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SÍNDROME CEREBRAL - Córtex cerebral inicia o movimento > andar quase normal, mas não sabe o momento de parar > não desviam da parede; - Reações posturais diminuídas (contralateral): → Andar contínuo/compulsivo; → Pressão da cabeça contra obstáculos; → Andar em círculos “grandes” > para o lado da lesão; → Pleurotótono > vira a cabeça em direção à pleura. - Alterações comportamentais e de consciência > perdem a interação e consciência, ficam alheios ao ambiente > perdem o interesse de brincar, passear etc.; - Depressão do nível de consciência; - Reações posturais podem ficar diminuídas do lado contralateral à lesão; - Alterações comportamentais e dos níveis de consciência; - Animal que era submisso e começa a ficar agressivo e vice- versa; - Distúrbio de eliminação > sempre fez necessidades em um local, mas passa a fazer em outros locais; - Se perdem pela casa; - Distúrbio de sono > córtex não interpreta se é dia ou noite. - Papiledema = aumento da pressão intracraniana (por compressão da drenagem do líquor) > edema de papila óptica; - Perda da resposta à ameaça > 4 possibilidades de localização de lesão: nervo óptico (II par), nervo facial (VII par), córtex cerebral e cerebelo; - Podem ter cegueira > não interpreta imagem; - Sensibilidade nasal alterada > testa nervo trigêmeo (V par – parte sensitiva do rosto) e córtex (interpreta que estímulo incomoda); - Sensibilidade nasal + reflexo palpebral > se tem o reflexo palpebral, quer dizer que o V par funciona, então lesão é no córtex; - Andar compulsivo; - Rigidez de descerebração: → Lesões extremamente graves do cérebro alteração de postura > prognóstico extremamente ruim: → Opistótono > pescoço rígido para cima; → Hiperextensão dos membros anteriores > aumento do tônus muscular; → Depressão do nível de consciência. PRINCIPAIS CAUSAS DE SÍNDROME CEREBRAL - Hidrocefalia/lisencefalia; - Cisto aracnoide intracraniano > congênitos; - Síndrome da disfunção cognitiva > “alzheimer canino”; - Neoplasia; - Encefalopatias metabólicas; - Meningoencefalites multifocais > infecciosas ou imunomediadas. HIDROCEFALIA - Acúmulo exagerado de LCR no sistema ventricular; - Sem causa específica, evidências hereditárias; - Obstrução do fluxo de LCE ou absorção diminuída no sistema venoso; - Congênita: → Nasce com a produção exagerada de líquor ou com alteração para drenar o líquor; → Podem ter fontanela (“moleira”) persistentemente aberta. - Adquirida: → Neoplasia atingindo o plexo coroide, afetando a drenagem de líquor; → Síndrome da disfunção cognitiva > causa atrofia do cérebro > como consequência, líquor ocupa o espaço que era p ser ocupado pelo cérebro. SINAIS CLÍNICOS: - Alterações comportamentais, cegueira, andar em círculos e convulsões; - Cabeça grande e fontanelas (“moleira”) abertas > se está fechada, não exclui hidrocefalia congênita; - Não há relação entre o grau de aumento do ventrículo e a gravidade dos sinais clínicos > neurônios são comprimidos com o tempo, fazendo com que esses se adaptem; - Sinais clínicos geralmente pioram com o tempo > hidrocefalia tende a aumentar. DIAGNÓSTICO: - Radiografia; - Ultrassonografia; - Tomografia. TRATAMENTO: - Objetivo: diminuir a produção de líquor; - Prednisona 0,5 mg/kg BID até a menor dose possível > ajuda na drenagem do líquor; - Acetazolamida 10 mg/kg TID ou QID > diurético, ajuda a drenar o líquor sem muitos efeitos colaterais