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Milena Silva Araujo MEDUFES 105 Face, couro cabeludo e regiões temporal e parotideomassetérica Couro cabeludo • Identificar as 5 camadas Pele, tela subcutânea (muito suprida por vasos superficiais; bastante presa, se adere muito à pele e à aponeurose), aponeurose epicrânica, tela subaponeurótica e pericrânio • Definir couro cabeludo propriamente dito O couro cabeludo propriamente dito consiste nas 3 camadas mais superficiais do couro cabeludo (pele, tela subcutânea e aponeurose epicrânica) • Características do tecido conectivo (tela subcutânea) O tecido conjuntivo que forma a tela subcutânea do couro cabeludo é denso, muito vascularizado e inervado por nervos cutâneos • Características do M. epicrânico. Locais de fixação O M. epicrânico é formado pelos Mm. occipitofrontal e temporoparietal; sendo assim, é bilateral. O M. occipitofrontal é digástrico e plano; seu ventre occipital fixa-se na aponeurose epicrânica e no osso occipital, já o ventre frontal fixa-se na aponeurose e na tela subcutânea (2ª camada). O M. temporoparietal (fáscia temporoparietal) é muito delgado, fica junto dos Mm. auriculares e se fixa ao arco zigomático. • Características do tecido conectivo frouxo (tela subaponeurótica) A tela subaponeurótica é esponjosa e contém espaços virtuais, que podem ser preenchidos por líquido em casos de lesão/infecção. É sobre ela que se desloca o couro cabeludo propriamente dito. Possui veias emissárias que comunicam as circulações extra e intracranianas (seios da dura-máter) • Para quais regiões da cabeça o tecido conectivo frouxo (tela subaponeurótica) é contínuo? A tela subaponeurótica do couro cabeludo é contínua com a da face (principalmente a região orbital) • Irrigação, drenagem e anastomoses da região O couro cabeludo é irrigado por ramos das Aa. carótidas externa e interna: A. carótida externa dá origem às Aa. occipital, auricular posterior e temporal superficial (que dá os Rr. frontal e parietal); A. carótida interna origina a A. oftálmica, da qual saem as Aa. supratroclear e supraorbital. A drenagem da região é feita por veias acompanhantes das artérias. A A. temporal superficial faz anastomoses com a contralateral e com artérias adjacentes (ressaltam-se a A. occipital e as Aa. supratroclear e supraorbital) Milena Silva Araujo MEDUFES 105 • No escalpelamento quais camadas são avulsionadas? As camadas avulsionadas são as que constituem o couro cabeludo propriamente dito, devido à frouxidão da tela subaponeurótica • As margens de uma laceração podem se afastar bastante ou não. Como explicar anatomicamente? Caso a laceração tenha acometido as 2 camadas mais superficiais do couro cabeludo (pele e tela subcutânea), as margens não se afastam muito; já quando há comprometimento da aponeurose epicrânica, as margens se afastam consideravelmente. Esse fato acontece devido ao tônus muscular do M. occipitofrontal e é mais notável caso a incisão tenha sido perpendicular às fibras musculares • Essas lacerações sangram muito? Quais fatores podem influenciar nesse sangramento? As lacerações do couro cabeludo costumam sangrar abundantemente, pois existem muitas anastomoses nessa região (tanto contralateral quanto do lado oposto) e os vasos estão firmemente aderidos à tela subcutânea de tecido conjuntivo denso, o que impede a contração vascular em caso de secção * Lacerações na face: muitas vezes provocadas pelo próprio osso, em regiões mais protuberantes (ex: arco superciliar). Corta todas as 5 camadas • Uma infecção ou hematoma na tela subaponeurótica do couro cabeludo pode se disseminar para outra região? Qual (is) e como? Sim. Pode haver disseminação para a região das pálpebras ou da raiz do nariz, pois é uma região onde não há fixação muscular forte: enquanto o ventre occipital do M. occipitofrontal se fixa à aponeurose e ao osso e a fáscia temporal se prende ao arco zigomático, o ventre frontal do M. occipitofrontal fixa-se apenas à pele e à tela subcutânea • Uma infecção no couro cabeludo pode se difundir para cavidade craniana? Sim, pois existem na tela subaponeurótica veias emissárias que atravessam forames parietais da calvária Região temporal • O que a diferencia anatomicamente das demais regiões do couro cabeludo? A região temporal, ao contrário das demais regiões, possui 7 camadas: pele, tela subcutânea, fáscia temporoparietal, tela subaponeurótica, fáscia temporal, M. temporal e pericrânio • Qual a importância clínica da fáscia temporoparietal? Por ser densa, a fáscia temporoparietal é boa para fazer enxertos * Se houver uma infecção profunda à fáscia temporal ela pode se disseminar para a região infratemporal * A fáscia temporoparietal é contínua com a aponeurose epicrânica Milena Silva Araujo MEDUFES 105 • Quais são suas relações anatômicas? E suas comunicações, ou seja, com quais regiões seus tecidos de preenchimento são contínuos? • Qual a disposição dos vasos sanguíneos nessa região? O que isso reflete nas incisões realizadas nessa região para realização de craniotomias? Vertical; as incisões têm que ser feitas em forma de ferradura, preservando a A. temporal superficial, para que a nutrição do retalho seja mantida • Irrigação, drenagem e anastomoses da região Além da A. temporal superficial e outros vasos do couro cabeludo, há nessa região irrigação das Aa. temporais profunda (ramo da A. maxilar) e média (ramo da A. temporal superficial) para o M. temporal. A drenagem venosa é feita por veias acompanhantes das artérias; a drenagem profunda é feita pelas Vv. temporais profundas, que drenam para o plexo pterigóideo Há uma anastomose entre a A. temporal profunda e a A. temporal média Face • Quais são os músculos cutâneos e suas funções? M. prócero, M. corrugador do supercílio, M. nasal, Mm. orbiculares do olho, Mm. levantadores do lábio superior e da asa do nariz, Mm. levantadores do lábio superior, Mm. zigomáticos menores e maiores, Mm. risórios, Mm. abaixadores do lábio inferior, Mm. abaixadores do ângulo da boca, M. abaixador do septo nasal, M. orbicular da boca, Mm. levantadores do ângulo da boca, M. mentual, Mm. bucinadores e Mm. platismas • Quais são as características dos músculos da face que os diferenciam dos demais mm. do corpo? Os músculos da face não possuem fáscia (as fibras atravessam a tela subcutânea), fixam-se a partes moles (pele), são cutâneos São originados do 2º arco faríngeo (+ M. epicrânico e M. platisma), inervados pelo N. facial • Quais são as camadas da face? Pele, tela subcutânea, SMAS, espaços fasciais e periósteo/fáscia profunda do M. masseter • Defina SMAS. Lembre-se que esse conceito apresenta divergências entre autores, aproveite e compare esses conceitos com os dos colegas SMAS é a sigla para superficial musculoaponeurotic system, ou seja, sistema músculo-aponeurótico superficial. Essa camada é contínua com a fáscia temporoparietal e com a aponeurose epicrânica. Consiste numa rede fibrosa adjacente aos músculos faciais, que os conecta à tela subcutânea e à pele Milena Silva Araujo MEDUFES 105 • Defina corpo adiposo da bochecha. Onde está localizado? Como pode ser removido mais facialmente? É a gordura sobre o M. bucinador • Como devem ser realizadas as incisões na face? Seguindo as linhas de tensão de Langer • Irrigação, drenagem e anastomoses da região A irrigação da face é feita principalmente por ramos da A. carótida externa: a A. facial dá origem às Aa. labial inferior, labial superior, nasal lateral e angular; a A. temporal superficial dá origem aos Rr. frontal e parietal e à A. facial transversa. Há uma contribuição da A. carótida interna por meio da A. oftálmica, a qual dá origem às Aa. supratroclear e supraorbital. A drenagem é feita por veias acompanhantes das artérias. A V. facial se comunica com a V. oftálmica superior (que drena para o seio cavernoso) e possui como tributária a V. facial profunda (que drena para o plexo pterigóideo) Ocorre uma importante anastomose entre a A. nasal lateral e o R. nasal