir 
a aspectos de desempenho específicos ou gerais da organização 
e serem implementados como indicadores quantitativos 
representados por números, indicadores direcionais que retratam 
se a organização está melhorando seu desempenho ou não ou 
indicadores de ação ou financeiros que representam mudanças 
ou variações de valores. (GROSSMANN e RINDERLE-MA, 
2015, pg. 11, tradução nossa) 
 
 
Grossmann e Rinderle-Ma (2015) definem quatro cenários na aplicação do BI: 
1. BI aplicado separadamente da gestão estratégica: Neste cenário, BI 
proporciona o alcance de objetivos a curto prazo em uma unidade organizacional. 
35 
 
 
 
2. BI como um suporte ao monitoramento da performance estratégica: As 
aplicações de BI voltam-se para os objetivos estratégicos e realizam o 
monitoramento do desempenho organizacional através de métricas. 
3. BI como feedback na formulação estratégica: Nesta perspectiva, BI se propõe 
a avaliar o desempenho organizacional por meio de métodos analíticos. 
Geralmente, essa avaliação resulta na metodologia do Balanced Scorecard, para 
medir a evolução da organização. 
4. BI como um recurso estratégico: As informações geradas pelo BI são utilizadas 
para o aperfeiçoamento e definição das estratégias organizacionais. 
 
2.1.3.1 Metodologia de Business Intelligence 
 
A metodologia do BI alinha-se aos modelos de Davenport (1998), McGee e 
Prusak (1994) e Beal (2004) apresentados nos tópicos anteriores. Após a identificação 
das necessidades e objetivos da organização quanto a implantação do processo de BI, 
realiza-se a coleta de dados. 
A coleta de dados por meio do processo de BI é iniciada através da delimitação 
das fontes de dados não-estruturados que podem estar presentes em diferentes locais, 
como em websites, documentos e nos próprios sistemas informacionais das organizações, 
por exemplo. Esses dados de fontes externas ou internas à organização, passam pelo 
processo de carga conhecido pela expressão Extract, Transform and Load - ETL 
(Extração, Transformação e Carga), que segundo Braguittoni (2017), há tanto ferramentas 
específicas como Pentaho e SQL Integration Services quanto há métodos mais simples 
de extrair, transformar e carregar os dados por meio de arquivos digitais e de bases de 
dados. 
Quanto ao entendimento de extração, transformação e carregamento de dados, 
Braguittoni (2017) diz que: 
1. Extração refere-se à coleta de dados periódica de uma ou mais fontes 
distintas, refletindo na taxa de atualização dos dados dentro da plataforma 
de BI e exigindo, em alguns casos, o tratamento de erros nos dados. 
2. Transformação é o processo de estruturação dos dados, em que são 
organizados em um formato específico de acordo com a necessidade de 
negócio. Segundo Vercellis (2009), o objetivo desta etapa é melhorar a 
qualidade dos dados que foram coletados, corrigindo inconsistências, 
36 
 
 
 
valores duplicados, dados ausentes ou aqueles que possuem valores 
inadmissíveis. 
3. Carregamento trata-se da inserção dos dados estruturados na plataforma 
de BI da organização. 
 
Após o processo de carga ETL os dados são armazenados em Data Warehouse – 
DW, que são os bancos de dados do sistema responsáveis por receber os dados que foram 
extraídos das fontes e passaram pelo processo de limpeza e transformação. 
Segundo Braguittoni (2017), como alternativa ao DW, uma plataforma de BI pode 
conter bancos de dados multidimensionais – cubos, representados no mercado por 
diversas opções de sistemas, como o SQL Analysis Services e IBM Cognos, por exemplo, 
que “[...] são ferramentas que pré-processam as agregações de dados, deixando 
informações prontas de todos os cruzamentos possíveis, a fim de que seja dada resposta 
instantânea à consulta do usuário” (BRAGUITTONI, 2017, pg. 31). 
Por fim, quando a organização possui os dados corretamente armazenados e 
estruturados, realiza-se o compartilhamento de informações organizadas em uma 
interface de exibição para os usuários. Essa interface pode conter informações 
organizadas sob a forma de: 
I. Relatórios: Braguittoni (2017) explica que os relatórios são formas de 
apresentar as informações de maneira mais detalhada, que podem ser 
organizadas em várias linhas conforme a necessidade e filtros aplicados. 
II. KPIs e dashboards: De acordo com Grossmann e Rinderle-Ma (2015), os 
KPIs são identificados a partir dos processos organizacionais e de seus 
requisitos, assim como da comparação entre os resultados obtidos e o 
conjunto de objetivos inicialmente traçados. Braguittoni (2017) enfatiza a 
importância dos KPIs na comparação entre os objetivos iniciais e os 
alcançados, que podem indicar se a performance da organização em 
determinado processo foi boa ou não. Ainda, segundo o autor, os 
dashboards são conjuntos de KPIs e geralmente também possuem gráficos 
e tabelas compondo sua interface de visualização. 
III. Tabelas: Braguittoni (2017) diz que as informações organizadas em forma 
de tabelas possibilitam aos usuários sua sumarização ou detalhamento de 
acordo com os filtros aplicados e, que o uso de tabelas dinâmicas 
37 
 
