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Métodos Contraceptivos: Eficácia e Mecanismos de Ação

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Contracepção
→ Planejar uma família é direito de todos, 
assegurado pela Constituição 
→ É o direito de toda pessoa decidir sobre o 
número de filhos e os intervalos entre seus 
nascimentos, sem sofrer discriminação, 
coerção, violência ou restrição 
→ É uma decisão pessoal, não pode negar 
contracepção se não tiver relação com 
problemas de saúde 
→ O direito reprodutivo não é de agora, na 
década de 60 foram lançadas as primeiras 
pílulas anticoncepcionais com o objetivo era 
para controle de natalidade 
 
Posso usar o método contraceptivo? 
→ Segundo a OMS, existem critérios para dizer 
se pode usar o método em qualquer 
circunstância, com algumas ressalvas, ou 
então que não pode com algumas ressalvas, 
ou não pode de jeito nenhum 
→ Ex: uma paciente jovem, saudável, sem 
complicação, sem comorbidade, pode usar 
uma pílula anticoncepcional? Sim. E uma 
paciente que teve câncer de mama ou está 
em tratamento para câncer de mama? Não 
→ A OMS resolveu criar categorias para isso, 
então a categoria 1 pode tudo e a categoria 
4 é a que não pode. Então vamos nos 
deparar em algumas situações dizendo 
assim: esse método é categoria 1/2/3/4 para 
determinada situação clínica. 
 
 
Qual a chance de engravidar? 
→ Sem nenhum método contraceptivo e tiver 
tendo relações desprotegidas com uma 
certa frequência, ao longo de um ano 85% 
das mulheres engravidam 
→ A pílula anticoncepcional combinada 
usada corretamente tem uma chance de 3 
mulheres em 1000 engravidarem em um ano, 
agora se usar a pílula de maneira errada a 
chance aumenta para 8 em 100 mulheres 
que engravidam em um ano 
→ Coito interrompido a chance de ocorrer 
gravidez é de 30% 
 
 
 
→ Abstinência sexual: único método 100% 
eficaz – ex: puerpério imediato 
→ Coito interrompido: ejaculação acontece 
fora, mas antes da ejaculação o homem 
libera pré-sêmen (espermatozoides) 
→ Tabelinha: não é preciso 
→ Temperatura Basal: progesterona na 2ª fase 
do ciclo, aumenta a temperatura, momento 
de ovulação (pouca chance de engravidar) 
→ Método ovulatório de Billings: paciente se 
toca no mesmo horário em vários dias, 
pegando a secreção e abrindo entre os 
dedos (quando está ovulando parece um fio) 
 
→ Preservativo masculino e o preservativo 
feminino 
→ A eficácia desse método é média para 
alta quando bem usada, é de fácil acesso no 
SUS e tem um baixo custo 
 
 
→ Os métodos hormonais podem ser divididos 
em dois grandes grupos: combinados que 
combina dois hormônios, o estrogênio e a 
progesterona, e tem os progestógenos que 
só tem progesterona isolada 
 
 
Mecanismo de Ação 
→ Os anticoncepcionais combinados, 
especificamente o com estrogênio, inibem o 
eixo hipotálamo-hipófise-ovário, fazem um 
feedback negativo no hipotálamo fazendo 
justamente com que não tenha a liberação 
das gonadotropinas e consequentemente 
impede a ovulação 
 Os folículos não amadurecem, não 
produzem estrogênio e não ocorre o 
pico de LH no meio do ciclo. Não ocorre 
ovulação. 
 NÃO compatível com amamentação 
(Estrogênio NÃO PODE) 
 
 
→ Quando pensamos nos anticoncepcionais 
só de progesterona, a progesterona isolada 
faz o espessamento do muco endocervical, 
impedindo portanto com que o 
espermatozoide chegue dentro do útero 
 A progesterona age principalmente 
atrofiando o endométrio e tornando o 
muco cervical mais espesso 
 
 
→ Cíclico: Mantém os níveis de progesterona 
por 21 dias, até parar a pílula, interrompendo 
abruptamente a progesterona (fazendo a 
mulher menstruar) depois de 7 dias ela volta 
a tomar o anticoncepcional 
→ Contínuo: pode utilizar o anticoncepcional 
continuamente, sem fazer a pausa. Mas por 
que usar de forma estendida? Reduz o fluxo 
menstrual, com isso reduz a anemia, diminui a 
incidência do câncer de ovário (todo o mês 
a cápsula ovariana se rompe e regenera, 
podendo causar câncer), eficaz contra a 
gravidez, melhora a pele, regula o ciclo 
menstrual, diminui a cólica e TPM 
 
→ Estrogênio é vilão? Existe uma correlação 
entre a contracepção com etinilestradiol, 
(estrogênio farmacológico) com aumento do 
risco de tromboembolismo venoso, mas isso é 
muito raro, pois as pílulas anticoncepcionais 
modernas tem doses muito baixas. Deve se 
evitar de usar estrogênio na amamentação 
pois ele diminui a produção de leite. 
 