dorsal da A. oftálmica. A. temporal superficial + Aa. supratroclear e supraorbital, A. facial + A. oftálmica• Defina trígono perigoso da face e justifique essa condição É a área triangular do lábio superior até a ponte do nariz. O sangue venoso dessa região pode modificar seu fluxo e drenar para regiões intracranianas, devido às anastomoses da V. facial que por ali passa; assim, caso haja infecção em regiões próximas (ao espremer uma espinha, por exemplo), há risco de disseminação * Sulco nasolabiogeniano Região Parotideomassetérica • Quais são seus limites? Superior: arco zigomático Inferior: ângulo e margem inferior da mandíbula Anterior: margem anterior do M. masseter Posterior: orelha externa e margem anterior do M. esternocleidomastoideo Medial: ramo da mandíbula • Qual é o seu conteúdo? Glândula parótida e seu ducto, M. masseter, plexo intraparotídeo do N. facial, V. retromandibular e A. carótida externa • Quais estruturas atravessam o interior da glândula parótida? N. facial, A. carótida externa e V. retromandibular Milena Silva Araujo MEDUFES 105 • Como a glândula parótida lança sua secreção na boca? Através do ducto parotídeo • Qual o trajeto do ducto parotídeo? O ducto segue horizontalmente a partir da margem anterior da glândula parótida, percorre superficialmente ao M masseter, na margem anterior do M. masseter volta-se medialmente e perfura o M. bucinador e entra na cavidade oral através da papila parotídea • Em relação ao M. masseter, observe: origem, inserção, ação e suas principais relações anatômicas O M. masseter se fixa no arco zigomático e no ramo da mandíbula e eleva a mandíbula fechando a boca • Quais são os ramos terminais da artéria carótida externa? Onde ocorre a sua bifurcação? Os ramos terminais da A. carótida externa são a A. maxilar e a A. temporal superficial. A bifurcação dentro da glândula parótida • Quais artérias estão presentes nessa região? Aa. maxilar e facial transversa • Qual é o ponto crítico durante a cirurgia para remoção total da glândula parótida (parotidectomia total) como ocorre, por exemplo, em tumores malignos dessa estrutura? Como essa etapa pode ser contornada? Durante a parotidectomia, o plexo intraparotídeo do N. facial (e seus ramos) corre risco, pois está localizado dentro da glândula. Para contornar esse problema, uma parte superficial da glândula é retirada primeiro, de modo a expor o plexo e retraí-lo, para remoção das partes mais profundas. • As parotidites, como a decorrente da caxumba, são dolorosas. Anatomicamente, como se justifica a dor intensa? Por que a dor aumenta durante a mastigação? A dor intensa ocorre pois a glândula parótida é revestida pela fáscia parotídea, que é muito resistente e limita o edema causado pela inflamação. Durante a mastigação, o ramo da mandíbula acaba comprimindo a glândula ainda mais, o que aumenta a dor (a dor não é por conta do N. facial, pois nesse trajeto ele é motor) • Qual a importância de conhecermos a localização e trajeto do ducto parotídeo? O vírus da caxumba (que causa parotidite epidêmica) também pode causar inflamação do ducto parotídeo, provocando eritema da papila parotídea (que é a abertura do ducto na cavidade oral); como a dor causada na caxumba pode ser confundida com dor de dente, o eritema da papila é um sinal de que há um problema na parótida e não no dente Milena Silva Araujo MEDUFES 105 • O ducto parotídeo pode ser obstruído por um sialólito. Por que o cheiro de comida, ou simplesmente pensar em alguma "guloseima", aumenta a dor decorrente dessa obstrução? Qual o nome do exame radiográfico usado na identificação dessas obstruções? Nessas situações, a produção de saliva acaba sendo estimulada e como o ducto está obstruído, há acúmulo de saliva e consequente compressão. O exame usado para detectar essas obstruções é a sialografia do ducto parotídeo (injeção de líquido radiopaco no sistema ductal da glândula parótida, seguido de radiografia)
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