sistêmicos; - Omeprazol – inibidor da bomba de prótons > ajuda a diminuir a produção de líquor; - Se não responder, associa Furasemida > no entanto, pode desidratar o animal > passa em último caso; - Anticonvulsionantes. Cirúrgico: - Em casos de hidrocefalia congênita; - Se não respondeu ao tratamento médico; - Faz uma comunicação entre o ventrículo e o peritônio; - Líquor enviado para o peritônio, normalizando a pressão intracraniana. Radiografia lateral de cão com shunt ventriculoperitoneal. LISENCEFALIA - “Cérebro liso”; - Diminuição ou ausência de circunvoluções cerebrais > diminuição de corpo de neurônio; - Maior prevalência em Lhasa apso e Fox Terrier; - Pode ou não estar associada a outras anomalias; - Sinais evidentes nos primeiros meses de vida > é congênito; - Sem tratamento específico > nenhuma medicação estimula o desenvolvimento do cérebro. CISTO ARACNOIDE INTRACRANIANO - Pode ser um achado sem nenhuma relação com o quadro clínico, ou pode ser a causa do quadro clínico; - Pode ocorrer em associação com outras anomalias; - Sintomatologia com qualquer idade; - Diagnóstico definitivo por imagem; - Pode ser achado incidental. - Tratamento semelhante à hidrocefalia > só trata se tiver sinal clínico. SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA FISIOPATOGENIA: - “Alzheimer canino” > animais velhos; - Deposição de substância amiloide (produzida na velhice) nos vasos sanguíneos cerebrais; - Doença degenerativa; - Dificuldade de oxigenação dos tecidos cerebrais > vasos ficam impermeáveis > não oxigena as células > hipóxia e morte precoce das células; - Degeneração e atrofia cerebral; - Angiopatia congolífica > primeira vez que doença foi descrita no Congo. SINAIS CLÍNICOS: - Desorientação espacial; - Perda da interação socio-ambiental; - Alteração do ciclo sono-vigília; - Eliminação em locais não-habituais; - Latidos/vocalização compulsivos - Perda de comandos aprendidos; - Quadro lentamente progressivo. DIAGNÓSTICO: - Testes cognitivos > não funciona na prática > seria necessário fazer antes do animal ter a doença, para saber qual a resposta dele quando saudável para comparar > sem aplicação clínica; - Ressonância magnética ou tomografia: → Ventriculomegalia = hidrocefalia; → Atrofia cortical. - Histopatologia > necrópsia > define a angiopatia. Diagnóstico diferencial: - Neoplasia. TRATAMENTO: - Dieta rica em antioxidantes > prevenir morte celular precoce; - Enriquecimento ambiental > estimular o cérebro a não atrofiar tão rápido; - Medicações específicas > vasodilatadores cerebrais > aumenta a oxigenação cerebral, podendo ter melhora clínica. Medicamentoso: - Selegilina 0,5-1,0 mg/kg a cada 24h; - Propentofilina (Revimax) – 3 a 5 mg/kg a cada 12h: → Aumenta oxigenação cerebral > contraindicado em animais que possuem neoplasias; → Diminui agregação plaquetária. NEOPLASIAS PRIMÁRIAS: - Meningiomas; - Gliomas: → Astrocitoma > astrócitos; → Oligodendroglioma > olicodendrócitos; - Tumores neuroepiteliais: → Plexo coroide; → Ependimoma. SECUNDÁRIAS: - Tumores hipofisários; - Linfoma; - Carcinomas; - Osteossarcomas; - Metástases. - Podem comprimir o sistema nervoso central pela proximidade ou pode chegar ao SNC via metástase. DIAGNÓSTICO: - Tomografia; - Comparar antes e depois do contraste; - Neoplasia > capta o contraste, neoplasia fica permeável ao contraste > nem todas captam o contraste; - Comparar cortes e lado esquerdo com direito > verificar assimetria; - Histopatologia (necrópsia) irá confirmar o tipo de neoplasia; - Mais próximo da periferia > provavelmente é meningioma; - Assimetria de ventrículos sugere presença de massa; - O que realça antes do contraste, geralmente indica hemorragia. TRATAMENTO: - Cirurgia; - Glicocorticoides > Prednisona, Dexametasona, Prednisolona > tira edema peritumoral e desinflama o tumor > melhora clínica; - Anticonvulsivantes; - Prognóstico extremamente ruim, independentemente de ser primário ou secundário. ENCEFALOPATIAS METABÓLICAS - Hepática > estágio mais terminal; - Urêmica > intoxicação; - Hipoglicemia; - Associada a distúrbios endócrinos > hipotireoidismo; - Associada a desequilíbrios eletrolíticos > doença de base; - Associada a desequilíbrios ácido-básico > diagnostica na hemogasometria. MENINGOENCEFALITES NÃO INFECCIOSAS MENINGOENCEFALITE DE ORIGEM DESCONHECIDA: - Junção da granulomatosa com a necrosante; - Meningite arteriteresponsiva a corticoides > muita dor na manipulação cervical > meninge inflama muito. MENINGOENCEFALITE EOSINOFÍLICA: - Etiopatologia da doença é a mesma; - Muitos eosinófilos no parênquima cerebral (identificado na necrópsia) > pode repercutir na análise de líquor. SÍNDROME DO TREMOR IDIOPÁTICO: - Síndrome do tremor do cão branco > ocorrência maior em cães brancos; - Síndrome do tremor responsivo a corticoides; - Animal possui apenas tremores. MENINGOENCEFALITE GRANULOMATOSA: - Doença inflamatória idiopática de caráter imunomediado; - Qualquer idade, raça ou sexo; - Fêmeas de meia idade e raça toy > ocorrência maior; - Pode evoluir para meningoencefalite necrosante. Diagnóstico: - Necrópsia: infiltrados perivasculares mononucleares; - Diagnóstico sugestivo: líquor (não exclui a doença se tiver normal), imagem (várias áreas captando contraste); - Diagnóstico definitivo: histopatológico (necrópsia). Tratamento: - Imunossupressão > desmama corticoides lentamente; - Efeitos colaterais do corticoide: pancreatite, hiperadrenocorticismo iatrogênico; - Prognóstico incerto. MEDICAÇÃO DOSE Prednisona¹ 1-2 mg/kg, VO, BID Azatioprina² 2 mg/kg, VO, SID Ciclosporina³ 3-5 mg/kg, VO, BID Citosina-arabinosídeo4 50mg/m², SC cada 12h - 2 dias ou 400mg/m², IV (infusão contínua) ao longo de 24h Procarbazina 25 mg/m², VO, SID Leflunomida 2-4 mg/kg, VO, SID MENINGOENCEFALITE NECROSANTE: - Pug, Maltês e Yorkshire de 2 a 13 anos; - 2 tipos celulares – laudo de necrópsia: → Leucoencefalite necrosante > células leucocitárias; → Menincoencefalite necrosante > meninge. Diagnóstico: - Líquor: → Pleocitose mononuclear > aumento de células linfocíticas > semelhante à cinomose; → Aumento nas proteínas > inflamação da barreira hematoencefálica. Tratamento: - Anticonvulsivantes e imunossupressão > acompanhamento e avaliação com a tempo; - Se evolui para necrose, para de responder a tudo; - Sobrevida média com tratamento é de 11 dias; - Deve ser prescrito nos casos de 2 ou mais convulsões consecutivas em 3 meses; - Objetivo: → Menos de 1 convulsão a cada 3/4 convulsões/ano; → Diminuir a intensidade; → Aumentar os intervalos entre elas. - Fenobarbital: → Estimulação do GABA (2 a 10 mg/kg/BID); → Após 2 semanas, dosagem sérica (23-28 µg/mL ideal); → Efeitos colaterais: poliúria, polidipsia, polifagia, sonolência, obesidade, neutropenia, teratogenicidade e hepatotoxicidade. - Brometo de potássio: → Hiperpolarização dos neurônios (22-40mg/kg/SID); → Após 6 semanas, dosagem sérica (200-300 mg/Dl); → Efeitos