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Resenha 01 - Clinica do Idoso (CORRIGIDO)

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Discentes:
Amanda Augusta Moreira Peralva (RA 1271924574)
Drielle Marçal Almeida Jabar (RA 1271924602)	Comment by Mauricio Jesus: Grupo, vocês realizaram um excelente trabalho! Parabéns! Contudo acabaram esquecendo alguns fatores de formatação no que condiz a apresentação do texto. Sugiro que para a próxima resenha vocês continuem fazendo este excelente trabalho e estejam atentos na hora de fazer as citações e as citações de citações (apud), bem como o espaçamento entre parágrafos que NÃO EXISTE.Nota 2,0
Emanuele Ferreira de Oliveira (RA 1271924853)
Helen Alcântara de Brito (RA 1271925037)
Pierre Ribeiro Cardoso (RA 1271925100)
	Curso: Psicologia – 2023.1
	Docente: Maurício Coelho de Jesus
	Data: 30/03/2023
	Disciplina: Clínica do Idoso
RESENHA 1
A média metragem ficcional intitulada ‘A Velhice Ilumina o Vento’ é um filme escrito e dirigido por Juliana Segóvia e estrelado por Benedita Silveira. A obra é uma produção brasileira lançada no ano de 2022 e a sua autora é uma cineasta e arte-educadora da cidade de Cuiabá-MT.
O filme conta a história de Valda, uma mulher idosa, preta, moradora da periferia, mãe e que trabalha com serviços domésticos, num pequeno recorte de sua rotina que demonstra a forma como ela cuida de si e lida com as questões que lhe atravessam no dia a dia. Contrariando o imaginário do senso comum de que a pessoa idosa é alguém aposentada que passa seus dias em casa exercitando o ócio, a obra apresenta uma personagem que levanta cedo para trabalhar, gosta de beber cerveja, sai para dançar e que não aceita para si esse estereótipo de pessoa velha que a sociedade impõe. Valda se arruma, tem vaidade, mantém relacionamentos afetivos, dança, trabalha, faz uso da internet etc.	Comment by Mauricio Jesus: Faltou remover o espaçamento entre parágrafos. 
Uma das formas mais comuns de olhar para um indivíduo é através da análise da sua idade social. Birren e Renner (1977 apud PALACIOS, 2007) classificaram diferentes tipos de idade para descrever e referenciar um sujeito, dentre eles, destaca-se a idade social, que corresponde às expectativas que a sociedade tem sobre a pessoa em relação aos papeis que ela interpreta, às funções que ocupa, às realizações que teve na vida etc., a partir da sua idade cronológica, idade esta que é a contagem de anos de vida a partir do seu nascimento. Falar sobre a idade social é muito importante para compreender a obra, pois este conceito demonstra a forma como a sociedade olha para o sujeito de acordo com o momento em que ele está em seu ciclo de vida; e estar deslocado da idade social pode acarretar em situações de opressão, preconceito e outras igualmente estressoras. Essas ideias predeterminadas de classificação dos sujeitos de acordo com a faixa etária ocorre devido a um processo psicológico chamado de representação social, que consiste no sujeito referenciar um fenômeno a partir daquilo aprendido na cultura, definindo a este características comuns e socialmente compartilhadas (LIMA, 2008, e CHAVES; SILVA, 2013). Desta forma o sujeito atribui categoricamente para um outro características predefinidas de acordo com a idade que este possui, podendo lhe causar estranhamento quando este outro não corresponde às expectativas.	Comment by Mauricio Jesus: Ótima leitura
A sociedade representa a pessoa idosa como alguém que deve ficar em casa na inatividade. Existem três momentos do filme em que fica clara essa visão: 1) quando o filho diz que uma pessoa ‘de idade’ (lê-se idosa) não deve ter comportamentos inapropriados, tais como ir no baile para dançar; 2) quando um motorista passa por Valda e tenta ofendê-la por ver uma pessoa idosa arrumada para o lazer; 3) no ponto de ônibus, quando outra mulher idosa demonstra ter a mesma representação social aqui explicitada e deixa clara a sua preocupação com o julgamento social que sofreria se comportasse-se como Valda. Esta visão estereotipada inicia no século XX, quando, por conta das transformações sociais a partir da redução da taxa de natalidade e do aumento da expectativa de vida, além das exigências capitalistas de se produzir cada vez mais, o idoso deixou de ser símbolo de sabedoria e passou a significar decadência (física, cognitiva, afetiva etc.). Esta concepção perdura até os tempos atuais, onde se rejeita cada vez mais o envelhecimento à medida em que são ofertados à população diversos serviços e produtos para retardar, minimizar ou maquiar os efeitos naturais do envelhecimento, tais como a flacidez da pele, perda do tônus muscular e lentificação das atividades sinápticas (LIMA, 2008). Existe um entendimento implícito de que a pessoa idosa deve se restringir à sua residência e não participar de atividades sociais que não mais lhe pertencem por conta da ‘idade avançada’, por isso o olhar preconceituoso sobre os idosos que vão na contramão desta representação de que a pessoa velha é alguém quase não mais pertencente à sociedade. Nesta questão, o filme traz um importante espaço de socialização de idosos em seu minuto 11:36: o baile ‘Amigos da 3ª idade’ possibilita a realização de atividades prazerosas para os seus membros, tais como dançar, beber, flertar ou apenas conversar, supostamente sem julgamentos sociais.	Comment by Mauricio Jesus: Interessante a gente pensar aqui que, apesar da desta mulher idosa compartilhar desta representação, ela demonstra vontade em ir para o forró, por exemplo. Logo, podemos pensar que a idade social coage os individuos a determinada posição e/ou papel reprimindo a sua subjetividade diante daquilo que se estabelece enquanto ideal.	Comment by Mauricio Jesus: Aqui é necessário referenciar. O que acontece, toda vez que trazemos uma informação em um texto científico, precisamos embasá-la teoricamente, tanto para reforçar o nosso argumento (que não é novo) quanto para evitar acusações de plágio.	Comment by Mauricio Jesus: Essa referenciação foi realizada lá embaixo quando vocês trazem novamente este ponto como argumento	Comment by Mauricio Jesus: Possibilitando a construção de novos laços, vínculos e memórias. 