 
 
possibilita que sejam geradas linhas e colunas de acordo com as dimensões 
de variáveis desejadas. 
Segundo Bhatiasevi e Naglis (2020), BI possibilita o acesso a informações, a 
análise de dados e a emissão de relatórios, permitindo aos usuários de diferentes níveis 
da organização a obter informações oportunas e relevantes de forma a contribuirpara a 
tomada de decisão. Quando a organização implementa a metodologia de BI como recurso 
para a gestão informacional, segundo Vercellis (2009) é possível identificar um ciclo ideal 
de análise do Business Intelligence, conforme ilustrado na figura 06 a seguir. 
 
Figura 06. Ciclo de análise do Business Intelligence 
 
Fonte: Adaptada de Vercellis (2009, p. 12) 
 
Na fase de análise, Vercellis (2009) explica que é necessário identificar os 
problemas e os fatores críticos envolvidos no processo investigado, momento em que os 
tomadores de decisão fazem várias perguntas e obtêm respostas rápidas de forma 
interativa com os dados e informações disponíveis. Durante a fase de percepção, o autor 
diz que as informações obtidas durante a análise são transformadas em conhecimento. 
Segundo Vercellis (2009), a fase de decisão é o momento em que o conhecimento 
obtido na etapa de percepção é convertido em decisões e, consequentemente, em ações. 
Já na fase de avaliação, ocorre a medição e a avaliação de desempenho através de métricas 
definidas pela organização. 
Correlacionando as etapas da metodologia do BI com os modelos de GI 
referenciados nesta pesquisa, chega-se à figura 07 a seguir. 
 
 
 
 Análise 
 Percepção 
 Decisão 
 Avaliação 
38 
 
 
 
Figura 07. Correlação entre a metodologia de BI e os modelos de GI referenciados 
Fonte: Elaborada pelo autor 
 
De acordo com a figura 07, infere-se que a metodologia do BI pode ser aplicada 
seguindo os princípios dos modelos de GI explicados nesta pesquisa. A identificação das 
necessidades informacionais é de suma importância para o correto dimensionamento do 
projeto e alcance dos objetivos inicialmente traçados, McGee e Prusak (1994) dizem que 
essa é uma etapa complexa a ser realizada. Assim, não apenas essa etapa inicial, como 
também todas as demais da metodologia de BI estudada neste trabalho seguirão os 
modelos referenciados, com o objetivo dar suporte à tomada de decisão à equipe da DPA 
em relação ao processo investigado. 
Diante do exposto e para facilitar o alcance dos objetivos da pesquisa e o 
desenvolvimento do produto, o trabalho adotará as seguintes nomenclaturas de etapas de 
modelo de GI considerando a metodologia de BI: 
1. Identificação das necessidades informacionais; 
2. Coleta, transformação, carga e armazenamento; 
3. Interface de exibição das informações; 
4. Compartilhamento; 
5. Análise e uso. 
 
 
 