colaterais: polidipsia, poliúria, sonolência, letargia, ataxia, pancreatite. CONVULSÃO - Não é uma doença, é sinal clínico de lesão cerebral; - Convulsão tônico-clônica > generalizada; - Contração de forma descontrolada; - Geralmente animal não vai a óbito convulsionando; - Sempre vai ser sinal de lesão cerebral > buscar a causa. - Trata quando animal tem duas ou mais convulsões consecutivas em um período menor que 3 meses. - Animal hipoglicêmico > pode ser causa primária ou consequência da primeira convulsão; - Importante mensurar glicemia; - Importante repor glicose, se não anticonvulsivantes não irão funcionar. - Crise de ausência > tipo de convulsão sem tremores > é pontual. EPILEPSIA: - Doença cujo principal sinal clínico é a convulsão; - Convulsões frequentes em consequência da liberação de neurotransmissores; - Não tem doença cerebral progressiva; - Pode ser genética ou adquirida; - Genética > disfunção na liberação dos neurotransmissores; - Adquirida > teve doença cerebral e se tornou epilético como uma sequela. ANTICONVULSIVANTES OBJETIVO: - Ter menos que uma convulsão a cada 3 meses, ou 3 a 4 convulsões ao longo do ano; - Diminuir a intensidade das crises, fazendo com que durem menos tempo; - Não significa que o animal não irá convulsionar. GARDENAL: - Fenobarbital; - Hepatotóxico > animal pode desenvolver insuficiência hepática > cuidado ao administrar; - Estimula GABA > neurotransmissor inibitório do SNC > fica difícil para o animal atingir o limiar da convulsão; - Não cessa totalmente as convulsões, mas consegue espaçar bem as crises; - Necessário dosar níveis séricos para saber se é preciso aumentar a dose ou não. Efeitos colaterais: - Sobrepeso, poliúria, polidpsia; - Sonolência; - Neutropenia > necessário repetir hemograma. - As vezes, é necessário associar anticonvulsivantes; - Brometo de potássio para cães > tóxico para humanos e gatos; - Diazepam > corta a crise, só faz efeito se o animal está convulsionando naquele momento > efetivo para gatos. OUTROS ANTICONVULSIVANTES: - Gabapentina; - Levatiracetam; - Clonazepam, clorazepato; - Felbamato; - Topiramato. ANIMAL CHEGA CONVULSIONANDO - Segurar o animal e anamnese dirigida: 1. Quantas crises? 2. Já é tratado? 3. Foi medicado nas últimas horas? 4. Chance de intoxicação? - Acesso venoso; - Glicemia. TRATAMENTO EMERGENCIAL - 4 crises no mesmo dia. DIAZEPAM – 1ª ESCOLHA: - 0,5-1,0 mg/kg IV; - 2,0 mg/kg via retal; - Pode repetir a cada 5-10 minutos por 3 a 4 vezes > reavaliar. BOLUS DE FENOBARBITAL: - 5-10 mg/kg IV; - Demora 10 a 20 minutos para efeito; - Repetir em 20 min. até dose cumulativa máx. 15mg/kg; - Se responder, pode manter dose a cada 6h por 1/2 dias. SE NÃO CONTROLAR INFUSÃO CONTÍNUA DE DIAZEPAM: - 0,5-2,0 mg/kg/hora; - Diazepam (10 mg/ml) em 100ml de glicose 5% ou solução fisiológica = 0,1 mg/kg, ou seja 5 a 20 ml/kg/hora. INFUSÃO CONTÍNUA DE FENOBARBITAL: - 2 a 16 mg/hora; - Fenobarbital (200 mg/2ml) em 100ml de glicose 5% ou solução fisiológica = 2 mg/ml, ou seja, 1 a 8 ml/kg/hora. SE AINDA ASSIM NÃO CONTROLAR - Persiste após diazepam + fenobarbital; - Infusão propofol > monitorar pressão: → 4 mg/Kg IV in bolus e manutenção com infusão contínua a 0,1-0,25 mg/Kg/min. - Pentobarbital: → 2-15 mg/Kg IV in bolus a cada 4-8 h, dose-efeito ou infusão contínua 1,0-5,0 mg/Kg/h. - Tiopental: → 12,5 mg/kg, IV dose-efeito. - Anestesia inalatória (isoflurano).
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