Para além do grupo social ou comunidade a qual a pessoa idosa está inserida, faz-se importante a manutenção de uma relação saudável desta com o seu núcleo familiar e, para tanto, destaca-se a importância desta família compreender o seu idoso como um ser biopsicossocial, ou seja, com características biológicas próprias, dotado de subjetividade e ator ativo de papeis sociais. A proteção que a família faz do idoso não deve inibir a sua identidade, sonhos e desejos (BIASUS, 2016). O filme apresenta esta problemática na relação familiar ao mostrar como o filho de Valda não se encontra preparado para a vivacidade de sua mãe, julgando-a por sair para o lazer tido como “jovem” ou “mundano”, ao invés de “buscar a salvação” segundo sua religião, o que, neste último ponto, demonstra também uma imposição religiosa.	Comment by Mauricio Jesus: Mesma situação acima. Tem que trazer referenciado.	Comment by Mauricio Jesus: Excelente análise
O envelhecimento não é um processo homogêneo. Cada pessoa vivencia essa fase da vida de uma forma, considerando sua história particular e todos os aspectos estruturais (classe, gênero e etnia) a eles relacionados, como saúde, educação e condições econômicas (MINAYO; COIMBRA JR., 2002, p. 14)
Na análise da obra, é relevante falar também sobre o idadismo, que se refere ao preconceito em relação à idade da pessoa, quando ocorrem crenças negativas do sujeito com relação à idade cronológica do outro (MELO; AMORIM, 2022). Trata-se de uma forma preconceituosa de encarar as pessoas, sejam elas idosas ou não. O idadismo existe na sociedade, seja de maneira implícita ou explícita. Desta forma, o filme aborda a temática quando mostra o quanto Valda é julgada pelo fato de viver sua vida ao seu modo e não de acordo com padrões etários socialmente estabelecidos, inclusive a personagem anseia que o seu filho a aceite como ela é, visto que ele relaciona de maneira negativa a idade dela com o modo como ela conduz a vida. Antigamente, em diversas sociedades, o idoso eratido como o sábio, aquele que detinha o conhecimento das coisas (quanto mais velho, maior a sabedoria), contudo essa percepção foi-se sendo transformada com o passar do tempo e a velhice passou a ser interpretada como decadência (MOREIRA, 2012).