→ Progesterona de depósito: somente 
progesterona, duração de 3 meses, 
compatível com a amamentação 
 Aplica uma dose e ela se transforma em 
uma série de cristais que vão dissolvendo 
intramuscular ao longo do tempo 
→ Combinado injetável: estrogênio + 
progesterona, duração de 1 mês, não 
compatível com a amamentação 
 
→ É um adesivo colocado na pele e a 
transferência acontece via transdérmica, vai 
fazendo a absorção do hormônio pela pele. 
→ Troca-se toda semana, não é compatível 
com a amamentação porque é combinado, 
tem o estrogênio 
→ Pode em regime cíclico ou estendido 
 
 
→ É um anel de um polímero que vem todo 
incorporado com hormônio, a mulher dobra 
o anel e coloca intravaginal, daí em contato 
com a mucosa da vagina ele fica liberando 
um hormônio 
→ Regime cíclico ou estendido 
→ Troca 1 x por mês 
→ Combinado - não compatível com 
amamentação 
 
 
Dispositivo Intrauterino (DIU) 
→ T 380Cu = 10 anos 
→ Existe outros tipos com menos cobre e 
menos tempo de duração 
→ O DIU libera o cobre que em contato com 
a mucosa vai se dissolver e se transforma em 
Cu+2, que inibe o flagelo do espermatozoide, 
então ele funciona como um espermicida. 
→ Além disso o DIU causa uma reação 
inflamatória na região do útero impedindo a 
mobilidade do espermatozoide. 
 
→ Se ele está impedindo a fecundação nós 
não podemos dizer que ele é abortivo 
→ DIU de prata: mais visível em ultrassom, 
mesmo mecanismo de ação do de cobre 
 
 
Endoceptivo - DIU Medicado 
(Mirena® e Kyleena®) 
→ Causa uma inflamação no útero, 
impedindo a locomoção do espermatozoide, 
faz uma atrofia do endométrio impedindo 
que o espermatozoide consiga subir, e se 
ocorrer a fecundação ele impede a nidação 
→ Também faz a ação da progesterona que 
é de espessar o muco endocervical, então 
ele impede a entrada do espermatozoide. 
 
→ Somente Progesterona (Levonorgestrel) 
→ Duração = 5 anos 
→ É um implante colocado no subcutâneo 
que vai liberando um hormônio só 
progesterona (etonogestrel), tem duração de 
três anos, é super simples de ser feito, e não é 
abortivo – tem o mesmo mecanismo das 
progesteronas, espessa o muco endocervical 
→ É de difícil acesso, os planos de saúde não 
pagam o implanon e ele tem um alto custo. 
 
→ Em 2021 aconteceu uma reunião do 
CONITEC e conseguiram fazer a aprovação 
para o SUS em algumas condições: 
 
 
→ Ocorre supressão variável da ovulação 
durante a lactação. A sucção do lactente 
eleva os níveis de prolactina e reduz a 
secreção do hormônio liberador das 
gonadotropinas (GnRH) do hipotálamo, 
diminuindo a secreção de LH, portanto, inibe 
a maturação folicular 
→ Tem uma altíssima eficácia, é válida por 6 
meses mais ou menos, mas a paciente tem 
que estar em amamentação exclusiva em 
uma frequência de 4 em 4 horas 
 
 
Esterilização Feminina 
→ Técnica de Pomeroy: damos um ponto 
com fio absorvível e secciona a tuba, esse fio 
absorvível degrada e separa a tuba. 
→ É muito eficaz, e disponível no SUS mas 
com difícil acesso, tem alto custo pois é um 
procedimento cirúrgico, pode ter 
complicações, infecção na incisão 
 
→ Dia 03/03/2023 foi aprovada a lei que o SUS 
deve disponibilizar qualquer método de 
contracepção em 30 dias. 
 Além disso, agora não é mais obrigatório 
a aprovação do marido para fazer 
laqueadura 
 A partir dos 21 anos OU com pelo menos 
2 filhos vivos 
 Pode ser feita durante o parto 
 
→ Anticoncepção de Emergência - “Pílula do 
Dia Seguinte” (Não deve ser usado como 
método contraceptivo usual) 
→ Dose alta de progesterona e interrompe – 
descamação do endométrio(se tiver 
fecundado ou o espermatozoide, onde sai 
com a descamação) 
→ Levonorgestrel 1,5 mg em dose única 
→ Método Yuzpe = dose total de 0,2 mg de 
etinilestradiol e 1 mg de levonorgestrel, 
dividida em duas doses iguais, a cada 12 
horas 
 
Conceito atual: Dupla Proteção
 
→ A dupla proteção é a que a gente propõe 
para a paciente fazer o uso de um método 
hormonal, DIU, implante, e junto usar o 
preservativo. Os métodos contraceptivos que 
não são o de barreira protegem contra 
gravidez, mas não protegem contra as ISTs

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