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Introdução: Conceito: entidade clínica determinada por múltiplas causas caracterizado por aumento da permeabilidade dos capilares glomerulares as proteínas que se manifesta com proteinúria maciça e lipidúria. Proteinúria nefrotica é caracterizada como proteinúria • > ou igual 50mg/kg/dia OU > ou igual 40mg/m²/hora OU • Relação proteína/creatinina em amostra de urina > 2 mg/mg ou • Hipoalbuminemia < 2,5g/L • Edema (anasarca) Classificação A maioria das síndromes nefrotica na criança é de origem primária idiopática (em torno de 90% dos casos) e acomete mais pacientes de 2 a 10 anos de idade. ➔ Causas primárias: • genética (nefrina, podocina) • SN do primeiro ano de vida < 1 ano • Congênita – em pacientes < 3 meses ➔ Causas secundárias • Lúpus, purpura Henoch-Schonlein, infecções e tumores. Fisiopatologia da Síndrome Nefrótica - barreiras a permeabilidade seletiva do glomérulo A barreira de filtração glomerular é composta pelo endotélio capilar fenestrado, membrana basal glomerular, podócitos que possuem uma carga elétrica negativa em sua membrana (barreira de carga – eletronegatividade da membrana basal glomerular – presença de heparan sulfato e ácido siálico). As células epiteliais os podócitos e as pedicelas são bem ligadas entre si chamadas de “Slit membrane”. Como ocorre a passagem de proteínas do capilar para o espaço de Bowan? Ocorre uma alteração da carga elétrica da membrana capilar glomerular, na chamada barreira de carga, ou também ocorre alteração do tamanho e/ou número de poros tendo uma alteração na barreira de tamanho. Síndrome Nefrotica em Crianças – Lesões mínimas (achados na histologia) • Mais comum de síndrome nefrotica na criança • Sua patogênese está relacionada com estimulo imunogênico que pode desencadear a síndrome nefrotica ou causar recidiva da doença • Pode estar relacionada com fatores de permeabilidade vascular • Mutações em proteínas podocitárias (nefrina e podocina) Biopsia renal – • Indicada em casos que não respondem a medicação • Rins normais a microscopia ótica. Lesões glomerulares mínimas. Imunofluorescência negativa • Microscopia Eletrônica – fusão dos podócitos e em menor porcentagem proliferação das células mesangiais. Edema da Síndrome Nefrotica – fisiopatologia Por diminuição primária do volume sanguíneo (underfilling) A perda proteica de urina gera uma hipoalbuminemia que acaba promovendo uma queda da pressão oncótica plasmática e isso permite a passagem de água do intravascular par o interstício gerando o EDEMA. Como existe um mecanismo de volume sanguíneo diminuído temos uma pressão arterial normal ou diminuída (na maioria dos casos). Quando acontece essa depleção de volume o corpo acaba ativando mecanismo como: o SNS, o PNA, o sistema RAA e aumentar o hormônio anti-diurético (ADH) esses são mecanismo que retem água e sal proporcionando a manutenção do edema Hipovolemia • Pode levar a serias complicações • Geralmente associado a – sepse, diarreia, uso abusivo de diurético e rápida drenagem líquido ascite • Sintomas – fraqueza, dor abdominal e vômitos • Sinais – baixa perfusão tecidual, hipotensão, hemoconcentração e propensão para eventos tromboembólicos Além disso existe um outro mecanismo de edema que ocorre em alguns casos de síndrome nefrotica Por retenção de sódio (overflow) • Defeito primário na excreção de sódio aumentado a resistência ao peptídeo atrial natriurético (aumenta a eliminação do sódio) no túbulo distal • Ocorre também uma hiperatividade do ENac Isso contribui para uma maior quantidade de Na no capilar gerando uma expansão de volume intravascular o que aumenta a pressão hidrostática e gera edema. Isso pode representar uma pressão arterial elevada nessa criança. Hiperlipedemia na Síndrome Nefrotica • Hiperlipedemia, aumento de colestorol e trigliceridos Isso ocorre porque o fígado tenta compensar a perda de albumina aumentando sua produção sendo a mesma via de produção das lipoproteínas Além disso alguns pacientes apresentam defeitos no metabolismo de lipídeos Infecções • Susceptibilidade a infecções bacterianas → peritonite, celulite e IVAS • Alterações na imunidade inespecífica → fatores do complemento para germes gram – e germes encapsulados como o pneumococo • Hipogamaglobulinemia IgG • Alterações na imunidade celular • Uso de corticoide e imunossupressores • Desnutrição Antibioticoterapia → não existe evidencia clínica para isso Vacinas → pneumo 23 e varicela Tromboembolismo Tríade de Virchow (estase, lesão endotelial e hipercoagulabilidade), onde múltiplos fatores contribuem para alterações da coagulação como: • Hemoconcentração – uso de diuréticos • Hiperlipidemia • Aumento da síntese hepática de fibrinogênio • Corticoesteroides • Imobilização Exames laboratoriais em Síndrome Nefrotica ➔ Urina I – aspecto espumoso e cilindros ➔ Proteinúria de 24h o Criança > 50 mg/kg/dia ➔ Colesterol e triglicerídeos aumentados ➔ Ureia e creatinina podem estar aumentados na fase de edema (mas geralmente estão normal) ➔ Albumina < 3% ou 2,5% ➔ Complementos sérios, sorologias e FAN Tratamento • Dieta – hipogordurosa e hipossódica com adequação proteica • Diuréticos – furosemida oral ou venoso → em caso de edema por underfiling o Hidroclorotiazida o Espironolactona o Em casos de edema refratários albumina a 20% associado a furosemida • Tratamento inicial o Prednisona oral de 60 mg/m²/dia ou 2 mg/lg/dia (máximo de 60 mg/dia) por 4-6 semanas o Em seguida de 40 mg/m² ou 1,5/kg/dose em dias alternados por mais 4 a 6 semanas • Curso Clínico e Prognostico o Corticoide sensível (diminuição da proteinúria até 6 semanas) ▪ Recidivante infrequente < 2x ano ▪ Recidivante frequente > 2x ano ▪ Corticodependente – não consigo retirar o corticoide. o Cortico resistente ▪ Inicial ▪ Tardio ▪ Necessita de biopsia
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