A personagem Valda se apresenta como uma antítese tanto da representação social do que é ser idoso quanto da ojeriza ao envelhecimento. Valda aceita o seu processo de envelhecimento, não procura esconder as ‘marcas da idade’, mas também segue fazendo aquilo que lhe faz sentido, aquilo que, conforme fala da própria personagem no minuto 6:36, “(...) a minha (verdade) quem faz sou eu. E a minha verdade é dançar e beijar na boca”. Se a sociedade tenta lhe imputar a solidão por ser mulher e/ou velha, Valda ressignifica essa condição: ela cuida de si sem a necessidade do amparo de terceiros, vide falas da personagem nos minutos 16:29 e 19:08, respectivamente, “Eu? Sozinha? Nunca, meu amor. Eu tenho a mim mesma” e “Eu estou muito bem sozinha”. Valda trabalha, tendo assim o seu próprio sustento, mantém relacionamentos afetivos e amorosos, dança, faz uso da internet, tem sua própria autonomia e demonstra estar satisfeita com a própria vida. Segundo elaborado por Teixeira e Neri (2008), pode-se, talvez, afirmar um envelhecimento bem-sucedido de Valda. Não há consenso na ciência sobre o que seria o bom envelhecimento, pois este processo é atravessado por diversos fatores e a sua definição, sobretudo, depende da percepção do indivíduo acerca do que é bem-estar. Então a concepção sobre um envelhecimento bem-sucedido depende diretamente da subjetividade do sujeito observado. No caso de Valda, considerando a sua autonomia e a aparente felicidade com aquilo que faz, visto que julga fazer aquilo que lhe faz sentido, pode-se dizer que a personagem goza de um envelhecimento bem-sucedido.	Comment by Mauricio Jesus: Aqui cabe ressaltar que segundo a perspectiva do envelhecimento bem-sucedido a Valda não se encaixa como tendo sucesso na sua velhice. Já que ela não pratica atividade física e temos duvidas se esta manifesta alguma patologia. Desta forma, o argumento de vocês não está errado, já que traz uma virada de chave sobre o ter sucesso no processo de envelhecimento. Contudo, esta "virada" corresponde a uma perspectiva da psicologia, particularmente daqueles profissionais que questionam o viés norte-americano de produtividade. Sendo assim, isto deve ser ressaltado
O desenvolvimento psicossocial elaborado por Erikson consiste em dividir o ciclo da vida em estágios, onde cada etapa corresponde a um conflito a ser resolvido. Valda, por ser idosa, está no estágio que ocorre a partir dos 60 anos, que é ‘integridade do ego x desespero’. Nesta etapa, o sujeito reflete sobre tudo aquilo que viveu, se realizou tudo aquilo que desejou, se não houve arrependimentos no caminho, ou seja, se teve uma vida íntegra. O sucesso desta etapa se reflete em um sujeito satisfeito de si, pois, em contrário, haveria desesperança por entender não ter mais tempo para fazer o que não fez ou ser o que não se tornou (PAPALIA; FELDMAN, 2013). A protagonista do filme demonstra sucesso nesta etapa da vida, visto que não apresenta arrependimentos ou angústias por ser quem é ou por não ter sido de outra forma.	Comment by Mauricio Jesus: Ano da publicação ?	Comment by Mauricio Jesus: Se for citação da citação tem que usar o apud
A obra fílmica aborda bem certas questões do envelhecimento e a possível melhor forma de se envolver neste processo: com autonomia e de forma autêntica. Através da personagem Valda, a autora apresenta que o idoso pode sim manter-se ativo e procurar a felicidade naquilo que lhe faz sentido, sem se submeter às opressões sociais geradas pela representação que a sociedade faz da pessoa idosa. Não existem limites comuns para a idade, mas apenas aqueles que são particulares de cada sujeito e, assim, o ideal é que cada pessoa viva da melhor forma que lhe faça sentido sem se prender às amarras impostas culturalmente. Certamente um filme que merece ser revisto e compartilhado para que todes compreendam que o envelhecimento não é significado de fim de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIASUS, Felipe. Reflexões sobre o envelhecimento humano: aspectos psicológicos e relacionamento familiar. Perspectiva, Erechim, v. 40, n. 152, dez. 2016, p. 55-63.
CHAVES, Antônio Marcos; SILVA, Priscila de Lima. Representações sociais. In: Psicologia social: temas e teorias. 2ª ed., Brasília: Technopolitik, 2013.
LIMA, Priscilla Melo Ribeiro de. A arte de envelhecer: um estudo sobre história de vida e envelhecimento. Orientadora: Vera Lúcia Decnop Coelho. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura) – Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília. Brasília, 2008.
MELO, Ricardo Henrique Vieira de; AMORIM, Karla Patrícia Cardoso. O idadismo no contexto do trabalho da Estratégia Saúde da Família: projeção de saberes ao tetragrama dialógico de Morin. Interface, Botucatu, 26, ago. 2022.
MINAYO, Maria Cecília de Souza; COIMBRA JR., Carlos E. A. Introdução: Entre a liberdade e a dependência: reflexões sobre o fenômeno social do envelhecimento. In: Antropologia, saúde e envelhecimento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.
MOREIRA, Jacqueline de Oliveira. Mudanças na percepção sobre o processo de envelhecimento: reflexões preliminares. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 28, n. 4, dez. 2012, p. 451-456.
PALACIOS, Jesús. Mudança e desenvolvimento durante a idade adulta e a velhice. In: Desenvolvimento psicológico e educação. 2ª ed., vol. 1, Porto Alegre: Artmed, 2007.
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab). Desenvolvimento Humano. 12ª ed., Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.
TEIXEIRA, Ilka Nicéia D’Aquino Oliveira; NERI, Anita Liberalesso. Envelhecimento bem-sucedido: uma meta no curso de vida. Psicol. USP, São Paulo, 19, mar. 2008, p. 81-94.

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