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ReabsorçõesReabsorções DentáriasDentárias Evento fisiológico ou patológico decorrente da ação de clastos ativados, caracterizada pela perda progressiva ou transitória de cemento ou cemento e dentina. Tecidos mineralizados do dente não são normalmente reabsorvidos, enquanto que o osso é continuamente remodelado. Quando os dentes sofrem reabsorção - desconsiderando a rizólise nos dentes decíduos, que é um evento fisiológico - sempre estaremos diante de um caso relacionado a uma patologia, mesmo que transitória e autoresolutiva. As reabsorções dentárias são um fenômeno estritamente local e podem ser induzidas por fatores traumáticos e/ou infecciosos. A reabsorção de um dente permanente poderá ser decorrente de trauma dentário, de um processo inflamatório crônico do tecido pulpar e/ou periodontal; ou ainda ser induzida pela pressão exercida pela movimentação ortodôntica dentária, por neoplasias ou pela erupção dentária. @_drarohana As possíveis razões para o cemento ser menos afetado por reabsorção do que o osso incluem: ➢ Presença de pré-cemento (3 a 5 µm), que confere proteção adicional; ➢ Proteção pelos restos epiteliais de malassez e cementoblastos; ➢ Ausência de vascularização. Classificações das reabsorções dentárias Nas reabsorções dentárias externas, fica mantido o contorno pulpar no RX. Ocorrem danos ao pré-cemento, o que leva à ruptura da sua integridade, e esse é o fator precipitante na reabsorção externa. Lembre-se que os odontoclastos não aderem a matrizes de colágeno não mineralizadas. Para Lopes e Siqueira, existe também uma subdivisão dentro das reabsorções externas. Trata-se das reabsorções externas substitutivas, transitórias e por pressão. Na reabsorção dentária externa substitutiva (reabsorção por substituição, ou anquilose), a ausência do Ligamento Periodontal (LP) ou de parte dele, faz com que o tecido ósseo fique intimamente justaposto à superfície radicular, estabelecendo a anquilose dentoalveolar. Essa reabsorção é totalmente dependente da destruição do LP e a polpa não está envolvida nesse processo. Trata-se de uma reabsorção progressiva e não pode ser revertida, além de ser assintomática. É muito lenta, podendo levar um período de 3 a 10 anos para substituir toda a raiz dentária. O tratamento endodôntico consegue conter o processo infeccioso, mas não a reabsorção. Já o tratamento ortodôntico é contraindicado. Existem também os processos de reabsorção dentária externa associados à infecção da cavidade pulpar, e estes estão mais ligados à prática clínica do endodontista. Estes incluem reabsorção externa apical inflamatória e reabsorção externa lateral. A reabsorção dentária externa apical ou inflamatória externa é progressiva, localizada no ápice radicular e ocorre em dentes portadores de necrose pulpar e lesão perirradicular crônica. A polpa dental necrosada e infectada constitui o principal fator etiológico. @_drarohana Já a reabsorção dentária externa transitória paralisa sem qualquer tipo de intervenção. É autolimitante e prontamente reparada através de neoformação cementária. A polpa não está envolvida no processo e pode ser causada por agressões pouco significativas e de pequeno tempo de ação, raramente são observadas no exame radiográfico. A reabsorção dentária externa por pressão pode ser provocada por tratamento ortodôntico, dentes impactados, erupções dentárias, cistos, neoplasias e trauma oclusal. Desde que removida a sua causa – estando a polpa hígida – ela cessa. Radiograficamente, observam-se áreas radiolúcidas no ápice radicular e no osso adjacente. Geralmente, há um encurtamento da raiz e a reabsorção assume aspecto de bico de flauta. Já a reabsorção dentária externa lateral é também progressiva, mas estabelecida no segmento médio/apical da superfície. Radiograficamente, há perda contínua de tecido dental, associada a zonas radiolúcidas persistentes e progressivas no osso adjacente. Pode estar localizada nas faces laterais ou vestibular ou palatina da raiz. Normalmente, esse tipo de reabsorção não atinge a luz do canal (reabsorção externa não perfurante), porém, pode penetrar no canal radicular ocorrendo comunicação, quando passará a se chamar reabsorção externa perfurante. Reabsorção dentária externa cervical invasiva, também chamada de cervical externa por Hargreaves, é uma reabsorção dentária externa progressiva que se localiza no segmento coronário da raiz. Pode invadir a dentina radicular em qualquer direção e em graus variados. Sua patogenia não está totalmente esclarecida, mas é frequentemente associada aos traumatismos e clareamento não vital. @_drarohana A polpa não exerce um papel na reabsorção cervical. É assintomática e pode ser detectada através do exame radiográfico. O contorno do canal fica mantido e a lesão se move com as variações do ângulo horizontal. A reabsorção dentária interna inflamatória resulta de uma inflamação crônica pulpar, tendo como fator etiológico o trauma e a infecção. Histologicamente, observa-se a transformação do tecido pulpar normal em tecido de granulação. Trata-se de uma reabsorção assintomática, descoberta em exame radiográfico de rotina. Pode apresentar dor se ocorrer perfuração da coroa (mancha rósea). Radiograficamente, se apresenta por aspecto ovalado do canal. Nos casos não perfurantes, o tratamento indicado é endodôntico. Se for perfurante, pode ser cirúrgico também. A reabsorção dentária interna de substituição. Nela, ocorre um aumento irregular da cavidade pulpar e o seu contorno não é mantido. Há também um aumento gradual da cavidade pulpar e após algum tempo, ocorre obliteração do canal radicular. Quanto a sua etiologia, está relacionada principalmente aos traumatismos de baixa intensidade. Localiza-se na coroa dentária e nos segmentos radiculares cervical e médio.
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