39 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
Do ponto de vista de sua natureza, esta pesquisa caracteriza-se como aplicada, 
com uma abordagem qualitativa. Quanto ao objetivo, a pesquisa classifica-se como 
descritiva e, são adotados os procedimentos metodológicos da obra “DRM, A Design 
Research Methodology”, dos autores Blessing e Chakrabarti (2009). 
Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa científica classifica-se, quanto a 
sua natureza, como básica e aplicada. A pesquisa básica gera conhecimentos novos úteis 
para o avanço da ciência sem viés prático, envolvendo verdades e interesses universais. 
Enquanto a pesquisa aplicada gera conhecimentos para aplicação prática a fim de 
solucionar problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais. 
A pesquisa aplicada busca “[...] que os resultados sejam aplicados ou utilizados, 
imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade” (MARCONI; 
LAKATOS, 2002). Ainda, segundo Flick (2013), este tipo de pesquisa caracteriza-se 
como uma pesquisa social conduzida em contextos práticos, cujos resultados são 
utilizados para a solução de problemas na prática. Esses problemas, segundo Gray (2012), 
são melhores entendidos com o uso da pesquisa aplicada, que objetiva trazer soluções 
com relevância prática aos stakeholders para esses problemas organizacionais. 
Assim, a presente pesquisa é aplicada pelo fato de buscar a construção do 
conhecimento para a aplicação prática e para a solução de um problema real no ambiente 
organizacional da Diretoria de Projetos Acadêmicos da PROPLAN, quanto à necessidade 
de se aperfeiçoar a tomada de decisão no processo investigado. 
Quanto à abordagem qualitativa da pesquisa, Prodanov e Freitas (2013) explicam 
que: 
[...] a pesquisa tem o ambiente como fonte direta dos dados. O 
pesquisador mantém contato direto com o ambiente e o objeto 
de estudo em questão, necessitando de um trabalho mais 
intensivo de campo. Nesse caso, as questões são estudadas no 
ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação 
intencional do pesquisador. A utilização desse tipo de 
abordagem difere da abordagem quantitativa pelo fato de não 
utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise 
de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar 
ou medir unidades. (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 70). 
 
Portanto, esta pesquisa é qualitativa, não foca em números e estatísticas, como a 
pesquisa quantitativa. O ambiente profissional, os fluxos de informações e interações com 
os participantes são as fontes de dados, em que o pesquisador “[...] deve aprender a usar 
40 
 
 
 
sua própria pessoa como o instrumento mais confiável de observação, seleção, análise e 
interpretação dos dados coletados” (GODOY, 1995, p. 62). Os participantes foram 
escolhidos propositalmente e a coleta de dados foi concebida de uma maneira mais aberta 
comparada à pesquisa quantitativa, aplicando-se a interpretação na análise dos dados 
(FLICK, 2013). 
Quanto ao objetivo, a pesquisa é classificada como descritiva, pois busca 
descrever, registrar e analisar o cenário de uso de informações e do processo de tomada 
de decisão na gestão das reformulações em projetos acadêmicos. Segundo Marconi e 
Lakatos (2002), as pesquisas descritivas recaem em um campo específico de investigação 
para descrever, registrar, analisar e interpretar fenômenos atuais. Gil (2002) diz que esses 
estudos visam descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis. 
 
3.1 Procedimentos metodológicos 
 
Quanto aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa se baseia na abordagem 
de Design Research Methodology (DRM). Segundo Blessing e Chakrabarti (2009). O 
termo design refere-se às atividades que geram e produzem produtos, ideias de produtos 
ou tecnologias para atender as necessidades dos usuários e demais stakeholders. Assim, 
o design research é a integração das duas principais linhas da pesquisa que tornam o 
design mais eficaz e eficiente na geração de produtos: a linha da criação do entendimento 
e a linha do suporte a esse entendimento. Blessing e Chakrabarti (2009) ilustram a 
intenção, os objetivos e as facetas do design (figura 08). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
Figura 08. Design Research: intenção, objetivos e facetas do design 
 
Fonte: Nascimento (2018, p. 106) 
 
Dessa forma, a DRM refere-se aos métodos e guias a serem seguidos no 
desenvolvimento de uma pesquisa em Design. Para Blessing e Chakrabarti (2009) a DRM 
melhora as chances de obtenção de resultados válidos e úteis, e apresenta os seguintes 
objetivos gerais: 
1. A formulação e validação de modelos e teorias sobre os fenômenos do design; 
2. O desenvolvimento e validação do suporte nos modelos e teorias, com o objetivo 
de aperfeiçoar a prática em design, o gerenciamento, a educação, dentre outros 
aspectos. 
 
3.1.1 Etapas da pesquisa 
 
Segundo Blessing e Chakrabarti (2009), DRM é composta por quatro estágios: 
Clarificação da pesquisa; Estudo Descritivo I; Estudo Prescritivo e Estudo Descritivo II, 
conforme síntese apresentada no quadro 02. Entretanto, Blessing e Chakrabarti (2009) 
enfatizam que: 
a) As quatro etapas representam o fluxo principal da metodologia, não havendo a 
necessidade de seguir uma sequência rígida de etapas; 
b) A metodologia da pesquisa não precisa possuir todas as etapas propostas pela 
DRM; 
c) Há interações entre as etapas da DRM para um melhor entendimento

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